Poemas Ladrao de Homem
Ok, você não acredita em Deus.
Tudo o que há na terra, depois do homem,
foi projeto e criação da inteligência humana.
Pois é fato que o avião não poderia surgir do nada,
contudo, você presume que a inteligência
que criou o avião seja fruto do acaso.
Você não acha esta filosofia simplista demais?
POESIA
Um ponto de vista
positivo sobre o caos
Exaltação da beleza
oculta na alma do homem
Um sopro de esperança
para quem não tem objetivo na vida
RELIGIÃO
Deve ser uma escolha livre
Opção de enxergar
o que há em todo homem
Algo que pode ser
negado ou afirmado
ESTOU VIVO ISTO BASTA
Acordar com saúde,
eis a maior riqueza de um homem
olhar a vida que se apresenta
com esperança
ter confiança
que a felicidade é possível
enfrentar com coragem
as adversidades
comuns aos seres humanos,
é de fato algo incrível.
Ser positivo
esperar o melhor do semelhante
abraçar um amigo
ou companheiro de viagem
sem distração com coisas vãs,
seguir adiante.
é o que queremos...
estar vivo e confiante!
BEM COMUM
Pobre do homem que se faz instrutor
que anula o instinto em nome do amor
não quero com isso lhe ensinar o que sou
cairia no erro que sempre me enlaçou.
Doravante só direi não
não para tudo que é tese de alienação
não para todo sistema e esquema de dominação.
Até hoje disse sim, a fim de concordar
para sempre aceitar o melhor bem comum
de estranhos e amigo, que andavam comigo
me chamando de irmão.
Hoje fui despertado para outra razão
e voltei ao domínio da minha natureza
na sublime beleza que existe no não.
CONTRA O EGO
Fui menino, em algum tempo
logo homem me tornei
tive que aprender bem cedo
que a vida é uma escola
onde ainda eu nada sei.
Fugi da guerra do ego
tive medo de lutar
contra a cruel tirania
de outro cego me guiar.
Neguei toda metafísica
dos sábios do além-mar
aprendi com a natureza
que para se ver a Deus
não é preciso rezar.
Quando se abre o labirinto do pensamento
e o homem a contento toma posse da razão...
É difícil encontrar duas coisas
que façam sentido
Em busca do paraíso perdido, nesse
emaranhado de contradição...
Vida humana, insana, sem gana
e sem grana...o que será de nós,
meu irmão...?
FORA A METAFÍSICA
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Eu queria ser humilde
Ter a mente de Platão
Para crer noutra tolice
que se chama encarnação.
Morre o homem, fica a sombra
como chama imperecível
onde continua vivo
num espaço invisível.
Só que ninguém pode lhe ver
já não fala e nada pensa
nem por obra de outra crença
poderá nos socorrer.
Que ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Deus não morre, nunca sofre
lá do alto, da amplidão
contempla o homem errante
em busca de salvação.
Uns ainda querem o céu
brilhante de ilusão
fazem guerras pra provar
se apegam à discussão,
Persistindo indefinido
um combate sem noção
para onde vai o homem
depois que voltar ao chão.?
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Talvez Pessoa está certo
quando rejeita esta crença
já sabemos como ele
que este mito é uma ofensa.
FRUTO DE UM ABORTO
A Besta surgiu do abismo.
Não era besta,
Nem era homem.
Mas tinha aspecto
De lobisomem
Saiu do Rio,
Como seu arauto
E para tal função
Foi para o planalto.
Não tinha voz,
E foi rejeitado
No breu ostracismo,
Dedicou-se ao um culto
De mito morto,
Regando a semente
De um neofascismo,
Onde fez crescer
Fruto de um aborto.
Para um homem bom
Às vezes ser justo machuca
E a bondade faz a diferença
Basta olhar nos olhos e ver
O amor que na alma cresce
Os bons são como anjos na Terra
Com sua luz e compaixão
Tocam a vida de outras pessoas
Fazendo brilhar onde era escuridão
Os bons não vão, apenas partem
Levam consigo um pouco da paz
Mas a sua memória e o seu legado
Ficam vivos em cada coração
Que os amou demais.
Então, quando um bom se vai
A tristeza nos transborda
Mas a saudade não nos aprisiona
Pois a sua vida fica marcada
Na nossa história.
É melhor ser bom do que ser justo
Pois a bondade é um de divino
E ao seguir esse caminho
Os bons mudam o mundo em sua volta
Mudam nossa rota, surge outro destino.
Para seu Júlio Romão de Melo.
Que homem é esse?
Que homem é esse
Que canta encanta
Que tocar e retoca
Que flama e inflama
Que sabe poesia
Que inventa a fantasia
Que cede a rebeldia
E aceita a vilania
Que homem é esse
Que desce da montanha
Sem nada na cabeça
Que não aceita ordem
Nem quer que lhe obedeça
Que homem é esse
Um pai tão dedicado
Um filho rejeito
Fruto de um quase aborto
Nascido imperfeito
Num lar destroçado
Que cedo ganha o mundo
Por um estranho levado
Que homem é esse
Fruto de um amor desejado
De uma mãe generosa
De um pai respeitado
Poema do Abismo
O homem ergue-se, cego, sobre as ruínas do ser,
com a ilusão de tocar o céu, de conquistar a luz.
