Poemas sobre o Silêncio
Ela carrega histórias, sonhos bordados em silêncio, lembranças que aquecem o peito e uma vontade bonita de recomeçar. Porque há viagens que começam dentro da gente — quando a gente para, respira… e simplesmente confia.
— Edna de Andrade @coisasqueeusei.edna
Tem coisa que a gente vive plantando em silêncio.
E Deus… ah, Deus tem visto cada semente lançada com fé,
mesmo quando tudo parecia tão árido por dentro.
Não se espante se, de repente, as coisas começarem a florescer.
Isso não é sorte — é colheita.
É resposta suave ao esforço bonito
de quem não desistiu, mesmo cansando.
A vida começa a dar certo devagarinho,
quando o coração entende que Deus nunca deixou de ver.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Há momentos em que a alma almeja o refúgio do silêncio, onde as interrogações se esvaem como névoa ao romper da aurora, e as respostas moldadas pela mente perecem em sua efêmera fragilidade. O ato de viver, por um ínfimo e plácido instante, encontra repouso. É nesse delicado interlúdio que concedemos ao coração, com sua sabedoria atávica, o privilégio de sussurrar o que sempre soube, mas que os ruídos do mundo abafavam. E ele sussurra, com a leveza de uma brisa acariciando as copas das árvores, revelando mistérios que só o silêncio é capaz de desvelar.
É na quietude do cosmos que captamos a voz de Deus, sutil como um eco longínquo, porém tão inabalável quanto uma montanha. Mesmo quando o intransponível se ergue à nossa frente, e os olhares ao redor nos envolvem em incredulidade, é Ele quem nos sopra ao ouvido: vai, avança, e concretiza. Pois, quando até o último vestígio de fé em nós mesmos se rompe, Deus permanece crente, sustentando-nos com a esperança que já não conseguimos vislumbrar.
Infância roubada
Nasceu em silêncio, a menina esquecida,
no canto da casa, uma vida sofrida.
Entre gritos e sombras, crescia sozinha,
aprendendo do mundo a parte sombria.
Era o lar um campo de dor e tormento,
onde brigas e mentiras voavam ao vento.
Os sorrisos escassos, a ternura faltava,
e em cada olhar duro, seu mundo murchava.
Um dia sombrio, aos oito, perdeu
a inocência que em sonho, talvez, floresceu.
Um ato brutal que apagou-lhe o brilho,
e fez da menina um doloroso estribilho.
Alvo de aliciamento, de olhares sujos,
eram seus dias cheios de fardos injustos.
Tios e primos, num círculo doente,
roubavam seu riso, seu ser inocente.
E ali, tão pequena, sem voz, sem escudo,
perdeu-se na dor, num silêncio mudo.
Seu mundo ferido, marcado de espinhos,
tornou-se um deserto de poucos caminhos.
Mas ainda que a vida lhe impusesse açoite,
e a infância sumisse em noites sem noite,
carrega no peito uma chama que arde,
de quem sobrevive, ainda que tarde.
No escuro da noite, há quem chore em segredo,
No peso do peito, um silêncio, um medo.
Mas, meu amigo, nas sombras se esconde,
Uma luz suave, no horizonte.
Sei que agora parece tão frio,
Como se a vida fosse um mar vazio.
Mas cada onda que vem e que vai,
Carrega a promessa de paz que se trai.
Os dias difíceis também têm fim,
E logo o amanhã trará um jardim.
Onde as flores renascem, a esperança revém,
É um lembrete sutil: tudo ficará bem.
Segure minha mão, não soltes jamais,
Pois juntos seguimos, enfrentando os temporais.
A tristeza é passageira, o sorriso também,
E assim como a dor, logo vai e se tem.
A vida é feita de idas e voltas,
De momentos de luz, de cores revoltas.
Então lembre-se, amigo, e não solte a fé,
Pois tudo vai passar, e a paz voltará com um só pé.
Vivo a vida, sem amarras...
Sinto o vento, sinto a liberdade...
No silêncio, encontro meu ser...
Vida introspectiva, momentos de saber...
Não quero perder a espontaneidade,
Deixar que a vida se torne rotineira.
