Poesias Infantil de Chico Buarque
Lugar nenhum
Se um dia eu errei, então pequei ,
eu tive chances de fazer você feliz, mas não fiz,
pensei muito e agi pouco, não respeitei o teu espaço, não respeitei o que chamava de abrigo,
quando eu era teu, eu tinha um endereço, hoje eu não pertenço a lugar nenhum.
É próprio da imaturidade trocar a autoconfiança pela dependência - uma conduta que favorece a insignificância e fere a dignidade humana.
Apostar na sobrevivência e no crescimento de um empreendimento sem a devida expertise em consultoria é lançar o negócio ao Deus-dará do improviso - onde a única garantia é o fracasso fácil.
E continuei observando aquele senhor caminhar lentamente.
Seus passos revelavam cansaço e resignação — sinalizando que, talvez, estivesse conformado com situações pessoais e familiares que clamavam por transformação.
No entanto, seu comportamento era de aceitação.
Aproximei-me dele e disse:
"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" — como Deus ensina em Romanos 12:2.
E, persistindo no desejo de ajudá-lo a mudar o seu olhar, acrescentei:
— Deus não se conforma com o que nos paralisa... Ele nos chama para recomeçar!
Lembre-se: Deus tem um recomeço para a sua vida!
Ele voltou o olhar em minha direção, acenou com a mão... e partiu.
Fiquei parado — por muito tempo — observando-o seguir o seu caminho.
Comovido, a voz embargada, permaneci ali...
Em silêncio, orando a Deus, pedi:
— Querido Deus, o meu pai está precisando de ajuda… e eu vou ajudá-lo.
MORREU O FONSECA-VIVA MANUEL
Dos ares de S. Pedro de Paus
Do concelho de Resende
Banhado pelo Bestança
Que desmaia depois no Douro,
Veio em tempos uma criança
E a família como herança,
O seu mais puro tesouro,
Habitar no litoral.
Chegado o tempo de vida
De procurar companheira,
A sua amada querida,
Estandarte da bandeira,
Conheceu uma donzela
Adelaide, jovem bela
E a ela depois se uniu
Num amor puro e total.
Pelo Graça então Divinal
E desígnios do Criador,
Conceberam com muito amor
Dois seres, seus diamantes,
Vidas que lhes davam alento
No agora e no antes,
Em tempos de sofrimento.
Mas eis que toca a sineta
Que Deus escolheu por sinal
Quando quer na sua Messe
Gente muito boa e reta,
Veio, penso eu como mortal
E que Deus não me leve a mal,
Buscar o nosso Fonseca,
Mas deixando o Manuel vivo
E do alto desta caneca
Que com ele já não faz tchim!
Só te peço grande amigo
E sei que tu vais dizer sim,
Pede a Deus e sem castigo
Que livre todos do perigo,
Mas nunca peças por mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Muito Triste Por Escrever, em 30-07-2025.
Entre minha costela esquerda e o baço,
ele instalou seu ateliê:
um ser que não é meu,
e que, no entanto, me conhece mais do que eu.
Não trouxe flores —
apenas o silêncio que já habitava minha boca
antes mesmo que eu aprendesse a mentir.
Veio como vêm as coisas irremediáveis:
sem alarde,
sem pedir licença,
sem se importar se eu estava pronto.
Chegou sem fazer barulho,
apenas se aninhou,
como se sempre tivesse estado ali.
Como se o corpo fosse seu
antes de ser meu.
Limitou-se a ocupar o espaço
que eu, ingênuo, julgava vazio.
Não paga aluguel,
mas exige tudo: os sonhos que engoli antes de sonhar,
as margens dos meus livros
sujas de hesitações,
a primeira palavra
que travei na garganta.
Não fala.
Não precisa.
É o hiato entre um pensamento e outro,
o instante suspenso antes do tombo,
a sombra que se alonga no meu cansaço.
Ele não dorme.
Fica acordado à noite,
costurando meus pesadelos.
E quando meu corpo — traidor — se entrega ao sono,
ele deita-se ao meu lado
e sonha os meus sonhos
melhor do que eu.
Às vezes, penso que sou ele.
Ou que ele me esculpiu
enquanto eu fingia estar vivo.
Move-se sob a pele,
apaga-me aos poucos no reflexo do espelho, mistura seu medo com meu suor.
Seus argumentos crescem em meus interstícios,
como ervas daninhas entre rachaduras.
Já tentei revoltas.
Ergui fortalezas de papel.
Quis incendiar a casa toda.
Tentei ser dono de mim.
Mas como arrancar da carne
aquilo que já se tornou carne?
Há dias em que temo
que esse vazio
seja a única herança que deixarei.
A certeza de que, um dia,
vou olhar para dentro
e não reconhecer
nem o vazio.
Talvez um dia eu acorde,
e ele terá ido embora.
Ou talvez eu acorde,
e já não reste
ninguém.
Ninguém vai te salvar.
Nem o tempo.
Nem o acaso.
Nem esse alguém que você espera que um dia entenda, volte, mude, perceba.
A única pessoa que pode virar essa chave…
é você.
E o relógio já está esgotando as horas.
Você está se acostumando com o pouco.
Com o quase.
Com a ausência disfarçada de presença.
Com a dor que virou rotina.
Com a ideia de que talvez esteja pedindo demais…
quando, na verdade,
está pedindo de menos.
Porque merece tudo aquilo que não ousou mais esperar.
Mas só vai receber…
se parar de se contentar com migalhas.
