Poesias de Luis de Camoes Liberdade
Partir
Em pleno devaneio
Já no centro de mim,
Refleti-me desajeitado
E no meu espelho,
Em prantos sorri
Por fim...
Parti.
Eu não paro de sonhar
Só o fim dos sonhos me faria parar,
Mas tenho estoque para uma vida
E se necessário vou fabricar.
Eu não paro...
Eu não paro de sonhar.
Medos
Na velha casa de madeira
O quarto ao lado do meu
Um mostro escolheu para morar.
À noite, destemido, ele subia no foro
E fazia a madeira estalar.
A lua espiava os meus medos pelas frestas
– Que vergonha!
Ao longe, uivava algum bicho noturno,
Desconfio que em meio as palhas do colchão
Morava outro, mais barulhento, mais enfadonho.
Hoje a casa é adulta
Do menino já nem sei,
Mas os medos?
Deles nunca me livrarei.
Nem vi
Desculpem minha falta de memória
Repito os velhos versos
Como a canção antiga
Que cantei na infância.
Desculpem minhas frágeis lembranças,
Vividas desde dos tempos de crianças
Que não querem se apagar.
Desculpem – me
Nem vi a vida passar.
Reconheço meus erro
Você querer se afastar, me deixa aflito
Não consigo nem mais disfarçar, já tá explicito
O sentimento sincero no meio dos nossos conflitos
Não torne esse sentimento proscrito
Se você não for cumprir, não me prometa
pois tenho duas opções;
Te ignorar ou te aceitar mesmo estando com a alma ferida.
O pior inimigo é aquele que sorri e lhe da um tapinha de concordância em sua frente,
Mas quando está longe de sua presença,lança maldade a seu respeito para ganhar respeito dos outros.
Vinho pra mim é verbo.
“Vinhar”.
Que na primeira e segunda pessoa se conjuga como
Amar.
(© Moacir Luís Araldi – Cabernet)
Embaçado
O dia estava me esperando. Lindo.
Primaveris adornos a enfeitá-lo.
O talentoso sol desenhava sombras dos meus pedaços.
No outside marítimo pranchas a deslizar com surfistas equilibrados.
E eu que acabei de chegar de um sonho “desperfumado” questionei
Por que havia me acordado?
Meus olhos buscaram também o céu.
Límpido, mas estranhamente o vi embaçado.
Jogo.
Aposto tudo.
Espero que as cartas não me traiam.
Quero a sequência real.
Viver é jogo.
Só vai vencer quem arriscar.
É preciso querer ganhar.
Tem coisas nesta vida
Que é difícil de aceitar
Que triste ter um grande amor
Mas não poder amar.
(Moacir Luís Araldi)
Ao anoitecer o pássaro não contou.
No galho fino pernoitou.
Escondeu a cabeça na asa e de alguma forma disse adeus.
Pelo que eu sei
Nunca mais voou.
Pelo nosso amor já fiz de tudo um pouco.
Tive que acrescentar açúcar nos momentos amargos, para não te perder em todas discussões eu dizia que a culpa é minha, para não te perder fui sempre o primeiro a pedir perdão, eu te amava muito e esse amor ia além de uma ligação ou de uma mensagem telefónica eu simplesmente enviava carta até quando eu queria saber se estavas bem.
Só pensava em você
A minha alegria era saber se estavas bem
Fui me acostumando
até que um dia cansei
descobri que preciso pensar um pouco em mim, cuidar de mim.
Mulheres
Mulheres se trocando na janela.
Que encanto tinham elas,
Hoje não mais. Até na rua
Vê-se partes íntimas de algumas delas.
Moa.
Bom dia a todos.
" ...Que os ventos soprem ventos de amor, que o sol ilumine com a luz policromatica de Deus, e os nossos corações sejam regados com a agua da mais pura esperança, e que brote nele arvores que sejam de grande porte para carregar com frutos de felicidade, e carinho, e que seja pra sempre..."
Luis Carlos Badaro
DOIS VERSOS II
Que eu não submeta meus poemas ao abandono.
Que não me falte vontade de escrever.
Que minha inspiração nunca me traía.
Pois meu primeiro verso é minha vida
E o segundo... Motivo que me faz respirara ainda.
Que nunca uma música de despedida
Faça-me deixar de querer amar.
Que a angústia que sinto no ar
Não queira em mim se instalar.
Pois meu primeiro verso fala de amor
E o segundo... Ratifica o anterior.
Não quero dar normalidade à solidão.
Nem viver sem fé.
Que a ganância não me faça
Perder a poesia e nem
Deixar de amar um irmão.
Pois meu primeiro versos é oração
E o segundo... Louvor e devoção.
Que eu nunca procure sombras do que fui.
Que pedaços meus não fiquem pelos caminhos.
Que eu sempre tenha a quem dar o mais nobre de mim,
Pois meu primeiro verso é carinho
E o segundo... Transpira humildade.
Que a velhice me faça entender,
Tantas coisas que não tive na vida.
Que o espírito acalme-me a alma
Pois meu primeiro verso padece
E o segundo... Tem tom de despedida.
Que a vida me falte quando Deus quiser,
Que seja imortalizado o sonho realizado
Que voe livre e sem compromisso
A mágica ternura da mulher.
Pois meu primeiro versos é afago
E o segundo... Tudo que amei e fui amado.
Que o sorriso não me fuja dos lábios.
Que a saudade e as lembranças
Não deprimam meu silêncio.
Pois meu primeiro verso é o minúsculo que falo.
E o segundo... Universaliza o bastante que penso.
Faço versos por ser sensível.
Não tenho nada de poeta.
Sou tão somente um homem que chora
e que se afoga na inocência da poesia.
Talvez o sol,
um dó maior,
um si bemol,
um grito em versos livres
que não metrificam ninguém de nós,
Pois poesia também tem voz.
Talvez o mais complexo seja o último capítulo.
Por isso tem-se tanta cautela antes de publicá-lo.
Mas chega o momento em que é preciso concluir o livro da vida. Assim se sabe até que página tua história suportou
