Poesias Faceis do Elias Jose
Todos são sabedouros que devemos expressar de acordo com quem nos ouve. A sofisticação intelectual deve ser restrita. Ela deve ser utilizada só com as pessoas que tenham a percepção e o discernimento para compreender o assunto em discussão.
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INTANGÍVEL
Guardei-te na gaveta das coisas novas,
arrumadas, qual gaivota que sobrevoa
a praia, antes de fechar a porta da tarde.
Guardei as razões que me deste
para te eleger. O teu gracejar constante
e aquele sorriso de inspirar poetas.
É tarde. A vitrola acusa cansaço
e os versos repetem-se na folha vazia.
Rendo-me à alegria de te sonhar
tão azul e tão presente como antes.
Sempre te soube interdito e breve.
Tão intangível, que magoa.
MEUS OLHOS
Quando a noite
pousar sobre ti seu negro manto
e sentires que as estrelas te perseguem
que dançam ao teu redor, em burburinho
não tenhas medo meu amor
o que ouves são os meus olhos
que no escuro te acompanham
a salpicar de luz o teu caminho.
SEU OLHAR TU ALMA
Ao olhar-te profundamente penso ao pensar no que tu pensas e percebo assim a pureza de tu alma
Então inebriar-se com está imagem, reviver o passado e suplicar a Deus um toque acalentador no coração dos maturados para que enxerguem novamente o mundo com um olhar de uma criança que na vida de tudo que é puro,
É o que de mais singelo há.
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Não é a metodologia em si que faz florescer a aprendizagem. Será que há um método infalível? que é só aderir e ceifar os frutos? Não adianta priorizar o meio moderno em detrimento do jeito convencional de lecionar. A abnegação e o expurgo jamais devem ser praticados. Pois o que resulta em conhecimento, não são as metodologias exercidas, mas sim, a entrega, o foco, o desejo o espanto e a cumplicidade dos docentes e dos discentes na mesma intensidade.
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CRESCEU-NOS A CAMA
Lentamente
descemos o rio
mudaram as luas
os azuis do céu
e os verdes das margens
até nós mudámos
sem darmos por isso
pouco a pouco
o espelho mostrava-nos
o que viria a seguir
o preço a pagar
pela nossa irreverência
eu deixei de correr
e tu seguiste-me os passos
até ao ponto de não podermos
mais fugir ao destino
o céu acinzentou
cresceu-nos a cama
e o sangue deixou de saciar-nos
diz-me, amor
perdemos a sede
ou secou-se a seiva
que nos corria efervescente
pelas crateras da pele em chama
cresceu-nos a cama
ou mingaram-nos os braços?
Contra a ignorância atrevida
A inteligência e a sabedoria não se astrevem
Porque é inútil e é um cansaço de vida.
Falsa humildade
A atitude de orientar alguém a não deixar sobra de comida no prato, não é uma virtude de um cidadão empático. Esse gesto não resolve o problema da fome no mundo, no seu país, no seu estado, nem na sua cidade, muito menos no seu bairro. Essa prática revela a falsa humildade.
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O sol de cada dia!
É de manhã! No cume da serra o sol se descortina, abrindo a janela do tempo. Seus raios luminosos, calorosos e coloridos rejubilam de alegria. O orvalho se esvai, o clarão do sol vislumbra o renascimento. É o milagre da vida. É o despertar da manhã, acordando o dia.
Um ainda dorme, outro sai afobado e atabalhoado, outros caminham silenciosamente. Como formigas, num vai e vem frenético, passos apressados, ônibus lotados, carros espremidos e encaixotados no raivoso trânsito engarrafado, o recomeço…
Espaços vazios vão sendo ocupados, o burburinho transitório diminui. Cada um, nutrido de força, vontade e fé, ergue seu olhar aos céus, agradecendo. Ali é o seu sustento, o pão de cada dia; o renascer da esperança borbulhando gotas de contentamento.
O entardecer se aproxima no filme que se repete. Trabalhadores retornam ao seu sagrado lar, após o dever cumprido. A jornada cumpriu sua rotina costumeira. Nessa caminhada provisória, refez a repetição da realização da jornada. Não há paraíso, não há Adão, não há Eva!
