Poesias de Robert Louis Stevenson
Parceiro Mar...
Gostaria muito, agora, de uma fugida,
sem olhar pra trás e sem hora pra voltar,
abduzido pela majestade de um parceiro dos meus pensamentos,
o velho e renovado Mar,
que me acolhe e concede o ouvir de todo o meu silêncio,
acarinhado pela melodia de suas ondas que,
ao quebrarem na praia,
salvam meus desejos rabiscados na areia,
guardando-os pra sempre,
o tempo passa depressa demais ,
haverá tempo pra, sem medo, mergulhar?
Desde sempre...
ontem, hoje, amanhã,
o que ficou, o que fica, o que ficará?
sempre esteve, está, estará,
na sua ausência é gostosa sua presença,
seu cheiro, seu olhar,
creia, nunca houve o nada,
você está presente desde sempre,
sabia-te, logo esperei,
no nosso caso nunca houve o acaso,
tinha que ser,
foi,
é
e será...
Morte em vida...
Ao longo dos tempos quantas definições do que é amor e o que é amar foram intensa e desesperadamente buscadas, elaboradas, racionalizadas, sem que, até hoje, felizmente, fossem encontradas.
Poetas, filósofos, cientistas, pessoas simples, gente comum, de todas as raças, cada um a seu jeito, já viveu e falou de amor e já amou em verso, prosa, mímica, gestos, olhares, tato.
Surdos e/ou cegos, como ninguém, falam e sentem amor.
Por amor, indiscutivelmente, parece haver uma certeza, não há limites.
Como é amar alguém por toda uma vida, mesmo sabendo não ser amado ou, ao contrário, nunca saber que foi, é, e sempre será amado?
Há pelo mundo tantos que, após algumas despretensiosas trocas de palavras passam a se amar à distância, conjecturando como o outro deve ser, e, inexplicavelmente, perpetuam uma forma de amar que suporta a ausência.
Amor é um sentimento que nunca terá uma dimensão definitiva.
A felicidade proporcionada por um amor verdadeiro, após períodos extensos de tempo, pode acabar em indiferença, sem razão.
Amor unilateral traz um sofrimento que nem sempre tem fim, muitos não resistem e perecem, aceitando uma morte em vida.
Por enquanto, apenas por ora...
Indiferença...
Acordam, ainda respiram, se tem, tomam o café da manhã e, em seguida, se podem, buscam um banho.
A pé, de ônibus ou metrô enfrentam o desafio de chegar ao trabalho ou por mais um dia em busca dele continuar.
Convivem com a fome enquanto tantos, enfastiados, não sabem o que escolher.
Supermercados e restaurantes descartam comida boa todo santo dia.
A noite chega, lá se foi mais um dia, igual a tantos outros que já se foram e, indiferentes, seguimos.
Não nos importamos mais, estamos nos deixando envolver pela indiferença.
Alguém, sem alarde e como sempre, prestando atenção, oferece um prato à mãe e seu filho que, constrangidos, agradecem e procuram um canto, escondidos saciam a fome de horas.
Erros e acertos fazem parte de quem tenta realizar, não há certezas, a não ser a finitude que, dia-a-dia, se aproxima e com ela a paz do que se realizou ou se arriscou a fazer ou, pior, sequer saber que não se fez nada.
Calmaria...
Quando tudo parecer ruir, especialmente em seu íntimo,
insista em acreditar que ainda não é tempo,
e nem se perca em saber o quanto te sobra,
deixa e não dê ouvidos ao seu conhecido vazio,
procure se há por perto ainda um sopro de ar pra
chispar dessa calmaria que,
não só teima em voltar,
sorrateira,
insiste em ficar,
ou, atente,
pode nunca ter ido...
Todos os filhos serão recolhidos...
Ambiente de absoluta escuridão parece mais um lugar de nada, há um vento frio e uma garoa incessantes e, ao fundo, ecoam estridentes vozes, algumas poucas a gargalhar, a maioria é de gemidos e prantos convulsivos, há tantos pedindo socorro meu Deus, legiões de seres com as mãos estendidas, vagueiam e tateiam nesse breu uma saída, alguém que os ouça.
Em meio à atmosfera tão densa alguns emitem débeis sinais de luz.
Há uma caravana de socorristas à espera dessas luzes pálidas, vieram em busca de mais uma pequena e significativa leva de seres em maturação.
Agora, com cuidado, delicadamente iniciam feliz colheita, um a um, são envolvidos em mantas aquecidas, recebendo fluídos ainda necessários que aliviam em parte seu intenso desconforto e sofrimento.
Com os acolhidos dessa exitosa missão a caravana parte para o pronto socorro mais próximo onde outros irmãos, em prontidão, estão para sequenciar o amparo designado.
Quantas incursões mais serão necessárias sabendo-se que milhares ainda ficaram?
