Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

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O artista não morre se transforma em fração do infinito...
- Maestro Guilherme Vaz

POR AQUI PASSOU UM LOBO SOLITÁRIO

Quatro da tarde
O pranto indígena em prece
A dor açoita. O vento arde
O silêncio cresce, sem meça
Do choroso canto à parte...
Junta-se o coração em pedaços
Em sentidos lamentos à la carte
Gemidos partidos, sublinhados em traços
Do travador, mestre, da saudade em encarte.
“Por aqui passou um lobo solitário.”
Não foi mais um, foi um! Foi arte!
... foi vário.
“Ele está em todos lugares e em lugar nenhum.”

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
ao primo Guilherme Vaz.

Inserida por LucianoSpagnol

NO CHÃO DA PARAÍBA (Tereza Norma)

De volta ao seu chão, nordestino
Pés, nos pés da sua Paraíba
Neste regresso, és sol matutino
Reencontro, onde o orgulho arriba

Nos braços e nos abraços, oxente
Cada traço riscando o seu cristalino
Es destino, em um destino resistente
Distante, e ainda daí. Oh, menino!

Apesar da aparência de estradeira
Tal onipotente é o amor Divino
Assim, também, és forte videira
Na fado um espírito peregrino

Tua terra, do Nordeste, Norma Tereza
Resvala nas lembranças hospedeira
D’Alma, porém nesta tal correnteza
Jorra a tua saudade verdadeira...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018, maio.
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Aos mestres com carinho...

Aquele que transmite o que aprendeu
Aprende ensinando, ensina o caminho
Nossa reverência ao sábio no apogeu
Da dedicação, os que redigem a educação
Sacerdote da instrução, das letras, do liceu
Gratidão eterna aos formadores de cidadãos.

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE

Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado

No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia

Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura

Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

As inspirações são sempre latentes... Basta abrir a porta da alma de uma forma ou outra para fluir sentimentos escritos...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

RONDA SILENCIOSA

Solidão cerrada, aquietada, escura
Afora a janela, o cerrado tão calado
Na imensidade do céu não fulgura
Um só brado, um ermo imaculado

Cá dentro, a mudez flébil murmura
E a melancolia no vento é fustigado
Escoriando a alma, áspera candura
Em um rasgar do silêncio denodado

Ecoa surdamente sôfrega bofetada
De escora frouxa, completamente
Aflando ali a apertura tão abafada

E, a letargia, assim, vorazmente
Faz tácitos claustros de morada
Em ronda silenciosa, lentamente

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

A poesia dá voltas, aquieta, agita, chora, ri, liça, reconcilia. Na alegria sempre latente, e na alma presente...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2012, Rio de Janeiro

Inserida por LucianoSpagnol

DICÍPULO

Não anelo o alvorecer do cerrado, belo
Quero a inspiração do horizonte divino
Talhando verso, ferino, donzelo e singelo
Que outro, não eu! O faz tão cristalino

Invejo o magarefe, na lida de seu cutelo
Com ele, harmoniza a carne em traço fino
Benino, na retidão e um esmero paralelo
Que reputa, tal o ouvido ao som do violino

Mais que bardo, um eminente extraordinário
Enfeita, desenha, ressona num campanário
A poesia, em alto relevo, em divinal destaque

Por isso, escolto, imito-o, com meu pincel
Meus rabiscos, sobre o branco dum papel
Cingindo honraria, ao maior - Olavo Bilac!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/12/2019 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

TEMPORADA DE VERÃO

Já é mais uma temporada de verão
Está por certo mais quente, moreno
O vento abafado, e a baforada então
Tempo quentão, e dias de sol pleno

O suor no corpo no calor obsceno
Arde os poros, escorre sem demão
E sempre brilha e nunca é ameno
O verão que tosta na sua exaustão

Se tua cor é carmina - mais ardor!
Efa! Gerando uma noite de molesta
E do dia, um dia de muito lamento

E nesta trova de verso abrasador
Enquanto houver na prosa questa
O verso será cálido no fundamento

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, 2018 - Cerrado goiano

copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

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Inserida por LucianoSpagnol

FELIZ NATAL! Canto de um Sertanejo

Também eu, do cerrado, se o consentes
Quero louvardes em corpo e alma, ao chão
Vergar os joelhos em exaltação, clementes!
Ante o presépio do Menino Jesus, em oração...
Quero cantar, humilde canto ao infante menino
E também a ti, ó Virgem Maria, mãe da salvação
Na noite de Natal, de tão grande e celeste brilho
Encenando o amor, a fé, doadas ao coração...
Então, neste ato de confraternização, eu filho
De pecadores lábios, perdão, e assim cantarão
Tua glória a todo o sempre, que a nós provém
De Ti. Fonte primeira de todo o amor, gratidão:
Feliz Natal! União... Paz e Bem!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Dezembro, 2019 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

conta-gotas

sem chuva nada cresce,
aprendendo, que com
as tempestades da vida,
também, se floresce...
chuva no cerrado, marotas
em conta-gotas