— Edna de Andrade
Sem azar
Esperar algo de alguém que sempre mostra as mesmas falhas me identifica como perdido ou um inteiro inocente,
as palavras bem usadas e direcionadas tem forças para manter um homem são e isso não é só resistência é um ato heroico,
as rebeldias em vão já me fizeram perder espaço com quem não merecia,
o incrível acontece aonde pousamos o nosso melhor na oportunidade certa e com a pessoa certa,
menina guerreira, já te deixei sofrer, já prejudiquei o teu oxigênio,
menina sofrida, machuquei teu coração, enlouqueci teus dias e despejei o meu lado bandido em tua calmaria,
na curva vi as consequências, na linha reta não vi um norte promissor, no teu perdão e acolhimento senti o peso das minhas escolhas,
caminhos a seguir tenho, desejos a realizar tenho, muito a viver quero e tudo isso só vai da certo se eu não tiver o azar de nunca mais te perder.
Sempre me impressiona o quanto é perceptível a contradição da humanidade - ou de grande parte dela: ao mesmo tempo em que sempre buscou o conhecimento, reconhecendo nele a chave para sua sobrevivência, mostra-se, frequentemente, reticente em aceitá-lo.
O Encanto
O encanto passou,
Passou num momento,
Num momento tudo passou,
Mas, chega em momento só,
Que o encanto renovou,
E a vida continuou.
Espelho da realidade
A esperança só se mantém viva no seio daqueles que ousam sonhar,
te vejo nas músicas, te observo como a lua, te sinto perto como da nossa ultima vez, aonde você estiver eu estarei,
na explosão dos sentimentos, intensos são os desejos de ecoar a nossa história em versos rumo a eternidade,
do nascimento direitos, do acolhimento a lealdade, do entendimento sobre o teto do nosso amor, verdades,
os tambores tocaram dando mais uma vez o recado, a areia foi jogada pro alto cegando aqueles que não podiam ver, uma corrente guia a aliança forjada no tempo e abençoada pelo destino,
no sopro dos ventos as lembranças trazem o passado através do mundo dos sonhos e dão vida aos caminhos do futuro,
a cada vez que abro os olhos ao amanhecer um espelho da realidade deixa sua proximidade desenhada no meu ser.
No Abismo do Silêncio
Num canto escuro da alma caída, Ecoa a dor que não foi compreendida.
A tristeza sussurra em cada vão, E aperta o peito, sem dar perdão.
A depressão chega sem avisar, Como um vento frio a soprar devagar.
Rouba o riso, esvazia a cor, Transforma o amor em cinza e dor.
Um coração partido, sem direção, Sangra memórias em cada pulsação.
Entre os escombros da destruição, Perde-se a fé, perde-se a razão.
O medo se arrasta, sorrateiro e lento, Molda o silêncio, distorce o pensamento.
E a covardia, vestida de calma, Envenena os sonhos e cala a alma.
Surge a tragédia em forma de adeus, Rasgando os céus com gritos seus.
E resta o vazio, frio e calado, Onde antes um ser inteiro tinha habitado.
Teu coala
Na troca de olhares em câmera lenta a magia da hipnose acontece, dois corpos se rendem recebendo a cura para o veneno que os possuía,
são tantos planos sendo elaborados embaixo dos panos, são tantas idas e saídas caindo no esquecimento em cima do balanço das subidas e descidas bem aquecidas,
forjados nos imprevistos saímos intactos do incêndio e pausados por um corte do que não merecemos lembrar, conseguimos costurar mais um momento intenso sem medo de errar,
e mesmo a me condenar pelas semelhanças nas digitais, eu preferia ser então o teu coala assim me tratarias como o teu mais querido bicho de pelúcia sem reclamar.
... desejar
um viver sem culpas
é render-se ao inconcebível -
refreando possibilidades; quando
não ,o próprio destino - na verdade,
cada homem vive sob os limites
de sua própria índole
sempre carente de
reparos!
A colheita é sua...
Entre aquilo que é perfeito e o que é substituível, aqui estou,
enquanto o tratamento tiver essência a sinceridade será reconhecido ou nos toques ou apenas nos olhares,
entre o que eu digo e o que eu sou não a enigmas nem ficções, posso ser o que você enxerga num voo acima das nuvens ao amanhecer dentro de um avião,
entretanto, se houver surpresas e descobertas incompreensíveis , definitivamente eu serei um abismo,
o real reside nas ações, a gentileza é uma descoberta em linha reta e não permite curvas, a verdade é um ativo da lealdade e ela não se explica apenas exerce o seu poder natural de existir,
com isso, não a o que decorar, "esquecer o que não é prioridade é um dever, já por outro lado, merecer o que fica tatuado na alma é um direito."
“Anseio por conexões que toquem a alma,
não por laços frágeis tecidos pela solidão.
Não quero amores rasos, vividos por carência…
Quero me entregar a quem transborde presença,
verdade e sentimento inteiro.”
- Priscila de Araujo
“Erramos ao esperar dos outros aquilo que eles não têm para nos dar.
Não se colhe lealdade de quem vive na traição,
nem verdade de quem se esconde atrás de máscaras.
Não espere amor de quem nem aprendeu a se amar,
nem generosidade de corações endurecidos.
O erro, muitas vezes, não está no outro,
mas em nós — que insistimos em plantar esperança em solos inférteis.”
— Priscila de Araújo
“Eu já não tinha mais esperança no amor…
Mas você chegou como uma brisa suave.
Entrou devagar na minha vida.
E, quando percebi;
eu já estava inteiro, vulnerável, entregue e sonhando acordado com um futuro ao seu lado.”
- Priscila de Araújo
“Me chamou de estranho por eu ser incomum…
Mas o comum não me atrai.
O comum se encontra em qualquer esquina,
o incomum, esse sim é raro, é alma rara.
E eu nunca quis ser mais um.”
Priscila de Araújo
“Como encontrar sentido em uma geração que despreza o que é verdadeiramente valioso, enquanto exalta o efêmero e o superficial?”
- Priscila de Araújo
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