Não importa, nenhum filho de Deus será esquecido, há, contudo que se respeitar as leis divinas, cada um no seu tempo, o mérito é individual e coletivo.
Paz e serenidade.
Confia...
Coração pequenino, apertado e em total descompasso, entre tantas palavras faladas, ouvidas e mal compreendidas, lembra-se de receber a notícia de que um ente frágil e querido está acometido por doença grave e incurável.
Foi-se lhe então todo o chão, os planos, não sabia mais o que pensar, esperava que Ele a ouvisse em suas preces e permitisse uma cura, era sua esperança, sem ela não sabia o que seria.
Desde então só enxergava vultos ao seu redor, tudo e todos estavam em cinza, nada parecia real.
Pedia e repetia a Deus, o que fazer diante dessa tragédia?
Sempre acreditara que nada nessa vida é por acaso, mas e agora?
Só sentia o medo e a dificuldade em aceitar, ciente estava que situações assim ocorrem diariamente para com muitos mais, afinal somos todos iguais, pobres ou ricos, não importam as crenças, certeza apenas de que a presença Dele, em quaisquer circunstâncias, é sempre certa.
Suplicava ajuda e admitia não estar conseguindo praticar os ensinamentos aprendidos, dentre eles o de, em qualquer dificuldade, Nele confiar com a fé inabalável e que esses momentos são oportunidades para praticar o desapego, sabendo ser essa vida apenas um lampejo necessário ante a eternidade que se seguirá.
Passado algum tempo ainda se percebe pensando em como tudo poderia ser diferente, mas um sonho recorrente, ambientado sempre num lugar diferente, a espera em cada adormecer, já estivera num hospital, numa escola, ouvindo palestras e orquestras.
Desta vez, logo após acordar, lembra-se da paz e conforto numa ampla e vistosa planície com brisa suave e o nascer do sol e a palavra que vem e vai, confia!
Paz e serenidade!
Histórias de amor...
Não tem início no tempo,
apenas já existiam,
afloram sem muitos porquês,
seguem um curso que suporta obstáculos,
não importa quão tortuosos sejam os caminhos,
a força que as move se revigora em
delicados sinais,
quando do sono agitado um único desejo,
um breve momento ameno e tranquilo,
quando da dor intransferível a presença
com o abraço e o colo que aliviam,
quando das crises naturais e humanas,
o recomeço ao amanhecer de um novo dia,
histórias de amor verdadeiro não se explicam,
nem sempre fáceis, são escolhas possíveis.
Seu rosto, seus olhos...
Seu rosto vive em minha mente,
luto contra o tempo para não esquecê-lo,
espalhei pelos cantos preferidos
cópias em vários tamanhos das
poucas fotos que restaram,
as primeiras mostram seu jeito acanhado,
com suas mãos escondendo parte de sua face corada
e seus cabelos de propósito desarrumados,
gosto de todas, mas há uma especial,
a que registra seus olhos expressivos e delicados
que me diziam tudo que eu precisava...
Já não há...
- Por favor, diz-me, agora, quanto você quer de felicidade?
- Ah, assim, do nada, sei lá...
- Por favor, diz-me, agora, quantas pessoas você quer bem?
- Tenho tantos amigos...
- Por favor, diz-me, agora, quando foi que disse amar alguém?
- Hoje mesmo, quando...
- Por favor, diz-me, agora, quando sentiu amor por alguém?
- Gosto de tanta gente...
- Por favor, diz-me, agora, dizer e sentir amor é igual?
- Acho que...
- Por favor, diz-me, agora, aceitaria não pedir nada em troca?
- Não sei...
- Por favor, diz-me, agora, quando foi que chorou de amor?
- Não me lembro...
- Por favor, diz-me, agora, o que te faria renunciar?
- Abrir mão assim, sem...
- Por favor, ouça-me, agora, não tenho dúvidas, amo você desde sempre, não senti-la e ouvi-la, longe ou ao lado, por um minuto, por um dia, por toda uma noite, seria um desafio e nem quero pensar nisso, acredito que nada é por acaso, não podemos tomar posse de pessoas, mais ainda de quem gostamos ou, em especial e de verdade, amamos, quando pedirmos provas de amor ele já não há...
- Por favor, diz-me, quando puder...
- Ah...
Mantas da vida..
Quando inquietos, o que hoje não é raro, talvez estejamos a buscar sentidos no que ainda se faz oculto, mas está presente em nossa caminhada.
Difícil, mas necessário aprender com o tempo que o melhor é não escolher atalhos afoitamente, embora aparentem encurtar caminhos, apenas ensejam e alimentam a ânsia de chegar mais rápido, onde estão nossas entranhas para lá nos fartarmos de todos nossos segredos.
