Poemas Fáceis de Decorar

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Mulheres...
são orquídeas
bailarinas
disfarçadas
de meninas
nas sendas da vida
dobram o vento
quebram tabus
vestem tutus
de renda
são orquídeas
floridas...

Estou aqui a olhar esse teto branco, que lembra o manicômio onde aprisiono a louca que vive em mim.
A louca que as vezes foge, para um lugar distante que talvez só exista para ela.

Depois fecho os olhos, me teletransporto para um penhasco alto.
Onde não sei se me jogo, ou apenas olho, e lamento pelos meus fracassos.

De repente me vejo perdida em um buraco negro, que me leva a questionar: E se eu não existisse? Não vária diferença.
Sei disso porque eu existo, mas não tem quem note minha existência.

Quem é forte não fica se lamentando sobre sua sorte...
Se queremos ver flores temos que plantá-las num jardim, num canto, num beco que seja...
Fazer um horto na alma
É certeza que floreja.

Observo há GUERRA de EGOS MADUROS
Os tantos ACHISMOS DENTRE CEGOS
Me calo, porque se muito falo
Engravido das palavras precoces
E o parto pode ser prematuro.

Pense duas vezes
Porque eu não consigo ser legal como todo mundo
Não entenda mal
Meus sorrisos fáceis são para mim

As frases feitas e as palavras fáceis aparecem na nossa frente como se tivessem sido escritas para nós.
Mas elas são como os conselhos que nunca seguimos. Não porque o conselho não é bom, mas porque segui-lo é o grande problema.
Se fazer as coisas fosse tão fácil como escrever qual é o remédio, não haveria doentes.
Não esqueça, para as aparentes soluções fáceis sempre há decisões quase impossíveis.

Tenho alguns poemas que sei que aumentarão o ódio. É bom ter hostilidade, mantém a cabeça relaxada.

Choro!

Sem ninguém perceber
Pois é choro da alma
Que ninguém pode ver

Choro!

Por não estar com você
Por sofro por ti
Sem ninguém perceber

Choro!

Não por você
Mas por aquilo que sinto
Sem você perceber

Choro!

Não por causa de dor
Mas choro por algo
Que alguns chamam de amor...

"Minhas mãos em seu corpo
Caminham descaradamente
Com desejo, com fervor
Com carinho, com amor
Sinto sua respiração ofegante
E o seu desejo delirante
Sinto desejo, sinto amor
Sinto a alegria de um instante
O que se passa
Muitos tentam explicar
É a transcendente
Inexplicável forma de amar"

Sozinha sou brisa leve
Sou calmaria
Sou nostalgia

Me leve
Me despe
Me faz tremer

Nos teus braços
Sou tempestade
Sou mar revolto
Sou fúria

Agora é tarde
Juntos somos terremoto
Maremoto
Somos vulcão em erupção

O Cão Sem Plumas

A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.

O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.

Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.

Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.

Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos povos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.

Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.

[violet]Cante, dance, pule, grite, brigue, faça as pazes, chore,
sorria, estude, fique para recuperação, sinta saudades,
apaixone-se, deseje, ame, dedique-se, beije, abrace, erre,
aprenda, desculpe, faça amizades, tenha objetivos, ande,
emagreça, engorde, fale palavrão, brinque, ganhe, perca,
prometa, cumpra, corra, pare... Enfim... VIVA! Sonhe com o
que você quiser. Vá para onde você queira ir! Seja o que
você quer ser, porque você possui apenas uma vida, e
nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce; dificuldades e
determinação para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la
humana. E esperança suficiente para fazê-la FELIZ!

Tal como o espaço vazio numa pintura, o tempo em que nada acontece tem seu propósito.

Os poemas que escrevo
É apenas de instante
É quando bate a saudade
De alguém muito distante

Ícaro

Os deuses o abençoaram com a liberdade,
E um espirito aventureiro,
Cheio de confiança e esperança
Sobre o que o aguarda.

Planeja a sua ida ao sol,
Apolo não permitirá, os deuses
Hão de lhe ajudar.
Héstia o guiará.