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

carruagem

o vivente na ilusão
vive só nas quimeras
repete a mesma condição
o improviso são esperas
e o trem da vida sem direção...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2020, janeiro - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VENDAVAL NO CERRADO (soneto)

Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis
De um constante sussurrar de uma ladainha
Prelado em prece, bailam nos galhos os saguis
Na imensidão, quando a tempestade avizinha

Rezas sobre a melancolia, agitam os pequis
Sobre o cerrado, badala o sino da igrejinha
E, em refrega, no céu, desenha o arco-íris
Grassando poeira tal qual a erva daninha

Bufa, num redemoinho em tal longura
Que abres no horizonte em chiar bravio
Gemendo o sertão num suspiro funeral

E invade, como guerreiro, toda a secura
Do chão, num comando do seu assobio
Avança atroz no planalto... o vendaval

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2020, Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Surdina

No cerrado, lá no alto um sino canta
Da capelinha, num badalar soturno
Canta um sino e a melancolia pranta
Finda o turno!

Canta, pranta o sino no campanário
Como se assim se quisesse
Benesse, no chuvoso dia solitário
Resplandece...

Na messe! Canta e pranta silente
Na torre da igrejinha sem estresse
E o dia adormece, docemente
18 horas: - tal uma prece!

O coração abafado e vazio
Num acalanto o sino canta
Nebuloso dia... Que frio!
Triste melodia, triste mantra...

Sina!
Bate o sino... surdina!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/01/2020, 19’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

POR QUE (soneto)

Por que me vens, com o mesmo olhar
Por que me vens, com a mesma sina
Dos dias tão vividos vens me lembrar
Se outrora a ventura dobrou a esquina

O que não vive mais, deixai repousar
Por que o angustiante sossego rapina?
Por que, acordar o que quer silenciar?
Se o coração já está inerte na resina

Ah! deixai como está, esqueçamos
Que fomos um, e no nós, eu fui teu
Largue na poesia que nos amamos!

Deixemo-lo sem beijos e sem pranto
O cobiçado amor já não é mais meu
Pois, no querer, já quis tanto... tanto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/01/2020, 14’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

MUDAR O RUMO (soneto)

Muda-se o ontem, o hoje outras vontades
Muda-se o rumo, outra é a tal esperança:
E neste andejar, o destino é de mudança
E no ser e ter, nas tralhas: as dualidades

Se nas histórias permanecem as saudades
Em cada linha traçada, tem a criada aliança
Também, afinal o bom é ter boa lembrança
Fugaz, pois o viver não é só de felicidades

Mudam-se as verdades, e o encanto
Do mal as mágoas numa tristura fria
E a poesia num eterno agridoce canto

E assim neste mudar tanto no dia a dia
Já não há espanto no diverso recanto
Portanto, é bom afazer-se com tal folia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2020, 05’55” - Cerrado goiano
paráfrase Luiz Vaz de Camões

Inserida por LucianoSpagnol

FEVEREIRO

Olá, Fé – vereiro,
que seja lindo!
mês de samba no pé
das fantasias de carnaval, da alegria advindo...
Afinal, é o mês da folia
de calor na emoção, do sol reluzindo...
Bem-vindo!

Inserida por LucianoSpagnol

SURGIR O DIA (soneto)

Tinge-me o horizonte do cerrado... Agora
Rubro, no céu azul, num fascínio profundo
De fogo, tinge as nuvens em um segundo
Nesta encenação, exibe, o raiar da aurora

A madrugada, crespa, num ato facundo
Poetando o sertão, e, pelo sertão afora
Solta o véu do dia, numa lindeza sonora
Revelando as curvas do cerrado ao fundo

Mas antes busca a magia com que pinta
Com o colorido diverso de tal grandeza
Usando a quimera como abrasadora tinta

Eclode, deixando a melancolia e a mágoa
Aos pés da noite, cobrindo de luz e beleza
E pondo pasmo os meus olhos rasos d’água

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

campo santo

lá tudo é saudade, as lembranças se cobrem de linho
o eu, fica pequenininho, e a tristeza de olhos d’água
lá tudo é manso, o silêncio se faz de flores e espinho
num coração em pranto e em mágoa...
os sinos os serafins bimbalham, tal prece que galgam
os céus!
lá tudo é suspiro, tão alvos... lá as almas resfolgam!
e de lá somos réus...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
paráfrase Vinícios de Moraes

Inserida por LucianoSpagnol

PRAVOS A POETAR (soneto)

Estes, que a inspiração cruel poeta
Marcando-os com tristonha tensão
Estes ditados em má sorte na caneta
Apenas, para dores trazer à criação

De alma ferida grafa malícia secreta
Do inconstante amor, dentro do coração
Desabrocha tal erva má, e assim profeta
Pensamento abaçanado, nato da solidão

De melancólicas rimas, suspiros e luto
E de senso cego, traz ao cântico espinho
Áspero como o cerrado, e se põe a chorar

E, pegadiços, entra na trova num minuto
Sente, crespa, do sofrente que é sozinho
De infeliz imaginação, pravos, põe a trovar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

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