Mas o céu é vazio, a luz, um reflexo do abismo,
e ele caminha em círculos, perdido, sem fim.
A razão, essa chama fraca, não ilumina mais o caminho,
apenas queima, sem piedade, a carne que se arrasta.
O mundo é uma mentira, um espelho quebrado,
onde os rostos são sombras e a verdade é um grito.
Os poetas, esses destemidos, olham o abismo,
mas o abismo é profundo demais para ser compreendido.
Eles escrevem, mas suas palavras são ecos de desespero,
gritos que se perdem nas cavernas do caos.
O homem luta, mas a luta é fútil,
pois o caos não cede, ele apenas se expande.
A liberdade é uma ilusão, um véu rasgado
que a morte, implacável, rasga sem compaixão.
E assim, o homem cai, sem saber, sem lutar,
afogado em suas próprias mentiras,
enquanto o poeta observa, impotente,
sabendo que não há fuga, que a dor é eterna.
O HOMEM
Lá vai o homem andando
Na senda do seu viver,
Querendo chegar bem cedo
Antes do amanhecer.
Lá vai o homem cantando
A canção que aprendeu,
Sonhando com o dia claro
Onde o sol apareceu.
Lá vai o homem chorando
As dores do envelhecer,
Esperando a semente
Do fruto que irá colher.
Lá vai o homem sonhando,
Lembrando do que aprendeu,
Das lições da vida
Que o amor lhe concedeu.
Desperta o homem, outro dia,
Da luta que abraçou,
Trabalhando com coragem
No ofício redentor.
Lá vai o homem cantando
A canção que aprendeu,
Sonhando com o dia claro
Onde o sol apareceu.
Eu não gosto dos otimistas.
São o avesso do que um homem deveria ser. Fracos, como flores nascidas no asfalto. Hipócritas, porque a esperança que carregam é emprestada e sabem disso. Não há virtude no sorriso de quem foge.
Todo homem conhece o peso do que o espera. Cada segundo é uma vírgula no discurso do fim. Por que fingem não saber? Por que disfarçam? Andam pela vida como se a tragédia fosse um acaso, não uma certeza, e enchem a boca de palavras leves, como quem tenta vender um barco furado ao próximo náufrago.
A verdade é dura, cortante. Vem como o som surdo de uma porta trancada para sempre, como o baque de um corpo ao chão. A verdade não se curva nem espera. É uma lâmina que vive no silêncio, e os otimistas... Ah, os otimistas são os que tentam cegar-se diante dela.
Mas o mundo não é gentil. Nunca foi. E os que riem à beira do abismo só prolongam a vergonha da queda. Não há dignidade no engano. Não há beleza na negação. Eu prefiro os que não mascaram o rosto com sorrisos. Os que olham para o escuro e dizem: “Eu sei.” Esses não se vendem à ilusão. Esses são os únicos que, de alguma forma, resistem.
Otimistas são traidores da própria condição. Não há coragem em esconder-se atrás de promessas fáceis. Só há mérito em encarar o inevitável de frente, sem artifícios. A vida exige muito mais do que sorrisos; exige força para carregar o peso de saber.
Morre o homem, mas ecoa seu nome,
na trilha de lama que um dia pisou.
Morre o homem, mas resta a história,
não é drama – é destino, é dor.
Morre o homem, mas ficam seus feitos,
nas marcas do tempo que ele deixou.
Morre o homem, mas vive a memória,
nos corações que tocou com amor.
Contrato metafísico
Em um dia de cansaço,
o que quer um homem?
O fim da labuta,
dessa inglória luta
contra o absurdo.
Quando percebe
que o fim está próximo,
não raro, todo homem compreende
que não é mais hora de disputa.
A vida, essa peça curta
que engendramos com
fios de esperança vã...
Se desgasta.
Como uma roupa usada,
a alma se sente em farrapos e,
como um velho trapo,
desistimos de tudo, rasgamos
o contrato que fizemos
com a metafísica.
O Eterno Crepúsculo
Caminha o homem, sem rumo, sem lares,
Sob um céu de cinzas, em tons sepulcrais.
O vento murmura segredos dos ares,
Levando memórias, levando sinais.
As cidades jazem, ruínas vazias,
O tempo as consome, num último ardor.
Os nomes se apagam, virando poesias,
Sussurros dispersos, sem fé, sem fulgor.
A vida, um eco que morre ao ser dita,
Um breve estilhaço em meio ao vão.
O homem conhece a dor infinita
De ser luz fugaz na imensidão.
Sem pressa caminha, pois nada perdura,
Nem o tempo, nem a razão.
E no efêmero, a beleza mais pura,
O peso da morte, a redenção.
Ergue-se o sol, um astro em cansaço,
Suspenso no abismo do tempo sem fim.
O homem sorri, num último instante,
E some no vento, num verso ruim.
Até agora, o homem viveu para sobreviver. Em breve, sobreviver não será mais necessário restará apenas viver.
Até que um dia, o ciclo vai se repetir.
"Há pessoas que estão confundindo a liberdade que Deus deu ao homem com libertinagem e, essa escravidão, levará muitos para o inferno."
Anderson Silva