Poesia Felicidade Drummond
VENTO DA INSPIRAÇÃO
(18.09.2018)
Passa as horas...
E tudo tem o seu propósito!
O vento da inspiração
Sopra em minha face
E o despertar é inevitável.
Então, busco dentro de mim
A voz marcante do silêncio,
Desejando a poesia consumir.
A gente se acostuma, mas não devia. Visto que o costume trás consigo a monotonia; perde-se o sorriso, o prazer e a alegria.
Quando se trata do amor, o melhor método de se acostumar a amar é desacostumar.
Á Virgem Santíssima
A teus pés, tal fé de incerteza,
O coração cheio de inquietude.
Posto o meu olhar de solicitude,
No teu doce alento de pureza...
Mais que piedade, é plenitude,
Que nem sei se há mais riqueza.
Tal o amor, tal luz, tal grandeza,
Que ao nosso clamor, servitude...
No rosário, desfio minha rudeza.
Mãe feita de perdão, pura beleza,
Cheia de graças, a reza primeira...
Da paz, divina piedosa dolorosa,
Silenciosa, fita-me assim chorosa...
Auxílio em nossa hora derradeira.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
MEU CORAÇÃO
(19.09.2018)
Que meu coração esteja contigo!
Na certeza de que bate em cada
Sintonia entre o que sou e quem serei.
Uma contemplação do universo,
Traçando uma nova maneira
De enxergar as coisas.
Então, vou navegando
Na alegria de poder sentir...
NÃO SE PERCA NO TEMPO MULHER
(19.09.2018)
Não se perca no tempo,
Nem traz consigo o sentimento
Que possa de por para baixo!
Sois uma brisa no amanhã,
Um som a ecoar no mundo.
Os sonhos realizados,
Até pelo simples fato
Do divino te amar demais.
Somos
Monturos, lixo como nós.
Peças em pedaços estraçalhadas,
Resto do que ontem foi mastigado,
Parte do que não foi tocado,
Asco, de a nós misturar-se.
Valor do que não pode amontoar-se,
Dejetos, sem mais nada a ser somados.
Deságio, dessa lata enferrujada,
Em lixo, não pede, não mede; mais que isso:
E os vermes estão entre nós.
Não jogue no berço o que mancha.
Não corte, nem dê o que espanta,
Mas diga o que amedronta.
Não cale, mas fale do sábio.
Não rasque então as feridas,
Que o lixo, já temos em nós.
Do livro EXPRESSÕES
Autora Vauvei Vivian
Jorrava ao papel
Abundantes palavras
Por vezes falhava
Teimando a caneta
Enlouquece o autor
Longe da mesa
No meio da mata
Sacode e assopra
Olha ao redor
Já impaciente
Lembra do lápis
Perdido no bolso
Um toco de nada
Salva o texto
Alegra e agrada
Feliz satisfeito
Retorna da caça
No caderninho amassado
Mais um poema está feito
Querido Sol,
Eu vou te seguir,
Para rua te defender,
Sem deixar de sorrir.
Sem deixar você sofrer.
Vou começar a te amar,
Vou te chamar de amor,
Com você se casar.
Vim te trazer está linda flor.
Para um Eclipse Lunar.
ARTE DE SE CONHECER
(20.09.2018)
A vida nos dá mais motivos
Para que se possa compreender
Quem realmente somos!
Portanto, deixemos ela nos tocar.
E a cada dia, estaremos sendo versos
"Novos" em profunda mudança
De estado de espirito, sendo
Essa transformação a arte de se conhecer.
AS PAIXÕES
As paixões se expiram como um nevoeiro
São como versos que saem do pensamento
Em vapor de aromas dispersos, por inteiro,
De ilusões, tais plumas voejando pelo vento;
São como tintas que caem de um tinteiro
Tal o pó ressequido no cerrado sedento,
Em um toque são absorvidos tão ligeiro
E tão ligeiro vivem em um só momento...
Mas os verdadeiros, os correspondidos
O “sim” que fica, o “Okay!” que alucina,
Estes ao coração nunca serão sofridos,
Abrasam-nos o ouvido, não são temidos:
Ficam no peito, e numa euforia assassina,
É afeto, é agrado, e ao amor são permitidos.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O CAMINHO
(21.09.2018)
Sei que caminhar em busca
De um sonho depende de si.
A vontade de querer chegar
Até o topo da montanha.
E enxergar sua meta tão próxima,
Vem a ser uma das mais belas
Sensações experimentada da alma.
Sinto-me em estado de alegria!
Bicho cerratense
é um ente telúrico,
peripatético.
Aprecia o silêncio,
na vastidão do céu :
as mutações da lua,
o caminho de estrelas
as cores do crepúsculo.
Desconfia do progresso,
foge de cidade muito grande
conturbada e ruidosa.
Lida com a tecnologia, mas
pra não cair no consumismo –
apenas o necessário.
Partidário da simplicidade
entra em shopping só pra
lembrar de quanta coisa
que a gente Não precisa.
Cultiva alguns canteiros
de flores e de amizade.
Ama os rios, córregos
florestas e nascentes.
Água cristalina
perfume de mato
árvores nativas
chapadas e arcaísmos.
para o amigo Paulo Bertran :
agora eterno, agora sonho.
nenhum rio
morre de repente
a bala que
mata o rio
é descaso
lixo e gente
nenhum rio
morre por acaso
a bala que
mata o rio
é gente
lixo e
descaso
todo rio
morre devagar
se a gente
deixar que
lixo cobiça
e descaso
matem o rio
até secar
Quando, quando...
pararmos de repetir fórmulas, orações e textos alheios.
Quando tivermos mais coragem de Ser: aquilo que somos.
De pensar por si mesmos, sem precisar de muletas.
Cantar sua própria música, dizer o seu poema.
Quando a gente sair da atitude de omissão e comodismo.
Despertar da anestesia do conforto - Comfortably numbs
(como diz aquela canção do Pink Floyd).
E curar o medo de ser diferente; quando conseguir levantar
a cabeça acima da boiada - a caminho do brejo,
do matadouro ou do curral eleitoral...
e isso vale pra tod@s Brasileir@s :
uma gente que idolatra times e jogadores de futebol;
mantém igrejas e religiões; líderes e partidos políticos
enquanto subestima e ignora a Arte e a cultura de seu povo.
Que o Divino Espírito Santo nos ilumine
e cure da cegueira do materialismo,
da mentalidade limitada e mercantilista,
de toda alienação e estupidez.
Menos estádios e mais Museus !
O Tao do Cerrado
Resistência milenar às adversidades:
solo ácido, seca, raios, fogo, enxada,
foice, ignorância, trator e correntão.
Por suas profundas raízes - quando queimado
na primeira chuva é capaz de renascer
em rubros, brilhantes, tenros brotos.
Não apresenta a exuberância da floresta tropical
porém discreto, guarda preciosos remédios
sortilégios e segredos, como ensina a vó indígena.
Considerado infrutífero pelos homens do progresso
sem importância econômica, sem valor
pelos tecnocratas importados - os mais equivocados.
Leve, profundo e misterioso como o Tao -
o caminho da vida - o universo inominado
ensina pelo seu exemplo o viver em equilíbrio:
sem desperdício, no fluxo exato, resíduo zero.
Que dizer de sua rara beleza :
vasto planisfério de luzes e estrelas
espaço em céu aberto de chapadas,
cristal das águas transparentes,
rochas de calcário e jardins de bonsai.
Na força dos seus contrastes
a um só tempo: delicado e agreste
frágil e vigoroso, bizarro e gracioso.
Não podemos permitir que a grosseria
a cegueira e ganância de homens sem raiz
possa vencer a sua obstinada vocação
às mutações, ao milagre da vida.
Deep ecology
com imprevisível alegria
no friozinho duma manhã de seca
massagear os pés sob um espelho d'água:
caminho descalço sobre pedrinhas e seixos
sinto essa nascente brotar
devagarinho
borbulhante
cristalina
um milagre em círculos
que se expandem.
Delícias são coisas simples nesta vida
felicidade pode estar bem perto:
Deixar de lado as couraças do adulto
e conectar-se ao Ser, sempre agora
é o que nos liberta.
Pra toda pessoa
que se sente seca
sem graça e vazia:
um chá de infância
pode ajudar.
E revisitar o seu Sonho
lembrar o que é poesia
um banho de cachoeira
ou quem sabe, voltar à Bahia.
O VOO DO SONHO
(21.09.2018)
Um sonho vive enquanto cultivado,
E lançado em um terreno fértil.
Ele impulsiona meus momentos
De estrema liberdade humana.
Isso, pelo simples fato de criar
Através da manifestação sua,
A própria linguagem de desejar
Alcançar voos mais altos.
AS FLORES E O AMOR
(21.09.2018)
Não quero seguir o meu caminho
Sem que eu possa sentir
O aroma das flores
A impregnar-se em meu ser.
Sim, diante delas viver!
Cada dia em sua presença,
Numa paz interior a me dizer
O quanto sou capaz de amar.
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