Poemas de Reencontro
Há um lugar no infinito, onde todas as coisas começam.
Como aquela luz que se acende no coração, sempre que trespassas o meu corpo.
Depois, olho-te com o meu olhar agradecido e espero o beijo que antevejo desenhar-se nos teus lábios.
Só assim poderemos juntar-nos aos pássaros, e em voo planado atravessarmos todos os vazios.
Existem abismos que não se conformam com esta fusão mais ou menos nuclear dos avessos.
Mas eles tocam-se em todos os pontos onde se inicia a vida.
Ou o brilho da luz.
Anda, vem comigo!
Poderá dizer-se que o infinito não tem princípio nem fim,
é o todo em todo o seu esplendor, é a utopia pretendida de vibração e luz
que brilha mas nunca fere o olhar.
Acredito que em todos esses avessos que se cruzam e interpenetram,
voam almas alheias a todos os abismos.
Sou uma sombra fugídia...
Não estou no meu tempo...
Vôo sempre além de mim...
Inquieta e insubmissa...
Uma urgência de viver e ao mesmo tempo um abandono à solidão...
Uma procura indefinida...
Sonho e fantasia...
O sim e o não.
Eu costumo dizer que sou eu e a outra...
A mulher que é trovão e tempestade...
Anjo e demónio...
Forte e serena.
E mesmo que não realize meus sonhos por eles valeu a pena ter nascido...
Por eles desceria ao inferno.
Eles são o meu altar...
O meu lugar sagrado...
A minha guarida...
O meu mundo...
Eles são EU....
Escrever...
Não sou poeta...
Apenas escrevo umas coisas...
Sou uma moça simples...
Não gosto de me pintar...
Gosto de vestidos simples...
Amo perfumes...
Gosto do meu cabelo...
21/05/23 28x h1.6j
Eu estou quebrada,
Dor de peito,
A dor da alma me rasga,
É como se fosse um aborto,
Eu já imaginava teu rosto,
Em tantos planos,
Será que foi tudo um engano?
Eu não acredito nisso,
Eu prefiro consertar as coisas,
Não vou largar tua mão,
Nunca,
A não ser que tu queira,
E tu quis,
Sou ninho, não gaiola,
Deixo livre se quiser voltar,
Mas, entendo que esse vôo é necessário,
Tudo novo se fará,
Renovação virá,
Quanto à mim,
Erro, sem querer errar,
Mas, tudo você pode me falar,
O Amor é construído em palavras,
E delas tudo nasce,
E renasce,
Vive ou morre,
Procuro usá-las como afago,
Carinho acalento,
Dado a certo momento,
A verdade pode ser dura,
Mas,
Colhida e apreciada de maneira madura,
Não tem cortes,
Mantém-se a estrutura,
Todos temos pilares,
E a vida já é tão escura,
Então,
Olhemos para o Sol,
Embora eu seja a Lua,
Tão diferentes,
Mas, ainda coexistentes,
Quase te mostrei essa história,
Era uma vez...
Outro capítulo começa agora,
Claquete.
Perdida no tempo,
Ainda em lamento,
Ainda que em pouca memória,
Conheço bem nossa glória,
Esse é o maior desafio dessas vidas,
Teremos mais bonitas,
Eu me lembro,
Porém tu,
Não é capaz de se lembrar,
Até nosso próximo encontro Princesa.
Claquete...
Olho seus doces olhos aveludados,
Sinto sua pele macia,
Provo Seu beijo refrescante,
E me sinto confortável em ser eu mesma, um pouco tempestiva, quente e crocante.
Eu escolho você e
Sigo derretendo de amor e paixão por tudo que estamos construindo juntos nesse reencontro, nosso bailão.
Destruição e restauração se repetem.
Desde o big bang, há 13,8 bilhões de anos,
os átomos que formam nosso corpo
se juntaram,
viraram estrelas,
queimaram, foram comprimidos
e liberados.
Mais uma vez, formam espirais, se misturam
e se separam.
Algum dia, quando a vida morrer,
e a Terra chegar ao fim...
voltaremos a fazer parte
de uma grande espiral.
É por isso...
Vamos nos reencontrar.
Quem sou eu?
Por que este ser falível procura as réstia de quem é?
Ontem pensava me conhecer...
Hoje vejo que nunca soube de fato quem sou...
Uma infinita saudade do eu, me toma.
Mas na minha escuridão, vejo luz...
E a ela persigo insistentemente, até olvidar em brados de alegria a memória que escondi sobre mim...
Você chegou sem avisar, eu estava distraído, em casa,sem nada a planejar.
Você chegou sem avisar e o meu coração não estava preparado pra te receber.
Não por não te querer, mas sim por não esperar tamanha intensidade que faz transbordar.
Eu havia te perdido uma vez, você não faz ideia do quanto isso me machucou, me corroeu ao longo de todos esses anos por dentro,nem eu entendo.
O nosso laço está cada vez mais se estreitando, até chegar o dia em que os nossos corpos irão se encontrar, pois as nossas almas já estavam festejando, desde quando eu te vi me chamar.
