Poesia Agua de Mario Quintana
Açude
Lembro-me daquele açude
Lá no sítio de tia Maria
Onde a água refletia
Meu rosto com plenitude
Lá estava a juventude
Que nunca mais revivi
Só me restou, por fim
A pior das crueldades
Me banhar com a saudade
Que a gente sente de si
(Jefferson Moraes)
10/09/2014
Olinda, Pernambuco
Chuva
Chuva que cai
Encantadora melodia
Água la fora
mente tranquila
Chuva que cai
Bênção divina
pingos ao chão
Lembranças longínquas
Chuva que cai
Inesperado milagre
Correntezas escorrem
Caminhos se abrem
Chuva que cai
Promessa de vida
Ventos molhados
Quatro da matina
Chuva que cai
Amores passados
Trazem de volta
Eternas águas de março !
MINHAS SINAS
Queria ser a luz que brecha
O ventilador que te assopra
No frio, ser tua água morna
Pra depois virar tua coberta
E ir aquecendo tuas pernas
Naquelas noites de preguiça
Depois abrir nossas cortinas
E ser o florido do teu vestido
Guardando nos teus sorrisos
A lembrança de minhas sinas
COISAS DE RIO
Riu, riu, muito, dou gargalhadas
rio água, rio deságua, rio apaga...
Água doce, água límpida,
corre fria e vai desaguar no mar...
Conheço peixes que dão rabanadas
em sua correnteza,
em suas águas... E peixes...
Que vão lá, p'ra delirar.
Rio, rio... E aqueles meninos
que de seus barrancos
correm no pique, dão salto?
Pulam em ti... E saem felizes,
existe dando braçadas,
sem nunca ter tempo de ensaiar.
É rio... As suas margens
são flores de raras belezas...
São encanto em sua fortaleza,
encantando o nosso olhar...
O revoar das borboletas
em sua beirada...
O chilrear dos pássaros,
os pássaros em sua volta...
são fortalezas, de vida
que só você pode propagar.
Lá vai o canoeiro em sua canoa,
em seu leito, levando gente boa
a garça com sua alvura,
se assenta na proa...
Manhãs de neblina, tarde de garoa
o mundo se move uma vez e outra chove.
Em sua volta, você sem porta aporta
tudo que por ti pode passar...
Em suas águas, passou boi, cavalo boiada
passou reza, procissão,
cortejos... Certidão de casamento
beijo suspiro paixão...
Noiva concretizando sonhos,
sonhos sonhando do coração.
Antonio Montes
DEIXA
Vamos ver...
Se vai querer
Se vai chover
será que vai cair água...
Águas nas águas d'eu
ou... Nas águas de você.
Nuvens virão...
Deixa cair!
E exista no existir...
Alguém vai gostar
alguns irão sorrir
deixa existir!
ÁGUA MORTA EM TERRA BOA
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Água morta, em terra boa,
não é lago, nem lagoa,
mas é vida na barragem...
Quando o vento sopra à toa,
tudo passa e tudo voa,
mas a terra é mais que aragem!
Água morta, nevoeiro...
Berço eterno e derradeiro,
nas entranhas do meu chão...
Vai-se o tempo, tão ligeiro,
como as águas dum ribeiro,
mas a minha terra não!
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16/09/2014
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in "MAR REVERSO (Ecos da Terra, do Mar e da Vida)", 2015
📜© Pedro Abreu Simões - Poetautor ✍
facebook.com/pedro.abreu.simoes
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MORDA
N'água, nada...
Nade e se afogue
se afogue grogue, com gole
tome tudo, não seja mole
tome o mundo, tome seu porre.
Corra, corre...
Se esconde e se sacode
Morde, morda, não morde,
bate a cabeça como bode
logo depois, faça como pode.
Morda, todos os dentes da gangorra
todo peso, toda arroba boba
sem moda sem estilo sem roupa
morda a popa escorra a loca
feixe a porta d'essa masmorra.
Antonio Montes
Meu coração é como um sabiá
Cujo ninho na água é mergulhado
Meu coração é como uma macieira
Cujos galhos com grandes frutos estão sobrecarregados;
É como a concha do arco-íris
Que rema num tranquilo mar
E mais feliz que todos esses
Porque meu amor está para chegar
pena
não mudamos
o tempo
escorreu
água entre
os dedos
pena
pássaros coloridos alcançam as nuvens
todos os dias
ficamos
Raízes.
