Poemas de Pessoas Fortes

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⁠As Rodoviárias

No ventre de concreto e aço, a rodoviária se revela
Um portal para o labirinto do asfalto, onde o tempo se congela
Cacofonia de vozes, almas em trânsito, anseios e despedidas
Um microcosmo humano, onde a vida pulsa em batidas

Sob o teto, a luz, sombras inquietantes
Viajantes e fardos, histórias errantes.
O cheiro de café e saudade no ar
E a melodia melancólica de um violão a ecoar

Nos painéis, destinos se anunciam
Cidades distantes, sonhos que se adiam
Embarques e desembarques, abraços apertados
Lágrimas contidas, sorrisos forçados

Nos rostos, a marca da jornada
A esperança de um novo amanhã, a alma desnortada.
Corpos cansados, mentes em devaneio
Na rodoviária, a vida se revela em seu roteiro

Ônibus serpenteiam como feras famintas
Devorando quilômetros cruzando estradas infindas
No horizonte, o sol se põe, tingindo o céu de sangue
E a rodoviária se ilumina, como um farol que nunca se extingue

Em cada plataforma, um drama
Em cada rosto, uma epifania
A rodoviária, palco da existência
Onde a vida se mostra em sua essência

E eu, poeta peregrino contemplo este cenário
Eternizando em versos este itinerário
Na rodoviária, a alma humana se desnuda
E a poesia encontra sua musa

Inserida por samuelfortes

Metrô

Uma Odisséia Urbana
No ventre sombrio da terra, a multidão se acotovela
Corpos exaustos, almas inertes, a esperança que se revela
Nos rostos, a marca do cansaço, do tempo que se arrasta

E a melodia do silêncio que nos basta
Nos vagões, a solidão se agiganta
Cada um em seu canto, perdido em suas fantasias

Olhares vazios, palavras sussurradas
E a sensação de que a vida nos ignora e nos distancia

Nos túneis, a escuridão nos engole
E a voz do abandono ecoa

Somos sombras errantes, perdidas no labirinto
Buscando um fio de luz, uma razão, direções
Nas estações, o tempo se suspende
E a multidão se transforma em um mar de rostos

Em cada um, uma história, um drama
E a certeza de que a vida nos prega tantos gostos
Mas, no meio do caos, a esperança renasce

No metrô
A vida pulsa
E a poesia
Floresce

Inserida por samuelfortes

Você & Sítio

Na quietude do sítio
Onde o tempo
Se curva
À melodia da natureza

A alma encontra
A sinfonia da terra

E o espírito se eleva
Na dança cósmica
De sua existência


"Na quietude do sítio, onde o tempo se curva à melodia da natureza, a alma encontra a sinfonia da terra e o espírito se eleva na dança cósmica da existência."

Inserida por samuelfortes

O Arquétipo


⁠É sorrindo
Que se passa a vida

E no caminhar
Que se encontra caminho

É no caminho
Que se encruzilham Rumos

É no destino
Que sou levado


No labirinto da existência
O riso floresce
Qual raio de sol

A cada passo
Uma bifurcação

No palco da vida
A dança se cumpre

Na fenda incerta
A alma persiste

Rumos se cruzam
Destinos se cumprem

No livro do tempo
Cada momento

É
Uma página escrita

Inserida por samuelfortes

⁠O Tédio e o Labirinto

O tédio é um labirinto silencioso,
Onde o tempo se arrasta, lento e espesso
Nas paredes do vazio, ecoam passos
De uma alma que busca, inquieta, o repouso

É espelho que reflete a inquietude
A vacuidade que invade a quietude
Mas, no fundo do abismo, há uma luz
Um convite à transcendência, uma cruz

Pois o tédio, mestre disfarçado
Nos leva ao cerne do não revelado
Nas profundezas do existir
A epifania que desvela o véu do precipício

