Poemas Vinicius de Moraes o Lago
Como uma vereda
que vai seguindo
o seu próprio curso,
vou escrevendo
em prosa e poesia
até a próxima
estação do destino
que será o encontro,
a convergência
e a alegre festa
de ir até a janela,
e ver o Universo
inteiro aceso
quando cair a noite,...
Mesmo sem ter
sequer uma sacada,
para apreciar
as tempestades
e as noites
sem teus abraços;
Tenho a gentileza
da minha janela
e a doçura do quintal
que me ajudam
a superar a dureza
da vida e das nuvens
que encobrem
dias ensolarados,
céus estrelados
e as noites de Superlua
que delas não escapam,...
Cheia de utopia
em preparação
para vencer a si própria,
derrubar egos e totens
e libertar povos deste século
dos campos de concentração:
abri para você o meu coração.
A janela do quarto
com ares de poesia
e arte do espaço:
noite de Superlua
nublada, hipertensa
gelada e impulsiva,
Diz muito mais
do que infinitas
páginas de jornais.
É a tal insônia que
surgiu para pensar
no curso da vida,
E escrever com
o orvalho da manhã
um poema que fale
como oceanografia
e não falhe contra
a desgraça que por
anomia foi espargida.
O amparo poético de
não parar de acreditar
que no final da história
tudo haverá de voltar
ao seu devido lugar
tem sido como uma ilha,
Onde nós dois somos
os ilustres refugiados
deste humano barco
que pelos poderosos
foi naufragado de propósito.
Você bateu os olhos
em mim naquela
tarde subindo
a ladeira da tua rua,
Reconheceu que
sou adrenalina pura;
Talvez o jogo mais
perigoso da tua vida:
presença que alucina.
Ainda sou presença
que te fascina,
Mesmo que a distância
não permita,
Sinto que ainda
com fogo me anseia.
Até hoje você não
consegue me tirar
da tua cabeça
E a tua memória
ainda sente o meu
perfume de Lua,
Tudo por causa
daquela tal tarde
na ladeira da tua rua.
Orbito nos horóscopos
secretos das galáxias,
Ninguém me captura
nem por medo,
Como borboleta nômade
não tenho e não terei
nenhum governo;
Não há autoritarismo
que me dobre ou prenda,
A minha liberdade interior
é a indestrutível crença.
Tentar insistir é loucura,
trago os signos
e as fases da Lua,
Como borboleta nômade
vivo pronta a escapar,
Ninguém nunca
há de me dominar;
Tenho vela, bússola
e orientação interior:
ignoro o quê tumultua,
Estou por onde você
menos imaginar
todos os dias
sempre a surpreender
onde menos esperar.
Talvez seja a canção
que anuncia
o fim da tecnocracia,
ou o início
de uma Nova Era,
todas as vezes
que penso em você
o mundo para
e algo superior
sempre me reinicia,
Não faço sequer ideia,
mas algo tem dito
e evidenciado
que há tudo de amor
como Lua suspensa
no teu céu interior
nascida para ser
tua fortuna poética
e em ti permanecer;
Talvez seja a canção
do século não escrita,
nos lábios sincréticos
que cantam simultâneos
em total suspense
e místico devocionário,
onde tenho o teu rosto
como meu escapulário.
Convido a erguer
a cabeça, olhos
e os teus sonhos,
para jamais desistir
dos teus planos,...
O amor vence
e sempre pode
vencer a morte,
Quem acredita
pode e vence,
Sê igual ventania
que afastando
as nuvens
para que seja
com luzes
lida a caligrafia
das estrelas:
O amor pode
e vence a morte,
Quem acredita
vence e pode
inevitavelmente;
Se o céu não
estiver aberto
até a próxima Lua,
Vencer a morte
é missão tua
mesmo que
não perceba,
Porque se
você tem amor
aconteça o quê
vier acontecer
e seja por onde for:
tu tens todo o poder.
Olhei pela janela
em busca da Lua
no meio da noite fria
e submersa no pó
da minha insônia,
Anseio poderoso
de estar ao teu lado,
Desfrutando juntos
do jogo elegante
e mais alucinante
das nossas vidas;
Como as nossas
tropas que unidas
nas fronteiras
longe dos ódios
e das diferenças
se libertaram
do passado imposto:
Creio como nunca
que podemos
quebrar ciclos,
reunir nossos mundos
e nos presentear
este saboroso gosto.
Desejo amoroso
de viver ao teu lado,
Descobrindo juntos
o tempo desconhecido
e mais esperado
capítulo da história.
Te levo em silêncio
como a mais alta
honra no peito,
minha divina glória
e meu amor perfeito.
