Poemas Góticos de Amor
Além do Vale
No silêncio do vale onde a névoa se esconde,
há olhos que veem além do horizonte.
Enquanto outros param na sombra e na estrada,
há quem enxergue a luz na jornada.
O vale é profundo, feito dúvida e medo,
mas quem vê além, não se prende ao enredo.
Não teme a curva, nem a escuridão,
pois carrega no peito sua própria visão.
Enquanto alguns ficam, presos ao chão,
outros atravessam com o coração.
Porque ver não é só abrir os olhos,
mas sentir o mundo sem ter os contornos.
Então siga em frente, sem medo do breu,
pois além do vale, há um céu todo seu.
Tenho comigo falas não ditas
escancaradas no silêncio de um olhar.
Promessas não cumpridas, escondidas,
que podem fazer sorrir ou chorar,
florir e enfeitar.
Tenho comigo rabiscos não publicados,
acovardados, que precisam ser arrumados
para escaparem fugidos, para serem pinceis
e pessoas pintar.
Tenho comigo canções não cantadas,
rimadas com perguntas sem respostas
melodias sublimes que flutuam suave,
vem e vão, afinam o dia e compõem a vida.
o silêncio dela não é só o calar sua mudez disfarça desespero e agonia quando se recolhe o faz para suportar a vida sua quietude é seu lugar de proteção precisa de um pouco de sossego para que a respiração se normalize necessita de calma para assimilar a vida se perde em pensamentos à procura de si de repente se dá conta de quantas contas errou
dos resultados que não alcançou e da vida que não viveu
dormiu menina acordou mulher
(Livro: Apenas uma possibilidade)
Três meses sem vê-la. Três semanas sem ouvir nem uma palavra. O silêncio que antes parecia sufocante agora soa como um eco distante, como um barulho de algo que se quebrou e nunca mais voltou ao normal.
O sábado chega e passa como qualquer outro dia. Não há planos, não há expectativas. Apenas um dia a mais, onde as lembranças vão e voltam sem pedir permissão. O celular já não vibra como antes. Não há notificações dela, nenhuma mensagem inesperada, nenhuma brecha para pensar que talvez ainda exista algo ali.
A vida seguiu. Ou pelo menos finge que seguiu. O trabalho ocupa o tempo, os compromissos enchem os dias, mas nada preenche o que ficou vazio por dentro.
Será que ela sente falta? Será que pensa nisso quando deita a cabeça no travesseiro? Será que em algum momento do dia, quando ninguém está olhando, ela se permite lembrar?
Talvez sim. Talvez não. Talvez nunca mais.
E assim mais um sábado se encerra. Mais uma semana se soma ao tempo que arrasta tudo para longe, sem pressa, sem avisar.
Silêncio Quebrado
No vazio do quarto sem cor,
um sussurro ecoa, um grito sem dor.
Os olhos perdidos, sem brilho, sem ar,
cansados de tanto, de tudo, de estar.
As noites são longas, pesadas demais,
pensamentos cortantes, promessas fatais.
O peso do mundo despenca no peito,
um nó na garganta, um erro, um jeito.
Mas e se houvesse um toque, uma mão?
Se alguém enxergasse além da escuridão?
Se a voz sufocada pudesse falar,
se o choro escondido parasse de sangrar?
O fim parece doce, mas mente tão bem...
há vida pulsando, há luz em alguém.
Talvez numa prece, num riso, num som,
o silêncio se quebre... e fique um tom.
Se a dor te consome, te afasta, te leva,
segura no tempo, resiste, releva.
Porque há quem te ame, mesmo sem ver,
e um dia, eu juro, vai amanhecer.
O Silêncio Que Grita
O que me revolta, o que me aperta a garganta, é essa comoção tardia. É quando alguém se vai, consumido por uma dor que o mundo ignorou, que as multidões surgem: velórios lotados, declarações de amor transbordando pelas redes sociais, palavras que só chegam quando já não podem ser ouvidas.
Dizem que não sabiam, que não perceberam. Mas a verdade é que uma pessoa com depressão grita o tempo todo, só que nem sempre com palavras diretas. Ela fala com o olhar vazio, com o sorriso que perdeu o brilho, com o corpo que desiste pouco a pouco.
E mesmo assim, o mundo se faz de surdo. Então, quando a despedida é definitiva, todos correm para dizer o que nunca tiveram coragem de expressar em vida. É como se precisassem do fim para reconhecer o valor da existência.
Isso me magoa profundamente. Porque essas declarações de amor tardias não alcançam mais quem precisava delas. Elas morreram sem saber que eram amadas, sem perceber que suas presenças faziam diferença. E isso não deveria ser assim.
Se há algo que esse nó na minha garganta me ensina, é que o amor deve ser dito enquanto ainda pode ser ouvido.
Silêncio e Destino
Basta-me um olhar furtivo,
um suspiro, um eco distante,
para que sigas meus passos
e eu te guarde além do instante…
— Mas esse olhar, eu não darei.
Uma sílaba perdida
nos abismos da memória
poderia erguer impérios,
desfazer o tempo e a história…
— Mas essa voz, eu calarei.
Para que me desvendes,
sou neblina sobre o abismo,
sou um traço na alvorada,
sou mistério e exorcismo…
— Máscaras que eu mesmo fiz.
E enquanto não me percebes,
as marés dançam sozinhas,
os relógios perdem as horas,
os ventos rasgam as linhas…
— Até que eu desapareça.
"Entre o céu e o abismo."
"Euforia e silêncio em um só corpo."
"Dias de sol, noites de tempestade."
"No limite entre o tudo e o nada."
"Sorrisos que choram por dentro."
"A mente corre, o coração pesa."
"Explosão de vida, colapso de alma."
"Intensidade que o mundo não entende."
"Equilíbrio é uma luta diária."
"Nem sempre sou eu, mas sempre sou real."
O que tanto diz o silêncio
nada, nada
e assim sucessivamente
grita
para entendermos suavemente
certos nãos da vida...
Busca de Deus no coração
No silêncio da alma, em prece e canção,
Reside a busca de Deus no coração.
Não é nos gritos do mundo ou na razão,
Mas no sopro suave da contemplação.
Na brisa que toca, na luz que reluz,
No amor que acolhe, na graça que induz.
Quem O procura com fé e verdade,
Encontra nos passos a eternidade.
Pois Deus não habita em sombra ou ilusão,
Mas vive em paz dentro do coração.
SimoneCruvinel
O Silêncio Que Fala
Existe algo divino nas palavras silenciosas que habitam a fala do olhar.
Um idioma que não se aprende nos livros, mas no sentir.
É preciso que haja um acordo sutil entre quem vê e quem transmite,
um pacto invisível onde a verdade não pode se esconder.
Assim como moldamos nossa fala e afiamos nossa escrita,
deveríamos ter em mãos a cartilha da linguagem das almas: o olhar.
Olhar que acolhe, que desnuda, que grita em silêncio.
Há olhares que embalam, há os que ferem,
há os que são porto seguro, e os que são tempestade.
Alguns são abismos, outros, pontes.
Mas poucos sabem realmente escutar o que os olhos dizem.
Poucos compreendem que, antes da palavra,
foi o olhar que desenhou o primeiro poema do mundo.
Olhar que Ecoa no Tempo
A fotografia é o silêncio que fala do tempo, congelando o que escapa ao olhar e preservando o que a memória se recusa a perder. Um olhar que ecoa no tempo, ressoando o passado e eternizando o presente.
Mahadeva não é apenas um nome,
Nem uma forma que se pode chamar.
É o silêncio que preenche o espaço,
A luz que brilha além do tempo e do lugar.
Ele não está só no tridente ou na lua,
Nem apenas no Ganges que flui sobre Seus cabelos.
Está no suspiro do vento que passa,
No pulsar da vida, no que nunca se acaba.
Shankara é o vazio entre os pensamentos,
O abraço invisível que nos faz seguir.
É o desapego que liberta o coração,
E a paz que nasce ao deixar fluir.
Não precisamos de templos para encontrá-Lo,
Pois Tryambaka habita em cada respiração.