Inserida por samuelfortes

Absorção


⁠Não é a retina
Que desvenda o mundo

Mas

O olhar que se demora
Na superfície das coisas

A pele da realidade
Tênue membrana

Onde a luz e a sombra
Tecem efêmeros reflexos

O toque do visível
Aveludado e sutil

Desliza
Sobre a epiderme do tempo

Revelando

Onde o efêmero se torna eterno

Inserida por samuelfortes

⁠Olhar do Desatino

Perdi-me em labirintos
Onde a alma se desfaz
E a dor tece seus hinos

Busquei em sombras frias
O eco de um amor
Que em mim, só ardia

Vi o tempo em descompasso
A esperança em desalinho
E o futuro, um mero passo

Mas em cada desatino
Encontrei a força oculta
De um destino peregrino

E agora, em paz serena
Na vastidão do infinito
A alma se torna plena

Não fui
O que os outros foram
Não vi
O que outros viram

O que amei, amei sozinho

Inserida por samuelfortes

Leia Isso Marx

⁠Trabalhei de graça
Não achei graça
Fiz a obra toda
Mas parece uma desgraça

Atrasado o capital
Na mente o Capital
Fui à Capital

A dívida cresce, um monstro voraz
Que a alma consome, em dor atroz
Noites em claro, um tormento sem paz,
O futuro incerto, um vazio feroz

O suor vertido, em vão se esvai
A recompensa, um sonho distante
A corda aperta, a esperança se vai
E a angústia domina, num instante

Mas a força reside, em cada fibra
A resiliência, um escudo tenaz
Ergue a cabeça, não te entregues à libra
A luta continua, a vitória se faz

Inserida por samuelfortes

⁠A Vida

Da vida, espere a dança
Entre o sol e a sombra
A melodia do inesperado
E a força para florescer
Mesmo no inverno da alma

E quando a noite se alonga
E a dor tece seu véu
Lembre-se da aurora que irrompe
Com seu pincel

A vida, um rio que serpenteia
Entre pedras e jardins,
Reflete o céu em sua alma
E cura os teus confins

Que a esperança seja teu farol
Na tempestade e na calmaria
E que o amor, como um girassol
Te guie em cada melodia

Pois a vida, em sua grandeza
É um mistério a desvendar
E em cada instante, a certeza
De que podemos recomeçar

Inserida por samuelfortes

⁠Da vida

Espere a dança
Entre o sol
E
A sombra

A melodia do inesperado
E
A força para florescer

Mesmo
No inverno da alma
Quando
O vento frio
Nos toca a pele

Inserida por samuelfortes

⁠Inelutavel Modalidade do Visível

Se tem uma coisa
Que
Acaba com o meu dia

É a noite

Não aguento mais a ânsia de ter
Bendita seja a ultima gota
Que transbordou
E fez você sair
De onde não merecia ficar

A existência
Agora, um eco vazio
Onde a nostalgia pinta
O céu de ausência

Em labirintos
De
Memórias e silêncio

A noite

Antes palco de sua presença
Agora
Um espelho que reflete imagem

Onde
Seu reflexo
Dança
Em cada sombra

E o tempo
Cruel
Insiste em não voltar

E a existência
Enfim
Encontrará sentido

Agora

O silêncio ecoa
Não mais o som
Da sua voz
Do arrastar de pés casados

Nem a sombra da sua presença
Apenas
O vazio que nos deixou

A sombra do que foi, memória vã
Na alma, um eco que jamais se finda
A saudade, um rio que não deságua
Em margens onde o tempo não se abriga

Inserida por samuelfortes

⁠Lá Nem Longe


Era uma vez
Lá nem longe

Num tempo
Em que
As tardes tinham cheiro
De ontem

Bem
Que havia
Já não mais

Um quintal
Onde o mundo
Cabia
Num pé de goiaba

E a vida
Era medida
Pelo ritmo
Da rádio

Noite adentro
Vozes baixas
Contavam

O que o dia
Não ouviu

Agora
Só sobra
O vento

Que toca
À porta vazia

E um relógio
Que teima
Em marcar

Horas exatas
Que não existem mais

Era uma vez
Lá nem longe

O que restou
Como saudade
De coisa
Que nem chegou
A acontecer

E no álbum sem fim do vento
Um retrato de mim
Sem ninguém

E no canto esquecido da estante
Um abraço que nunca se desfez

E no relógio parado da cozinha
Os ponteiros
Ainda marcam tua hora

Inserida por samuelfortes

⁠O menino que Vendia Palavras

Na esquina,
Nesta pedra de Assuntá,
Rabiscava o chão
Escrevia em muros

Vendia versos
Por trocados de lua
Palavras miúdas
Que o vento dispersava

Quem compra um sonho?
Gritava à tarde
Enquanto a cidade
Passava sem ver

Nas mãos,
Só lhe restavam sílabas gastas
E o eco das frases
Que ninguém levou.

Mas ele, teimoso,
Escreveu letras no chão

E assim,
Entre riscos e poeira
O menino poeta
Se fez eterno

Inserida por samuelfortes

⁠A fotografia, onde o tempo em pedra reside
A memória, qual névoa sutil que persiste
No cérebro reside, jardim onde a vida
Cultiva lembranças, em sombra e em luz se veste

O jardineiro interno, com arte e cuidado
Poda o que não nutre, o que é vão e passado
Deixando florescer o essencial
Livre o espaço da alma de um fardo pesado

Assim, a mente dança, leve e serena
No ritmo do tempo, que cura e acena
Guardando em seu âmago a beleza plena
E o esquecimento, em paz, a erva daninha acena

Inserida por samuelfortes

⁠Tem lugar
Que
Só é sagrado
Enquanto é silencioso

Mas
Quando o vento passa
Arranha a memória

Até que um dia
A gente volta
E
Já não é tudo

O altar era a infância
O chão
Promessa viva

O vento traz lembranças
Mas
Leva a voz das coisas

Mas
Quando a luz se inclina
Mostra a poeira do tempo

Inserida por samuelfortes

⁠Tantas vezes
Pensei em ter chegado

Tantas descobri
Que era apenas
Mais um ponto de partida

Se é
Pra morrer
De dor

Que seja
De mal
De amor

E se a noite
Me alcançar
Sem perdão

Que eu caia
No abraço
Da escuridão

Pois até o frio
Da solidão

É mais quente
Que a ausência
De um coração

Inserida por samuelfortes

⁠Estilhaços


Andar
Por sobre
Onde

Se
Emocionar
De lembranças

Caminhando
Por sobre
Onde

Nem mais
Existe
O quê


Nas lembranças
Resiste

Inserida por samuelfortes

Envelhecência


Emoção
Do que foi
Permanece

Num tempo
Que
Já não mais permaneceria

No silêncio
Como
Se nem fosse

Envelhecer

Refém
De momentos

Confere
Sentido próprio

Condensa
Memoráveis
Significados

Eternos

Inserida por samuelfortes

Epifania

Sem
Estética própria
Orgânica

Tão-pouco
Um nome

Indefinível

Ainda
Que perceptível

Sutilmente
Sensual

Ninfas
E
Sátiros
Sobre deuses
Do Olimpo

A frívola
Comédia
Sobre
A nobre
Tragédia

Austera
Grandeza
Palaciana
Grandiloquente

Inquietante
Estranheza

Um possível
Novo
Áureo
Modo de
Vir a ser

Uma
Noble
Simplicité

Inserida por samuelfortes

⁠Capitão de Areia

Garoto abandonado na Bahia é capitão de areia. Capitão de areia, capitão na areia.
Por tanto ter sido deixado pra trás, aprendeu a dizer adeus antes de ser abandonado outra vez. O homem tem mãos para alcançar as estrelas, e não consegue alcançar o menino abandonado do outro lado da rua.

Inserida por samuelfortes

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