Poesias Faceis do Elias Jose
O VIOLÃO EM SERESTA
Mansa noite, seresta ao luar, um cupido violão, românticos e apaixonados, desfilam em ruas e vielas, fazendo mais felizes as donzelas nas janelas.
Meia luz pela fresta dá o sinal, o sono se esvai, o coração palpita forte e a alma em candura se segura.
Aos poucos vai deixando entrar o afinado som da melodia, que acalma, que inebria e aflora o fogo da paixão.
O romantismo, que alucina e arrepia, faz tremular braços e pernas como no frio a zero graus.
As canções escolhidas a dedo, dão o recado como se balbuciasses palavras doces aos ouvidos...
A noção do tempo se perde na poeira da emoção, o sono que virou sonho acordado, corre ladeira abaixo.
Já é quase madrugada. Bate sonolento o relógio da matriz, cinco badaladas, vixe, já é quase hora de levantar.
O romântico violão se cala, passos lentos vão sumindo, a cama vazia à espera para o aconchego do amanhecer. Mas o sonho acordado faz girar a roda em pensamentos salpicados.
Já é hora de recomeçar o dia, uma nova jornada e um novo porvir.
Fica martelando um bate-bate da lembrança misturada com a saudade.
O Romântico violão aguarda ansioso seu retorno triunfante na janela que se abre à meia luz.
O romantismo ainda existe, mesmo que seja apenas em poesia.
Élcio José Martins
ENQUANTO O SONO NAO CHEGA...
O sono não chega,
Só o travesseiro aconchega.
o pensamento não cala,
As lembranças expelem pelos poros da alma.
Da nimbos vem a chuva forte,
A boa pesca depende da sorte.
A distância do amor vai do sul ao norte,
A única certeza da vida é que um dia chegará a morte.
Quem abre a janela vê a Luz e os encantos da natureza,
Pra vencer na vida é preciso sacrifício e muita nobreza.
O dinheiro pode não trazer a felicidade,
Mas a falta dele sempre traz dificuldades.
É mais feliz o homem que faz um churrasco em família,
Do que só, num grande banquete, exibindo a mesa e a mobília.
O sol nasceu para todos,
A sombra é para quem plantou a árvore.
Ninguém sabe o que vem primeiro,
Se é galinha ou se é o ovo,
É justo o governante que governa para seu povo.
O navio depende do mar,
Como o avião depende do ar,
Precisamos do outro para podermos falar,
e muita sapiência para sabermos nos calar.
A terra virgem depende do cio pra semear,
Só na escolha da semente, já sabemos o que vai dar.
Deus fez tudo direitinho,
Fez até a ciência, que está aqui para nos provar.
Os lábios da noite
Os lábios da noite beijaram meus sonhos, sussurrando carinhos. Com o batom da saudade escrevi poesia, desnudando desejos. Na aurora da paixão abri meu coração, deixando ir embora a sofrível solidão...
Élcio José Martins
O julgamento
Todo julgamento é injusto porque são desconhecidas as dores e infelicidades do julgado. Julgar antecipadamente, pode condenar o mocinho, pensando ser o vilão...
Élcio José Martins
CASAMENTO E COMPANHEIRISMO
Casamento é um viver a dois, apesar da individualidade. Um compromisso assumido deve ser mantido, mesmo que o caminho não seja de flores à margem. Com o tempo vira companheirismo, companheirismo também é amor, então, que sejamos os melhores companheiros.
Élcio José Martins
Dinheiro
O dinheiro é para deixar a gente feliz, então, porque brigar por ele, se a própria briga já é infeliz? Se é a felicidade que importa, tá claro que o dinheiro pode constituir valor positivo ou negativo quanto à mesma. Tem certos momentos que o dinheiro é o bem mais barato que temos, basta sabermos comprá-lo ou vendê-lo. Agindo com prudência, bom senso e sabedoria durante o dia, não precisa, à noite, conversar com o travesseiro.
Élcio José Martin
O RELÓGIO
Pode ser de pulso,
Pode ser público,
Na torre da igreja,
Pode ser de parede,
Pode ser de bolso,
Pode ser no celular...
Pode apenas marcar a hora,
Pode ser de corda,
Eletrônico ou automático,
De pilha, bateria, e agora 'IA'.
Pode ser apenas ornamento,
Ou apenas complemento.
Pode estar livre de julgamento,
Ou ser severamente culpado, pelas crises e contratempos...
Marca a hora do trabalho,
Marca a hora do descanso,
Marca a Hora do encontro,
Marca a Hora do amor,
Marca a hora de dormir,
Marca a hora de levantar...
