Poemas sobre Apoiar o outro

⁠Desejos de Açaí
desde o dia que te vi,
Versos Intimistas
guardados para ti,
e que para outro
alguém jamais escrevi.

(É sobre nós em segredo).

A ninguém que atravesse um túnel de experiências tão intensas é possível sair do outro lado com o mesmo formato.

Se Ela se amar da mesma forma que jurou amar a mim, o Amor próprio se revelará nos olhos um do outro; e sem dizer uma palavra, eu saberei e ela saberá, também, o quanto é raro ser suficiente.

Cientes, porém, que o destino de todas as coisas é espera para grande partida que há no fim, o amor, por certo, nos faltaria algum dia. Então, por legítima defesa ou estado de necessidade, uma escolha se faria: matar a saudade para que o amor, em nome dela, não nos mate pouco a pouco (da falta que possamos sentir um do outro).

É por vezes mais fácil formar um partido do que ascender, pouco a pouco, à chefia de um outro já formado.

Existe poder em todo o fenômeno onde se revela a capacidade de um indivíduo em obter de outro um comportamento que este não teria adotado espontaneamente.

Amigos há de grande valia, que todavia não podem fazer-nos outro bem, senão impedindo pelo seu respeito que nos façam mal.

O futuro é um paraíso do qual, exatamente como do outro, ninguém jamais voltou.

Porque é que estranhas tanto que um deputado deixe o partido e vá ser deputado para outro lado? O jogador de futebol também muda de clube.

Uns sofrem de um mal, outros, de outro, e entre os homens / - quantos o sol é capaz de ver - ninguém é perfeitamente feliz.

O gênio é como um espelho do qual um lado recebe a luz e o outro é todo enrugado e enferrujado.

Ninguém vê mais claro nos negócios de outro do que aquele a quem eles mais interessam.

De sexos, conheço apenas dois: um que se diz racional, outro que nos prova que isso não é verdade.

Os homens deste mundo são como / os grãos de café na máquina de moer: / um antes, um depois, outro em seguida, / todos acabam por ir para o mesmo destino.

Pode misturar-se a esperança e o desespero até já não se distinguirem um do outro.

A verdade «sou eu». Quando o outro disse «o Estado sou eu», disse a mesma coisa. Só que meteu a polícia para não haver dúvidas e outros a dizê-lo também.

Não quero outro exemplo a não ser aquele dos escritores, dos quais se pode dizer que arrancam a pele um do outro e nunca deixam de roubar aqui e ali de tempos em tempos; e cada um ostenta o que pertence ao outro como se fossem as suas próprias descobertas.

O crítico é semelhante ao ator; tanto um como outro não reproduzem simplesmente o mundo poético, mas integram-no, preenchendo as lacunas.

Instruímo-nos viajando (...). Mas, por outro lado, só aprendemos aquilo que já sabemos.

Quanto a sexos, apenas conheço dois: um que se diz sensato, o outro que nos prova que isso não é verdade.

Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações.