Poesia Felicidade Drummond
Amor de Irmãos
Amor assim
Não tem igual
Pois esse amor
É algo lindo de se ver
Quem tem esse amor
De tristeza não vai morrer
Irmão é algo bonito de se falar
Alguns tratam isso de brincadeira
Outros falam com amor, sem pensar
Quem nunca teve um irmão
Talvez seja feliz, sim
Ou não
Alegre é aquele que tem um
Que quando está triste
Ele vem e nos alegra
As vezes pirraça
Ou conversa
Ouvindo isso
Parece um sonho,
Pois nenhum irmão é perfeito assim
Sempre tem aquele irmão
Que é de um jeitinho e fim
Ninguémsabe quem sou
e nem de onde venho,
só eu carrego a minha dor,
luto muito pelo que tenho
Ninguém pode imaginar
tudo que na vida já passei,
andei depressa e devagar,
mas bom caminho tracei,
Sigo sempre pela reta,
para conseguir ser melhor,
viver bem é minha meta,
sou da paz e do amor...
O amor quando se alberga
no peito do rico ou pobre
se torna logo um guerreio
com capacete de cobre
e só obedece a honra
porque a honra é mais nobre.
Se o amor é soberano
a honra é sua coroa,
portanto, um amor sem honra
é como um barco sem proa,
é como um rei destronado
no mundo vagando à toa.
Para viver neste mundo
você deve ser capaz
de fazer três coisas:
ame o que é mortal;
o aperte
contra os seus ossos, sabendo
que a sua própria vida depende disso;
e depois, quando chega a hora de deixá-lo ir,
deixe-o ir.
ANJO DRAMÁTICO.
Caminhando, pensando, notei em um canto, um anjo chorando.
Não conseguia voar, nem sabia andar, só chorar… só chorar.
Estendi minha mão, ele disse "Não! Me deixe no chão".
Sentei ao seu lado, num gesto ousado, cantarolei meu passado.
_Eu também já chorei, uma asa quebrei, mas me levantei.
Sai do chão, anjo bom, não diga NÃO (segura minha mão)
Ele então segurou, levantou... as lagrimas enxugou!
Seguimos lado a lado, até achei engraçado, anjo dramático… comecei a gargalhar.
Nem tava ferido, só deprimido, que drama,
sempre soube andar!
Abandono
O teu silêncio
E tua descoberta
Cobre todo o ser
E o mundo,
E um cais de areia
Em sangue,
Um aborto profundo…
Sempre tem um verso que não se encaixa
Um objeto da mudança que não cabe na caixa
O bicho de estimação perdido na mudança
Uma música improvável que toca e a gente dança
Tem aquele sol que não brilha tanto
O tanto que parece pouco
E o pouco que parece nada
Tem dia parecendo madrugada
Dá saudade, chora, chora, e não tem consolo
Eis o pão de cada de dia
Que infelizmente não foi me dado hoje
Não tive no café poesia
Nem um versinho na hora do almoço
Declarar minha fome ou me acostumar?
Desse tipo de fome eu não devo morrer
Mas se é pra viver do jeito que está
Uma passagem pro inferno
Cansei de viver!
LIBRA
linha tênue entre tempestade e brisa de verão, ela é balança que pesa razão e emoção. é viver se equilibrando na corda bamba da indecisão e fazer justiça com as mãos no coração. comunicativa, leve e descontraída, não se cativar por seu carisma é vã tentativa. sempre se pondo no lugar do outro, tem medo de magoar como tem prazer em agradar. ela rouba a desventura dos outros e cuida como se fosse sua. é esconder o nirvana dentro da alma e contagiar pela sua essência. é constelação que guia e sereia que dispersa. é equilíbrio perfeito de ingenuidade e malícia. amante da liberdade e esperançosa na bondade, acredita que o amor é uma flor regada de amizade. ela que é ar puro e força motriz, sociável e delicada, balança que cai e levanta e ninguém diz, é a menina que sonha grande e mente que voa longe. é calmaria, bagunça, guerra e paz que desfaz e se refaz.
CRUCIFICADO
O teu sorriso meigo e delicado,
Com que me brindaste naquele dia,
Foi toda causa do meu triste estado,
Desta minha torturante agonia.
lua em noite nublada
mulher misteriosa
e secreta ilha
numa mística
distante península
feita para sacudir
as estruturas
e as tempestades
sempre resistir
fuga do mundo
no mesmo lugar
em círculos a te buscar
no fundo por não saber
nem por onde começar
corrente estelar de virgo
de silêncio em silêncio
sem obter resposta
o coração segue endoidecido.
Pensei
que a liberdade vinha com a idade
depois pensei
que a liberdade vinha com o tempo
depois pensei
que a liberdade vinha com o dinheiro
depois pensei
que a liberdade vinha com o poder
depois percebi
que a liberdade não vem
não é coisa que lhe aconteça
terei sempre de ir eu.
Nunca choraremos bastante
termos querido ser belas
à viva força
eu quis ser bela
e julguei que para ser bela
bastava usar canudos
pedi para me fazerem canudos
com um ferro de frisar e papelotes
puxaram-me muito pelos cabelos
eu gritei
disseram-me para ser bela
é preciso sofrer
depois o cabelo queimou-se
não voltou a crescer
tive de passar a andar com uma peruca
para ser bela é preciso sofrer
mas sofrer não nos faz forçosamente belas
um sofrimento não implica como consequência
uma recompensa
La femme de trente ans
Amarás
o meu nariz
brilhante
as minhas estrias
os meus pontos pretos
os meus textos
os meus achaques
e as minhas manias
e as minhas gatas
de solteirona
ou não me amarás
Chibata
Da lua se vê o brilho pratear,
a sua beleza divulgar,
pele negra brilhando ao luar.
Sob a água que prateada
brilhava, morada de Olucun,
Inaê, Janaína e Yemanja,
Da força de Kisanga, de seu
encanto Kianda, sereia do mar.
Pele negra de prata, que passou
por chibata, de sinhô que
açoitava, a negra escrava.
De cara caçava, nem motivo inventava,
a sonata cantava, o grito em pranto escutava.
O sangue corria, ela era
violada e lágrima caia, com
seu brilho prata!
Pele negra marcada,
mente negra sem cor, esquecendo a dor,
lembrava com fé de Olocun sim, seu sinhô.
Apanhar não matava, morrer não era medo, era fuga era desejo!
A'Kawaza
Nó
O tempo perdido
Pode ser recuperado
A solidão é a ausência
De alguém não encontrado
Deixe o passado no passado
Viva com as marcas
Disperse o medo
não chore, ainda é cedo
Não sinta-se só
Insista, tem solução
Há medo ao teu redor
Há coragem no teu coração
Ouça a coragem
Desate o nó.
Escute só
isto é um poema
não vai alinhar conceitos
do tipo liberdade igualdade e fé
Não vai ajeitar o cabelo
da menina que trabalha
com afinco na caixa registadora
do supermercado
Não vai melhorar
Não vai melhorar
isto é um poema
escute só
não fala de amor
não fala de santos
não fala de Deus
e nem fala do lavrador
que dedicou 38 anos
a descobrir uma visão
quase mística
do homem que canta
e atravessa
a estrada nacional 117
para chegar a casa
ou a algum lugar
próximo de casa.
Será que o mundo é contente?
onde alguém que é diferente
enfrentando um mar de gente lutando por igualdade,
quem sabe essa vontade esse almejo por igualdade pode se tornar verdade
e um dia acontecer.
seja amor e amizade, dê presença de verdade pra alguém que precisa de você.
plante o bem e colha o bem, ofereça tudo que tu tem, faça algo faça o bem.
Entre fios de letras soltas
e trapos de linhas livres
remendo palavras
envoltas no manto
bordado da poeira de poesia...
Padrões que vão vindo e indo a contemplar, o padrão de sua beleza, que a todos fazem desejar.
Uma virtude de repente apareceu, como em um céu límpido e bonito, como sempre prometeu.
Tal virtude trouxe sinais de poesia, como em um vento caloroso que é trazido na maresia.
Olhe agora para trás, você sente o meu amor? Será que um dia no futuro, serei os versos do teu clamor?
No balanceio deste amor, me lembro que dizia, você é azul celeste no limiar azul piscina.
Grão de areia, Grão de areia! Como consegue tantos ao seu redor e produzir esse calor em uma constância que só de pisar já sinto ardor. Será que é assim, da mesma espécie de dor, os espinhos do amor?
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