Poemas de Vazio
Quando os prazeres nos esgotaram, julgamos haver esgotado os prazeres; e então dizemos que nada pode saciar o coração do homem.
Não há homem que não deseje ser absoluto, aborrecendo cordialmente o absolutismo em todos os outros.
É muito difícil, e, em certas circunstâncias, quase impossível, sustentar na vida pública o crédito e conceito que merecemos na vida privada.
A opinião da nossa importância nos é tão funesta como vantajosa e segura a desconfiança de nós mesmos.
É tal a incapacidade pessoal de alguns homens, que a fortuna, empenhada em sublimá-los, não pode conseguir o seu propósito.
Tudo é grande no templo do favor exceto as portas, que são tão baixas, que por elas apenas se pode entrar de rastos.
É isso que eu amo na leitura: uma pequena coisa o interessa no livro, e essa pequena coisa o leva a outro livro, e um pedacinho que você lê o leva a um terceiro. Isso vai em progressão geométrica - sem nenhuma finalidade em vista, e unicamente por prazer.
Não é sempre assim? Preparamo-nos para enfrentar os problemas de frente e eles surgem sempre por trás.
Não quero me casar só por casar. Não consigo pensar em solidão maior do que passar o restante da minha vida com alguém com quem não possa conversar ou, pior, com quem não possa ficar em silêncio.
Muitas coisas melhor se diz calado, pois o silêncio não tem fisionomia, mas as palavras sim têm muitas faces.
Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.
Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas.
Eu sei que tem pessoas que dizem que essas coisas não acontecem, e que isso serão apenas histórias um dia. Mas agora nós estamos vivos. E nesse momento, eu juro. Nós somos infinitos.
Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos fatos.
Uma mulher nua seria menos perigosa do que é uma saia habilmente exibida, que cobre tudo e, ao mesmo tempo, deixa tudo à vista.
Então, eu acho que somos quem somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas.