E quando nossos corpos se encontrarem, meu coração pulará de alegria, pois enfim eu verei com os meus próprios olhos, na minha frente,a primeira pessoa que eu amei na vida.
Você é minha estrela Guia Sírius, que sempre irá iluminar o meu céu noturno.
Você é minha morada, pois dentro de vc eu encontro a paz que minha alma tanto buscava.
Você é meu porto seguro, pois são nos teus braços em que me sinto protegido.
Vc é o meu destino, onde o Universo trabalhou um muito pra te encontrar e sorrindo via a gente se aproximar.
Você é minha calma.
Você é pele, mente, amor e alma...
(20/01/23)
Eterno Vínculo
Nas noites serenas, ao luar brilhante,
Ecos duma história que o tempo não rompeu,
Dois corações unidos pelo amor constante,
Na dança das estrelas, seu destino nasceu.
Jovens sonhadores, juntos caminharam,
Viagens, festas, alegrias partilharam,
Mãos dadas, enfrentaram, e juntos lutaram,
O amor entre eles, um laço eterno, selaram.
Mas um dia, a vida trouxe provações,
E no vendaval das tempestades, se separaram,
Porém, mesmo distantes, nos corações,
A saudade ecoava, e um ao outro aclamaram.
Em caminhos distintos, buscaram sentido,
O vazio do peito, a saudade insistia,
Até que o destino, com mãos decididas,
Os uniu novamente, no mesmo percurso tecido.
No reencontro, brilharam como estrelas no céu,
A sinfonia do universo os uniu mais uma vez,
Em lágrimas e sorrisos, juraram um novo véu,
E o passado se tornou uma doce embriaguez.
Agora, lado a lado, na jornada da vida,
Caminham juntos, renovados, na mesma estrada,
E que a poesia do amor, fiel e destemida,
Seja a luz que os guia, a cada nova alvorada.
Que a Sinfonia de Estrelas que os cercou,
Permaneça a embalar seus corações,
E que o laço que entre eles se formou,
Seja o alicerce sólido das suas emoções.
Que o amor que os uniu no reencontro vibrante,
Seja eterno e forte, qual laço puro e constante.
Assim, nesta ode à união que o destino traçou,
Celebro a história de amor que despertou,
Ao casal que o tempo não separou,
Estrelas reencontradas, na poesia do viver, se eternizou.
Trapos e retalhos
assustado com a luz cavei minha própria cova em frente aos portões do inferno
o jardim de cristal iluminou-me por um breve tempo dando-me esperanças de redenção e ressurreição
até que novamente entorpeci-me no adormecer das madrugadas mórbidas
gritando dores solitárias minha alma geme sem causar comoção as Flores
quando fugi de mim mesmo pus-te em fuga de si mesma, e, nos perdemos a não nos encontrarmos
não há perdão no meu julgamento onde recebi condenação sem ser ouvido e minha pena mais dolorosa é saber seus gemidos por um partir que nunca houve
a doce lembrança do sorriso de suas palavras de outrora embaçam em lagrimas a memória do caminho sonhado um dia percorrermos
na minha morte almejo sua face, face a face um sussurro a dizer que te Amo e nunca sequer cogitei lhe deixar
a lua ergue-se em meio a sombras sedutoras contemplando minhas dores em mil pedaços costurando-se em trapos e retalhos em decomposição daquilo que um dia fui
gemidos anuciam uma dolorosa busca de um iminente e último suspiro..
Pedra sem asas (queda)
embargado em abismal medo
de ser lançado das alturas da rejeição
pedra sem asas, despencar
olhos cegos à vista
surdo ao canto dos pássaros
o planar da águia agitado
insuficiente como sempre
queda
alturas de ilusões por mim criadas
pedra sem asas, queda
as horas espancam a eternidade
pedra sem asas
de meteoros centenários
de âmago desbotado
melodias de angústias
alma atormentada
pedra melódica
sem asas
tristes canções
canções que
não mandam embora os demônios..
Desperdício da minha morte
no Amor que agiganta
o medo que me apequena
na intensidade da liberdade
a pureza que me aprisiona
no caminho que traço
perco-me onde me encontro
Amo por mim, para mim
por ela, para ela
falo fluente linguagem
do abandono e insuficiência
anoiteço em permanecer
amanhecido no desperdício da minha morte..
o tempo é mais carrasco que amigo, ou pode muito bem o ser
lembro de ti, de sua voz, quando tinhas voz
angustio-me por não mais ouvir o som do sorriso dos seus passos, tristeza melancólica habita em meus olhos
não, não esqueci, nada neste mundo nem ninguém me fariam algo que não escolher-te como Amor
o que teria capacidade de desencantar um coração disposto em recíprocidade à busca da felicidade?
que ilusões avassaladoras tem de nos devorar para que coloquemos o livro da Poesia debaixo do braço nos auto iludindo em achar que vale algo o estar carregendo, mas tendo o deixado de ler?
mentiria se dissesse que ha paz na minha alma, tenho poetizado contra o tempo no sentir das carnes que rasgam-se atraves de cortes de navalhas cegas
tenho rimado sobre o beijo perdido no espaço de tempo onde sua voz desaparece e balbucias repetitivos ecos de outras vozes que não as suas
e até o perfume sereno da noite, através de seus cabelos tenta gritar pela tua voz que calas deliberadamente e ainda te orgulhas de ser, optar ser um reles eco
ecoa tuas palavras desprovidas de alma a escorrer no ventre batendo-se nas paredes das tuas certezas de lógicas que só sendo o eco de outra voz empresta algum sentido, facilmente desconstruído por negar a viver o Amor
recuperarás sua voz um dia? ou atravessará o tempo a ecoar palavras opostas a alma?
dos tempos que atravessamos, éramos nós, ate tu trazeres ecos que ainda que possam estar travestidos das melhores intenções, apenas nos distanciaram, afastaram, separaram..
mas tu prefere ouvir os ecos, por terem sido somente o que restou de ti, desconstruiram-na a molde, remoldaram-na a ferro, programada para ecoar, não decepcionar, não errar, seguir a cartilha, o manual de instruções, a risca..
busco-te, mas encontro somente sua sombra, um arremedo de alma ecoando exaustivamente o que seus senhores determinam
procuro tua voz, não ouço nada alem de ecos..
Como é...
nunca é o abraço...
são as sensações de segurança e acolhimento que este proporciona...
nunca é a pessoa fazer parte de sua vida...
é como ela te trata, te considera, demonstra afeto, se importa e te respeita...
nunca é a forma como a pessoa entrou em sua vida...
é como ela se comporta enquanto está na sua vida e como decide sair de sua vida...
nunca é sobre ela te afastar de si, mas como e por quais motivos te afastou dela te deixando com mil perguntas na cabeça...
nunca é sobre ela partir, mas sim o que a levou a partir...
nunca é sobre o que ela deixou antes de partir...
é sobre o que ela leva de ti qurando te deixa perdido e em mil pedaços..
Tsunamis e Desertos
com você aprendi a
navegar em tempestades
e resistir o calor de mil sóis
logo
quando fosses embora
em minha alma
sobraram apenas
tsunamis
e
desertos escaldantes..
Do silêncio que habita o meu vazio
um minuto de silêncio
por todos os desejos
irrealizaveis
pelas palavras que
nunca saíram do papel
pelos sentimentos que
matarão
por serem
intensos demais
para viverem em
um peito só
por todas
as vezes que
sou vítima de mim mesmo..
Saciar
de um
pequeno
rasgo
na alma
verte
banhada
em sangue
uma letra
depois
um grito
de dor
da alma
e nasce
um verso
após
infinitos
gemidos
aflições
de espírito
uma leitura
antes de
publicar
uma mentira
no sorriso
do rosto
cansado
nasce
um
escrito
missão
cumprida
pode
agora
morrer
o arremedo
de poeta
no suspiro do leitor que consumiu seu escrito e se saciou..
Insuficiência de palavras
te condenaria por haver um dia desistido de ler-me?
minha bagunça enlouqueceu-me, minha alma só produziu gemidos, o coração desaprendeu a escrever
insuficiência de palavras
[...]
é a vida?
e o que é a vida?
um milagre que busca a morte, o Amor, sentimento que trás tristeza, as palavras, gritos para almas surdas
isto a poesia quem me segredou
[...]
a calmaria veio com teu Amor, a tempestade veio com sua partida, choviam lágrimas no seu adeus
encharcando-me de sentimentos remorsos
[...]
ainda hoje busco palavras
não as encontro
o vento as levou
lhe dedico então todas as palavras, que habitam no meu silêncio..
Alquimia
olhei o céu
escuro
coberto
de nuvens negras
desejei
transformá-lo
lembrei
de sua alquimia
que
me transformou
que transformou
o metal
enegrecido
da minha tristeza
em nobre
e puro
ouro de Amor
em minha Alma
eu
estava
embriagado
sempre
acontecia isso
essa
embriagues
de lembranças
era corriqueira
até te
reencontrar
nessas
lembranças
balancei-me
na velha rede
dos sonhos
um encanto
um encontro
um reencontro
até que, súbito
um nunca
dois nuncas...
adormeci ali
naquela noite
e mergulhei
em sonhos
de esperanças
dos quais
recuso-me
em acordar
onde um
amanhecer
não desminta
com uma
ressaca
de desilusões,
que não
um em vão
sentir
que insiste
em existir..
Outra noite (que seja eterno enquanto durmo)
meus lábios sussuravam nos seus ouvidos
desciam com a língua e mordidas pelo seu pescoço
percorreram seu decote desenhando seus seios
tirei sua blusa e os beijei, mordi, suguei
desci suave seu ventre pra não te provocar cócegas
vi em cada poro de sua pele arrepiada o desejo fluindo
arranquei suas calças suave, mas com pegada
beijei seus pés com verdadeira veneração
subi devagar degustando cada centímetro do gosto do teu corpo
uma preliminar para depois degustar o gosto do teu prazer
lembrei então que há pouco nessa mesma cama
deitei abraçado a um travesseiro e adormeci pensando em você
concluí que era mais um sonho concebido do exagero do meu desejo
que seja eterno enquanto durmo..
