Poesia Carinho Machado de Assis
A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e tecto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.
Por trás do que lembro,
ouvi de uma terra desertada,
vaziada, não vazia,
mais que seca, calcinada.
De onde tudo fugia,
onde só pedra é que ficava,
pedras e poucos homens
com raízes de pedra, ou de cabra.
Lá o céu perdia as nuvens,
derradeiras de suas aves;
as árvores, a sombra,
que nelas já não pousava.
Tudo o que não fugia,
gaviões, urubus, plantas bravas,
a terra devastada
ainda mais fundo devastava.
O Engenheiro
A luz, o sol, o ar livre
envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
Superfícies, tênis, um copo de água.
O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.
(Em certas tardes nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro).
A água, o vento, a claridade,
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples.
Rasas na altura da água
começam a chegar as ilhas.
Muitas a maré cobre
e horas mais tarde ressuscita
(sempre depois que afloram
outra vez à luz do dia
voltam com chão mais duro
do que o que dantes havia).
Rasas na altura da água
vê-se brotar outras ilhas:
ilhas ainda sem nome,
ilhas ainda não de todo paridas.
Ilha Joana Bezerra,
do Leite, do Retiro, do Maruim:
o touro da maré
a estas já não precisa cobrir.
A um rio sempre espera
um mais vasto e ancho mar.
Para a agente que desce
é que nem sempre existe esse mar,
pois eles não encontram
na cidade que imaginavam mar
senão outro deserto
de pântanos perto do mar.
Por entre esta cidade
ainda mais lenta é minha pisada;
retardo enquanto posso
os últimos dias da jornada.
Não há talhas que ver,
muito menos o que tombar:
há apenas esta gente
e minha simpatia calada.
Que eu.....
Que eu continue a acreditar nas pessoas, mesmo sabendo que continuarei decepcionando-me com algumas;
Que eu seja sempre otimista apesar de saber que o futuro pode trazer tristezas, e não as alegrias que espero;
Que eu procure sempre construir amizades, mesmo sabendo que muitas estarão a meu lado apenas por seus próprios interesses e que jamais serão verdadeiras;
Que eu me mantenha disposto a sempre ajudar as pessoas, mesmo sabendo que poucas tem a capacidade de sentir e entender esta ajuda;
Que eu não perca a capacidade de continuar amando, mesmo sabendo que o mundo é permeado de rancores;
Que eu não perca a noção da justiça, quando os meus interesses conflitarem com o dos outros;
Que eu valorize a verdade, mesmo sabendo que a vida e o mundo são permeados de enganações;
Que eu procure sempre viver em paz com o próximo, mesmo sabendo que terei alguns confrontos;
Que eu jamais faça o mal a ninguém, mesmo sabendo que algumas vezes serei vítima de maldades;
E, acima de tudo....
Que eu continue acreditando no amor daquele que morreu na cruz por mim e que permanece ao meu lado, confortando-me nos momentos de tristeza, dando-me fortaleza nas horas de desânimo, amparo nas minhas quedas, segurança nas aflições e esperança no desespero. Mesmo sabendo que continuo imperfeito e indigno do seu olhar compassivo e amoroso. [Francisco Assis Melo]
Repensando Atitudes
Cada um encontra na vida exatamente aquilo que traz dentro de si mesmo.
São os sentimentos trazidos no coração que determinam o ambiente em que vive.
A visão que tem dos outros reflete o seu interior.
O egoísmo, a maldade, a inveja, a falsidade que enxerga nas pessoas que o cercam não passam de reflexos de si próprio.
É mera projeção de seu caráter, que imagina ver, refletido nas atitudes dos outros.
Do mesmo modo que a generosidade, a lealdade, a amizade sincera e solidária também refletem o interior de cada um.
O caráter forjado nas atitudes e sentimentos positivos não alimenta, senão, impressões positivas sobre os outros e raramente desconfia de suas atitudes.
Ao emitir-se conceitos negativos sobre o comportamento alheio deve-se, antes, examinar-se a si próprio.
De repente descobre-se que o problema não está com os outros e sim consigo mesmo. E que talvez seja hora de repensar suas próprias atitudes e a maneira de enxergar as pessoas e o mundo à sua volta.
A vida é como cada um faz!
Arrependemo-nos raramente de falar pouco, e muito frequentemente de falar demais: máxima usada e trivial, que todo o mundo sabe e que ninguém pratica.
Faço dizer aos outros aquilo que não posso dizer tão bem, quer por debilidade da minha linguagem, quer por fraqueza dos meus sentidos.
O rosto de uma mulher, seja qual for a sua discrição ou a importância daquilo em que se ocupa, é sempre um obstáculo ou uma razão na história da sua vida.
Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.
Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.
A indiferença ou apatia que em muitos é prova de estupidez pode ser em alguns o produto de profunda sapiência.
As coisas maiores só devem ser ditas com simplicidade; a ênfase estraga-as. As menores precisam de ser ditas com solenidade; elas só se sustentam pelo modo de expressão, pela atitude e pelo tom.
A maioria das mulheres quase não têm princípios: conduzem-se pelo coração e, quanto aos seus costumes, dependem daqueles a quem amam.
Sempre vimos boas leis, que fizeram com que uma pequena república crescesse, transformarem-se depois num peso para ela, depois de grande.
É tal a falibilidade dos juízos humanos, que muitas vezes os caminhos por onde esperamos chegar à felicidade conduzem-nos à miséria e à desgraça.
É preciso que um autor receba com igual modéstia os elogios e as críticas que se fazem às suas obras.
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