Poemas de Tristeza
►Novamente
Coração, me desculpe
Acho que te machuquei de novo
Sinceramente, eu sinto muito
Deixei minha desconfiança predominar
Abandonei minha emoção, quanto descuido
Não sei se magoei uma pessoa que disse me amar
Ah, coração, talvez eu seja mesmo bruto
Talvez não consiga me entregar,
Pois sempre que encontro uma dama, me iludo.
Voltei a me isolar, cercado pelas paredes
Estou perdendo aquela imaginação
Quero respirar sem chorar, lágrimas caem às vezes
Sim, caminho em direção a comadre, Solidão.
Coração, sabes bem o que tenho feito
Dos lábios que beijei em desespero
Buscando aquela paz no peito,
Que pareço ter perdido, e não tem jeito
Ah, se fosse tão fácil assim curar,
Daquele sentimento de nunca se encaixar
Ah, se eu pudesse no passado voltar,
Várias e várias fotos de recordação eu iria tirar e guardar
Hoje o que me resta é sonhar e não vivenciar
Romantizar em textos sem sequer me entregar,
Aos momentos, a brisa do vento, aos seios do tempo
Estou velejando para uma ilha já visitada, que sofrimento.
Por Você Morrer
Estou preso ao que de mim,
Meu amor, ainda me resta.
Sei que o que ficou no fim
É a parte que não presta.
Devo continuar mal assim,
Pois ninguém me empresta
Sua metade de onde eu vim
E a única que tenho é esta.
É estar morto sem saber,
Com os restos de não e sim
Que levei pela vida sem ver
E que você notou, enfim.
O meu morrer por você,
Amor, sempre foi assim,
E nunca teve nada a ver
Com o seu viver por mim.
O Quarto
Eu sou um livro esquisito, por fora aceitável e por dentro um labirinto;
Cheio de palavras complicadas, de efeitos nítidos e engraçados;
Onde destaquei três enunciados,
''Dor, medo e angústia'';
Hoje, elas me definem!
Gostaria de saber as consequências disso em mim;
Pois não consigo perceber, o que elas tem de ruim;
Todo mundo discursa que irei adoecer;
Tenho medo e eu nem sei o porquê.
Ando pela rua e não consigo ouvir nada;
As pessoas estão tão iguais, que as vejo como se tivessem empalhadas;
Falam tantas asneiras, que não consigo dar risada;
Procuro uma fórmula para explicar isso, e de minha cabeça não sai nada.
Vejo-as discutindo, se matando, se julgando sem nenhum sentido;
E me pergunto se sou louco;
Por tentar buscar uma explicação para essas atitudes sem conexão;
Queimam o livro sem compaixão e mesmo assim os vejo sorrindo e não pede perdão.
Esqueceram que somos irmãos, nascemos sem direção;
Vivemos unicamente e mesmo assim,
Nos tratamos como serial killer esperando logo ali, na contra mão.
Estou farto desse relato, que me causa dor e outros farrapos;
Escrevo para amenizar os meus laços,
Tenho esperança de viver em outro espaço, onde possamos viver entrelaçados;
Amanhã é um novo dia, e sinceramente ... espero sair desse quarto.
Madrugada!
É na madrugada que o coração chora,
Que o sentimento aflora,
E o travesseiro é o único que não vai embora.
Momento que a conversa é solo,
Que pedimos colo,
E na cama eu só rolo.
É a hora que os minutos passam,
Que os olhos embaçam,
E a dor e o sofrimento não passam.
Ah essa madrugada,
Se não fosse o seu silêncio,
Te chamaria de folgada.
Mas uma hora ei de dormir,
Mesmo me sentindo um estrangeiro,
Nesse meu caloroso travesseiro,
Querendo partir.
Aos poucos
Aos poucos vamos perdendo a esperança
Aos poucos vamos perdendo a nossa essência
Aos poucos vamos deixando de acreditar naquilo que acreditávamos
Aos poucos vamos sendo moldados até não restar nada do que costumávamos ser.
É, aos poucos, somente aos poucos é que as coisas vão acontecendo, depois de viver tanto as mesmas coisas, depois de tanto sentir as mesmas dores, aos poucos vamos aprendendo, não a não senti-las, mas aprendendo a conviver com elas.
É, é aos poucos vamos nos tornando mais fortes.
Por favor me segura
Não aguento mais essa amargura
Diga-me que estou com minha armadura
Não me julgue por ser insegura
Diga que estou acertando o certo
E errando o errado
Saber eu sei como é
Pois eu já fui amado.