O sol brilha porque assim é o seu feitio, assim Deus o fizera. A vida é um descortinar de desejos, sonhos, realizações, alegrias e tristezas.
O sol, antes irradiante, vai perdendo força. Faz sua preparação para o descanso merecido. É chegada a hora de enamorar sua dama, a donzela LUA. Ela, no que lhe concerne, também nos brindará com as belezas da meia luz.
Assim se completa o milagre da criação. É a obra divina representada no teatro da vida.
AS FLORES DESFOLHADAS
O jardineiro com mãos de ouro
Beija o broto. É o seu tesouro...
Lavra a terra e faz o plantio.
Cuida do broto. É o seu feitio!
O jardim está florido,
Belo, livre e colorido.
A beleza lhe faz sentido,
Nunca esteve tão bonito...
Mas a vida tem sobrevida,
Morre uma, nasce outra atrevida.
Quem não cuida, não dá valor,
Corta profundo e não sente a dor.
Com a tesoura bem afiada.
Ceifa a vida, sem dizer nada.
Outrora, mãos de seda, ora mãos de ferro,
Um grito! Não há berro. Não há eco!
Já tem lugar certo...
Por sua graça foi escolhida,
Ainda com sobrevida,
Tem nova casa e nova guarida.
Já foi broto e semente,
Agora, somente,
Vai enfeitar outro ambiente.
Terminada a solenidade, perdeu a graça e perdeu a hora.
Ainda com seus traços de beleza, é abandonada e jogada fora,
Desfolhada, se desfaz.
O buquê já não existe mais...
É levada para o aterro,
Sem orações, sem emoções. Vai sozinha no seu enterro.
Não há pagamento, sentimento. Muito menos lamento,
Apenas abandono, solidão e perecimento.
Pobre natureza!
Destruída pela riqueza,
Esmagada pela beleza e
Ludibriada pela esperteza.
Élcio José Martins
O RISO
Nesse mundo sem juízo,
Onde vale o improviso,
É preciso ser preciso
Na estampa do sorriso.
Uma risada bem gostosa,
Vem da alma generosa,
Toda linda e toda prosa,
Doce, leve e mais formosa.
Se o riso é alegre,
E no alto que ele se ergue.
Quando o amor se encarrega,
Até no mar ele navega.
O riso fácil vem desde criança,
Até no berço ele balança.
Tá no ritmo e tá na dança,
Tá no fio da esperança.
O riso é surpresa que agrada,
Vem da alegria esbanjada.
Quem não sorri não tá com nada,
Tá sem rumo e sem morada.
Élcio José Martins
NEM SEMPRE A MORTE É CAUSADA PELA QUEDA
Nem sempre a morte é causada pela queda, mas, em grande parte, pela demora do socorro.
Élcio José Martins
A roupa
Roupa bonita não embeleza coração amargo, coração bondoso não precisa de roupa bonita pra ser Belo.
Élcio José Martins
A PREGUIÇA E A INVEJA
A inveja reclamou da preguiça,
Porque ela é mole e arisca.
De seu discurso saiu faísca,
Como alguém que sabe a arte da conquista.
É da tripa que se faz linguiça,
A inveja é anarquista.
A mídia enfeita e atiça,
É da rede trançada que se tem notícia.
A inveja, aos berros, faz estrago:
Deixa a preguiça de lado e vá estudar um bocado.
Deixa a preguiça de lado, porque é pecado.
Deixa a preguiça de lado, porque ela não faz casa de sobrado.
Deixa a preguiça de lado e vá visitar o querido cunhado.
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Deixe a preguiça de lado pra ganhar uns trocados,
Deixa a preguiça de lado pra não reclamar que é azarado.
Deixa a preguiça de lado que tá na hora do batizado,
Seu nono filho pede pra não chegar atrasado.
Vendo que a preguiça está sempre acompanhada,
A inveja se vê desamparada.
Como a maldade lhe é camarada,
Faz da preguiça sua presa preferida.
Mas a preguiça que não é boba,
Responde à altura e numa boa.
Sei que a preguiça é pecado,
Mas de inveja, o inferno tá lotado
Já estou ficando incomodado,
Deixa-me, quero dormir sossegado.
