Poesias de reflexão
Sim, Não Existe: É
Os homens têm quebrado seus malhos
sobre a bigorna
do entendimento de Deus.
Têm queimado sua razão,
ralado seu intelecto,
torturado seu coração,
erguido torres,
inventado oráculos,
mediunidades
para chegar ao céu,
aos píncaros do Sonho-Quem.
Mas o infinito
continua maior
que o finito —
o homem não pode achá-Lo,
simplesmente porque Ele não existe:
Deus principalmente É —
por dentro e fora,
matéria e sonho,
em tudo, sobre tudo
e em bem mais de quanto existe —
aquém, em meio e além:
Deus não existe: Deus É.
LA
Processo Agônico
Enquanto o universal Corpo Humano
laboratoriza o tal Corona,
trabalhemos e oremos
para a sua reação de auto-imunidade.
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Assim como o Corpo de Cristo
tem por modelo as virtudes do Filho,
o Verbo Santo, Deus Encarnado
em que cada membro edifica esse Corpo
para que juntos se imunizem e triunfem
sobre o Mundo de César, 
mundo do luto e do poder mamônico —
assim também ocorre com o Corpo Físico da Humanidade:
urge que ele se laboratorize ( pela inteligência
e perfeição que lhe são natas ) —
a fim de que se reorganize e triunfe
do desastroso acometimento.
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Durante esse processo agônico,
demo-nos as mãos, trabalhemos e oremos.
LA 18/03/2020
Um Tilintar De Prata...
Um tilintar de prata, um quê de rosa,
aquela voz caía fundo em alma,
brisa morna através de fina palma,
murmúrios a luzir poesia em prosa.
Um tilintar claríssimo, uma glosa
de fino repentista em tarde calma...
o escorrer pelo rosto de uma lágrima,
uma lembrança entre azul e rosa.
Finos talheres que jamais usei,
taças cantando um sonho cor de vinho,
voz hialina dizendo o que não sei.
A rosa, a prata, a voz: esse o caminho —
lembrança sazonada de um outono
caindo como folha ao abandono.
LA
Feminezas 
A vida é bela pelas estranhezas,
pelo seu lado sempre inapreensível —
seu visível que esbarra no invisível,
seus real irreal surreal e realezas... 
Você também com suas feminezas
mostra de quem é filha em alto nível —
sim, é o poema mais intraduzível
que já se fez em surtos de grandezas... 
Entre você, Mulher, você e a Vida,
qual é a mais difícil de entender,
ou mais fácil de ser compreendida? 
Entre você, a rosa e o agudo espinho —
qual nos machuca mais para colher
os sonhos que molhamos em seu vinho?...
LA
O ser apenas 
se transparece
pela poesia.
Pela razão
jamais o ser
se descortina —
só nos achamos
ao nos perdermos
na poesia —
que é achamento
pelo espanto —
espanto-encanto.
LA
Tenho Ainda... 
Tenho ainda metade de uma taça
da nossa última conversa: o vinho
que vai tecendo e modelando o ninho
de um sonhar lá num tempo que não passa...
Sim: tesouro que o tempo nem a traça
hão de comer: guardado num cantinho
em alma-coração, lá no escaninho
de uma lembrança de alegria e graça.
Tenho ainda metade de uma taça
daquela madrugada em plena praça
em que tu musicavas um jardim...
Tenho ainda metade de uma taça
dos momentos de um sonho que, se passa, —
há de passar sem conhecer um fim.
LA
É impossível ao homem ser sozinho,
tal sentimento é enfermidade
de quem não sabe diluir-se
e transpassar
a permitir integração.
A vida é um grande brinquedo
que foi dado a nós crianças.
O brincar desse brinquedo
são as nossas esperanças.
LA
Uma tarde ela me flechou
com aquele olhar
e sorriso de Mona Lisa...
Não deu outra —
amassamos a grama
do seu jardinzinho.
LA
Madrugadinha Nina me ligava...
eu voava e caía entre ela...
e a gente rachava lenha
até domingo ficar rindo,
ficar rindo como Buda...
LA
Você percebe que ficou velho
quando a moça bonita ao lado,
no consultório, no metrô...
se levanta... e com um sorriso,
um sorriso de matar —
lhe oferece o lugar.
LA
Sexta à noite ela me disse
que não mais me admirava... não mais me amava...
Daí a uma hora veio —
foi um frege danado...
Perguntei-lhe por que me havia dito aquilo,
disse que era pra incendiar os afazeres...
LA
Quando bebo algum líquido
já me lembro de Baumann...
e aproveitando a lembrança,
bebo mais meio copo.
LA
Você
Você é musa, é nume, enlevo,
é sentimento aberto em flor,
é pensamento em que me elevo.
Você é mar em que navego,
você é sorriso interior,
você é porto a que me chego.
Você é regato em luz e graça —
que flui, reflui mas que não passa.
LA
Débora
Quando garoto lambuzei
meu corpo e alma no teu mel —
me lambuzei qual nenhum rei.
Eras bem mais experiente
e me levavas ao teu céu
com uma carícia de nubente.
Foi tanto mel, mas tanto mel,
que ao me picares nem doeu.
LA
Uma Ternura...
Uma ternura ainda menina
a lhe brotar do corpo esguio —
leveza em haste de bonina.
Passou-lhe o tempo, ela ficou —
qual as atuais águas do rio —
do rio que passa-e-não–passou.
Há nela um brilho: uma beleza
maior que o tempo e a natureza.
LA
Quero Imitar...
Quero imitar em áureo verso
suas sandálias a cantar,
cantarolar em tom diverso —
saltos que falam, falam alto
pelas calçadas par a par —
saltos em dueto salto a salto.
Faça-as cantar, menina, estale-as,
faça cantar suas sandálias.
LA
Eu Te Faria...
Eu te faria um belo poema
se já não fosses a poesia
que me acompanha em vário tema.
Para te achares nos meus versos,
vai pela trilha da alegria
e te verás em tons diversos.
Ah! Toma, escuta esta canção,
nela ouvirás um coração.
LA
Foram Vindimas...
Foram vindimas e vindimas
quando eu andava em tua vinha
em outros sóis, em outros climas.
Depois nascemos numa ilha...
e o nosso barco ia e vinha
até quebrar a sua quilha.
Hoje, aqui estamos, minha nega,
e o nosso amor nos basta, e chega.
LA
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