Poemas sobre a Ironia do Sorte
Intimidade
Intimidade não é somente
Roubar os beijos grossos
Da mulher que passa e – sem fôlego –
Perder a noção do perigo!
Intimidade não é somente
Maldizer os deuses que saíram de férias,
Levando consigo o adeus
A imortalidade e a graça!
O íntimo pode se revelar
Na distância (real ou aparente)
Entre as almas, os sapos – pois tudo que
Respira se entende sempre!
Zarfeguiana
Te amo porque te amo
No São João sou capaz
De me queimar todo na
Fogueira elétrica
No Natal me visto de Papai Noel
E saio distribuindo
Mimos às criancinhas
No Dia dos Namorados
Faço declarações ridículas
Só pra te agradar!
Não preciso esconder
Meus parcos sentimentos
De ninguém
Muito menos de ti
Meus versos têm sabor
De pera
Maçã
E água com açúcar
Que estás esperando?
Vem no meu disco voador
Me dá um beijo quente
Sê minha musa decadente
Que um poeta
Pouco original
Pode te oferecer
Exceto um filho virtual?
Ah!
Se todas as andreias fossem deia
Se todas as poetas fossem musa
Se todas as prosas fossem poesia
"E" de era uma vez
Muito engraçada a história do “era uma vez”! Antigamente as estórias começaram assim: “Era uma vez”. Hoje em dia, as estórias começam assim: “Era uma vez”.
Os tempos mudaram, mas o “era uma vez” continua o mesmo de sempre. No máximo, sofreu uma leve adaptação: “Era uma vez agora” ou “era uma vez antigamente”.
O fascínio que essa expressão exerce sobre nós remonta ao passado, aos contos de fadas, às narrativas orais. Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho...
Como resistir a tanto encanto e inocência juntos?
Pensando bem, a atração do “era uma vez” deve estar no “era” – pretérito imperfeito do verbo ser. Tanto que, sem o “era”, teríamos “uma vez”. Ou seja, uma expressão adverbial sem expressividade. E estilo.
Aliás, tão sem graça quanto estas: cada vez, certa vez, de quando em vez, de uma vez, de uma vez por todas, de vez, de vez em quando, de vez em vez, em vez de, muita vez, por sua vez, por vez, etc.
Agora, experimente assim: “era” cada vez, “era” certa vez, “era” de quando em vez...
Que está esperando? Mergulhe fundo no encantamento!
Escolhas
I
Como escolher entre
O doce e o eterno?
O doce que embriaga
Como vinho e aperta
O coração no momento
Mágico da paixão;
O eterno que transcende
A vida e a morte,
Como maná que
Aplaca a sede de amar;
Como escolher entre
O cheiro e o paladar
O útil e o agradável
O beijo e o inefável?
II
Como escolher entre
O medo e o desejo?
O medo que rasga rente
Com suas garras e punhais;
O mesmo medo que
Jamais intimida os casais;
O desejo que é dor e
Prazer a um só tempo;
Apetite ardente mesmo
Quando em passatempo;
Como escolher entre
O riso e o meio-tom
O toma-lá e o dá-cá
O áspero e o vulgar?
Tão Romeo quanto Juliet
I
Eu perdi, mas foi você quem explodiu dentro de mim
Eu morri, mas será você quem ficará para sempre
repetindo nossa canção de ninar, viu, Juju, Juliet?
II
Eu esqueci, mas você é quem cuidará do nosso
elefante branco
Aprenda com ele, “tão curto o amor e tão longo
o esquecimento”!
Aprenda com ele, tão leve o amor e tão pesado
o envolvimento!
Aprenda com ele, tão doce o amor e tão amargo
o sofrimento!
Na verdade nem sei o que passei nesse ultimo mês, uma sensação de alegria, de desespero e tristeza, pensei que não sobreviveria a sua partida, e que você faria a maior falta, que choraria todas as noites, que ficaria sozinha.
Mas não foi isso que aconteceu, conheci pessoas maravilhosas, sinto uma alegria imensa com os meus amigos, sim sinto a sua falta sim, ainda posso até te amar, mas a alegria e paz interior são bem mais fortes do que sua partida.
Hoje vejo que não precisava tanto de você como eu pensava.
Vida é o que existe entre o nascimento e a morte.
O que acontece no meio é o que importa (...)
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as coisas que acontecem de facto.
Que amar é lapidação, não destruição. Que é preciso dar uma colher de chá ao acaso.
Que vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase?
Ora, é sempre mais forte.
Que todas as escolhas geram dúvidas- todas (...)
Que passar pela vida atoa é um desperdício imperdoável.
Que as coisas que nós exibem também nós escondem (escrever, por exemplo).
Que tocar na dor do outro exige delicadeza (...)
Que é mais produtivo agir do que reagir.
Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade.
E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo...
Saudações literárias!
Para que serve uma Academia senão para, em momentos especiais como este, reunir pessoas que curtem, amam e vivem intensamente a Arte?
Por isso estamos aqui... Nós, que não fizemos uma escolha, mas fomos escolhidos pela Arte para prestar homenagem à Beleza, que, conforme Dostoiévski, ainda vai salvar o mundo!
A Beleza vai salvar o mundo da feiura, da violência, do preconceito, da fome, do mau gosto, da insensibilidade, enfim, da Antiarte!
Finalizo minhas palavras desejando uma noite maravilhosa a todos! Divirtam-se! Alegrem-se!
E, por favor, sigam a recomendação de Charles Baudelaire: embriaguem-se de vinho, virtude e Poesia!
Não é ruim o socialismo, mas é que eu prefiro o individualismo.
Não é ruim se apaixonar por alguém, mas é que eu prefiro desapegar.
É bom amar as pessoas, mas nesse momento estou preferindo o amor próprio.
É preciso ajudar o próximo, eu apoio totalmente, mas por esses tempos preciso cuidar de mim primeiro.
Talvez me achem um egoísta, egocêntrico, prefiro pensar que sou menos um hipocrita neste mundo.
Afinal, como posso me socializar se não consigo me recompor por dentro?
Como posso me apaixonar se não consigo me aturar?
Como posso amar e querer cuidar de outras pessoas se estou tão largado e maltratado?
A verdade é que é preciso um tratamento... um tratamento que vem de dentro.
Eu apoio todas as formas de amor...
Então, camarada, não me julgue, porque de todas as formas de amor, o amor o próprio me conquistou, e é por esse caminho que eu vou.
Ana Neri Amorim Ribeiro:
Que eu poderei lhe oferecer neste dia especial que reúna afeto, consideração e mimo?
Como você já possui a flor – presente de Elane Botelho –, que tal as raízes, o tronco e os frutos?
As raízes, para fixar a amizade, o carinho e as nuvens prenhes de Água Preta.
O tronco, para amarrar promessas de amor e ventos bravios.
Os frutos, para embelezar a mesa e matar a fome de pão e delicadeza.
Que me diz? Não seja modesta! Você merece muito mais! Somos testemunhas disso.
Portanto, segue a PRIMAVERA, mágica e multiflor, todinha pra você! Parabéns!
Ou... tubro ou nada!
Outubro é o décimo mês do ano no calendário gregoriano. A palavra, no entanto, tem como raiz “octo”, que significa “oito” em latim.
No calendário romano, portanto, outubro (octobris) era o oitavo mês do ano.
Naquele calendário o ano – que tinha apenas dez meses – começava em março (martius) e terminava em dezembro (decembris).
Curioso é que tanto outubro quanto janeiro possuem 31 dias e, mais, começam sempre no mesmo dia da semana (em 2015 numa quinta-feira), exceto quando o ano é bissexto, a saber, quando ganha um dia extra, ficando com 366 dias.
As coincidências continuam: em 1º de outubro comemoramos o Dia Mundial da Música, enquanto em 1º de janeiro celebramos o Dia Internacional da Paz...
Música e Paz (e vice-versa) sempre em 1º de outubro e de janeiro!
E viva a Irreverência nossa de todos os dias, meses e anos, em todos os calendários possíveis e/ou imaginários!
Vamos conversar?
Mas poeta não conversa
se encanta de repente
Poeta não joga conversa
fora, rumina essências
Nunca desconversa
inaugura o verso e o fogo
Cartas
Sempre detestei escrever cartas. No início da década de 90, via Olivetti, caprichei numas dez para a mesma pessoa. Essas missivas, claro, têm enorme valor afetivo e documental para mim. Por isso mesmo, já fiz mil e uma propostas para adquiri-las da minha ex-destinatária. Ela, porém, me olhou com desdém.
Mas continuo querendo muito expor as cartas na retrospectiva dos meus 25 anos de literatura e jornalismo, em 2016.
Me ajude a convencer a ex a me ceder as benditas cartas, Bita de Itanhém!
No auge da aversão às cartas, registrei este epitáfio: "Aqui jaz o autodidata que detestava escrever cartas".
Mas o tempo foi passando, passando... eu também, também.
Hoje, nem posso mais ser considerado um autodidata no sentido estreito do termo. Mas sigo detestando escrever cartas. Oh
Seja bem-vinda!
Que dizer a quem tem nome de boa-nova e alvíssaras?
Que pedir a quem, por natureza, transborda elegância?
Que desejar a quem traz consigo a mulher e a pássara?
A vida é um momento, é um sopro, e a gente só leva daqui,
o amor que deu e recebeu, a alegria, o carinho e mais nada...
Boa noite! Beijos com carinho
Oh
Quantos oh você deixou escapar hoje?
Quantos oh saboreou neste 6 de abril?
Sabia que, para cada oh, existem dois ah?
Para cada ah há apenas meio oxente?
Aqui pra nós, você estaria pronta para
Devorar um bolo recheado de oh e ah?
1º bolo: oh my god, para ohnde olhar?
2º bolo: ahqui e ahcolá em todo lugar!
É bom sentir o amor bater a porta
Não houve esse que quisesse entrar
Comer meus dissabores
Sentir meus desafetos
Dormir meus pesadelos
O meu amor nem bate a porta
De tão cuidadoso
Entra quieto, calado, ouve, dorme e sonha
Nem faz questão de ficar
Antes do despertar
Cheio de razão, vai, mas diz que vai voltar.
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