Em cada ato de amor, em cada entrega,
Está Bholenath, a fonte da criação.
Que possamos sentir Sua presença em tudo:
Na quietude, no caos, no nascer e no partir.
Pois Nataraja dança em cada movimento,
Ele é o eterno presente: basta sentir.
E você e eu somos parte disso também,
Reflexos de Shiva, em união sem fim.
Somos faíscas do absoluto, luz em expansão,
Um com o Todo, em Seu eterno coração.
O cordel para mim é a poesia
que retrata a nossa realidade.
Fala do silêncio do meu sertão,
fala também no agito da cidade.
Com a cultura o cordel segue vivo.
E se não for bem direto é inclusivo,
perde parte da sensibilidade...
Teu Retrato Invisível
Te encontro no silêncio das horas calmas,
Na brisa que sussurra entre as almas,
No riso leve que ecoa sem razão,
Na paz que acalma o meu coração.
Te reconheço no olhar que não precisa dizer,
Na palavra muda que sabe entender,
Na presença que, mesmo ausente, permanece,
E no instante simples que nunca se esquece.
Não te nomeio, mas te sinto inteiro,
Na essência que é abrigo verdadeiro.
És a chama o detalhe que o tempo não apaga.
SimoneCruvinel
Florescem as flores no silêncio do tempo,
Trazendo beleza que o vento carrega.
Breve instante, perfume e encanto,
Vida que nasce e na brisa sossega.
No silêncio da natureza, onde o tempo parece desacelerar, encontramos refúgio para nossas almas inquietas. Dias incríveis se desdobram diante de nós, como páginas de um livro aberto pela brisa suave.
E o cheiro de mato, é como uma poesia que desperta nossos sentidos. Cada inspiração é um convite para nos perdermos na vastidão verde que nos cerca, lembrando-nos da beleza intrínseca que muitas vezes passa despercebida na agitação do dia a dia.
Assim, em meio a esses dias incríveis na natureza, descobrimos um equilíbrio renovado e um apreço mais profundo pela simplicidade que o mundo natural oferece…
Encontramos um poema escrito pela própria essência da vida.
Não há rumor na terra....
O silêncio se abriu...
As feras se aquietaram...
Em direção ao pó os corações jazem nas sombras...
De mãos em arcos os anjos oram...
Onde estão os inocentes?
Aqueles apontados por dedos tortuosos...
Cadê as flores que foram pisoteadas pelos hipócritas?
Onde estão as vozes que foram silenciadas pelas bocas amaldiçoadas?
Ao levantar do vento...
De ser todo só o meu exterior olho e choro...
Mesmo que eu ouça só esse estranho zumbido...
Vendo cair os pássaros...
Em meu coração emudecido grito...
Nas pessoas que passam na rua...
Com elas não me identifico...
E só lamento...
De ver o amor tornar-se perdido..
Cada um perdido no próprio sonho...
Até no sorriso que vem e que vai...
Todo mundo é convicto...
Dos próprios ais...
E eu, que não sou mais do que eles...
Volto a olhar para tudo...
Como antes do amanhecer...
E faço-me, assim crer...
Que bastaria apenas mostrar...
Minha alma num olhar...
Para tudo diferente acontecer...
E o mais estranho do que todas as estranhezas...
É que as cousas sejam realmente o que parecem ser...
Sandro Paschoal Nogueira
Entre a Lua e o Silêncio
Te vejo de longe,
como um brilho escondido na noite.
Tento te alcançar em palavras,
mas elas nunca chegam até você.
Escrevo cartas que nunca envio,
falo de amor para o vento,
e a Lua, que sempre me escuta,
sabe que o silêncio é minha resposta.
Você vive nos meus pensamentos,
nos dias que passam devagar,
nas mensagens que apago,
no que poderia ter sido e não foi.
Entre a Lua e o silêncio,
te guardo como um segredo,
meu desejo se perde no tempo,
e você nunca percebe.
E assim eu sigo,
girando ao seu redor,
como um cometa solitário,
que brilha, mas nunca toca o Sol.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp