Poemas sobre a Ironia do Sorte
CERRADO EM FLOR
Como é poético sentir a primavera
Quando de flor recama o cerrado
O matizado tinge, o aroma impera
Boa-nova, vida, sertão demudado
Tudo encanta, canta e reverbera
O céu com o um azul ensolarado
O escurecer estrelado, em espera
O eclodir em graça, ali desenhado
A primavera no cerrado, anuncia
Inspiração num verso perfumado
Ornado de alegria, e tenra poesia
Então floresce o fascínio, ao lado
Do amor, da beleza, tudo é magia
Afinal, é a primavera no cerrado!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18 abril, 2024, 06’32” – Araguari, MG
DISPARADA
Ó inconstantes poesias pressurosas
Escorrem da inspiração apressadas
No alvoroço de ilusões impetuosas
Sobre desígnios, com asas agitadas
Tudo é fugaz, e pouco as corajosas
Sensações. Frenéticas e tão aladas
Emoções. São torrentes fragorosas
E muitos os sentidos das estradas
Pelo verso, zumbindo, o sentimento
E celeremente passa o pensamento
Devaneia, e corre pela madrugada
E, assim, nos versos de incertezas
Estorvos, acasos, súbitas surpresas
Desenhando a vida em disparada!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18 abril, 2024, 20’21” – Araguari, MG
A VOZ DA SOLIDÃO
No vão da noite sombria, deserta
Tão silenciosa, envolta em arrelia
O repouso torna a cena irrequieta
Em um tenso sussurro de agonia
A enodoada alta noite terrificante
Povoada de uma vontade, irradia
Aperto, onde não há o que cante
Nem o poema sem a melancolia
Na treva da escuridão a coruja pia
Rompendo o vazio no tom dolente
Tal um cântico de acerba sensação
O pensamento da gente silencia
O coração arrepia tão vorazmente
E, merencória fala a voz da solidão.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 abril, 2024, 13’58” – Araguari, MG
LUAR DE ABRIL
Na imensidão do céu, eis o luar
Cá no planalto, alvo de candura
Atraente, seduz o amor a trovar
Toando o negror da noite escura
Oh lua clara que surge em prece
Dando ao sertão diáfana tintura
Divinal tom, que o encanto tece
Ao sentido esplendida candura
Cor caiada, etérea luz, especial
Traçando no espaço sensação
Cintilando florescência no vazio
Luz densa de um leitoso cristal
Reina rútilo, insuflando emoção
No cerrado regalado luar de abril.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 abril, 2024, 19’57” – Araguari, MG
SER E NÃO SER
Se disser que não é árduo estou fingindo
Mas no versejar ter-te certo, não consigo
E, nesta sensação o verso vai seguindo
Ser e não ser, ó dúvida, que há comigo?
Se a saudade adentra, dela vou saindo
Mas, ao lado teu, deixo o amor contigo
Sentir teu perfume, arfada vou sentindo
E parar de pensar em ti, infeliz castigo
Se o soneto matutar por ti, descomeço
Se na ilusão me perco, como padeço
Cheio de emoção, emotivo sem saber
Quanto mais a poesia de te está vazia
Mais guardado na prosa, ah! teimosia!
Dando vacilação e objeção sem querer.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22 abril, 2024, 17’45” – Araguari, MG
*paráfrase Bernardina Vilar
VERSOS MURCHADOS
Pelo soneto saudoso vou versejando
Verso choroso de emoção carregado
E pela poética a agonia vai passando
Suspira, sussurra, ah! sentir danado!
Trova e canta o canto, assim, rimando
Com a rudeza do vazio, tão atordoado
E a alma do sentimento vai murchando
Deixando sem comando o ritmo do fado
Guarda escondido dentro desta poesia
Um tesouro de amor, outrora de alegria
E, a paixão de um romântico coração...
Nem se compara os dias tão elevados
Versados aqui sem reação, despejados
Murchados e, sem qualquer percepção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 abril, 2024, 19’45” – Araguari, MG
PENA
Sensação renhida, deixai-me na paz
Livrai-me do mal e suas dores rasas
Que não rasteje e sege mais capaz
Com sentimentos de alongadas asas
Ou me faça, mais, mais sorte voraz
Onde meu olhar queime em brasas
Leve a desilusão e o amor perfaz
Quando a estima e a alegria casas
Satisfação, de cintilante claridade
Que iluminas a alma e traz sabor
Sê também aquele amigo abrigo
Ó boa sensação! Tem de piedade!
Não me condene tal a um pecador
Ordenando a aflição estar comigo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2024, 16'31" – Araguari, MG
GULA
Sim, mais! Mais ainda! E ainda mais!
Quando o coração sente o tal desejo
Um olhar que queima, os toques tais
E aquele arfado suspiro, doce ensejo
Nunca as sensações nos são iguais
Porque o olhar do amor tem lampejo
Fazendo do sentimento ali seu cais
Sim, mais! Mais ainda! Ainda o beijo!
Ah! O beijo! ... que nos deixa talante
Querendo muito, ter terna felicidade
Cheio de sede, gosto que consome
Fosse, assim, toda a sorte, amante
Não há emoção que baste à vontade
Nem satisfação que chegue à fome!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/01/2024, 12'33" – Araguari, MG
Ao Pé da Cruz
Ao Pé da Cruz, no suplício do madeiro
Em cujo o pesar move no seu sofrer
Em cujo no teu elemento hei de ser
Penhorado, neste mundo passageiro
Que não seja parte, sim, por inteiro
Pois, te sinto no meu peito a verter
Estais comigo em cada doce valer
Pois é a páscoa, o manso cordeiro
Então! Em tuas mãos o meu espírito
Volvei tua face a este falho pecador
E dá-me o vosso dom, que é infinito
Na cruz, nossa salvação, gentil amor
Que, por tudo que pequei, todo delito
Na redenção em Ti, rogo o Teu louvor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2024, 12'12" – Araguari, MG
*dia de Santo Reis.
No cerrado, o dia alvorecer
Eu vi o dia alvorecer, no cerrado
Fiz aí eterno voto de admiração
Vi depois o céu rubente, visão
Feérica, igualmente encantado
A qual mais belo, se, ilimitado
Sedutor, este, aquele, sei não?
Cada qual com a sua emoção
Cada qual com o feitiço privado
Ah! que este instante inebriante
Sabe a sensação o quão cativa
Cá no cerrado é cena constante
Raia, cerrado, rebenta num viva
Ou faze do show ímpar instante
Surgindo em poética tão festiva.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 janeiro, 2024 – Araguari, MG
DEPOIS QUE TI SENTI
Depois que te senti, só depois, sentimento usual
Notei que o agrado d’alma é bem sem ter preço
A maior felicidade, emoção, singeleza virginal
E, se um dia há igual, eu ainda, não o conheço
Doçura ardente e casta, à Deus, afim, eu peço
Ó sentimental ponto, faz deste poetar divinal
Desejo sem igual, cujo certo e único endereço
É a paixão, que faz da sensação tão especial
Depois que te senti, só depois... vivi a cortesia
O espírito junto da alegria e cheio de ventura
É que a mente me invade uma emotiva poesia
Com versos imersos no prazer, assim, estavas
Cada rima, provando está minha suave ternura
Na entrega do amor rudimentar que me davas!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 janeiro, 2024, 14’53” – Araguari, MG
Fragilidade
Se o verso bater de novo à minha inspiração
Inquieto, suspirante, para o meu sentimento
Hei de dizer-lhe tudo quanto for duma razão
O meu afastar, como um vingador momento
O que vir de tal gesto, pouco importa a ação
Não se faz árduo e penoso, tão pouco isento
Quando o versejar compõe para uma solidão
Falham com as duras rimas, sofrem fastiento
E, se for irreverência com uma flor, dor causa
E, se for olhar jogado ao vento, disperso olhar
Ah! borrado verso quando o amor, nele pausa
Tudo se faz tão vazio, ao poema tão aturdido
Sem cor, cheiro, colo, e sem um poético lugar
Onde o canto se põe a chorar num tom traído.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 janeiro, 2024, 04’38” – Araguari, MG
Sonatina (soneto II)
Não pode ser sempre inquieta poesia
Está morna poética, cheio de torpeza
Os versos tão enevoados de lerdeza
Há de isentar-se desta sensação fria
Num vendaval de solidão e de agonia
O choro apodera da rima em tristeza
Quando a inspiração só quer alegria
E numa sonata vê-se sons da utopia
Hei de subir ao tope da imaginação
Vencer procelas e alaridos, emoção
Ali, triunfante, cheio de doce louvor
Em poema, aclamante, e com intento
O sol da glória há de ornar o momento
E eu, hei de toar: - em versos de amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16 janeiro, 2024, 20’38” – Araguari, MG
Um amante
Num soneto feliz e ímpar, a ternura
Rimando o prazer com uma lucidez
Num sentimento com doce ventura
Que envolve a alma, com parvulez
Enquanto o canto alastra formosura
Em uma poética que a emoção fez
No âmago, o amor, figura brandura
Enchendo de agrado e de solidez
Pela primeira vez, a poesia amada
Uma rosa, um toque, apaixonada
Sensação. Versado o beijo galante
E, o soneto saciado, rico e querido
Outrora pícaro, agora com sentido
Rascunha versos para um amante.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17 janeiro, 2024, 18’38” – Araguari, MG
Pranto e sorriso (fado)
No pranto da alma um sorriso
De ilusão. Pesar não, encanto
Pois, haver a crença é preciso
Toda a doçura do amor, tanto!
Se bem, a risada é um paraíso
Cheio de cor, de cheiro e canto
Entanto, na dor chorar é inciso
Aliviando o coração, conquanto,
Nem sempre, a regra é a hora
Portanto, tenha o querer afora
Da renúncia, te soltes da tolice
Tem muito mais, creia, confie
E, com a satisfação... contagie!
Pois, o tempo traz já a velhice!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 12’12” – Araguari, MG
CONSTRUÇÃO
Dentre tudo eleito, põe-se o devaneio:
Ilusão por ilusão, embora tão recatada
No sentimento só sensação é traçada
Criando uma etérea emoção sem freio
Dentre tudo eleito, põe-se o anseio:
Forte, sussurrante, a ventura alada
Da alma, querendo ser apaixonada
Opondo a pluralidade, forte gorjeio!
E a poética é um versejar ondeado
Variado, tão cheio de rima por rima
Loucura, mas que traz a pura razão
Sobranceiro ao acaso, o amor estima
Lima, fazendo do coração enamorado
Numa terna e embaraçosa construção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 18’28” – Araguari, MG
poema da tarde é aquilo que nos inspira a sonhar. As estrelas descem do céu brilhando, trazendo consigo o amor e a sabedoria. No final da tarde, elas nos transmitem tanta empatia, sensibilidade, carinho, respeito, autonomia e cumplicidade. As estrelas da tarde nos inspiram com seu amor poético, que floresce como uma flor, enchendo nosso coração de esperança. É como se o céu descesse para nos abraçar e nos alegrar.
Reflexão de Marcos escritor do Brasil
Eu tenho um Deus que não vai deixar
Essa luta me matar, o desespero me tomar
Por mais pressão que seja a situação
O controle ainda está na palma de Suas mãos
Samuel Messias -
O choro dura uma noite
Mas a alegria, ela vem pela manhã
Eu creio, eu creio
O choro dura uma noite
Mas a alegria, ela vem pela manhã
Eu creio, eu creio
Ainda que a figueira não floresça
Que não haja fruto na vide
E o produto da oliveira minta
Todavia eu me alegrarei
Todavia eu me alegrarei
Todavia eu me alegrarei
A Bougainvillea Vermelha
Na cor do amor
A Bougainvillea afogueada
Floresce no mais esplendor
Lenhosa, lustrosa, encantada
Matizando o olhar, és primor
Maiúscula flor, com significado
Tão imponente
De semblante desenhado
Bougainvillea vermelha.... n’alma sente!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 de julho, 2023 - Araguari, MG
INTENÇÃO
Naquele sentido pensativo e abandonado
Onde trago devaneios tão cheios de sede
instantes de tédio, enquanto se despede
o pôr do sol, só tenho, saudades ao lado
Com o pensamento num canto da parede
Crio ilusões, entrançadas tal um bordado
No silêncio do anoitecer por cá no cerrado
Ó tormento lavrado, que emoções impede
Dá-me um soneto cheio de cor e quimera
Junto, entre flores, arrebatado sentimento
Em um cenário de sentimental primavera
E, ainda carregado, não sensação pouca
Se o suspiro leva, que seja um momento
Quero poética que rime com beijo na boca
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 julho de 2023, 19’31” - cerrado goiano
ASCENSÃO
Não será sempre amargor na poesia
Versos a arrelia, ousadia com torpeza
Sem gentileza e enevoada de tristeza
Há te ter sentimentos e a pura alegria
Hei de poetizar agrados, com certeza
Criando na imaginação doce fantasia
Gestos leves, carias, raios de beleza
Desenhando versos com fina sinfonia
Hei de versar: - o olhar, o beijo a flor
Ter na rima, os sons sem escarcéus
Ritmando sensação e amor sem dor
Em um soneto alvo, polido, sem véus
Ah! a glória há de dourar cada louvor
Da ascensão, eu, penhorado aos céus!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 julho de 2023, 16’52” – Araguari, MG
*paráfrase Affonso Lopes de Almeida
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