Poemas sobre quem Realmente eu sou

A experiência é como uma mulher a quem todos rendem homenagem sem tratar de averiguar se o seu passado é irrepreensível.

Não há quem apresse mais os outros do que os preguiçosos depois de haverem satisfeito a sua preguiça, a fim de parecerem diligentes.

Escreve claro quem concebe ou imagina claro; com vigor, quem com vigor pensa, por ser a língua um vestido transparente do pensamento.

Quem busca o conhecimento e o acha, obterá dois prémios: um por procurá-lo, e outro por achá-lo. Se não o encontrar, ainda restará o primeiro prémio.

O homem, por natureza, é levado a desprezar quem o bajula e a admirar quem não se mostra condescendente.

A mulher veste-se para as demais mulheres, e não para os homens, nem sequer para aquele a quem mais quer.

Os defeitos de quem amamos, devemos vê-los com os mesmos olhos com que vemos os nossos.

Não há pai nem mãe a quem os seus filhos pareçam feios; nos que o são do entendimento ocorre mais vezes esse engano.

Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.

O castigo de quem pratica atos contra a natureza e que, quando quiser ser natural, já não o conseguirá. A história de Jekyll e Hyde.

Não é mais fácil encontrar quem chora com as nossas tristezas do que quem se rejubile com as nossas alegrias.

Um homem a quem ninguém agrada é bem mais infeliz do que aquele que não agrada a ninguém.

Quem pensou uma coisa tola ou sensata, que já não tenha pensado o mundo antigo?

Compadeça-se quem manda de quem obedece, e de si mesmo se compadeça por ter que mandar.

Quem não dispõe de reservas em si próprio, é assaltado pelo aborrecimento que o espreita e em breve o dominará.

É mister distinguir entre a ação obrigada, a ação ilícita, e a inação. Sábio é quem vê a inação na ação e a ação na inação, e em harmonia permanece enquanto executa toda a ação.

Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.

Enfim, a retórica está na língua de quem ama, de quem engana e de quem tem necessidade.

A quem darei o novo, espirituoso libreto / ainda há pouco polido com pedra-pomes seca? / Cornélio, a ti, que costumavas / não julgar mal as minhas tolices.

Nós não ficamos a querer menos a quem conhece os nossos defeitos do que a nós próprios por sofremos deles.