37 poemas sobre o tempo para pensar na passagem dos dias

“No Véu da Meia-Noite”

Na torre sombria, o tempo se desfaz,
Relógios choram horas em lamentos voraz.
A lua sangra sobre o mármore frio,
Ecos de almas dançam no vazio.

Rosas negras brotam do chão esquecido,
Perfume de morte, encanto proibido.
Velas tremem com o sopro do além,
Sussurros antigos chamam por alguém.

Vestes de sombra, olhos de tormento,
Caminho entre ruínas e esquecimento.
O amor perdido jaz em sepultura,
Beijo de espectro, dor que perdura.

No véu da meia-noite, tudo é verdade:
A beleza se veste de mortalidade.

“A Catedral dos Lamentos”

Sob arcos quebrados, o céu se cala,
A névoa dança onde o tempo embala.
Catedrais choram com vitrais partidos,
Guardam segredos, amores esquecidos.

Anjos caídos vigiam em pedra,
Olhos vazios, memória que medra.
O sino ecoa em tom de agonia,
Marcando o fim da última alegria.

Nos corredores, passos sem dono,
Sombras deslizam em eterno abandono.
Um véu de pranto cobre o altar,
Onde promessas vieram a se quebrar.

E ali, entre ruínas e dor silente,
O amor renasce… sombrio e ardente.

Tempo perdido


Já batalhei tudo o que tinha a batalhar
Já falhei tudo o que tinha a falhar
Hoje só batalho se assim precisar
Hoje só falho se me deixar enganar


Já trabalhei tudo o que tinha a trabalhar
Já trilhei tudo o que tinha a trilhar
Hoje só trabalho se for para o meu salário aumentar
Hoje só trilho se o caminho for o certo para triunfar


Já ralhei tudo o que tinha a ralhar
Já avacalhei tudo o que tinha a avacalhar
Hoje só ralho se alguém realmente se portar mal
Hoje só avacalho se a pessoa comigo se armar


Já atrapalhei tudo o que tinha a atrapalhei
Já olhei tudo o que tinha a olhar
Hoje só atrapalho se for para tempo, ganhar
Hoje só olho se aquele olhar estiver mesmo a matar

Teus olhos são a origem do tempo
Juvenil Gonçalves


Teus olhos são luas gêmeas em órbitas de vigília,
cicatrizes de um cosmos que não dorme.
Ao decifrá-las, desaprendo a física:
são elas que inventam o mar, a carne, o relógio.
Não há mundo além de seu eclipse.


O oceano que neles navega não é líquido,
mas fronteira entre o ser e o véu —
ondas quebrando em espelhos onde o real
se desfaz e recompõe, eterno ensaio.
A lua que ali dança não é astro,
é a primeira metáfora, o desejo
que antecede até o verbo desejar.


Constelações cravadas em tua pupila
são alfabetos de um caos primordial:
cada estrela, uma sílaba do nome
que jamais pronunciaremos.
Elas cartografam o vazio entre dois corpos,
a distância entre o "eu" e o "outro"
— abismo que chamamos amor,
mas que, no fundo, é só o eco
de um sol que se apagou há eras.


Há em teu olhar a vertigem do infinito:
cada piscar é um universo nascendo
de um suspiro, ou um buraco negro
engolindo todas as perguntas.
Não é angústia, é a lei secreta —
tudo que existe carrega em si
o germe da própria extinção.
Até o amor. Especialmente o amor.


Amar-te é habitar um paradoxo:
é morder a sombra de um fruto proibido
cuja polpa é feita de ausência.
É saber que a luz que me guia
já foi apagada há milênios,
e ainda assim jurar que é nova,
que é minha, que é eterna.


Porque teus olhos, veja bem,
são relógios sem ponteiros:
neles, o instante é tudo.
E tudo é só um reflexo
de algo que perdemos
antes mesmo de nascer.

O Relógio e a Lâmina
Juvenil Gonçalves


Nas entranhas do tempo, um relógio sangrava,
Cada tic uma lágrima, cada tac uma cava.
Em mármores frios, a ampulheta virada
Vertia seu pó sobre a carne cansada.


