Poesias de Pedro Bandeira Mariana
Ele: O que te faz feliz?
Ela: Me faz feliz saber que você existe, mesmo não sendo meu, saber que voç ta bem, ouvir a tua voz, ver seu sorriso, ver seus olhos a me olhar. isso são pequenos atos que me fazem feliz.
Deus me fez um coração intenso
que pulsa, ama e chora
Deus me fez um coração presente
que espera, permanece ou volta
Deus me fez um coração amigo
que escuta, conforta e apoia
Deus me fez um coração antigo
que sangra, cicatriza e recorda
Deus me fez um coração sensível
que sente, vibra e toca
Deus me fez um coração valente
que enfrenta, dói, mas suporta
Deus me fez um coração pequenino
Que esquece, perdoa e ora
Deus me fez um coração repleto
Que deseja, se espalha e adora!!!!
Noite Morta
Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.
Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.
No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.
O córrego chora.
A voz da noite...
(Não desta noite, mas de outra maior.)
Cantiga de Amor
Mulheres neste mundo de meu Deus
Tenho visto muitas — grandes, pequenas,
Ruivas, castanhas, brancas e morenas.
E amei-as, por mal dos pecados meus!
Mas em parte alguma vi, ai de mim,
Nenhuma que fosse bonita assim!
Andei por São Paulo e pelo Ceará
(Não falo em Pernambuco, onde nasci)
Bahia, Minas, Belém do Pará...
De muito olhar de mulher já sofri!
Mas em parte alguma vi, ai de mim,
Nenhuma que fosse bonita assim!
Atravessei o mar e, no estrangeiro,
Em Paris, Basiléia e nos Grisões,
Lugano, Gênova por derradeiro,
Vi mulheres de todas as nações.
Mas em parte alguma vi, ai de mim,
Nenhuma que fosse bonita assim!
Mulher bonita não falta, ai de mim!
Nenhuma porém, tão bonita assim!
...Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto...
Fecha o meu livro se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto...
Que as cores nasçam pelo caminho
das almas perfumadas de flores.
Que a alegria seja a primeira a nos atingir
pelo sorriso de um amigo.
Que a amor encante nossos corações,
eterna música!
Que a paz desça sobre nós
sereno da noite, orvalho das manhãs.
Que a paciência seja brisa que acalma
calor intenso e errante.
Que a perseverança seja nossa guia
nas trilhas abertas pelos sonhos.
Que a vida seja sempre vivida,
milagre puro, divino!
Na dúvida, vista Amor
Para toda e qualquer ocasião
No trabalho, na rua, no mercado...
Com os amigos, filhos, marido ou namorado
combina com afeto, sorrisos e gratidão
Nunca sai da moda,
faz bem à alma e ao coração
dos que estão a nossa volta,
mas também dos que não estão...
daqueles que conhecemos,
dos que encontrarmos pela primeira vez,
e daqueles com os quais nos desentendemos
gera nova energia, rompe a timidez.
Amor combina com tudo
Transforma tudo
Renova tudo!
Na dúvida, vista Amor!!!
Hoje eu vou de los hermanos
Porque a fé me abandonou e eu sou condicional
Sou meio velha e meio moça, procurando sempre uma flor, um outro alguém, um último romance...
Hoje eu vou de Los hermanos e deixa estar pois ninguém é mais sentimental que eu. Mesmo que isso não me torne um cara estranho hoje eu vou de Los hermanos!
Vou me vestir de pierrot pra cantar mais uma canção, vou deixar o verão pra mais tarde, fazer uma nova descoberta e me despir de todo esse azedume
Vou ver além do que se vê e não vou me arrepender por isso pois faltam menos de onze dias pra eu voltar pra casa e hoje, quem sabe, alto aqui do sétimo andar, já não me sentirei mais tão sozinho, hoje eu encontro um par, pois veja bem, meu bem eu serei um vencendor!
Pois é, adeus você que fica e lê que eu vou farrear, a morena aqui, à palo seco, hoje vai de Los hermanos!"
Amar alguém é muito mais do que o desejo desenfreado de
um abraço, de um sorriso, de um olhar. Abraços, sorrisos, olhares nos satisfazem, mas e o outro? Amar é pensar no outro. Amar não é possuir, antes, é servir a quem se ama. Quem verdadeiramente ama deve deixar seu amor livre para suas escolhas, mesmo que talvez isso nos entristeça. Só quem verdadeiramente ama é capaz de abdicar da própria felicidade pela felicidade alheia.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero saber de lirismo que não é libertação.
"A aventura da Alma Gótica – Parte VII de um dueto com o Músico Petrificado":
Destino: Apesar dele e a favor dele...
O violino em flor, enfim, volta ao seu dono,
Legítimo por direito, legítimo por saber conduzi-lo.
À Alma resta a espera pelo fim do outono,
O cair da última folha vermelha em brilho
Ao tilintar do vento, em canção de ninar aos ouvidos.
Alma saberá que o inverno
Resguardará sua terra, seu abrigo.
Até o momento em que o Músico Petrificado regressar,
Encerrar com tão longa espera,
Acordar com sua canção de primavera
Todos os campos de margaridas.
E assim, nascerão novas flores,
Em outras bocas de penhascos
Para que infindável
Adorne antigos e novos amores,
Resgate esperanças perdidas,
Cure sinceras amizades feridas.
Continue Músico Petrificado!
São muitos os que aguardam
Para ter uma canção preferida...
Que o caminhar de hoje nos conduza
Por entre nuvens sublimes.
Nuvem que esqueceu de subir
E ficou por nos envolver
Acariciando nossos sentimentos,
Embalando nossos mais doces sonhos.
E ao registrar nossos maiores desejos
Enfim, suba ao mais alto dos céus,
Como uma prece, como um perfume.
E leve, leve, leve...
Venha descobrir meus mistérios
Venha conquistar em mim
O que já lhe pertence
Venha saber o que eu já sei.
Vem!
Basta um simples toque
E você vai sentir...
Sentir-me, saber-me, querer-me
Como se eu fosse
A única coisa necessária
a ti neste momento.
Agora vem,
Venha me amar!
Se eu partir
não fique triste...
Não será eterno...
Por aqui nada
é infinito...
Nem mesmo
a partida...
Nos veremos
novamente...
Acredite!
Antigo Jardim
Num mundo distante
há tempos esquecido
um velho baú trancado:
Sonhos e segredos perdidos...
No antigo jardim solitário
O rio guarda a lágrima errante
que se perde, que se encontra
Quando menos se espera: o instante.
Face à sombra que bem se mostra
Quem dera antes fosse luz exposta.
Publica-se a alma. Declara-se o sonho.
Sentimento esmaecido
revela-se doente e ferido,
Abraça por hora teu anjo
que em seu coração a chave lhe entrega
E ao deleite de um fino arranjo
em sussurros a névoa dispersa.
Voe para além da montanha...
Desperta! Recupera o tempo ofendido,
Renove a face de tua esperança
E acredite: ela é maior e vai além,
Além de um mundo distante...
Madrigal tão Engraçadinho
Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na
minha vida, inclusive o porquinho-da-índia que me
deram quando eu tinha seis anos.
Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
Para pensar
Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar, apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida, para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo, e de novo, quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa.
Nota: Erradamente atribuído a Mário Quintana, trata-se de uma versão adaptada do poema "A idade de ser feliz" de Geraldo Eustáquio de Souza.
...MaisSoneto a quatro mãos
Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
