Poesias para um Futuro Papai
Porque não considero o mundo como uma hospedaria, mas como um hospital; não como um lugar para se viver, mas para morrer.
A recordação é activa. Não é um objecto perdido que se encontrou. Ela faz crescer a massa do presente e do futuro.
O que é terrível na culpa é que ela atribui ao medo, o maior mal que existe no mundo, um enorme direito.
Foi de um rei que nos ficou este princípio augusto. Que jamais se é tão grande como quando se é justo.
Um escritor chega à velhice quando suspeita que o artigo que está a escrever já tinha sido escrito por ele no passado.
Para agradar aos homens é preciso professar o que cada um desses homens repudia e odeia na sua vida secreta.
A gula é um vício que nunca acaba, e é aquele vício que cresce sempre, quanto mais o homem envelhece.
Se dois homens no mesmo emprego concordam sempre entre si, então um é inútil. Se discordam sempre, então ambos são inúteis.
É um gládio perigoso o espírito, mesmo para o seu possuidor, se não sabe armar-se com ele de uma maneira ordenada e discreta.
Para mim é um fato que, se todos os homens soubessem o que os outros dizem deles, não haveria quatro amigos no mundo. Isto resulta das contendas, que referências indiscretas ocasionalmente originam.
Os que têm o dom da palavra e são oradores, têm em mão um grande instrumento de charlatanismo: felizes se não abusam dele.
Poucas são as dores, por mais agudas que sejam, às quais uma boa renda anual não traga um certo conforto.
A mulher ruim? No mundo vive, no máximo, uma única mulher ruim: pena que cada um considere a sua como tal.
A técnica é um criado que faz tanto barulho a arrumar a sala ao lado que os patrões não conseguem fazer música.
Não se enforca um homem por ele ter roubado cavalos, mas para que os cavalos não sejam mais roubados.
A vida é um movimento de assimilação progredindo sem cessar. No seu caminho suprime todos os obstáculos, assimilando-os. A sua essência é a criação contínua de desejos e de ideais.
Toda a família realmente viva segrega um certo ritual sem o qual se arrisca a longo prazo a perder o seu convívio secreto.
A economia, que é uma virtude, é uma necessidade na pobreza, um ato de juízo na mediania, e na opulência um vício.
O álcool cria no homem um heroísmo muito superior a ideologia e a paixão; não sem razão é chamado de espírito.
Nomear um objecto equivale a suprimir os três quartos de prazer da poesia, que é feito de adivinhar pouco a pouco: sugeri-lo, eis o sonho.
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