Lanço olhar para o horizonte,
E vejo um mundo cheio de possibilidades...
São tantas as aventuras, tantos os sonhos...
São tantas as camadas, tantos os mistérios...
Coração alegre, alma livre.
Vivendo no abandono imposto...
Melhor assim...
Não sinto o pesar dos anos...
Sigo em frente, com liberdade e ousadia...
Porque a vida é um presente,
Um labirinto, cheio de desafios...
Mas não me perco, não me desvio...
Não me preocupo, não me atenho...
Possuidor de um coração contemplativo...
Nunca desisto...
Sandro Paschoal Nogueira
Minha Pequena
Em meio ao silêncio da noite estrelada,
Teu olhar encontra o meu, e tudo faz sentido.
Me deixam de perna bamba, teus sorrisos,
Como a brisa suave que dança entre as folhas.
Teu amor é a melodia que embala meus dias,
Um doce encanto que me faz me sentir vivo.
És a luz que ilumina meu caminho,
O sonho que desperta meu coração adormecido.
Cada palavra tua é um verso de ternura,
Cada toque, uma promessa de eternidade.
Nos teus braços, encontro meu refúgio,
E no teu amor, a razão do meu existir.
O Silêncio
Machuca a minha alma,
Como uma lâmina afiada,
Rasgando fragmentos do meu ser.
O silêncio,
Traz saudade do timbre da sua voz,
Grave, informal, incompreensível...
Mas ainda assim, tão familiar.
Eu gostava de ouvir.
Agora, resta-me acostumar ao vazio,
A sua ausência.
Peço apenas: fique longe!
Não quero reviver a dor
Que um dia dilacerou minha essência,
Encharcou meu rosto com rios de lágrimas.
Ao menos, um adeus...
Mesmo que mísero.
"Vazio Interior"
No silêncio da minha alma, um abismo se abre,
Um vazio imenso, sem fim nem começo.
Nem alegria, nem dor, apenas um espaço vazio,
Onde sentimentos e emoções se dissipam.
Minha mente é um deserto, árido e cinzento,
Sem uma gota de inspiração, sem um raio de luz.
Meu coração, uma pedra, fria e dura,
Sem batimentos, sem vida, sem calor.
No espelho, um estranho me olha,
Com olhos vazios, sem brilho, sem alma.
Sua voz é um sussurro, sem som, sem eco,
Um silêncio ensurdecedor, que me envolve.
Nesse vazio, eu me perco,
Sem rumo, sem destino, sem propósito.
Um barco à deriva, sem âncora,
No mar da indiferença, sem margens.
Mas talvez, nesse vazio, haja um refúgio,
Um lugar para reinventar, recriar.
Um espaço para encontrar,
O que falta, o que faltou.
Assombração
Já estou lá fora, olho aquele escuro, o silêncio perpetua, mas vou em frente sem me prender ao medo que está presente.
Uma dúvida vem a seguir, por que estou aqui?
Tem árvores, flores, a lua está linda, mas tem algo ali, a imaginação vai além, ouço ruídos, vou em frente...
Olha! Ali está uma fogueira, mas pq será? Alguém estava por aqui? Andando e buscando saber o que há de acontecer.
Passos largos para chegar até aquela luz, tudo parece tão distante, mas em um instante estarei lá.
Cheguei próximo a uma casa, onde uma única Luz acesa e uma mesa parece dar vida! Não vejo ninguém, o silêncio insiste em ficar, preciso me recuperar, caminhei demais, vejo sinais, cheguei até aqui e agora como voltar? Alarme tocou , meus olhos abriram, queria ficar! Seria só um sonho ou poderia mergulhar pra ficar? Ao final pensei, na mente há muitos segredos que nos trazem medos, que levam à alucinação, e a imaginar assombração.