O relógio é uma peça de beleza,
Usa o pobre, usa também a nobreza.
Quando atrasado, não adianta,
Quando adiantado, é teimoso e ocioso...
Mede as horas e o tempo ,
Mede o clima e a temperatura.
Mede a classe social e o desigual,
Mede a elegância e a postura,
Mas, o relógio do tempo de vida terrena,
Não tem ponteiro, nem marcação...
Marca o tempo da alegria,
Marca o tempo da dor,
Marca o tempo da prisão,
Marca o tempo da liberdade,
Marca o tempo da solidão...
Um minuto pode ser muito tempo,
Uma hora pode ser tempo nenhum.
Não é hora de perder tempo,
Não é tempo de perder a hora...
Élcio José Martins
O Silêncio
O silêncio tem duas palavras que o completam, sabedoria e covardia: Sabedoria, quando não se deixa levar pela covardia; Covardia, quando não se deixa fazer uso da sabedoria.
Falar ou calar exige sapiência e perspicácia. É uma decisão com prudência...
Élcio José Martins
TEMPO
O que é o tempo?
O tempo é o que fazemos no tempo que temos tempo. Perder o tempo, e se perder no tempo, é desvalorização do presente de Deus.
O tempo presente é presente;
O passado do tempo é marcado pelas lembranças;
O tempo futuro dependerá do tempo presente e das lembranças do tempo passado...
Deus nos deu a vida e o tempo. Como fazê-los caminhar juntos?
Eis o mistério da vida,
O tempo!
Élcio José Martins
QUEM SABE AONDE IR,...
Quem sabe aonde quer chegar, nenhum obstáculo o fará desistir. Quanto maior o obstáculo mais forte você será, e, estarás pronto para chegardes incólume ao destino traçado;
Quem não sabe aonde ir, segue à risca o que o outro sugerir, deixando à mostra sua fraqueza em decidir;
Quem não sabe qual o caminho seguir, qualquer caminho serve, mostrando que a falta de objetivo pode levar ao caos;
Quem não anda com os seus pés, segue os passos do outro, mesmo não sabendo aonde o outro quer chegar;
Quem tem meta, foco e objetivos claros, facilita o caminho, enfeita o trajeto e alimenta o espírito, dignificando a viagem e trazendo resultados sólidos.
Élcio José Martins
QUERO APENAS
Não quero o céu, quero apenas a beleza das estrelas,
Não quero o mar, quero apenas o barulho das ondas,
Não quero a cidade, quero apenas o encantamento da minha rua,
Não quero de graça o dinheiro, quero apenas poder ganhá-lo,
Não quero carga leve, quero apenas força para carregá-la,
Não quero uma linda casa, quero apenas a harmonia do meu lar.
Não quero sua face, quero apenas o seu sorriso,
Não quero seus olhos, quero apenas o seu olhar,
Não quero seu coração, quero apenas poder ouvi-lo,
Não quero todas as mulheres do mundo, quero apenas a mulher que amo!...
Élcio José Martins
RESSACA BOA
Final de ano de muita festa,
De comida, bebida e seresta.
Não tem hora pra acabar,
No outro dia, nasce a ressaca que vai ficar...
Tem a ressaca boa,
Que a gente ri à toa.
Tem a ressaca da consciência,
Que vem repleta de advertência...
Tem a ressaca da bebida,
Do licor, da cachaça e da birita.
Tem a ressaca malvada e atrevida
Que pega muta gente, deveras desprevenida...
Tem a ressaca do vexame,
Por quebrar o vasilhame.
Tem a ressaca de doer,
E só o analgésico tem poder...
A cabeça tá doendo,
E o intelecto tá fervendo.
Por saber o que está acontecendo,
Aquece o pensamento e vem de sobra o arrependimento...
Vai ser a última, está prometido,
Nem que das palmas venham o alarido.
O arrependimento faz juras e a alma chora,
Só Deus na causa da promessa que se faz agora,..
Final de ano é alegria,
Encontro de mãe, pai, irmãos e tia.
Amigos por afinidade e simpatia,
Dançam ao som e no tom da melodia...
É momento de encontro,
Até com o direito de ficar tonto.
É permitido sair do ponto,
Declamar poesia, poema e conto...
Essa ressaca boa não tem preço,
Vem recheada de muito apreço.
Tem fim, tem meio e tem começo,
Só não pode esquecer o endereço...
Fim de ano é de alegria,
Da caridade e do amor que irradia.
Fim de ano é o momento do bom encontro,
Não importa o exagero, é permitido passar do ponto...
Élcio José Martins
Viajando!...
