Poemas Engraçados com Rimas
►Em uma Sombra Aconchegante
Minha nossa, como tudo mudou
Falei tanto sobre o amor,
E hoje o vivo sem a dor.
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Escrever nunca foi tão prazeroso
Montar versos nunca foi tão reconfortante
Meu peito palpita, todo carinhoso
Hoje me sinto mais apaixonado do que antes
Tenho sonhos belos, sonhos sedosos,
Onde estou no jardim, aquele, logo ali no parque
Abraçado, despreocupado, em paz de verdade
Com a morena do lado, pássaros por toda parte
Piando notas enquanto eu, em violão, as toco para ela,
Princesa, a Bela, tão aconchegada à sombra das folhas velhas.
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Com minhas pernas secas eu a carrego em desfile
Deixo minhas mãos sentirem seu vestido
Ela me abraça, como se eu fosse arder em brasa, meu coração ferve
"Mantenha a calma", mas, que amor bobo, rejuvenescido, que me salva
De noites mal dormidas, de pesadelos que me ferem
Em pausa, aprecio o vento leve sobre aqueles cachinhos cor de nozes no inverno
Digo, e repito, que não sejamos breves, e sim, eternos.
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Passarei a visitar com mais frequência esse florido jardim
Tenho certeza que ele só deseja fazer bem a mim
Já que hoje estou feliz, sim, feliz
Não me sinto mais sozinho, almejando um conto romântico
Hoje o vivo, sem temor ou hesitação, um mundo fantasioso e contemporâneo.
►Madrugadas Infernais
Sonhei contigo hoje, Marina
Não sei se tive uma boa noite de sono
Acordar e não te ver acabou com a minha alegria
No sonho, estávamos na varanda, em fim de ano
Ficamos aguardando os fogos e, de repente, gritaria
Festejamos a virada da maneira mais linda que conhecíamos
Beijando, enquanto te carregava nesses meus braços finos
Acordei bem chateado, madruguei pouco sonolento
Partimos para tão longe, não é?
Hoje moramos em mundos distantes, você aí e eu aqui, escrevendo.
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Não sei bem o que pretendo com essas palavras
Não sei mesmo, talvez só desabafar
Sei que não me tem mais em pensamentos, disse até que fomos uma farsa
Falei para os esquilos do bosque sobre você ontem, para aliviar
Pesa tê-la em minha mente como uma assombração que não acaba
Letras atrás de letras e, nada de você se apagar do meu pensar.
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Pensei até em comprimidos para fechar meus olhos
Maracugina não surtiu efeito, tão pouco Dramin
Os últimos dias não tem sido dos melhores
Para conseguir descansar tenho vivido assim.
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Ainda não sei como escapar dessa tormenta
Parece até as bermudas malditas
Preciso escapar e voltar a viver sem sofrência
Mesmo que eu tenha que madrugar em festas, Marina
Abaixarei essas cortinas, para sempre, e viverei alegremente
Em pura essência.
►Antes de Me Esquecer
Semanas sem te ver me deixaram assim,
Tristonho, perdido, esperando você, como um cãozinho abatido
Já até esqueci o sentimento de ser feliz
Fiz alguns rascunhos, torcendo vê-la, não deu certo
Por isso faço mais um texto indeciso, qualquer que seja
Só queria você aqui comigo, princesa
Te faria uma serenata, ao pé de uma cerejeira, que pena
Estou sozinho, apenas contando os dias em meus dedos, no frio.
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Parece bobo a maneira que estou
Sentindo falta de você em meu cobertor
Sentindo saudade de você me chamando de amor,
Enquanto eu apertava suas bochechinhas sem lhe causar dor
Bobo, não? O que posso fazer se você faz falta ao meu coração?
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Queria escrever uma música ao som de um violão,
Para misturar meus sentimentos as notas em imensidão
Talvez escrever um soneto, curto e simples
Tudo para explicar o que sinto, arco-íris em excitação.
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Tudo bem, sei que você é uma pessoa ocupada
Sei que seus dias não são como os meus, eu sei
Me doeu quando me respondeu, dizendo que sou carente, facas
Em meu peito você cravou, mas, ainda te amo, sabe onde estou
Me visite, mesmo que uma vez ao mês, por favor
Apenas mais uma vez, quero te abraçar apenas mais uma vez
Antes que você se esqueça totalmente de mim
Faça isso, apenas mais um beijo, e te deixarei partir.
►Contemplação à Madrugada
Me sinto perdido
Sozinho neste mundo obscuro
Me sinto como um menino
Com medo do céu noturno.
