Poemas Famosos de Morte
E assim mergulhou minha cabeça no fundo da escuridão
uma fera efêmera.
a sensação ardente em meu coração me deixava na linha tênue entre o purgatório e as trevas onde foi que minha alma se afogou.
Um corpo putrefato, era isso que era. Observando o Sol etéreo sangrento. Manteve-a presa, para todo sempre, queimando suas retinas ao olhar para seu próprio alicerce. Era o fim do começo, era embuste.
Dor
Caos
Escuridão...
Seria esse o prefácio do fim?
Loucura
Devaneio
Pesadelos...
Existiria um purgatório antes de lançar-me ao vácuo?
Preocupações
Amores
Dessabores...
Monstros me perseguem enquanto durmo e quando acordo, torço para que apareçam e me sinta viva.
Sinto mãos me tocarem a noite... Mãos inexistentes. Sei que precisarei me decidir uma hora, mas falta-me algo.
Não me atormentam enquanto estou acordada e isso me mata aos poucos. Por que esse silêncio ronda-me como nunca?
Teriam eles cumprido seu propósito e agora só esperam minha decisão?
Mãos quentes apertam-me o peito e estrangulam-me aos poucos me deixando agonizar esperando ansiosamente algo que não sei o que é
Segue-me a todo o momento
Sinto feridas se abrirem e nem sei como elas vieram, apenas sinto brotarem de mim e se derramarem pelo meu ser... Feridas visíveis e invisíveis
O silêncio cresce
Os amores desaparecem
As feridas aumentam
Tudo parece escorrer entre meus dedos.
Luzes de um farol alto que ofuscam a visão.
São como gotas de orvalho expostas ao sol.
Paraísos artificiais
Com fumaça nos pulmões, é difícil respirar. Drogado e bêbado, não dá nem pra pensar... a procura de diversão, vale a pena se matar?
E eu que cheguei a imaginar que eu só precisava usar isso para me sentir bem e verdadeiramente vivo... mas foi na lucidez da minha mente que eu conheci o paraíso.
Slá, só mais um café.
Ave Maria
Quando tu vai,
a saudade chega e aperta,
mais do que aperta em saber que tu tá longe.
Quando tu vai,
meu coração se fecha
Até que chamo,
Mas ele nem responde.
E pra abrandar teu sumiço,
Rezo pro meu padrinho padre Ciço,
Pra afastar essa tua falta.
E quando tu chega,
faço dos teus braços, meus,
Do teu abraço,
o meu deus,
A ele entrego minha devoção.
Nessa vida de nordestina bruta,
Nem Maria Bonita atura,
Tem dias em que sou o cão.
E ainda assim tu me aguenta,
Foguenta.
Aproveita e fermenta essa nossa paixão.
Porque no teu carinho me vejo inteira,
Da tua vida eu sou prisioneira,
A quem interessar digo,
Não me alforrei não!
E se for castigo,
Tu têm sido meu pecado e minha perdição.
Mas me prenda em teus braços
Que eu digo ao delegado,
Seu doutor,
Não quero libertação!
Thaylla Ferreira Cavalcante
Estrelas
Estrelas de brilho intenso
Estrelas que apontam a direção
Estrelas no cosmos alvinegro
Iluminando a escuridão
Não a vida pós a morte
Deus viu algo melhor que a ressurreição
Pessoas que quando morrem
Tornam-se estrelas na imensidão.
Slá, só mais um café.
TENTATIVA
Eu te proponho um amor-aspirina. Amor que bate e não recorda, que acorda e não levanta, que passa e não deixa. Um amor-comprimido, que alivia a dor, que amarga na boca mas adoça o estômago, faz efeito. Eu te proponho, depois das aspirinas: a morte. Morrer em seus braços, decompor-me, como pilula na língua que dissolve.
SENTIMENTO DO NADA
Inspiração exige transpiração
Abba! Enojei-me nesta viagem
A musa abriu suas pernas, vi o Parnaso desmoronar dentro de seu
Útero. Fiz poesia sem ser poeta. Comi a musa
[Ou ela me comeu?
Pouco Importa!
Temos filhos agora:
Crise existencial de Sousa
Solidão da Silva Encarnada
Maria das Dores
Zé Pelintra Nosso de Cada Dia.
Por hora (sou) pouco importa: uma poeira descolada
O tempo fez-me Europa!
Por hora (fui) isto importa: uma gotícula no mar
A gaivota não tem misericórdia!
Modelaram-me num tipo humano
Faz graça
Estou imberbe: não fumo, não bebo, não mato.
Reproduzo o existir: como, defeco, amo.
Minhas amantes envelheceram
O cupim devorou minha biblioteca, devorou minha planta, minhas pupilas, minhas
Raízes. Viver além da conta
Há morte aqui
Há morte debaixo do meu travesseiro
Em minhas pupilas mulatas - há morte.
E eis que vivo: posto morto
Já não questiono o Universo
Sinto!
(Italo Samuel Wyatt, A Janela do Éden)
SONETO DA PERDA
Nuca eu quisera desejado tal saber
Dizer com a dor um adeus querido
Erigindo com o dano choro balido
Fugindo com a harmonia do viver
Dó é arrancada do pesar instituído
Saudade deplorada de não mais ter
Que somente lembranças há de ver
E lágrimas no suspiro do vil contido
Some, e põe o amor tão triste... Ser
Sorriso suspenso, prazer em gemido
E a noite tão distante do amanhecer
Nunca ninguém pela perda ter podido
Dói tanto, tão dolorido, a permanecer
Que no sentido, o desalento é definido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
►Só Teu
Não me dê razões para lhe odiar
Meu coração padece sabendo que você não está
Escrevo-te esta, e muitas outras centenas de cartas,
Implorando, incansavelmente, para voltar para casa.
Sei que não as lê
Sei também que morrerei de tanto sofrer
Querida minha, a tantas coisas que quero lhe dizer
Mas este papel jamais será despido pelos seus olhos,
Que guardam tantos remorsos, não importa o quanto eu te implore.
Eu agora escrevo sem nenhuma esperança
Apenas para sobreviver por entre as semanas
A corda está bem ali,
E aquela cadeira que a muito tempo meu pai veio a construir
Tudo que preciso fazer é subir e pôr um fim
Meu amor, ainda pensas em mim?
Jamais mentirei para você
Minhas lágrimas hoje me dizem,
Que nunca conseguirei te esquecer
E, como uma rosa sem uma gota para se refrescar,
Meus dedos, meus lábios, começaram a se ressecar
Meus olhos estão pesados
Temo que jamais conseguirão ver se cabelo enfeitado.
Estarei lhe enviando esta carta não como adeus
Apenas para que saiba
Que meu amor é somente teu.
O plano perfeito
Vivo por anos
Choro oceanos
Te afasto por nada
Grito com raiva
Fujo por medo
Sofro em segredo
Sinto saudade
Penso até tarde
Me drogo calado
E no fim, eu me mato.
Slá, só mais um café.
Corrente, fivela, argola,
Picinez, óculos, anel,
Livro, revista, papel,
Arame, bordão, viola,
Mala, maleta, sacola,
Perfume, lenço, troféu,
Roupa, sapato, chapéu,
Eu não posso conduzir
Quando for para eu subir
Na santa escada do céu.
‘Morrer’ é uma coisa, e ‘perder a vida’ é outra (bem diferente):
1- O ser humano é considerado morto quando suas atividades cerebrais decretam falência perante as leis da medicina;
2- O ser humano, porém, perde a vida, quando deixa de sonhar, de amar, de acreditar, de se expor, de sentir prazer com pequenos gestos, ou quando até mesmo o brilho do sol ao meio dia passa a lhe causar incômodo.
Prefira sempre morrer a perder a vida.
Se for para morrer, que morra logo e deixe de fazer peso na terra;
Se for para viver, que seja intensamente feliz e agregador aos que lhe cercam e, principalmente, para o próprio sapato.
Aqui não existe justiça
Um dia ouvi falar de anjos, que eram seres bons,
preocupados e sempre dispostos a ajudar qualquer pessoa que fosse.
Acreditei que fossem celestes
e visíveis apenas aos espiritualmente sensíveis.
Um dia conheci um anjo, era realmente muito bom,
preocupado e sempre disposto a ajudar as pessoas.
Acreditei que fossem eternos,
mas humanos não podem viver pra sempre.
Coisas ruins acontecem as pessoas,
não existe justiça quando isso acontece às boas.
Pessoas boas não deveriam sofrer
e se sofrem, onde está a justiça nisso?
Nos tornamos crianças,
criando punições para quem faz o errado.
Mas e quem fez apenas o certo?
Onde está a justiça quando o anjo de uma criança se vai?
Quando um anjo sofre,
quando o heroi (pai/mãe) de uma criança padece,
quando o melhor amigo morre,
quando você é deixado sozinho,
Quando uma luta termina em derrota,
quando os bons são castigados,
sem ninguém entender o porquê
Não existe justiça
Não existe justiça
quando um anjo chora.
Não existe justiça
quando a vida não colabora.
E como ela é feita de acontecimentos,
sempre cheio de coisas boas ou ruins,
não importa quão bom você tenha sido
Na vida, nunca haverá justiça.
" O seu abraço gelado me tira do tempo e me leva à eternidade
A uma nova cidade
Onde não existe vaidade
Onde o amor é de verdade
só de pensar sinto saudade".
Vê esta pessoa importante para você a sua frente? Está vivo! Então sugiro que aproveite à rica oportunidade que tens neste efêmero presente que o vislumbra, e portanto, proclama a ela teus ansiosos elogios à vontade.
Pois talvez, futuramente, este poderá ter evoluído para óbito, e então... Teus elogios sublimes que pretendia proclamá-los de nada valerão, teus elogios cairão no mais fundo dos abismos. E mesmo que ainda consigas guardar contigo um único elogio, este permanecerá inaudível por ele.
Por mais alto e incansavelmente que conseguires entoar tua branda voz, este, jamais, jamais ouvirá as tuas demasiadas gritarias.
Temos os dias e as noites
horas e mais horas que lentas
nem percebemos, aos poucos se vão,
sem pena, envelhecendo a vida
Temos os risos e choros
em tremulos lábios,
orações sussurradas
com medo do outro lado
Temos promessas e ilusões
pensamentos entorpecidos
onde muitoslutam e morrem
dentro de si mesmos...
Ele disse:senta.
Mas eu não consigo me mexer.
Ele disse:aqui,
mas eu não quero ir.
Ele disse:agora.
Será que eu ainda tenho tempo?
Interno
Não se almeja o céu do inferno
Cascas podres desmancham
Ao colocar morto o que há dentro em terno
Estou só....
Só comigo...
eu sou...
meu amigo
abracei a solidão
ela é o meu coraçao
estou só,mas sozinho nunca estou...
pois estou comigo.
Mas eu sou a solidao...
sou o vazio que completa
aqueles que tem medo de morrer sozinhos na própria solidão...