Busco na leveza das palavras
a fortaleza para continuar,
porque quero ter fé na vida
e na existência do amor
sempre acreditar mesmo
na incerteza se vou encontrar:
Moram em mim guerras,
tempestades e tumultos,
todos indomáveis,
mas vivo em constante
enfrentamento,
estou sempre a buscar
as galáxias, o luar
e as lições de resistência
para sobreviver a mim mesma;
Aconteça o quê aconteça,
para que do Mal
das gentes eu esqueça,
e a mim mesma eu vença,
Ando em busca de paz
profunda interior
e reconciliação com
a crença que ainda
neste mundo existe amor,
Se não te encontrar,
irei te esperar demore
o tempo que for,
assim decidi ser tua, amor.
Como um pássaro
pelo Sol espera
para se aquecer
da noite austera:
esta sou eu
nesta manhã fria
em busca
do calor do teu amor,
que a distância
ainda nos sentencia:
como um adágio
abrigo o meu peito
do mundo áspero
e o idílio do século
te entrego para
que me entreguem
nos braços da Pátria
que me confundem
como parte fizesse,
porque na verdade
deste mundo
não faço parte;
e muitos ainda
não se deram
sequer conta
que pertenço ao Universo,
nos olhos o adverso encaro
e minhas luas disparo
para as almas em chamas enternecer.
Esperando do fundo
do teu coração que
receba o meu mais
amoroso manifesto,...
Pelos povos humildes,
e pequenas criaturas
_ os desamparados_
deste nosso Universo,
Os músicos distraem
os nossos corações,
embalam as paixões
e tiram as mentes
das muitas prisões,...
Os poetas são sempre
os que derrubam
os tiranos e são aqueles
que libertam as Nações;
Face a face e sem medo
flertam com a insônia
seja em noite de luar
ou de céu encoberto:
Porque não convivem
sem nenhum arremedo
com a indiferença,
a crueldade e o descaso,
Por serem assim assumiram
como modo de vida
exercer constantemente
o estado existencial de protesto.
Os músicos distraem
os nossos corações,
Os poetas são sempre
aqueles que derrubam
os tiranos e libertam as Nações.
Do meu distante farol
vejo o mundo
atravessando uma
larga noite escura,
Tenho a minha mão
amorosa a oferecer
e poemas sobre a Lua,
Quebrar com o meu povo
é o mesmo que me quebrar,
Partida em pedaços
de Andrômeda,
A onda virá
ainda devastadora,
Não nasci para chorar
sobre corpos,
Nasci para escrever
sobre estrelas,
viajar com cometas
rumo a outros planetas,
e para a Pátria do Condor
sempre regressar,
Para que nunca disso
tu na vida te esqueças:
Os músicos distraem
os nossos corações,
Os poetas são sempre
aqueles que derrubam
os tiranos e libertam as Nações.
Como um fogo-fátuo
surge a inspiração
bem no meio
da madrugada fria
e repleta de vontade
de cruzar oceanos,
plantar campos
e escalar muralhas.
Para quem sabe
o coração alçar,
Quero viajar para
uma terra onde
seremos plenos,
desconhecidos,
teremos tempo
para nos ocupar
com as estrelas
e tremendas noites de luar;
Para nós dois que
o melhor do amor
sabemos apreciar,
Nos orientaremos
com o horóscopo
e o milagre da vida
diante dos nossos olhos
graças a um teto
que há de ser aberto
automaticamente,
é só questão de tempo,
sei que conquistaremos.
Cada poema que escrevo
é para o nosso amor
que contigo virá,
assim seja e sempre será.
Abelardo Luz
São dois os teus laços
originários na História
que serão honrados
na minha memória.
Foi Passo das Flores
e Velho Chapecó,
Não há como ali
se sentir na vida só,
E sem querer o melhor.
Todos se unem
na Querência Farroupilha,
no Poncho Verde
e no Lenço Branco,
Só de lembrar
o peito fica cantando.
Minha Abelardo Luz
que a tua gruta seduz
por detrás do véu
branco que abrigou
mais de cem soldados
da Revolução Federalista,
Eu te amo mais a cada dia.
AUTORRETRATO
Demétrio Sena - Magé
Não há como encontrar em mim a sensibilidade que os seus olhos leem no poeta que sou. Quem mora no poeta é alguém mais frio e sem coração do que as pessoas que nunca se camuflaram nos versos. Leia no romantismo dos meus poemas comoventes, algo escrito para convencer a mim mesmo. Veja nas minhas construções literárias que mais encantam pessoas, um desencanto pessoal. Uma incapacidade como indivíduo, para corresponder aos ideais.
