Poemas inteligentes
Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?
Ainda não estou preparado para perder-te. Não estou preparado para que me deixes só...Não estou preparado hoje nem nunca o estarei. Ainda te Necessito.
Nota: Trecho de "Ainda te necessito"
Abraçar é dizer com as mãos o que a boca não consegue, porque nem sempre existe palavra para dizer tudo.
Eu, viva e tremeluzente como os instantes, acendo-me e me apago, acendo e apago, acendo e apago. Só que aquilo que capto em mim tem, quando está sendo agora transposto em escrita, o desespero das palavras ocuparem mais instantes que um relance de olhar. Mais que um instante, quero seu fluxo.
E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou. Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.
Desde então comecei a medir a vida não pelos anos, mas pelas décadas. A dos cinquenta havia sido decisiva porque tomei consciência de que quase todo mundo era mais moço que eu. A dos sessenta foi a mais intensa pela suspeita de que já não me sobrava tempo para me enganar. A dos setenta foi temível por uma certa possibilidade de que fosse a última. Ainda assim, quando despertei vivo na primeira manhã de meus noventa anos na cama feliz de Delganina, me atravessou uma ideia complacente de que a vida não fosse algo que transcorre como o rio revolto de Heráclito, mas uma ocasião única de dar a volta na grelha e continuar assando-se do outro lado por noventa anos a mais.
De nada sei. Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só.
Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.
Há um grande cansaço na alma do meu coração. Entristece-me quem eu nunca fui, e não sei que espécie de saudades é a lembrança que tenho dele. Caí entre as esperanças e as certezas, com os poentes todos.
E achava bom ficar triste. Não desesperada (...). Claro que era neurótica, não há sequer necessidade de dizer.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.
Aprendi que mais vale lutar do que recolher tudo fácil. Antes acreditar do que duvidar.
Não, não deixes teu pescoço aos grilhões da sorte. Mas deixa tua mente destemida cavalgar triunfante sobre todos os azares.