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As ruas barulhentas
O ar pesado que acoberta a cidade
As pessoas moribundas junto as suas algemas
Em fileiras encadeadas em várias partes.
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Em noites turbulentas,
Pela janela enferrujada
Bem longe, estrelas espalham-se em beleza
Vê-las me preenche, como rosas perfumadas.
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O aroma da morte em repouso sobre meus ombros entristece
O peso não desaparece na neblina
Passo, como um carvalho, a enraizar preces
Refletindo o que fiz de errado em minha vida.
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Fiz versos como meu íntimo tanto pede
Pernas padecem pelas ladeiras que desci
Neste caderno confesso meus piores remédios
Doutor, espero melhora, mas, irei embora a sorrir.
Era rap sem rima
Até cegos que viam
Homens sem palavras
Paredes que ouviam
Choros de alegria
O palhaço não ria
E a plateia triste e cordial aplaudia
Um poeta que nunca escrevia
Um coração partido
Que do amor tinha fobia
Um romance entre a morte e a vida
Mas quando brigavam
Outros amantes escolhiam
( As Rimas Do Velho Marinheiro )
...✍️
Durante a minha vida,
eu percebi com muita reflexão,
que as lágrimas
sempre seriam rimas
para compor os versos do meu coração." 💗
***
" MATREIRO "
Ah! Esse olhar secreto, malicioso,
jogado em entrelinhas de suspense,
trocado só pra ver quem é que vence
o jogo do querer, tão delicioso…
Me dado em reticências, não convence
mas faz-se aberto ao que lhe é prazeroso
de um jeito esfomeado, assim, guloso,
de forma que não há quem lhe dispense.
Me atrevo a mergulhar na insinuação
de que me acolherás, e com paixão,
apenas pra provar qual o meu gosto…
Secreto, o teu olhar me diz matreiro,
do jeito teu, assim, tão costumeiro,
que me darás de ti no amor proposto!
" TRANSPARÊNCIA "
Me vens como te gosto: na evidência
de que darás do amor que te acompanha
e, sem pudor qualquer, chama, me assanha
me vindo na mais clara transparência!
Não há maldade alguma na barganha
pois que, desta paixão, temos vivência
e a mais completa e extensa experiência
de forma que a clareza, assim, nos ganha.
É transparente a alma, o olhar, a fome
que, de desejo intenso, nos consome,
a sede, a força intensa da atração…
Na transparência vens, sem véu, sem medo,
sem restrições em ser o meu brinquedo
pois que já tens nas mãos meu coração!
" GUERRA "
Por vezes é o amor quem pede guerra
e invade o território, mina o chão,
se põe como em tocaia, em prontidão,
e, de querer, a minha paz desterra!
Se impõe à mente, ardente de paixão
e, qualquer sensatez, lança por terra,
reluta, avança, espera a hora, enterra,
e nesse embate vai até a exaustão.
Me arrasta inconsequente nessa luta
buscando que eu desfrute da disputa
e traga, por espólio, o outro cativo…
E entre suspiros fartos e gemidos,
sem que os desejos fiquem reprimidos
o amor se faz cruel, forte, lascivo!...
" CONTO "
Agora é tarde! Todo o mal foi feito
e já não cabe o arrependimento,
qualquer desgosto teu, nenhum lamento
latente, inconformado, no teu peito!
Na história já se põe, o livramento,
depois que o distanciar se fez aceito
e não mais te derramas sobre o leito
em lágrimas ao ter-me em pensamento.
O amor se preservou como lembrança
enquanto o tempo sobre nós se entrança
e se perpetuou como canção…
Assim, ele será nos preservado
apenas como um conto relembrado
que damos tom de afeto e de paixão!
" DISCUSSÃO "
Nem sempre tem confronto, discussão,
conversa franca e aberta sobre a mesa,
e o amor se vai aos poucos, sem defesa,
sem ter quem, de argumentos, lance mão!
Uma união já não se faz coesa,
firmada em ser eterna, a relação,
mas deixa a porta aberta a uma ilusão
de que é bobagem lucidez, franqueza…
Conversa não foi feita pra mostrar
quem pode mais! Sequer pra revelar
quem tem razão, mas como está o amor…
A discussão, por vez, é necessária
contudo não constroi, quando diária,
nem leva a nada o grito a bem do autor!
" EM COMPANHIA "
E vamos nós aqui bebendo a vida
em goles de tristeza e de alegria
sem ter qualquer noção de qual é o dia
da hora derradeira da partida!
Alguns dão tragos loucos de euforia
e alguns amargam dores sem medida,
mas todos têm a chance, já estendida,
de aqui viver conforme se queria.
