Poesia Felicidade Drummond

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por um tempo
me parecia
que éramos pelas estrelas.
iluminados
sem conseguir
perceber que
éramos na verdade
amaldiçoados pelas estrelas.

⁠Parecia que tudo estava bem...
As feridas pareciam curadas; a dor passada já não movia mais lágrimas...
Até que um sopro mostrou que tudo estava ali, guardado a poucas chaves.
Ocupava o lugar da poeira por baixo dos panos...
Existia. Resistia.
Explodiu.
Fez imóvel a agitação que morava aqui.
Peito prende. Respiração estranha.
Estranho.
Estou presa em mim...

MÁSCARA (soneto)

Bem sei das lágrimas na existência
Das dores ferinas no frágil coração
Onde o sangue se põe em ebulição
E a tristura traja de aflitiva aparecia

É onde borbulha em febre a emoção
Os devaneios são conflitiva essência
O peito atormentado quer clemência
E a vida chora ao se achar no chão

Nesta taça de amarga providência
O olhar no olhar, a doce compaixão
Pra ter esperança, tendo paciência

Então, da ventura fugaz, a ligação
Do amor com o amor, é sapiência
Sem máscara, pra existir a razão

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Nostalgia

Pra mim o rio já te cansou;
A maré te levou;
O passado te machucou
O hoje já morreu
O ontem sequer ressuscita
Os seus prantos se secaram
As cachoeiras se afugentaram
Por te verem as nuvens
Desmancharam-se
E a pergunta fica
O que tanto te fustiga?

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

e eu gostava de chorar a fio
e chorava
sem um desgosto sem uma dor sem um lenço
sem uma lágrima
fechada à chave na casa de banho
da casa da minha avó
onde além de mim só estava eu

Não gosto tanto
de livros
como Mallarmé
parece que gostava
eu não sou um livro
e quando me dizem
gosto muito dos seus livros
gostava de poder dizer
como o poeta Cesariny
olha
eu gostava
é que tu gostasses de mim
os livros não são feitos
de carne e osso
e quando tenho
vontade de chorar
abrir um livro
não me chega
preciso de um abraço
mas graças a Deus
o mundo não é um livro
e o acaso não existe
no entanto gosto muito
de livros
e acredito na Ressurreição
de livros
e acredito que no Céu
haja bibliotecas
e se possa ler e escrever

Sou feita de muitos
nós
desobediência e meio-dia
Sou aquela que negou
aquilo
que os outros queriam
Disse não à minha sina
de destino preparado
recusei as ordens escusas
preferi a liberdade
e vivo deste meu lado

Nada mais de mim
haverá memória
-sei-
só os poemas darão conta
da minha avidez
da minha passagem
Da minha limpidez
sem vassalagem

A Defesa do Poeta

Senhores juízes sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto.

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim.

Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes.

Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei.

Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição.

Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
dou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis.

Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além.

Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs em ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa.

Sou um instantâneo das coisas
apanhadas em delito de paixão
a raiz quadrada da flor
que espalmais em apertos de mão.

Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever.
Ó subalimentados do sonho!
A poesia é para comer.

A HISTÓRIA DA MORAL

Você tem-me cavalgado
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.

De tanto pensar na morte
Mais de cem vezes morri.
De tanto chamar a sorte
A sorte chamou-me a si.

As pessoas têm de parar de ter vergonha da sua ancestralidade. Não caia no senso comum. Lembre-se sempre, ensine as crianças e diga também, você não é descendente de escravos.

Você é descendente de seres humanos livres, que foram escravizados.

Liberte-se!

O regato e o vento
embalam a noite
até a madrugada
executando a suíte.

O coração intrépido
prepara o hino até
deste momento
sob a luz da Lua.

O pensamento não
mais nos pertence,
estamos sob o luxo
de quem se ama
com antecipação
e orquestral loucura.

Os impulsos e as luzes
dos nossos instintos
indomáveis vem
nos preparando
para nos amar com
o total amor de bicho.

O nome do poeta
que já falava nisso,
não me recordo,
Ele explicava muito
bem o quê quase
o mundo todo ignora,
e o peito sente agora.

