Poemas e poesias sobre dança
Eu sou
Eu sou o sussurro que paira antes do grito,
o silêncio que dança nas frestas do tempo.
Eu sou a lâmina sem fio que corta o que não se pode tocar,
o olhar que não se dobra, mesmo diante da luz.
Eu sou o passo que não ecoa,
mas faz tremer o chão.
Sou a sede que não se sacia,
o caminhar sem destino,
a fome sem nome.
Sou a palavra que se nega a ser dita,
o desejo que não cabe em desejo.
Sou o rastro invisível deixado em corações que jamais saberão meu nome.
Eu sou o erro e o acerto,
o meio sem bordas,
o abraço que aperta sem tocar.
Sou quem molda a si mesmo a cada respirar,
sem roteiro,
sem permissão,
sem plateia.
Eu sou aquele que dança com as sombras,
não por medo da luz,
mas por amar a textura do escuro.
Aquele que colhe o que não plantou,
e semeia em terrenos onde ninguém ousa pisar.
Eu sou a chama que não arde,
o frio que não gela,
o toque que não acaricia...
mas marca,
finca,
mora.
Sou o que nunca se cansa,
mas finge cansaço só para sentir o gosto do repouso que nunca vem.
Sou o viajante sem mapa,
o traço sem desenho,
o verbo sem tempo.
Eu sou.
E por ser, não peço licença.
Apenas respiro...
E no meu respirar,
o mundo aprende a conter o fôlego.
"Na dança do tempo, somos opostos,
Eu, o crepúsculo, você, o amanhecer.
Mas é na linha tênue do encontro,
Que nossas almas vêm a florescer."
Luz da Estrela
Eu vim das estrelas, De um lar onde o amor é brisa suave, Onde o tempo dança em silêncio, E a alma floresce em paz.
Aqui, neste chão que ainda busca luz,
Minha essência brilha serena, Como um farol gentil na noite, Que guia corações perdidos ao lar.
Mesmo quando o mundo parece frio, E a injustiça tenta apagar meu brilho, Eu carrego o calor da estrela — Um abraço eterno de luzes,
Que sussurra: “Eu pertenço,
Eu sou luz que nunca se apaga,
Um viajante do cosmos,
Um coração que sabe amar.”
— Daniyyel Elan
Canção do Mar
Por Gilson de Paula Pires
Mar que dança sem cansaço,
nos compassos do arrebol,
teu azul é meu abraço,
teu rugido, meu farol.
Sal que cura velha dor,
brisa que canta esperança,
me ensinas o valor
do tempo que nunca cansa.
Nas tuas ondas me esqueço
do que o mundo fez pesar,
sou menino em recomeço,
sou silêncio a navegar.
Teu mistério me fascina,
tua fúria me seduz,
és abismo, és disciplina,
és espelho que conduz.
Oh mar, irmão dos valentes,
confidente dos sem lar,
me ensina a ser permanente
e livre como teu mar.
— Gilson de Paula Pires
Fama
A vida é uma dança louca, cheia de passos improvisados. Seu aprendizado, desde a gênese, é desafiador, e seu processo, imprevisível. Há momentos em que cada passo se encaixa perfeitamente e outros em que você se sente um completo desajeitado, sem ritmo para o que é proposto. E então surge a pergunta: qual o propósito?
Uma incógnita, talvez. Mas entre as perguntas, há uma certeza: precisamos buscar algo pelo que viver e seguir em frente, sem permitir que o meio nos influencie a desistir. Afinal, sob qualquer ângulo, em algum momento, seremos indiferentes aos olhos de alguém—mesmo que sejamos excelentes no que fazemos.
Até que, num dia fatídico, você se torna um grande dançarino. Seus movimentos são perfeitos, e isso te leva aos melhores lugares, projetos.E, de repente, aquelas mesmas pessoas que antes olhavam sem interesse agora te notam. Dizem que sempre souberam do seu talento. Chamam seu nome com entusiasmo, como se tivessem estado ao seu lado o tempo todo.
E aí você se pergunta: qual o propósito disso?
O que mudou? Foi você? Ou foi a forma como agora enxergam você?
Talvez, no fim, nunca tenha sido sobre a dança.
Alex souza
No céu, nesta manhã, um recado:
um arco-íris, suave e encantado.
É da chuva que nasce a dança...
e quem disse que, após a tempestade,
não há esperança?
Passarinhar
No céu aberto voam, leves, pássaros,
De galho em galho, em dança sem razão.
Trazendo à mente alívios tão escassos,
Silenciam o ruído da tensão.