Prefiro essa cachaça que é o amor
e o afogar das mágoas nesse andor
provido de amizades, de carinho…
Se eu vou beber a vida que é me dada
que seja em companhia me ofertada
que é bem melhor do que morrer sozinho!
" IN MY MIND "
Ainda és tu, presente ao pensamento,
a me agitar o amor a todo instante
qual se o viver não fosse-me o bastante
pra tão intenso e forte sentimento!
Aqui comigo, ainda presente, amante
e cúmplice de todo o meu tormento
já que, a paixão, tornou-se sofrimento
se te manténs ausente e tão distante.
Errei, eu sei… E não tive o perdão
que me traria a paz ao coração!
E tudo não me sai, enfim, da mente…
Presente em pensamento, aqui comigo,
concedes, para o amor, o teu abrigo
pra sermos um agora e eternamente?
" COBRA "
O que será que viu? O que é que pensa
pra ter essa postura expressa (ou não)
de quem traçou sua própria conclusão
enquanto que, a verdade em si, dispensa?
Só dá valor à própria conclusão
dizendo que a dos outros não compensa
e nem percebe ser, isso, uma ofensa
a quem diverge da sua opinião.
Traz crítica no olhar, assim, de graça
enquanto que em seu julgamento traça
o que seu ego exige por sentença…
Sei lá o que é que viu! É cobra atenta
que, com veneno à vista, se apresenta
sem ter fato ou verdade que a convença!
" LUTE "
A vida é uma constante e longa espera
pra quem não tem ideia pra onde ir!
Não há momento aqui nem no porvir
que dê suporte a quem não se supera.
Quem fica, pois, sentado, a se iludir,
a própria sepultura cava e gera
pois existência alguma, assim, prospera
sem luta pela causa de existir.
Par’onde queres ir? Qual a razão
que faz pulsar, enfim, teu coração
e que alimentas com total fervor?...
Levanta! Sai da espera que te prende
e lute pelo que é que te surpreende
pois que te aguarda, ao certo, ao fim, o amor!
" PEREGRINA "
A tarde estava quieta, pensativa,
olhando a insensatez da humanidade
com que ela conviveu na tenra idade
e viu perder-se egoísta, vil, lasciva…
Se entristeceu sabendo a brevidade
do tempo que teria a chama viva
por sobre os homens que, o de mal, cultiva
sem perceberem ir-se a eternidade.
Deixou-se desmanchar trazendo a noite
a salpicar estrelas neste açoite
de um coração dorido e maltratado…
Insana humanidade! Triste sina
aos olhos de uma tarde peregrina
que a vê vagar, sem rumo, o amor lhe dado.
" JEITO "
Tu tens o jeito teu, tão teu somente,
que me fascina e encanta (com certeza)
de tu'alma revelando-me a beleza
com fúria, às vezes, noutras, docemente.
Talvez o estilo dado à realeza,
ou essa forma tua, contundente,
de estar sempre sorrindo alegremente
quer mesmo quando o embate é com dureza.
És criação sem par igual! Pois feita
de forma, assim, tão única e eleita
a ser, do mais, bem diferenciada…
É o jeito teu, tão teu, que me fascina,
me prende, me acorrenta e me alucina…
Imagem sempre eterna, em mim, guardada!
" ESCONDIDO "
Do amor, vaga nas sombras, escondido,
seguindo em seu disfarce improvisado
temendo pôr alguém, junto, ao seu lado,
talvez por ter, seu coração, ferido!...
Repulsa tem de, um dia, ver-se achado
nos braços de um desejo seu querido
e se encontrar, pela paixão, rendido
por novamente, louco, ter amado.
Prefere, então, manter-se em seu segredo
fugindo o tempo todo nesse medo
de que o amor, de novo, o reconheça…
Assim, vaga nas sombras, lá, sozinho,
fugindo de outro alguém no seu caminho
e crendo que não mais, amar, mereça!
" DESAPONTO "
O que há de livre nessa curta vida?
Nós somos prisioneiros do inconsciente
que, sem fazer notar-se, está presente
em toda decisão nos pretendida!...
A liberdade, pois, não lhe faz frente!
A nossa essência jaz, morta, escondida
e, oculta, faz-se plena por perdida
nas confusões reais da nossa mente.
Nós nos mostramos numa falsa imagem
e nos expomos como que em miragem
pra parecermos livres neste conto…
No inconsciente presos, na verdade,
quão falsa, pois, nos soa a liberdade
que, ao fim, só gera a dor do desaponto!...
