Poemas de uma Avó Aniversariante
Eu vi minha Avó -
Eu vi minha avó chorando
aos pés da virgem Santa
e vi a santa deixando
nos seus olhos nova esperança.
Eu vi minha avó secando
suas lágrimas de dor
nas estrelas fixas do manto
da virgem cheia de amor.
Eu vi minha avó pedindo
mirando o rosto de Maria
e a virgem Santa, ouvindo
as rezas que ela tecia.
Eu vi minha avó partindo,
serena, pela estrada,
ia ao encontro, sorrindo,
da Senhora da Orada.
Pandemia
Morre o pai,
Morre a mãe,
Morre o filho e a filha,
Morre o avô e a avó,
Morre o tio e morre a tia,
Morre o vizinho e a vizinha,
Morre o amigo e a amiga,
Morrem todos e você, ainda não.
Entenda que todos os que morreram viveram a vida, breve como está sendo a sua até aqui.
Entenda a importância que você tem para continuar a história daqueles a sua volta morreram daqui para frente.
Não jogue fora o que você aprendeu com isso tudo, não seja idiota em banalizar e fazer tudo errado, pois o dia que você se for, quem ficar vai também decidir dali para frente o que fará com o que você foi e representou.
Se você não se importa com isso, então sua vida até aqui não vai fazer nenhuma falta.
Triste, mas é verdade!
"Quem procura acha". Meu avô sempre falava isso, e é verdade. Uns acham seus sonhos, seus empregos, seus perdidos, seus amores, seus problemas, suas doenças, suas brigas, suas desavenças e até mesmo a sua morte precoce.
A avó e o Menino
A avó não tinha presente e tão pouco lhe vinha o futuro.
Vivia de si, num tempo em que os dias, só lhe prometiam o passado.
Pela manhã cantarolava cantigas de roda.
A tarde pedia chá e se ria sobre coisas desacontecidas.
Quando a noite lhe vinha, adormecia falando com invisíveis olhares.
Não tinha a estética da memória.
Seus ouvidos acordavam lembranças do sentir.
Suas mãos continham a fermentação das horas.
Seus braços acolhiam porções de vida refluídas.
E de si apenas se ouvia o balbuciar das palavras.
Assim, vivia sob o cuidado das crianças,
Que em certas ocasiões lhe contavam estórias.
Como aquela de uma sábia anciã,
Que para não morar com o tempo findo,
Decidiu torna-se novamente alguém para ser inventada.
Foi assim que numa fração, antes de partir, disse ao menino:
- Descobri que és tão grande, que não pude de ti, ausentar-me.
Frações do tempo
O menino pergunta ao avô:
Vô, o que vai ser amanhã?
Ele responde:
Hoje
E depois de amanhã?
Hoje
E daqui a um ano?
Hoje
E quando eu for velho?
Hoje
E quando eu morrer?
Uma pausa, silêncio e a resposta:
"A eternidade"
Pelo Retrovisor
"O avô que eu não tive
Nunca me contou histórias,
Jamais me levou para passear
Ou mesmo para tomar sorvete
Isto porque ele morreu
Muito tempo antes de eu nascer
Apesar desta ausência,
Esteve sempre ao meu lado,
Iluminando meus passos
Pelas trevas da vida.
Apesar de morto, ele vive
Transmitindo-se,
Atávico e improvável
Através dos livros velhos da estante.
No olhar castanho de meus tios
No caráter reto do minha mãe
Na memória de seus amigos
Assim, ele segue vivendo
E enquanto for contada
E recontada a sua história
Ele vencerá a morte
Através da memória."
Minha avó era uma mulher inteligente e muito sábia, vez por outra gostava de ilustrar alguma situação com um ditado.
Meu pai, com a sabedoria peculiar de um homem de 85 anos, é muito inteligente e puxou a característica da mãe de gostar dos ditados.
Sonho em um dia ter alguma sabedoria.
Acho que sou razoavelmente inteligente, mas as inteligências que considero mais importantes, me faltam: a intrapessoal e interpessoal (eu diria emocional), além de não ter um português escorreito.
De qualquer forma, os ditados me fascinam, acho que a sabedoria popular é quase filosófica, com pensamentos muito simples e exatos, resumem as situações mais complicadas do dia a dia. De forma engraçada, traduzem o momento com exatidão.