Apenas engano, necessário jornadear por onde tem que ser, assuntando os sinais, sons e cheiros que, por menores e supostamente desconexos que sejam, na verdade são significativos retalhos das mantas das vidas, estas sim, entrelaçadas com um único fim que ainda desconhecemos...
Até breve...
Sabia que era adeus,
preferia até breve,
ausências anunciadas
que não deveriam nunca ser,
mas o olhar confessa,
não tem como esconder,
ficam os dias e as noites
que se foram, mas
estarão sempre por perto,
nunca será passado...
Luar no Alasca...
ontem,
inquieto,
precisava arejar as ideias batidas,
dar uma fugida,
então dei um pulinho ali,
no Alasca,
lembrei de você e te trouxe uma pequena lembrança,
a lua estava por lá,
e não permanecia apenas bela,
é minha segurança e certeza de,
com ela,
reencontrar um tempo que assegura o ontem,
com o desejo de continuar para sempre...
A minha andorinha nunca será presa em uma gaiola; Eu a amarei tanto que nunca surgirá no coração dela o desejo de partir, apesar de ser livre para ir;
Quem ama jamais aprisiona;
Quem ama conquista a pessoa amada todos os dias.
Amigos Irmãos
Não me sinto sozinho nesse mundo por que tenho vocês e somos amigos, juntos dividimos alegrias tristezas e nossos percalços da vida.
Passamos por momentos inimagináveis inexplicáveis e inesquecíveis, mas onde quer que eu esteja vocês estão no meu coração e quero agradecer a Deus e pedir saúde para todos que nos mantenha unidos como somos.
Amigos seremos para sempre.
Recomeçar é uma escolha...
contidas nos calabouços da mente
nossas emoções são como vulcões,
intensas energias forçando uma saída,
assim como as águas a contornar obstáculos
e que não se permitem parar,
nos exprimimos ora de forma suave e saudável
ou de maneira rude e desequilibrada,
desnudando a ignorância de nós mesmos,
nos assemelhamos aos cataclismos da natureza,
que não acontecem de súbito,
pois que vivos e em constante evolução,
razão para o entendimento de quem somos,
tarefa de toda uma vida,
com uma única afirmação possível,
recomeçar traz aprendizado e é uma escolha diária,
a cessar de vez após um último olhar,
findando-se num breve e lento suspirar,
amargo ou de paz...
Não tenha medo do que pode acontecer ou do que se foi e talvez possa não voltar. Porque quem tem medo, tem saudade, tem raiva.. O medo sempre tem o prazer em te perturbar!
Por: Silvia Godoi
O vento sopra,
Contorce as árvores,
Os pássaros param de gorjear,
Esperando que passe a grande tempestade.
Após o meio dia pássaros e aves faziam a festa nas copas das árvores,
Os cabritos brincavam nos terrenos das casas.
Quando, menos se esperava, uma nuvem escura cobre os céus,
E o mundo escurece parecendo noite.
A ventania tão forte, que contorcia as árvores,
E assobiava nas cumeeiras das casas, derrubando suas telhas.
Os Relâmpagos, com seus raios luminosos em todas as direções.
Os Trovões, ensurdecedores transformavam a tempestade em um grande pesadelo.
Os pássaros silenciaram e os animais procuravam abrigo.
As senhoras abriram seus oratórios, apanharam seus rosários e se prostraram de joelhos a rezar pedindo proteção aos céus.
A enxurrada abria valas de monte abaixo,
O ronco das correntezas torna-se fantástico.
A expectativa é total.
Passado um tempo a bravura do vento e da trovoada se calava,
A claridade surge novamente,
Os passarinhos voltam a subir nas copas das árvores.
As janelas das casas se abrem.
E no céu surge o anúncio da decomposição das cores:
Aparece um lindo arco-íris.
Feliz ao imaginar:
Mesmo que incompreensível, sorrir afasta os males, cativa os infelizes, espantando, desse modo, a caótica nostalgia. Afortuno-me ao vislumbrar o paraíso imaginário advindo da demência subjetiva. É excitante beirar-se pelos inacabáveis caminhos das almas, atribuído de vastidão alucinante. Existem ainda, inconsequentes bitolados que denegam a existência desse orbe. Quanta ignorância. Limita-se na realidade tangível, tornando-se escravo desta. Para Libertar-se da impureza do desconhecimento é saudar, com louvor, o fictício criado por si.
A maioridade de um homem não se dá aos 18 ou 21 anos!
Um homem atinge a maioridade quando descobre que é de aço!
Quando percebe que o "medo" nunca existiu!
Quando seus conceitos implantados culturalmente encontram a total falência!
Quando olha e não enxerga máscaras!
Quando não dá mais importância para o óbvio!
Quando descobre que ser tolo é chique!
Quando se realiza com pequenas coisas!
Quando não para de "tentar" ser feliz!
Quando simplesmente, VIVE!