Qual a definição de barulho?
Pássaros Gorjeando
Água do Chuveiro caindo
Chuva no telhado
Cachorro latindo
Micro-ondas esquentando o leite
Trovões
Torneira escorrendo água para lavar as mãos
Ou uma descarga quando há necessidade de usá-la?
Se prestarmos atenção, veremos que o que te parece barulho, na verdade é poesia.
Apocalipse Humanidade
Todo canto há sangue e desordem; num súbito momento a água se transformou em vinho. Todos os dias pensam em matar. Pensando em máquinas para sobreviver em modo de tirania entre os animais.
A raça perversa suplica após um mero desespero, depois de protagonizar tantos terrores nível Hitchcock.
Recôndito durante tanto tempo, acabei me deparando no espelho que fui infectado, me tornei um deles; tentei achar a cura, mas vi que precisei matar para isso. Pobre de mim e de todos, nesta vasta pandemia devastadora de pobres seres.
Otávio Alves
Ser Água.
Um arroio brota na mata e desce em correntes que se avolumam.No percurso, encontra outros regatos que se unem pela sua natureza.Quando se vê, já são conhecidos como riachos e rios.
SALMO DO LUCAS - 1
Dá água para o vinho
Me transforme
Como foi feito em Pentecoste
Rei como Davi
Sábio como Salomão
Íntimo como João
Continue me mostrando
Me alertando
Me amando
Desleal, eu sei que sou
Distraído e até desequilibrado
Mas, lutarei diariamente, para não errar novamente.
às Musas não interessam
drenagens, deixam alagar livremente
com o que sobrevém: a água do instante
subjectivo
quando o poeta era uma fera luminosa
e Veneza, sobre a laguna, a porta para o Levante
com seu tráfego de peregrinos imateriais – que também traziam
as laranjas douradas, a seda, a musselina
porcelanas, aço, pimenta
incenso e alívios
a cidade detinha um colégio de sábios
que sabia, em dialecto próprio, ser a magia
este palácio mergulhado nos silêncios
meio submersos
e que apenas a ciência da leitura paulatina
poderá ser o escafandro glotal e sinal que soltará
da grosseria eloquente
o espanto oculto do poema
a garça
estrangeira parque d’água
equilibra-se
na madeira arcada
de mangas
tece
de curva e pescoço
o ninho estranho
atrás da casa toda
água é lama
e a deusa
branca
torna-se galho
pelos calcanhares
o pássaro olha
a criança que rasga coxas
caule acima
atrás de rasgar a pele da fruta
depois de seis meses de espera
os bichos se encaram
o pássaro firma, cúmplice
sabem
que é papel dos velhos
cochilar durante os furtos
A inveja é uma esponja
que apesar da imensidão
do mar
quer pra si
a porção de água
que já está
em outro
entranhada.
LIGA DA PONTE
Toda ponte...
Tem uma fonte d'água,
que por ela passa...
Toda molhada.
Toda ponte...
Tem uma liga, que me liga
que te liga, que ela liga...
com abraços e mãos dadas
... E suas passadas.
Antonio Montes
LAGRIMAS D'ÁGUA
Eu choro as minhas lagrimas
que ninguém pode chorar
lagrimas atiradas aos ventos
para no chão se acabar.
São lagrimas desse meu eu,
imposto d'elas, não pagarei
se pagasse o mundo era breu
sem chorar, não sei, não sei.
Lagrimas que são empurradas
pelos sentimentos internos
elas aparecem do nada
movendo céus, e infernos.
Eu choro as minhas lagrimas
para aliviar a grande dor
lagrimas que sonhos afaga
lagrimas pelo grande amor.
Antonio Montes
DIA DE FRIO
No dia de frio...
Eu parei para ver o rio
o rio se quer parou
lavei o rosto nas águas
as águas não me lavou.
Depois visualizei a onda
que as ondas de mim levou
na mansidão do remanso
nos trilhos do meu tamanco
nos polens da minha flor.
No dia de frio...
eu contemplei o estio
no intimo do meu tremor
os passos de todos os trilhos
os descarrilhos dos meus trilhos
e os abraços de todo amor.
Em dia de frio...
Ai, ai meu senhor!
Quantas vidas pelas ruas
que morre no treme, treme...
Com frio que vai no osso,
e um amor todo insosso
que almas por ele geme.
Antonio Montes
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