Depoimento de uma mente turbulenta
Olha, há muitas coisas que preciso dizer, mas diferente das outras vezes que sempre digo que tenho milhões de coisas pra falar, e agora não é nada semelhante do que as que me transbordam quando preciso desabafar.
Já faz um tempo que você entrou na minha vida, viu o caos que sempre fui e mesmo assim fez o possível e o impossível para estar do meu lado quando caí. Acontece que quanto mais me adapto, mais me distancio. Quanto mais tento esconder o meu verdadeiro eu, mais você me descobre quando te olho, quanto mais escondo minhas lágrimas, mais você sente a minha dor quando digo: não se preocupa, eu estou bem. Quanto mais me fecho, mais você tenta me mostrar minha importância na sua vida. Quanto mais me isolo, mais você sente a minha necessidade de um abraço.
Talvez você precise saber que por trás dessa mulher de equilíbrio, existe uma garota que luta contra os pesadelos que vive dentro de si mesma, que acorda todos os dias com vontade de se manter longe de tudo que a arranca os seus sorrisos, mas não passa de vontade. Esses conflitos e esconderijos criados no fundo da alma só servem para evitar que você perceba que não sou o que seus olhos enxergam. E quanto mais luto contra mim mesma, mais perco, perco porque não tenho mais controle, perco porque não consigo pensar em soluções para ser alguém que você realmente mereça, perco porque não consigo me manter em felicidade constante, perco porque não sinto que o futuro seja promissor. Te evito, só pra você não se assustar com o turbilhão de sentimentos que sou. Tento te afastar, e mais você me ganha por não me deixar sair da sua vida. Sinto muito, agora é desprezível ! Prefiro deixar você viver nas minhas melhores lembranças , do que ter fingir que você morreu pra mim a partir do dia que você realmente me enxergar e logo me deixar.
"Lindo Sonho Meu"
Como Um Sonho Lindo, que Mal Começou
Assim como um Barco, que já Naufragou
Assim como um Sol, que se Escureceu
Ou como um Palhaço, que se Entristeceu...
Entrou em Minha Vida, E me Balançou...
Sem pedir Licença, Sei que conquistou
Um Coração Fraco, Tão só... Tão sofrido
Tão cheio de Sonhos... De Amor... Já esquecido...
Assim como a Lua, que Encanta os Amantes
Com seus Movimentos, tão Desconcertantes
Com seu Belo Olhar... Carente... Mimado
Deixou-me tão Bobo... Tão Apaixonado...
Eu sei que duvidas... Do meu Sentimento
Ou da Minha Falta de Atrevimento
Um Dia Talvez, Você vai nutrir-se
De Angustia e um Pouquinho... De arrependimento...
E quando desse Sonho eu Despertei
Nem tua Sombra... Eu não achei
Mas o Meu Corpo... Sei que ainda queria o Teu...
Você é como a Luz... Que me Dá a Vida
Resgatou minha Paz... Tão Esquecida
Depois me acordou... Desse Lindo Sonho Meu...
ou eu romantizo o passado
ou perco tempo me preocupando com o futuro
não é à toa
que eu não me sinto viva
eu não estou vivendo
no único momento que existe
- presente
Calçadas que cruzamos
Ainda escuto sua voz no trânsito, estamos rindo
Acima de todo barulho
Meu Deus, estou tão triste, sei que terminamos
Mas eu ainda te amo, amor
"Ela tá de batom vermelho"
Ela não se importa com os teus elogios
Porque por ti ela não tem desejo
E sempre da fora
Em quem quer dar um beijo
Mas hoje é sexta
E ela tá de batom vermelho
Ela, maluca,
Se perdeu querendo se encontrar
Mas se encontrou
E agora pode voltar
Quando tudo acaba triste
É por que foi lindo e...
Ela, maluca,
Se perdeu querendo se encontrar
Mas se encontrou
E agora pode voltar
Hoje eu vou dormir.
E talvez eu não acorde amanhã.
Existem dias em que desejo que sim;
E dias em que desejo que não.
O Meu Coração Ela Partiu...
O Amor Dela Sumiu...
O Inimigo Mais Um Vez Sorri...
O Otário Foi Eu
Por Acreditar Em Algo Que Nunca Existiu
me deito à noite e começo a chorar
me sinto tão só rodeada de pessoas
me olho no espelho, mas não me sinto bem
me dá uma dor no coração
só queria fugir pra longe
escapar do mundo
peço socorro às almas que me rodeiam
peço perdão àqueles que me odeiam
estou com medo, medo de isso tudo não passar...