7944 km , essa é a distância que nos separa, é tempo não?
Você pode imaginar oque faríamos com tanta caminhada,? O quanto o corpo iria cansar, quanta água teria de tomar, quantas pessoas observaria nesse trajeto, a diversidade que veríamos, as reflexões que passariamos a ter, são 7944 km, é longe não?
Iria atravessar o oceano atlântico, se tivesse que nadar, será que chegaria ileso? É engraçado, com tanta gente próxima, ter interesse logo em quem está tão longe, mas eu percorreria, percorreria para tomar um café da manhã contigo, para passear no parque que você me mostrou, para
Te ver adormecer, para te ver acordar, para te beijar
Pra sentir teu cheiro, escutar a tua voz não por uma ligação, mas pessoalmente, parece loucura, tanta gente perto, e meu coração foi querer flertar rs, com uma pessoa dê tão longe, é contra minhas regras, ahahahha, é contra tudo que eu imaginaria, ou sonharia ter, mas é do coração, e eu desde que te conheci, venho aprendendo a seguir ele, ele vive batendo aqui no meu interior , e diz , vai em frente, por mais que um dia vá doer mais que estar longe, vá em frente!
Esse meu coração não sabe calcular a distância, só pode estar louco, mas esse meu coração enxergou algo que meus olhos não vêem, enxergou outro coração que por mais que esteja distante, está próximo, tão próximo que sinto perto!
Até então eu te agradeço por estar me ensinando a ter paciência, por estar me ensinando a ter calma, e por estar me ensinando a gostar de você além do carnal!

⁠No Tempo das Coisas

Por muito tempo, esperei.
Esperei outros,
esperei respostas,
esperei sinais.

Hoje, não é mais sobre esperar.
É sobre estar.
Presente em mim.
Inteiro no que sou.

O que tiver de ser, será.
O que tiver de ir, que vá.
E o que vier,
que venha livre,
leve,
sem pressa,
sem promessas forçadas.

Não me movo mais pela ansiedade do futuro,
nem pelo peso do que já foi.
Meu passo é calmo.
Meu olhar, aberto.

Se for encontro,
que seja verdadeiro.
Se for despedida,
que seja serena.

E se nada vier,
ainda assim, estou.
Suficiente.
Pleno.
Em paz comigo.

Porque aprendi —
há um tempo certo para tudo.
E, às vezes,
o tempo certo
é apenas estar bem…
comigo.

Será que sou tão difícil de ser amado alheiamente?

Será que algum dia vou ser amada e compreendida?
Porque não saber o que é compreensão dói,
pois eu só conheço a minha própria compreensão.

O amor, ele é quando beijamos ou quando admiramos?
Pois eu só fiz a admiração,
pois ninguém é capaz de beijar
um insalubre vaso vazio como eu.

A admiração só vem de mim, nunca alheia;
será que essa admiração pode vir
de alguém além de mim?

Porque eu tô fugindo disso,
será que é porque dói?
Correr é fácil,
mas e ficar?
É pedir demais?

Muitas vezes nada mais sou
do que uma pequena nota solta,
duetanto com o vento,
tentando ser canção...


E muitas vezes nada fui,
a não ser um acorde sem afinação,
que você quase nem ouviu,
nem acolheu em seu coração...

não deixe que comparem amor
com abuso ou controle
porque são coisas diferentes

enquanto o amor constrói
o abuso quebra e te deixa aos cacos

Existem dois momentos onde a inspiração me abandona.
Quando estou extremamente feliz e quando a dor me invade.
Em ambas situações, eu não observo e nem analiso. Apenas sinto.
A dor e a extrema felicidade, não resultam em poesia.
A tristeza e a saudade sim!
Tristeza e saudade são pérolas da melancólica e do entusiasmo.
A tristeza é o que fica, depois que a dor passa... e saudade é o que fica depois que a felicidade termina.
Sorte tem, quem não se inspira por estar ocupado demais, sendo apenas feliz.

(Inpiração / Fernandha Franklin)

mas querida
você é um lobo
não precisa uivar
pela perda
de homens fracos
incapazes de
te aceitar.

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