Alguns que gosto muito:
"O mais é menos!"
"A palavra é de prata, o silêncio é de ouro!"
"Passarinho que acompanha morcego, acorda de cabeça para baixo!"
"Se perseguir dois coelhos ao mesmo tempo, acabará por perder ambos!"
Finalizando e como me considero uma pessoa "mais ou menos", ou juridicamente dizendo, um homem mediano, segue o pensamento do Chico Xavier:
"O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos."
Portanto, às vezes o mais não é menos.
E tenho dito.
26/07/2023
Dia dos avós e avôs
VOZ DO SILÊNCIO
Um certo dia o neto
Ao seu avô perguntou
Como era a vida
No tempo do senhor?
De forma sabia o avô falou
Aaa meu neto difícil é lhe esplicar
Porque na minha época
Nem celular tinha para se filmar
Mais muito doque
Vivi estou a guarda
Pergunto o menino
Em que lugar ?
Nas memória meu filho
Que me faz chorar
Lembro do tempo que as cartas
Escrevia para sua avó conquistar
Dos momentos da Refeição
Que eu citava o trecho
De uma canção e o seu pai
Me acompanhava nós refrão
E tempo booom
Hoje nada disso si tem
Na hora da janta o silêncio
Vem comigo falar a saudade
É que vem me consolar
E a única coisa que eu queria
era no tempo poder voltar...
#saudades #geraçaodevalor
#cultura #amorpelavida #histórias #
Ela é a cara da mãe,
que em tudo puxou de sua avó.
A avó, por sua vez,
é idêntica à mãe que um dia teve,
que vejo em apagados retratos,
e que, conforme antigamente contavam,
era cópia fiel da bisavó da mãe
da mulher que hoje amo,
e que é a cara esculpida da minha sogra.
Creio que me apaixonei
foi por uma mulher do começo do século XIX
QUE SOSSEGO
Era só a minha avó.
E em tardes de calmaria
Debaixo da velha ramada
Das folhas do morangueiro
O corriqueiro,
Americano,
Ela, aos botões, dizia:
- Que sossego! Bendito ano!
Ela não sabia
Que eu estava
Com ela,
Mirando-a de uma janela
Pequenita que havia
Logo atrás dela.
E eu ouvia tudo naquela viagem
Feita miragem
Que minha avó fazia,
De consciência apurada,
Sem precisar de andar
Ou sola dos chinelos gastar
Em qualquer estrada...
Foi ela que me ensinou,
Aqui onde vou,
Que para sonhar,
Só basta estar!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 29-05-2023)
a casa da minha avó.
De todas as casas que eu morei,
a da minha avó era um abrigo,
pequena, mas transbordando calor,feita
de taipa e palha de coqueiro, lembro hoje e sempre, memórias entrelaçadas.
Não havia luz elétrica a nos guiar,
mas as estrelas dançavam no teto,
um luar suave contava histórias,
sussurros de amor na brisa da noite.
Os risos ecoavam nas paredes nuas,
cada canto guardava um segredo,
o aroma do café fresco,
um laço que nos unia ao amanhecer.
Ali, o tempo escorregava lento,
a felicidade era feita de simplicidade,
um lar sem paredes, mas repleto de vida,
onde a essência do amor nunca se apagava.
Minha avó morreu -
Num breve acenar ao pôr do sol
minha avó morreu
homens sem nome a levaram pela rua
e ficou minh'Alma num soluço ensurdecedor
esperando eternamente pela sua.
Minha avó ... minha mãe -
Quando eu era pequenino
e me sentia triste e só
agradecia ao destino
ter-me dado aquela Avó!
Nas varzeas do caminho
adormecia nos seus braços
e os medos de menino
desfaziam- se em abraços!
Sinto o toque da sua mão
de quando era pequenino,
oiço o bater do coração,
ao colo - na pele - o carinho!
Hoje a vida é diferente:
já não sou tão pequenino
a Avó partiu p'ra sempre
quem me dera ser menino!
Meu poema, minha mágoa,
minha estrela, também,
a saudade fica, trago-a,
minha Avó ... minha Mãe!
Em memória da minha querida Avó Clarisse.
Mistica Presença
(IN MEMORIAM)
Avó ... senti tua mistica presença
nesta noite de vigilia.