Élcio José Martins
RASTRO DE SAUDADE
O homem justo e honrado deixa
Um rastro de saudade,
Em reflexos de pirilampos e paisagens,
Na lua cheia de generosidade,
E nas estrelas coloridas de humanidade.
O homem justo e honrado nos seus caminhos trilhados,
Faz de seus frutos colhidos, partilhados.
O homem justo e honrado é carregado de
Afetos e amores, fazendo
Seu mundo, um tanto mais amado.
Para o justo e honrado,
A amizade corre livre sobre o prado,
O silêncio é um retumbante brado.
Saber ouvir é dádiva e aprendizado,
É sentir o todo, mas decidir pelos dois lados.
O mundo do homem justo e honrado é divino e consagrado,
Por sua sabedoria, é consultado.
Sua verve o faz instado,
Sua justiça perdoa todos os pecados.
Esse rastro de saudade que a alma invade,
Pede passagem na nossa terrena viagem.
O exemplo de bondade e generosidade,
Faz um homem grande, carregado de simplicidade.
Élcio José Martins
MINEIRINHA NAMORADA AFAMADA
Era cedo quando ela chegou,
Um beijo na testa ela me deu.
Pão de queijo ela comeu,
Essa mineirinha come mais do que eu...
Essa mineirinha do interior tem meiguice e ternura,
É uma flor de formosura.
Sem pedir licença meu coração, adentrou,
Com seu sorriso e jeitinho, me conquistou.
Essa mineira é danada,
Deixou minha alma amarrada.
No meu corpo se fez morada,
Hoje posso chamá-la de minha namorada.
Sabe fazer um feijão tropeiro,
Que de longe sinto o cheiro.
Torresmo acaba ligeiro,
Frango caipira ela pega no poleiro.
Minha namorada é prendada,
Em pouco tempo ficou muito afamada.
Meu ciúme anda titubeante à margem da estrada,
Meu medo é que meu coração deixe de ser sua morada.
Élcio José Martins
Eles sabem que me pagam o mínimo
De salário que não chega para pagar
As multas que me aplicam nos casos
De possíveis violações das normas
Que não se coadunam com a realidade!
já conheci seres humanos maravilhosos
Seres humanos perigosos.
Seres humanos humanos.
Mas o pior ser humano é o premeditado o manipulador ,rouba sua energia sua alegria sua vida.
CAMARADA M
Diferente de alguns eu quis ser feliz
Ninguém é maior que a palavra Trazendo o verbo na linha do verso
No pensamento do homem
Onde a mística foi papada pelo jacaré do mas velho
Sem distinção! Igualdade no pão
Só peço amor, amor e mais nada
Não me deixem no berço eu também sou camarada
Na chuva na lama, na fome
eu também sou camarada
Eu também sou camarada
No orgulho desta Angola amarela
Deste preto que carrega a pátria no sangue
No Hastiar da bandeira eu também sou camarada
Eu também sou camarada
Sou gente das gentes
Pioneiro da linda de frente
Com enxada e catana eu também sou camarada
O camarada que nunca trocou a pátria e o continente
Com quitotas duras não abandonei a pátria
Sempre estive aqui!
Um camarada justo e fiel a pátria
Um camarada que não aceito lamber botas
Um camarada que não aceito ser bajulador
Um camarada que não é anonimo
Um camarada de 80 pioneiro de Angola
MISS BRUNA
Na partilha do amor
Com medo de perder em um segundo
Em cada melíssimo viver além do amor
Trocara sua vida em prol dela para o mundo
Amar é o meu forte
Não acreditei na sorte
Acreditei na morte
Sinto um vazio como uma faça que me corte
Amor não é para fracos
Olha a tua casa no mussulo, olhe o seu nome nos barcos
És a filha que me fez ser gente
Foste minha miss e não desta gente
A filha que me fez respeitar e amar o próximo
Brilhando nas passarelas da minha vida
– como foi ótimo Minha beldade minha miss
Minha vaidade … no meu colo eu era feliz
Amavas praia e mar
Amavas areia e mussulo
Todos os dias era seu aniversário meu futuro
Todos segundos sentia o seu respirar
A tua ausência transcende até o calvário do mar
.....continuação
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