Quem conhece profundamente a humanidade, a tal ponto que a interpreta, compreende ou conforta, não é uma pessoa física. É o imaginário em redor da pessoa incapaz de manter o encantamento; a confiança afetiva; o romantismo; a segurança emocional. O indivíduo que mora no poeta é frio; seco; apático; insensível... tenta, em vão, ser o poeta que é... repetir o poeta no sujeito e se apossar do seu predicado... vencer a si mesmo ao se matar como indivíduo, para sobressair-se como entidade... a entidade que se faz amar através das letras... da alma literária... alma de fora... armadura do corpo e da alma que se anulam, porque não podem corresponder aos sonhos que levam às essências longínquas.
Fique apenas com o poeta... com a doce mágica do seu próprio imaginário... e do meu lado impessoal. A pessoa que recheia o poeta é um indivíduo de corpo e vícios... que pelo quanto alimenta o poeta, já se tornou oco... é árido, escarpado e sem graça... é triste, rígido e deserto... é de fácil decepção e com certeza lhe magoaria, no futuro... talvez até o fizesse não muito tempo depois.
Se num futuro imprevisível... por algum descuido seu ou por uma tocaia inadvertida em minha solidão, você vier a me conhecer, antecipadamente me perdoe por eu não ser o poeta... o poeta que sou, mas que voa mundo afora e me deixa no abismo do apenas eu... tão vazio da poesia com que abasteço corações remotos.
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei.
Sem querer, o amor!
Enquanto procurar o amor, estará condicionado a premissas que não, necessariamente, condizem com o que é melhor ou pior.
Partindo do princípio de que tudo que nos incomoda no outro é o mais puro reflexo dos nossos próprios defeitos, para amar, não defina, não estipule ou especifique a si próprio, inconscientemente, no outro, visto que, consciente, inevitavelmente não se suportará.
Simplesmente, não procure!
Deixe a espontaneidade revelar o que realmente completa, não complementa.
O amor deve ser completude em adição,
Não em complementação.
No que complementa,
O que já tem aumenta.
No que completa,
O que não tem integra.
Araranguá
Cada verso feito de areia
preta segue o curso do Rio
e a tranquilidade das lagoas,
Para que não se esqueça
da beleza do Vale das Araras.
Pássaro bonito eu vôo contigo
porque em ti é o meu lugar;
Este poema de cerâmica
que nem o tempo irá quebrar,
Araranguá você é meu lugar.
Na Lagoa dos Bichos a gente
marcou para se encontrar,
na Lagoa do Cortado a gente
de uma vez vai se declarar.
Na Lagoa Dourada a gente
com ternura irá se abraçar,
Na Lagoa da Mãe Luzia
de mãos dadas vamos namorar.
Na Lagoa do Caverá a gente
vai marcar para se casar,
Quando Rio Araranguá cantar
sem medo vamos atravessar.
Porque o amor da gente
é urgente e não pode
mais esperar pela Lua de Mel
que virá para nós na beira do mar.
Arroio Trinta
Pedra fundamental
por mãos caboclas,
É Riacho pequeno
beijo de amor infinito
no Vale do Rio do Peixe.
A imigração italiana
plantou lavouras
de ternura e fez
do destino uma cidade.
Arroio Trinta, adorada,
tu bem sabes que te amo
muito mais do que trinta vezes,
além das das horas, dias, horas
meses e por todas as auroras.
A minha oração nas grutas
e no mirante é por ti
e por toda a sua gente,
que ama, luta e segue em frente.
Atalanta
No Alto Vale do Itajaí
esplendoroso o meu
coração coloca o teu
povo amoroso aqui
bem dentro do meu.
O teu nome de hoje
foi pela vitória
na Copa da Itália,
A tua hospitalidade
é indelével marca.
Atalanta, jóia preciosa,
desta vida a tua
vitória será sempre,
A tua originalidade
é traço lindo e perene.
As tuas origens italiana,
alemã e polonesa,
construíram com fé
essa história brasileira
de tradições e beleza.
Com a Mata Atlântica
que fizeram e fazem
esta cidade romântica
que não se esquece
das araucárias
e dos teus indígenas.
Atalanta, jóia amorosa,
as preces nas igrejas
sempre te erguerão,
porque Deus sempre
ouve as preces da tua
gente boa de coração.
Atalanta Poética
Minha Atalanta poética,
na tua Serra do Pitoco
dou graças ao teu amor
bonito o tempo todo,
e no Rio Dona Luzia
nado lado a lado
com toda a poesia.
Minha Atalanta poética,
ali na Cascata Córrego
do Rio Caçador
dou graças por todo
o teu infinito amor,
e deslizo nas águas
do perfeito verso.
Minha Atalanta Poética,
ali na tua Cachoeira
Perau do Gropp
em plena correnteza
mergulho na sutileza,
e nela me encontro
escrevendo este poema.