Noite em que o vazio do teu olhar
irrompeu calado nas vozes das gentes ...
E a morte, esse negro cortejo de sombras,
p'ra sempre se consumiu,
surgindo eleita como a outra face da vida.
A capela, o altar, a Senhora da Orada e eu
formámos em teu redor um elo de amor eterno
de onde brotava um poderoso halo de luz.
Permanecia a paz ... e no silêncio dessa paz
ecoava a Voz de Deus
Sagrada, divina, Intemporal ...
E assim ficámos, em meditação, calados,
p'la penumbra da noite ... Almas gemeas
nascidas antes de toda a divisão.
Tão fortes, tão doces, tão eternas ...
Já nada ali nos podia separar. Jamais veu algum
poderia surgir entre as nosssas almas!
Ambos nos situamos, avó e neto, num torpor
de emoções!
Assim nos revelámos em totalidade,
além de todas as palavras, além de toda a saudade,
além do silêncio da morte na serenidade da vida.
E quem sabe, cruzar-nos-emos um dia, por ai,
quiçá, na calha de uma "Nova Vida" ...
Em memória da queridíssima avó Clarisse
Esposa, mãe, amiga e avó extremosa.
1932-2024
Desespero -
Avó ...
minh'Alma parte distante
ao largo da solidão
e junto fica sepultada
no fundo do teu caixão!
AS AMORAS DA MINHA AVÓ
As amoras bravas das terras da minha avó.
Tinham o doce sabor dos riachos.
Tinham o doce sonoro dos pássaros.
Tinham o cheiro das flores silvestres
E também das rosas bravias.
Tinham o cheiro da tarte saída do forno.
Tinham as recordações de infância.
Que hoje com ternura as guardo, no baú da saudade.
Poema e Foto: © Cely M d Fonseca
Ser avó é a chance que Deus nos dá para nascer de novo.
Ser avó é colher os frutos de uma colheita que se plantou, ao longo do tempo.
Ser avó é entender que, daqui por diante tem-se uma missão importante e permanente...
É compreender que seus dias serão dedicados a produzir boas lembranças, que serão eternizadas pelas memórias de seus netos.
METAMORFOSE.
Em uma manhã de domingo, o avô levou o neto ao jardim para ver as flores e também as borboletas. Ao ver as borboletas voando pelo ar e cheirando o néctar das flores a criança disse ao avô que quando crescer queria voar como as borboletas.
No caminho de volta para casa, o avô encontrou um ninho com ovos de borboleta. Três dias depois depois o avô chamou o neto e voltaram ao ninho, onde os ovos já haviam se transformado em larvas.
Voltaram para casa e o avô não disse nada ao neto, no quinto dia, o avô levou novamente o menino para ver o ninho, e as larvas haviam se transformado em pequenas lagartas.
Curioso perguntou ao avô por que ele os havia trazido várias vezes apenas para mostrar o que estava dentro do ninho e depois ir embora.
O avô respondeu calmamente ao neto: "Sabe aquele dia em que fomos ao jardim e você disse que queria voar como aquelas borboletas?"
"Sim", respondeu o neto ao avô. Então o avô disse: "Não é tão fácil voar, você terá que enfrentar várias transformações. Aquelas borboletas não nasceram voando, elas foram obrigadas a enfrentar várias metamorfoses para se tornarem borboletas".
Assim é a vida, às vezes queremos que as coisas aconteçam de uma hora para outra, mas o essencial é viver o processo de cada momento. A vida é única e cada momento será único em sua vida.
Ser mulher é ser filha, mãe, avó,
guerreiras que lutaram e lutam
em busca do seu espaço por
igualdade e respeito, sem perder
sua essência feminina.
Livro: 365 Frases Inéditas Reflexivas & Motivacionais
Muitos dizem: meus avô e meus bisavós eram indígenas, meu tataravô e etc.. mas isso ficou no passado, eu não faço questão pela minha origem,
Vivo em outra época e a luta dos índios não é minha luta.
Caro parente, eu Cacique Nailton, penso que você pode ter direito a seguir o seu caminho, mas não se esqueça;
Um povo que não busca conhecer seu passado, que não compreende suas referências e suas origens, perde a chance de reparar seus erros históricos.
Valorize a origem de seus antepassados, a sua origem...
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