Com o fogo da paixão ela o presenteará.
Ele não há de recusar o presente
Que acabara de ganhar, nada irá se findar,
Apenas começar.

A deusa da lua se compadecerá
Da filha de Vênus que ousa o desejar.
Assim uma linda história há de se
Inaugurar no livro de ouro da Mitologia.

Onde todos os deuses vão abençoar
Esta união, feita pelo coração.
E todos os amantes vão se inspirar
Para uma nova canção cantar.

O nome de Ícaro hão gritar.
O nome da filha de Vênus hão clamar.
Todos vão querer vivenciar esta emoção
Escrita no céu de uma doce ilusão.

Daiane Bussularo

Meu Momento que Ainda é Seu

Fiz uma canção para você
Com acordes imprecisos e inesperados
Com letras enfatizando mágoas e flores
Retiradas de tuas lágrimas e sorrisos

Fiz uma cantiga de ninar
Com meu sorriso bobo e olhar encantado
Dedilhando meu violão há tanto esquecido
Dedicando teu sono em sonetos monocórdios

Desenhei teus olhos em folhas canzon
Com meus lápis 6B e meus traços irregulares
Trouxe novamente tua atenção à mim
Trouxe novamente ressentimentos e um pouco de giz pastel

Escrevi um poema com teu nome
E nele meus parágrafos eram desconexos
Que terminavam sempre em reticências
Para nunca terminar o que a realidade me afanou

Ofereci meu dia-a-dia
Te tratei como poesia
Lutei com frenesia
Te enalteci em forma de supremacia

Hoje deixei o dia voltado à mim
Pintei meus quadros acinzentados
Terminei meus textos de frases inacabadas
Mudei meus móveis de lugar (...)

Dediquei meu dia à você
Os cinzas deram cores as tuas cores preferidas
Minhas frases dedicaram as letras do teu nome
E voltei a deixar meu quarto do mesmo modo como você o deixou

Fabiano da Ventura

Falando de Amor

...e com teus olhos me prendeste.
Com tua boca,
foste canção...

Doce ilusão...
Pois que o amor,
é coisa estranha mesmo,
que embriaga lentamente.
E quando acordamos,
eis que já roubou as chaves do nosso coração...

(Dinho Kamers)

DE QUÊ TRILHAS?

Eu canso ao cansaço de quem me diz que no fim há de ter direção.
Meu espaço que te libertou agora tenta escravisar quem nasceu na escravidão.
Não tive liberdade mas tenho saudade daquela escuridão;
Onde os atos são consumados pelas grades que me tiram a razão.
Me afogo talvez, porque não tenho como respirar
Tua questão é seu coração?
Minha razão corrompe o avesso do que sinto do que tive ao passado.
Porque quando há sentimento é o que foi para quando é de fato,
Não o sentimento que neste exato momento esquece quanto era o acaso,
Mas neste caso, que pensei que poderia contar com você,
Não no que faz. Mas, o que poderia me fazer crescer.
Talvez respiro o que me afoga!

Eduardo Pinter
02102013

CRÔNICA DE UM LEIGO
de: Eduardo Pinter

Uivamos ao clamor da paz mundial
Nesta terra que o apocalipse parece reger.
Esta humanidade desumana viciada em desordem
Perdeu o que talvez nunca teve: um coração.
Jornais televisiveis, escritos e caricaturados
Amam em ênfase a dor do próximo por audiência.
E a pergunta mais imbecil que possa existir
À família que acabara de perder um ente próximo:
" como vocês se sentem?"...
A falta de sensibilidade ou inteligência à questões cruciais
Parece reinar sobre qualquer noção significativa
À ordem humana ou racional.
A impunidade, a diferença social, colabora com a violência;
Mas os poderes dos poderosos só existem
Quando um povo desolado porém, coerente de suas razões,
Não se unem para uma mera questão:
UNIÃO -- não para obter privilégios próprios,
Mas para abraçar causas nobres onde todos deitarão
Sobre a consciência voluntária e verdadeira em harmonia com a Unidade.

26 Abril 2013
Eduardo Pinter

O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Seu olho exagera o azul.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.