A ciência diz: faz bem contemplar
O voo calmo, o trino sem pesar.
Jesus já disse, ao mundo a escutar:
“Por que, ansiosos, vivem a penar?”
Ali, na rama, habita a paz divina,
O instante puro, o tempo que se inclina
Ao simples ser, sem ter, nem pretensão.
Se queres cura, basta te entregar:
Vai para o campo, aprende a passarinhar
—Com alma leve e livre da aflição.
Edson Luiz ELO
São Paulo, 24 de Maio de 2025
Labirinto de Nós
Somos tempestade e calmaria,
Um turbilhão que dança na melodia.
Entre os abraços que nos envolvem,
Há muros altos que nos dissolvem.
Tuas palavras são lâminas e flores,
Misturam ternura com leves dores.
E eu, que me perco em teu olhar,
Sou barco à deriva no teu amar.
Tuas mãos me puxam, depois me soltam,
Teu coração me encontra, mas logo me afronta.
É um jogo estranho, um passo e recuo,
Um rio que corre em terreno nu.
E mesmo na dúvida que nos consome,
O desejo persiste, grita teu nome.
Pois no caos que criamos, há beleza,
Um amor que vive em sua incerteza.
Se o final será luz ou despedida,
Não importa, pois és minha vida.
Que sejamos fogo, vento ou mar,
Mas que nunca deixemos de nos buscar.
O tempo já não me pede urgências, ele apenas dança, dissolvendo-se na brisa suave que toca minha pele. Sou um rio sem margens, fluindo sem destino, abraçando o infinito com cada pulsação do meu peito.
O silêncio, antes esquivo, agora é meu mais fiel companheiro. Ele sussurra verdades que sempre estiveram aqui, ocultas sob a pressa dos dias que já não contam. Sigo sem posse, sem medo, apenas sendo, leve, vasto, eterno.
O ar vem e vai, beijando-me como um amante que não deseja prender, apenas tocar. E em cada respiro, descubro que nunca estive fora daquilo que sempre foi casa. O coração pulsa, mas sem urgência. Ele conhece a melodia dos que já não buscam, apenas habitam o instante.
E nesse repouso, nesse abandono doce ao que é, encontro a maior das alegrias: ser.
MONÓTONO
Viajava a lembrança
naquela dança leve
o espaço abraçava a dama
e a dama saía alla breve;
O resto é irrelevante
Nada no todo que sinto
A luz da dança da dama
no opaco labirinto do instinto;
Aqui há tudo que lembro
No fundo é menos que digo
Habita no tolo um poema
das cinzas de um sonho antigo.
🌌 Mas o mundo das raízes
(aquele que pulsa no poema) sussurrará:
"Dança!
Cada passo teu ecoa no eixo das galáxias.
O que chamam de 'loucura' é a única sanidade:
honrar o ritmo que te habita,
mesmo quando os relógios do mundo param.
Os que riem ainda não ouviram
o compasso das folhas caindo,
o gemido do átomo enamorado,
o silêncio que canta por trás de tudo.
Rejeição ou Redirecionamento? A Dança do Destino
Há momentos em que a rejeição não chega com palavras duras ou despedidas formais. Ela vem sorrateira, como um vento que muda de direção sem aviso, levando consigo presenças que antes preenchiam nossos dias. O espaço outrora habitado por olhares cúmplices e risadas compartilhadas se torna um vazio profundo, e nos perguntamos o que fizemos de errado, por que nosso afeto, entregue de coração aberto, não foi suficiente para manter alguém por perto.
Mas há um mistério que transforma a dor em entendimento: nem toda partida é perda, e nem toda rejeição é negativa. Às vezes, é apenas o universo nos conduzindo com mãos invisíveis para longe do que não nos pertencia. Como um rio que sabe o caminho para o mar, a vida nos empurra, ainda que resistamos, para águas mais puras, mais profundas, onde nossa essência pode finalmente se expandir sem contenção.
Sim, é difícil aceitar o afastamento sem respostas. É doloroso sentir o calor de uma presença se tornar brisa fria, perceber que o brilho no olhar se apagou, que a melodia de uma voz que antes nos aquecia agora soa distante. Mas, quando a névoa da dor se dissipa, percebemos que cada ausência abre espaço para algo maior. O que partiu levou consigo o que não nos pertencia e, em seu lugar, a vida começa a desenhar novos encontros, mais alinhados com a verdade do nosso coração.
