Poesia de Desabafo de Vinicius de Morais
Quero sair!
Quero sair pois o motivo é um, já dizia.
O coração não aceita, tamanha falta de amor. E na verdade, onde está o amor? O amor se resume às paredes de seu mundo? Aos vidros do seu carro?
Dê-me uma moeda, não um banho de água fria! Dê-me atenção, não uma sequência de palavrões.
Sinto poder observar pessoas vendo da janela a vida passar...
Sozinhas em suas bolhas, as protegem de modo agressivo, onde os seres humanos são os verdadeiros objetos.
Quero sair, pois lá fora é bem mais simples e eu não sabia.
eu acredito numa força maior
algo inexplicavelmente misterioso
pode nos afundar ou fazer melhor
depende do quão tu és curioso
a vida por si só
vai nos deixando loucos
então cautela no que vasculhar
pequeno gafanhoto
os dias estavam tão iguais
já não estão mais
será que é só ilusão
ou eu achei em você
o que eu nem acreditava mais?
sei lá, é difícil responder
quem é convicto demais
está totalmente cego
e nunca vai conseguir perceber
vamos esperar para ver
ver para crer
o tempo traz todas as respostas
só ele sabe responder
espero que minha intuição esteja certa
não quero estar equivocado
mas independente de tudo isso
me sinto tão bem
quando estou do seu lado
vivendo meu itinerário
tentando a fuga
é insano o percurso
estou preso numa cúpula
a dor vai te ensinar
a ir devagar
não tem o que fazer
não adianta se revoltar
a realidade
é igual merthiolate
ninguém te conta
mas ela arde
não só arde
ela te mata
te encurrala com a foice
e te da um cheque-mate
independente das dores
seguimos sendo atores
nesse teatro de ilusões
em busca de verdadeiros amores
quem me dera se pelo menos hoje
eu tivesse a certeza
de algo real igual a tristeza
ou o efeito entorpecente da cerveja
eu e tu
nu e cru
seres autênticos e originais
vivendo na selva
iguais animais
aí vem uma pergunta na minha mente
será que realmente esse lugar nos pertence?
já nem sei mais
e já é meio tarde pra voltar atrás
me vejo em delírios frequentes
neurônios fritando em frequências diferentes
da gente que se diz normal
mas me diz aí
o que é normal?
eu realmente não sei
afinal, isso é real?
esse livro a gente começa a escrever
já sabendo do final
Mais um dia se encerra
Aqui na minha terra
Tudo se completa
A cidade é repleta de luz
Meu caminho me conduz
E lá na frente sua voz doce me seduz
E eu observo lento
É meu passatempo
Viver a minha vida, curtir o momento
Abres para mim e abaixa tua palha
As palavras cortam como uma navalha
E se minha mente não falha
Já estive aqui
Não quero partir
Nem eu me vejo mais bem longe de ti
“... Costumo fazer algo de forma inesperada.
Coisas planejadas tem tudo pra não darem certo.
Brasília é um exemplo disso...!”.
uns atravessam o inferno tocando gaita
outros se lamentam no paraíso
uns explodem fingindo que acontece nada
outros fazem belas moradas no precipício
uns fogem de si
outros abraçam seus demônios
uns se cuidam pra continuar a existir
outros dançam com a morte em meio aos escombros
muitos apaixonados
tantos de má fé
uns na contramão
outros seguem a maré
poucos perfeitos
talvez nenhum
mas muitos na busca
mesmo com nada em comum
e eu aqui
refletindo a passagem
perspectiva que obtive
observando da margem
mesmo tentando ver além do céu aberto
a vida não perdoa ninguém
caminhando em direção ao incerto
sou só mais um refém
as vezes eu penso que eu sei
então eu paro e penso de novo
as vezes penso que eu sou um sensei
no corpo de um poeta louco
as vezes só sei que nada sei
e nem disso tenho certeza
as vezes acho que a vida é um replay
e tamo preso eternamente nessa cena
as vezes a mente se desorienta
a gente cai, a vida arrebenta
mas ela te ensina e te sustenta
a ferida sempre sara, então aguenta!
tipo um calor gelado
um frio quente
a gente se prende
preso na mente
uma liberdade impotente
uma escravidão transcendental
fingimos que ta tudo certo
o mal deu oi, o bem deu tchau
afinal, como diferenciar?
a dor que machuca também vem ensinar
a verdade é uma ilusão
é tudo vista de um ponto a se olhar
preferimos o ponto que nos convém
melhor que ninguém, é o que dizemos
mas sempre um passo a frente do outro
a desculpa é que nós merecemos
cordeiros quando expostos
lobos no anonimato
ser humano de aparências
nunca quer ser pego no ato
a questão não é nem é essa
o ponto é a hipocrisia
julgamos o próximo
como se vivêssemos nas mil maravilhas
a vida é sofrida
é uma lapidação sem dó
muitas vezes ardida
vivendo o resto dos dias até voltar ao pó
aqui todo mundo nasce morto
temos rédeas na mente
e quem ousa viver
acaba morrendo novamente
nos conflitos da dualidade
terminamos cedo
começamos tarde
o que nos cura também arde
onde até o covarde
precisa de coragem
o amor vira ódio
nem sempre os vencedores estão no pódio
sérios de tanto brincar
os erros ensinam a acertar
onde obtemos calma na ira
nessa loucura onde até a verdade
é, na verdade, mentira
pagando o preço necessário
vivo em busca da essência
resistindo ao naufrágio
persisto com resistência
nesse jogo enigmático
quero ver mais que aparência
o véu que cega é sistemático
vem plantar incoerência
terrestre no terreno
embaixo do sereno
vivendo o momento
fumaça contra o vento
observando o movimento
o reflexo meio lento
com o olho ardendo
avermelhado do veneno
remédio do pensamento
torna brando o sofrimento
fica leve o passar do tempo
engrandece o pequeno
trás paz pro sentimento
semente abençoada
presente de outro reino
Um pássaro voando longe do ninho
Livre, mas preso ao seu habitat
Por vezes perdido sem saber por onde está voando
às vezes recolhido em seu novo ninho
Puro egoísmo meu
Querer sentir o cheiro teu
Mesmo que pertencente a outro
Mas as paisagens estão aí
Nenhuma é nossa!
Mas todos a querem ver.
Montanhas a serem escaladas
E céus a serem voados
Assim como um cachorro abandonado
Sigo somente o cheiro da comida
Atrás de seguir a vida
Numa trilha que nunca vivi
Sinto muito se a fizer sair
E me deixar na mesa sozinho
Em busca de um carinho
Com o coração em pedaços
Vais me chamar de desgraçado
Puro egoísmo teu
NEM SEMPRE O QUE PARECE É O FIM
O sol hoje não veio no céu brilhar
Será que isso irá se eternizar?
O medo da escuridão me tomou
Não sei se a lua pro céu voltou
Estou assustado pensando em corre sem direção
Qual será o sentido dessa nação?
Correr ou esconder?
não sei o que fazer
Estou sentado dentro do meu quarto
Com medo de ser visualizado
Mas se não sair
Serei eternamente preso aqui
O medo completamente me tomou
E de repente a escuridão
A história tem um fim e depois outras virão
A minha paixão vi se perder
E não pude nem a cabeça reerguer
O meu amor passado nem sei com está
Pois a cabeça pra fora da janela nem consigo colocar
E esse é o fim?
Lutar prosseguir ou desistir ?
É difícil admitir
Que o que eu gosto vou desistir
Uma lágrima que no meu rosto vi escorrer
Foi tão rápido que nem notei acontecer
Tudo o que conheci por tudo que lutei
Onde fui parar só isso que não sei ,
Hoje queria ter dado mais valor
A tudo que eu aprendi e que a vida me ensinou
Minha família desesperada correndo só o que eu consigo ver
Mais assim que entrei em uma sala vi tudo escurecer
De repente avistei em uma sala um caixão
O que é aquilo o rosto!!! A MÃO !!!
São minhas enfim acordei da escuridão
Então isso é o que estava acontecendo
Enquanto via meu caminho sem rumo estava apenas falecendo
Mais sei que a escuridão não é o fim
Tenho caminhos destinados a mim
Só peço que ao contrario de mim aprendam da valor
A tudo que a vida nos reservou
Minha alma aos poucos vai sumindo
Peço que lembrem-se de mim como um guerreiro e que eu fui pelos os excluídos
Peço que não sofram de mais,
Pois saimbam que a alma de um guerreiro vai em paz.
De boas ideias a boas intenções, infindáveis críticas e utopias são erguidas e sobrepostas por incrustações de outros devaneios.
(Do texto: A insensatez Adquirida)
Restringe-se para precisar, mas perde-se pela precisão quando se alcança o oráculo da especialidade
(Do texto "A imprecisão resolutiva e uma lição de Heisenberg")
Resta-me dizer que, de Charles Richet a Feyerabend, de uma época a outra, o inabitual tece um susto acadêmico; e o que dizer atualmente, se o susto ainda existe?
(Do texto "O inabitual como susto: De Feyerabend a Charles Richet")
Captar modificações profundas desafia a realidade das aparências.
É invisível à luz de conceitos comuns.
[Publicado no Recanto das Letras]
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