A lâmina, imóvel, sobre o altar do instante,
Brilhava em silêncio — vestal cortante.
Não corta a pele, mas sim a memória,
E inscreve nas veias a cicatriz da história.


No espelho estilhaçado de um ontem perdido,
Vejo o reflexo de um ser já partido.
Sou o que fui — e por ser, já me ausento,
Um nome sussurrado no sopro do vento.


A morte não grita, apenas aguarda,
Com olhos de sombra e face bastarda.
É mãe e madrasta, no mesmo compasso,
Nos embala em silêncio — no mais frio regaço.


Ó tu que respiras, crês que és inteiro?
Não passas de sombra num véu passageiro.
O relógio e a lâmina — gêmeos em dor —
Contam teus passos em direção ao torpor

O Tempo Passa

O tempo,
ele passa.

Não espera a gente estar pronto.
Não espera a insônia ceder,
nem o corpo descansar.
O dia nasce,
interrompe o sono —
sem dó,
sem piedade.

O tempo passa.
Não liga para planos,
prioridades,
listas.
Ele atravessa tudo,
como vento em papel,
como rio em pedra.

As pessoas vão,
outras ficam,
outras chegam.
Trabalhos começam,
outros terminam.
Oportunidades escorrem,
novas chances florescem.
Mas o tempo...
ele passa.

Não espera.
Não negocia.
Não concede prorrogação.
Se você se atrasa,
ele parte —
como um ônibus que não volta.
E aí,
você espera o próximo.
Se houver.
Ou segue a pé,
reorganiza a rota,
desmarca compromissos,
refaz caminhos.

Porque o tempo
não vive em nossa função.
Nós é que giramos
em torno dos ponteiros.

E se não ajustamos o relógio da alma
ao ritmo do universo,
perdemos.
Perdemos chances,
sinais,
instantes que nunca mais retornam.

Mas Deus —
Deus é o todo.
E sabe.
Sabe que o tempo não volta,
mas permite recomeços.

Cada segundo que resta
é semente.
É possibilidade.
É chance de escrever de novo
a história
com o tempo que ainda
nos habita.
Izabela Drumond

É festa na manhã as borboletas anunciam que é tempo de mudar
Abelhas em flor só querem se amar
Lá na roça o Bem - te - vi gritou que o Sapo-martelo pregou que a natureza tem que falar..
Ela disse que o planeta está doente e a sociedade líquida, cada vez mais carente, não perde por esperar
No Ouro Fino os pirilampos teimam a iluminar, a consciência de repor as árvores que fugiram de lá.
No ribeirão, Seu Jacaré disse, que a água pode faltar
E já foi desviada da fazenda acolá
Um Pão de Açúcar e um moinho a falhar
E pode não haver mais rios correndo para o mar.

O sol se escondeu na curva do mar
Meu peito vazio ficou a chorar
Sem você aqui
O tempo parou
Meu bem
Onde está o calor que restou?
Meu bem
Onde você está?
Quando você volta pra cá?
O vento leva meu pensar…

O tempo

Assim como as ondas do mar apagam nossas pegadas, o tempo apaga nossa existência, Assim foi, é e será!

É cansativo demonstrar ser forte o tempo todo. Às vezes, estamos despedaçados, moídos como carne processada em açougue, mas precisamos mostrar que ainda estamos inteiros.

Ninguém se importa com a dor alheia, se coloca no lugar de quem está sofrendo. As pessoas dissimulam e até mesmo debocham da sua vida, do seu processo, da sua tristeza.

É por isso que muitos tentam de todas as formas esconder o seu sofrimento, as suas angústias, porque sabem que não possuem onde buscar ajuda.

Tudo é uma engenhosa mentira humana, sempre dissimulando oferecimento de apoio, preocupação com as causas alheias.

Mas a grande verdade é que, se não lutarmos por nós mesmos, jamais conseguiremos resistir ao mal de cada dia.