O amor genuíno nunca é um desperdício. Ele é um presente entregue ao universo, e quem não soube recebê-lo não era capaz de segurá-lo nas mãos. Não porque não fosse bonito, mas porque ainda não havia aprendido a vê-lo em sua grandeza. Então, ao invés de lamentar a perda, permitamos que o destino nos guie. Pois talvez a rejeição não tenha sido um fim, mas apenas um desvio para algo infinitamente melhor.
Fidelidade em Silêncio
Não é ao mundo que juro minha alma,
Nem às promessas do tempo que dança.
Minha aliança é com a chama que acalma,
Com o princípio que em mim se lança.
Não sou fiel por medo ou corrente,
Nem por contrato que o tempo desfaça,
Mas por amor ao que em mim é semente,
Que floresce em silêncio, e nunca passa.
Já fui tentado a vender meu destino,
Trocar valores por trégua e prazer...
Mas algo em mim, antigo e divino,
Me ensinou a perder para não me perder.
Fidelidade não é resistir ao afeto,
É amar sem trair o próprio caminho.
É sorrir, mesmo andando discreto,
Com a alma vestida de sol e de espinho.
Não nego a dor que o amor traz consigo,
Nem os riscos de viver com o peito nu.
Mas prefiro errar seguindo comigo,
Do que vencer negando quem sou e fui.
Se me vires distante, não é indiferença,
É só que às vezes é preciso calar.
Para manter a aliança, a consciência,
Com o Céu que insiste em me visitar.
Pau de Fitas
Na auge da Festa Junina
quero ser a ventania que
enquanto dança o Pau de Fitas
balança as bandeirinhas
e nossas expectativas meninas.
Cruzar o seu encantador olhar
e com jeitinho de acarinhar,
quando a gente se encontrar
no Tramadinho ou no Trenzinho,
perceberá que és o meu amorzinho.
No Zigue-Zague não deixar
para depois assim será
quando no Zigue-Zague a dois
o calor do meu toque
carinhoso com o teu encontrar.
Quando a hora chegar
da Feiticeira a gente dançar,
a tua atenção despertar,
para a Rede de Pescador
encantar de vez o seu amor.
O Ser Divino que Mora em Mim
No silêncio da alma, um eco desperta, um sussurro que dança entre sonho e vento. Não é palavra, nem verso, nem canto, mas pulsa vivo, ardente, sedento.
Ecoa suave no peito trêmulo, como rio que abraça sua própria nascente. Não há templo, altar, ou promessa, apenas o instante, puro, presente.
Choro e riso são sua canção, a voz que vibra no coração. No amor, na dor, na brisa esquecida, Deus se revela na própria vida.
Quem ouve, sente; quem sente, vê: Deus não se esconde, Ele também mora em você.
Percebemos a importância da Dança, quando percebemos a diferença entre ouvir ou sentir o toque de alguém.
" Grandes transformações emocionais e energéticas são realizadas por meio da Dança. Além de inúmeros benefícios para o corpo, a Dança bem direcionada pode abrir caminhos para uma vida mais plena, mais saudável e mais feliz."
O universo a todo o instante nos chama
para celebrar e dançar o milagre da vida.
Fica a nosso critério dançar ou não...
agradecer ou não essa oportunidade.
Ela tenta
Levanta
Mesmo com todo peso
Nem sempre os dela
Um imenso peso
Caminha
Com os ombros caídos
Mas ainda sim com um sorriso no rosto
Que máscara em menina?
Se senta
E o descanso ?
Que nada !
Ela ainda se sente pesada
O seu peso, mais o mundo
O dela?
Nada!
Nem sempre ela olha pra ela
Então sente
Na pele, na mente, na alma
Aprende menina
Se cuida e se acalma
Deixa de lado
Se cala
Se deita
A mente ainda inquieta
O sono derruba
Mais ainda sim o peso
O mundo, mais o dela.
Menina, descansa, dança
Deixa o mundo
Ele não é criança.
Casa desarrumada
Pior que uma casa desarrumada é não ter um lar.
Não quero desarrumar nada, só digo uma coisa:
A alegria de viver é o que importa!
Ser alegre, mais que tudo, é saber que a casa não tem dono.
O dono? É tudo que enche de vida:
a chama no fogão, aquecendo o leite;
a cadeira de balanço ressuscitando lembranças;
os livros na estante provocando a beleza das ideias;
o amor prestes a acontecer no embalo de uma valsa;
o assoalho da sala sem brilho mostrando o movimento de gente;
o rosto alegre de um cão que, pela idade avançada silenciou o latido;
a doce voz de uma mulher reclamando "amor".
Uma casa de cheia de poucos amigos.
Desarrumada, assim como minhas certezas, é minha casa.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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