Viajando pelas entranhas da consciência,
Encontrei amores, desamores, alegrias e horrores.
Encontrei pessoas que me fizeram feliz,
Encontrei outras que, por momentos, fizeram minha vida infeliz.
Quando nasci não recebi um mapa ou manual,
Apenas beijinhos e afetos. Falavam que eu era o tal.
Mas foi apenas recital,
Quanto mais a idade foi passando,
Mais percebia quanto na vida tinha, de bom e de mal.
Primeiro vem o aprendizado da convivência. Aprendi como ser ético e educado,
Devia fazer não o que queria, mas o que fui treinado.
São loucos e ignorados aqueles que deixam a tal educação de lado,
Minha prisão não tem portas, mas vivo sempre vigiado.
As regras e Leis devem ser seguidas à risca,
Às vezes não há permissão de voar, nem mesmo numa obra artística.
Sempre haverá alguém a me dizer, o quê e como fazer,
Sou livre nos limites da razão, da ética, da moral, da educação e o que o Estado me disser.
Com o tempo a gente vai descobrindo as razões de tanta gente nos porões,
O orgulho, o ego, a ganância, a insensatez e a maldade, explicam os senões.
Aprendemos desde cedo sobre competição e ter a melhor profissão,
Esquecemos de aprender sobre a alma humana e o amor no coração.
Aprendi a dar a injeção, mas não a dor que ela causa;
Aprendi ganhar dinheiro, mas não o que eu realmente preciso;
Aprendi ser o melhor profissional, mas não aprendi como ser uma pessoa melhor;
Aprendi a negociar, mas esqueci que ter lucro não é diminuir o outro;
Aprendi sobre os valores materiais, mas não aprendi sobre valores humanos.
As regras existem por que não aprendemos a viver em liberdade plena.
Por que as regras existem?
Élcio José Martins
FINADOS
Dia de Finados é para lembrarmos e rezarmos para os mortos;
Para lembrarmos que a vida é finita;
Para lembrarmos que, ao nascermos, recebemos um carimbo oculto com data de validade;
Para lembrarmos que a morte é precisa, a única certeza da vida.
Nascemos para morrermos, isto é verdadeiro.
Viver é passageiro, e, a maneira de viver é de cada um. Um livre arbítrio ou apenas uma escolha.
Deus nos deu a vida com início, meio e fim, mas não nos disse como devíamos vivê-la...
Cabe a nós, descobrirmos os porquês da existência, da finitude da vida e a razão em si mesma;
Cabe a nós, enveredarmos pelo caminho da felicidade, porque é o nosso poder de escolha. Escolher algo diferente é masoquismo, pois, a data de vencimento, que limita o nascer e o morrer, é uma folha em branco onde chancelamos a nossa história.
Só seremos felizes quando nos vestirmos de uma roupagem nova, de um novo colorido;
Só seremos felizes quando jogarmos fora as roupas velhas das lembranças empoeiradas;
Só seremos felizes quando entendermos que a vida foi e é o maior prêmio em vida;
Só seremos felizes quando entendermos que a vida é a própria razão em si mesma.
Élcio José Martins
A VIDA É COMO O RIO
A distância e o tempo do rio entre a nascente e a foz independe da velocidade da água; assim é a vida, nenhuma correria mudará a distância e o tempo da caminhada, então, é preciso regular o passo, erguer a cabeça e embebedar-se das belezas à margem da estrada...
Élcio José Martins
NINGUÉM SABE TUDO
Por mais sábio que seja, ninguém pode saber tudo.
Uma simples pergunta ao homem do campo é respondida de pronto, mas de difícil resposta ao homem da cidade. Cada um no seu quadrado. Os conhecimentos são direcionados de acordo com o meio e as atividades de cada um. Por esta razão é que devemos respeitar o nosso semelhante sem menosprezo, pois, ele pode nos dar um banho com sua sabedoria. As experiências vividas trazem em seu bojo conhecimentos jamais apreendidos nos bancos escolares. Saber muito não é saber tudo, mas ser humilde em aprender, abrirá a mente para novas descobertas.
Élcio José Martins
PRIMEIRO DE OUTUBRO - DIA INTERNACIONAL DO IDOSO
Idoso é um ser teimoso,
Vaidoso e amoroso.
Tem tudo pra ser gostoso,
Conversar com ele é muito prazeroso.
Idoso tem tempo de sobra,
Tem tempo passado,
Tem tempo presente,
Tem tempo pra ele e
Tem tempo pra gente.
Idoso é um ser contente,
Às vezes, até vidente.