Portanto, me levanto a cada instante de onde insisto em me prostrar para ajudar a mim mesmo.

Me ofereço ajuda para vencer o mal de cada dia que tenta tragar a minha vida.

Porque eu compreendi que sempre haverá a necessária importância de ajudar meu eu.

E depois de tanto tempo
Eu consegui vencer
Eu consegui entender
Eu consegui sorrir
Porque lembrei que há dias não lembrava de você
Eu consegui seguir
E a vida é leve, linda e eu quero viver

A fé não tem metal que melhor represente ela que o ouro.

O ouro quanto mais tempo fica no fogo, maior a pureza.

Viver é Agora
A vida não espera.
Ela corre, escorre,
e às vezes, some.
O tempo não avisa,
não atrasa,
nem dá segunda chamada.
Por isso…
viva o que sente,
diga o que importa,
ame com coragem.
O agora é o único tempo que existe de verdade.
O amanhã é mistério.
O ontem, memória.
Mas o hoje…
é presente aberto nas suas mãos.
Não desperdice.


Naldha Alves

Se a gente pratica algo por muito tempo, acaba ficando bom naquilo.
Uma mentira repetida demais vira verdade pros olhos distraídos.
Todo mundo carrega suas máscaras, todo mundo.
Mas você… você é a desculpa disfarçada, a fraude pintada de inocência.
E é só olhar pra gente como você pra perceber como o mundo se engana fácil.

Se você pratica uma coisa muito tempo, fica bom naquilo.
Mentira repetida demais parece verdade.
Todo mundo tem as suas…
Mas você é só desculpa travestida de inocência.
Uma fraude andando de pé.
E quem olha de fora enxerga fácil o tipo de gente que é você.

Tributo à Misael Elias
Marisa Torres Santos


Foi tão de repente que o tempo parou,
E o silêncio tomou o lugar do teu som.
Mas teu riso ainda vive nos cantos da casa,
E teu nome ecoa onde a alma abraça.


Alto, bonito, com a alma acesa,
No skate ou no sonho, era sempre leveza.
Tinha no olhar um mundo inteiro,
E no peito, um amor verdadeiro.


Misael, tua ausência é um vazio sem fim,
Mas tua presença vive forte dentro de mim.
Tua luz não se apaga, tua voz não se perdeu,
A saudade é ferida… mas também é o que me fortaleceu.


Sorriso largo, coração de irmão,
Apoiava os outros com as próprias mãos.
Mesmo fechado, era cheio de amor,
Se doava inteiro, sem pedir favor.


E agora o céu ganhou teu olhar profundo,
Mas aqui na terra, tudo ficou sem rumo.
Ainda dói, mas seguimos com fé,
Na esperança do reencontro que Deus nos promete.


Misael, tua ausência é um vazio sem fim,
Mas tua presença vive forte dentro de mim.
Tua luz não se apaga, tua voz não se perdeu,
A saudade é ferida… mas também é o que me fortaleceu.


Sei que estás num lugar de paz,
Onde os sonhos não têm fim,
E um dia, lá no alto,
Você vai sorrir pra mim.


Misael Elias, meu menino, meu anjo,
Pra sempre em nós.

O momento presente é mágico,
um tempo onde o passado não importa
e o futuro não existe.

Aqui, o porque é tempo


Onde houver porquês
nos entardeceres,
haverão amanheceres.
Onde houver esperança,
haverá possibilidade!
A possibilidade é estarmos vivos.
E isso, por si só, já é imenso.

Cada dia é uma nova oportunidade
Para fazer a diferença
Na cordialidade do tempo
Uma nova chance bate na porta:
Abra, entre! Viva...
Na dor chegará o alívio.
Um novo rumo
O combustível de partida
O foco na estrada
A força que te leva longe
Em cada passo,
Olhe adiante e siga!

Um lembrete para o dia de hoje:
você não está atrasado.
É que respeitar o seu próprio tempo
é também um ato de rebeldia
— e de amor-próprio.