Sentir saudade é te guardar, no silêncio que o tempo quis levar
Mas teu sorriso, teu jeito, tua voz, ainda ecoam… nunca estamos a sós
Cada memória tem o teu sabor, teu perfume ainda está em mim
O vento sopra, mas não apagou… o que ficou é mais do que o tempo levou
Ficou o som, ficou o cheiro, o amor que fez meu mundo inteiro
Ficou em mim o teu olhar, um pedaço teu que nunca vai mudar
Ficou a dor, ficou a calma, tua presença gravada na alma
Porque o que ficou é mais do que o tempo levou… o teu amor gravado em meu coração
Te vejo em sonhos, ouço teu cantar, nas estrelas que o céu vem guardar
Cada detalhe, cada emoção, ainda pulsa forte no meu coração
Se o tempo insiste em nos afastar, eu insisto em te eternizar
Nada apaga o que você deixou… o que ficou é mais do que o tempo levou
Ficou o som, ficou o cheiro, o amor que fez meu mundo inteiro
Ficou em mim o teu olhar, um pedaço teu que nunca vai mudar
Ficou a dor, ficou a calma, tua presença gravada na alma
Porque o que ficou é mais do que o tempo levou… o teu amor gravado em meu coração
E se a vida me levar pra longe, ainda vou lembrar teu nome
No meu caminho, em cada estação… levo você dentro do coração
Ficou o som, ficou o cheiro, o amor que fez meu mundo inteiro
Ficou em mim o teu olhar, um pedaço teu que nunca vai mudar
Ficou a dor, ficou a calma, tua presença gravada na alma
Porque o que ficou é mais do que o tempo levou… o teu amor gravado em meu coração
O que ficou… é mais do que o tempo levou
Ficou em mim o que nunca vai partir
Tem dias que a alma grita.
É necessário falar, mas o silêncio domina.
A palavra não sai.
Escrever é uma forma de liberdade,
onde posso ser livre para sentir .
A poesia alimenta minha alma.
Eu sou feita de instinto,
de faro aguçado e alma antiga.
Eu sou o silêncio da floresta,
o grito que ecoa na mata,
a fúria da loba ferida
e a sabedoria da anciã que não se cala.
Eu já fui queimada, expulsa, ignorada,
mas renasci em cada cinza,
cada lágrima salgada me curou,
cada rejeição me mostrou a direção,
cada abandono me ensinou a retornar…
pra dentro.
Corro com as lobas, sim,
mas também sei andar sozinha.
Sei farejar mentira de longe,
e quando me calo,
é porque estou me preparando para rugir.
Tenho carne, alma e memória,
sou feita de recomeços,
de promessas que só eu ouvi,
de sonhos que escondi nos ossos,
mas que hoje dançam em minha pele.
Eu sou mulher. Selvagem. Inteira.
Com rachaduras, mas inteira.
Não preciso ser salva.
Preciso ser vista, respeitada,
amada com a mesma intensidade
que me derrubaram um dia.
E se for pra caminhar comigo,
que seja com coragem.
Porque meu caminho não aceita passos frouxos.
Te amo duas vezes...
Eu sempre amei você,
desde o início,
desde o silêncio,
desde sempre...
desde o nada que já era tudo.
Antes de saber quem você era,
antes de entender o que seria
na minha vida.
Não sei se foi o poder da chama gêmea —
da junção divina —
mas te amei bem antes...
Talvez seja a força das almas,
o laço antigo,
a chama gêmea —
essa união que não se explica,
mas que se sente...
com a pele,
com o coração.
Não sei se fui eu quem amou primeiro,
ou se apenas reconheci
um amor que já me habitava.
Quando soube de tudo,
não houve espanto,
nem dúvida.
Só permaneci —
amando.
Como se já soubesse.
Meu corpo já ansiava o seu,
meus pensamentos já te buscavam,
meu coração…
já era teu.
Já amava com toda a intensidade,
já sentia saudade.
E eu, sem perceber,
já tinha desistido de tudo
por você.
Não sei onde termina o amor
e onde começa a conexão de almas.
Talvez nem exista fronteira.
Porque, se for assim,
em total lucidez,
declaro —
nesta vida corpórea
e na outra espiritual —
eu te amo duas vezes.
O Silêncio Entre Nós
por você
O silêncio me assusta.
Nunca quis ser como sou com você.
Você me fez mudar.
Antes, eu gostava do silêncio.
Quando ouvia vozes,
vinham dores agudas,
agonias escondidas,
principalmente nas tristezas.
Mas quando você chegou,
tudo mudou.
Aprendi a falar com o olhar,
com beijos quentes,
com abraços que diziam mais
do que qualquer palavra.
Entendi, então,
que o amor vai além do desejo.
Amor é prosa.
O amor nos torna patéticos.
O amor é latifúndio.
O amor é divino.
O amor... é para sempre.
Quando não escuto seu amor,
sei que está longe.
E isso... nunca me aconteceu antes.
Sem o som estranho e doce da sua voz,
não sei quem sou.
Mas mesmo com o silêncio entre nós,
sei que você está aqui —
no meu coração,
fazendo barulhos de amor.
Carta de Despedida
“Pra Ela Que Nunca Mais Voltou”
Ei, garota de olhos escuros e silêncio barulhento…
Não sei se você lembra de mim,
mas tem um pedaço seu que ainda vive em mim como se o tempo não tivesse passado. Você apareceu como quem não pede licença, entrou na minha mente e fez morada num canto que ninguém conhecia.
Foi tudo tão rápido, estranho, misterioso.
Mas, de algum jeito, foi real.
Mesmo que ninguém tenha visto,
mesmo que eu duvide às vezes,
meu peito lembra.
Você foi abrigo.
Foi confusão.
Foi arte em forma de pessoa.
Me ensinou que saudade não precisa durar anos pra doer como se fosse pra sempre.
Hoje, eu não escrevo pra pedir respostas.
Nem pra te culpar.
Eu escrevo porque quero me libertar do que ficou preso aqui dentro.
Se você era real, eu te desejo paz.
Se você era só uma fantasia, eu te agradeço por ter me feito sentir.
Mas agora, eu preciso me escolher.
Preciso me olhar no espelho e parar de procurar seu rosto nos rostos alheios.
Preciso parar de me perguntar "e se?",
e começar a me perguntar "e agora?"
Hoje eu me despeço.
Não porque eu esqueci.
Mas porque eu me respeito.
E porque eu mereço ser amado no presente.
Adeus, garota de franja e mistério.
Você foi capítulo.
Mas eu sou o livro inteiro.
Tem hora que você só precisa parar de se cobrar tanto e lembrar que
Deus trabalha no silêncio também.
Nem todo avanço é visível. Nem todo milagre faz barulho. A ansiedade te faz correr sem saber pra onde, mas a fé te ensina a esperar sem perder o rumo.
A Bíblia não disse que seria rápido. Disse que seria no tempo certo.E enquanto você acha que nada está acontecendo, Deus tá alinhando tudo no invisível. Então respira. Nem tudo que parece parado está perdido.
Às vezes é só o céu construindo o que você ainda não pode ver.
Nasci em 1976, na Alemanha, mas sou lusitano e escrevo quando o silêncio já não chega.
Penso sobre identidade, tempo, sombra,
e sobre a estranha nobreza que persiste no imperfeito.
Vejo-me como uma figura quixotesca,
uma espécie de poeta da triste figura,
não por heroísmo, mas por partilhar a teimosia dos valores,
a lucidez da honra
e a coragem de enfrentar os meus próprios gigantes…
e ilusões.
Não procuro glória.
Escrevo para dar forma ao que, de outro modo, me consumiria.
Manhã de lua cheia…
Numa manhã deserta,
o silêncio vestia-se de prata.
A lua cheia, teimosa,
ainda pairava no alto,
como se recusasse a ceder
o palco ao sol nascente.
O vento passava devagar,
acariciando ruas vazias,
carregando consigo
o perfume tímido da noite que se despedia.
Cada sombra tinha voz,
cada luz tinha segredo.
E eu, só, caminhava entre o ontem e o agora,
com a sensação de que o tempo
me observava de longe,
esperando que eu respirasse fundo
para seguir adiante.
Mas ali, no silêncio do meu arrependimento,
ouço passos de misericórdia se aproximando.
Não são passos de acusação,
mas de um Pastor que conhece cada ferida minha.
Ele não desvia o olhar da minha vergonha,
Ele a atravessa com amor.
E, com mãos marcadas por pregos,
não me aponta o dedo —
me ergue.
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