Terna amiga Solidão,
tu que se faz tão presente em momentos de ausências,
que és tão verdadeira em falsas verdades, que se expressa tão bem mesmo não falando nada,
companhia inexistente que afaga o improvável.
Boa noite velha amiga de todas às horas!
Sempre que olho para o céu à noite eu sinto um vazio enorme no meu peito e acabo me perdendo naquela imensidão.
Nesses momentos eu me sinto muito pequena, a tristeza vem e começa a tomar conta de todo o meu ser.
Então eu me atrevo a procurar entender as estrelas, sem sucesso, me junto à elas que me acolhem.
Sento no quintal onde a vista pro céu é mais clara e fico ali, sozinha, com a solidão que me habita.
Lembro-me das pessoas que partiram e fico as imaginado nas estrelas mais brilhantes e assim a solidão vai passando aos poucos.
É horrível saber que nem todos contemplam a beleza de um céu estrelado, é uma pena já que maioria só vê a importância de um simples céu a noite quando se está no fundo do poço.
O pior aconteceu
A história se repete
Temo estar frio outra vez
O passado remete
Meu romantismo se perdeu
Diante de tudo que a vida me fez.
Não espere meu sorriso
Não prometo companhia
Tudo agora é melancolia
Reflexo de decisões minhas.
Aprecio algumas amizades
Que me confortam no meio da dor
Mas creio sucumbir sem piedade
Deixando tudo de lado, até o amor.
As palavras ainda se perdem na mente
Culpa das situações vividas recentemente
Meus pensamentos me levam ao fracasso
Prisão que escolhi entrar
Talvez minha alma ainda grite
Na esperança de alguém me encontrar
Mas já excedi meu limite
Então não tente me perturbar
Um lúcido só se faz de louco,
Quando é assim que ele quer estar.
A nossa história de 30 anos juntos,
não se acaba aqui, não se acaba assim...
A morte que nos separou agora, é a mesma
que irá nos reencontrar. O meu amor por você é tão grande, que vive em nossos filhos, que irei criar à sua semelhança, com caráter , hombridade e retidão. E quando a minha missão cumprida estiver, em teus braços, irei me aconchegar. Que eu suporte os dias de saudade e as noites de dolorosa solidão...até o dia em que finalmente, contigo, de novo, irei estar.
Para Márcio Miguel Zorio, meu esposo falecido em 17/07/2016.
Viagem (Walmir Palma)
Já não me estresso com o ruído de um motor
Se aumentam o volume do televisor
Se enquanto eu canto você conta
Se deito e você se levanta
Já não me espanta qualquer filme de terror
Enquanto leio pensamentos de Foucault
Você enterra os olhos no computador
Essa canção se espalha pelas ruas
Entre os que buscam no clarão das luas
Outra maneira de curar tamanha dor
Eu plantei meus fícus
Escrevi meu livro
Eu já tenho um filho, meu amor
Tudo é passagem
Fiz minha viagem
Eu vindo e na volta eu vou
Já não me irrita uma canção que é só tambor
Se em vez de abajur preferem refletor
Ou vendem ilusões de luz neon
Se poucos leem o Drummond
Se a tolice insiste liga o reator
Nem o silêncio dos gurus adiantou
A natureza está mostrando o seu tumor
Quando ela grita eclodem seus vulcões
Seu choro inunda civilizações
Não tem senhor, não há remédio seu doutor
Vejo cataclismos
Rescindirem sismos
Quanta indiferença meu amor
Sobra incompetência
Tanta imprudência
O poder não tem nenhum pudor
A chuva cai torta
Como as minhas lágrimas
Na direção do vento
Escorrendo pelas calçadas
As pétalas voando
De um buquê de flores
Que eu nunca ganhei
E não fico esperando
Passaram lindas
Girando como em uma dança
E leves como o coração
De uma criança
O meu choro era pesado
Pesava mais que uma nuvem carregada
Porque levava a tristeza
Que também escorria pela calçada
Um dia daqueles
Que o sol já não brilhava
Que meus olhos não sorriam
E o silêncio dominava
Dominava até mesmo
O barulho dos trovões
Que caiam do céu com raiva
Mas eu só via os clarões
Iluminavam os meus olhos
Me faziam pensar mais
Será que existe outro caminho?
Ou só cair como a chuva faz?