Já deixou de ser previdente,
Tudo ficou na saudade,
Até a terrível dor de dente.
Idoso é um ser especial,
Nada de triste e nada de mal.
É alegria no ano novo e Natal,
Nas festas da família, ele é o tal.
Idoso é um ser fantástico,
Às vezes lunático, enigmático,
Por vezes, sistemático.
Há o idoso problemático,
Mas há o terno, o doce e o carismático.
Idoso venceu o tempo,
Não deu tempo ao tempo.
Nunca ficou sem tempo,
Porque o mais importante foi o
Tempo que ele deu ao seu tempo.
Élcio José Martins
PRIMAVERA
O SOL, A CHUVA, O VERDE!
É chegado o momento
Do sol, dar lugar à chuva,
A abençoada chuva,
A água benta da vida!...
A natureza lúdica, plácida e translúcida,
Faz reforçar a fé. É o criador que fomenta e cuida!
O verde retorna à mata mansa,
Como o porvir, que traz luz, esplendor e esperança...
É a pluma leve e calma que molha a terra virgem ansiosa para receber a semente;
É a obra divina que ameniza o calor, traz o frescor e cuida da mente da gente.
É o fluido que alimenta e fomenta a sede do rio,
É o líquido sagrado que preenche o vazio, sacia a sede e faz navegar o navio...
A água benta da chuva traz o cheiro gostoso da relva molhada,
Faz o barulhinho poético nas goteiras sobre a calçada,
Faz brilhar a orquestra sinfônica das aves na alvorada,
faz mais belo o crepúsculo da manhã abrindo a nova jornada...
A chuva faz renascer o verde,
O verde da árvore da vida,
O verde da esperança, da alegria e do sorriso,
O verde da fé, da natureza e do paraíso...
O verde brota em sonhos e encantos,
Renova a melodia no cantar dos pássaros felizes e românticos,
Torna mais doce e apaixonado o beijo amante,
Exala o amor do perfume que se faz brilhante...
O verde rejubila nas folhas livres, irradiante!
Um momento esplêndido, vivo, marcante!
É o céu que desceu abraçando e abençoando a terra,
É criador e criatura, unidos e uníssonos, escrevendo esta obra divina, sagrada e poética...
Élcio José Martins
NUMA MESA DE BAR
Numa mesa de bar é lugar de amor e companhia,
De relaxar a mente e vestir-se de alegria,
De afogar as mágoas, estancando a hemorragia da hipocrisia,
Mesmo desafinado acompanhar e melodia...
Ali é lugar da boa conversa,
De elevar o espírito no romantismo que versa,
De bebericar a marvada, a melindrosa e a perversa,
De ficar tontin, tontin, com a mente mais extroversa...
De molhar as palavras e divagar no pensamento,
De contar história e suar contentamento,
De compartilhar ideias e sair do isolamento,
Fantasiar um sonho como se fosse o alimento...
Numa mesa de bar o papo flui e de tudo se fala,
Alguns falam pelos cotovelos, outros, a língua trava.
O mais acanhado às vezes se cala,
Mas depois de alguns goles a palavra se destrava...
Numa mesa de bar muitas histórias são contadas,
Algumas repetidas sentam à mesa requentadas.
Fala-se do amor que queima quando se perde a pessoa amada,
Do segredo mais oculto estampado na toalha molhada...
A bebida corre mansa como égua no cio,
Corre ladeira abaixo como a água na ribanceira do rio.
Deve ser bem gelada, com gelo e limão,
Tomada com jeitinho, no ritmo das batidas do coração...
As cascatas de uma fala mais firme e contundente,
Gera aprofundamento na raiz e na semente.
Bar não é lugar de ir só, somente,
Necessita de amigos, companheiros e boa gente...
Bar é lugar de gente e da gente, de ficar feliz e de sorrir contente.
No bar até o filósofo come do prato quente.
O sábio argumento vibra forte e eloquente,
O mau argumento queima a língua, destempera e dói o dente...
Bar é lugar do violeiro e do cancioneiro,
Do amigo fiel e do fiel companheiro.
Lugar do americano, do europeu e do brasileiro,
Do remédio que cura a alma, receitado no mundo inteiro...
ÉLCIO JOSÉ MARTINS
Na penumbra da noite
Na penumbra da noite, quando os raios solares se põem a dormirem, surge a noite, linda, deslumbrante;
A lua, companheira inseparável, dá o toque final;
Chega a hora do descanso, dos encontros, da nostalgia e dos enamorados;
Mais um dia passou, mais uma noite chegou. Eis o mistério que nos indaga e nos ensina.
Boa noite!!!
Élcio José Martins
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