Poemas de Mario Quintana sobre Maes
As dores dos teus olhos
inundaram os olhos meus
como chuva de lirídeas
regando as minhas letras.
Você ainda não sabe
o quê é ter meus cabelos
com doçura amorosa
entre os teus dedos:
te busquei e me corrigi.
Ao lado da minha janela
para diminuir a distância
tenho rosas damascenas
porque estou a tua espera.
Você ainda não percebeu
que eu sou de verdade,
a tua Lua Cheia beijando
as montanhas em liberdade:
te quero como você sabe.
Os fios dos nossos destinos
estão entrelaçados nos bilros
muito além da Fortaleza
de São José da Ponta Grossa.
Você ainda em silêncio,
e eu no mesmo caminho,
em contemplação adentro
do amor que sendo tecido
pelas mãos do Universo.
As nossas origens
nas Rosas de Alexandria
estão no meu caminho,
Sob a sorte do destino
firme sigo traçando
o rumo ao que é infinito.
Sob o giro da orbe
te busco poeticamente,
me animo pedindo fé
às tropas do continente,
E sendo voz pela liberdade
de todos os povos,
enquanto você não vem.
As estrelas e a Lua
dançam no céu da noite
feito da cor dos teus
olhos de azeviche,
A Via Láctea para nós
não será nunca limite.
Que seja na Fortaleza
de Nossa Senhora
da Conceição de Araçatuba
ou até mesmo distante,
Que a gente receba a fortuna
de ter nas mãos o amor
que a gente tanto procura.
Não revelo que tua presença
tem crescido o dia inteiro,
e que em silêncio te levo
no aconchego do peito,
Porque entre meus
braços abrigado te quero.
Simples melodia
Cada dia é mais um dia,
que penso na melodia,
que, se poeta fosse, cantaria,
na pura forma da poesia.
Mas onde foi a alegria,
Pergunto à revelia?
Seria mais simples,
se mais simples fossemos,
e não nos esforçassemos
em lutas e guerras de foice,
e poemas de sangue à noite.
ASTRONAUTA
As vezes me sinto como um astronauta
Pois como a gravidade, seu amor me falta
Vivo sempre mantendo meus pés no chão
E continuo pensando em minha constelação
Ó minha constelação mais bela
O que eu não faria para ter ela
Virginiana encantadora e independente
Saiba que você nunca sai da minha mente
Entre um conjunto de diversas estrelas
Você é sempre aquela que mais brilha
Prometo fazer de tudo para entretê-la
O mais importante é que você sorria
Uma estrela triste não pode brilhar
Mas não é o brilho que a torna especial
Mesmo que não brilhe contigo irei continuar
Pois você é o meu espaço sideral
Espaço que me incentiva a viver
Espaço que me incentiva a mudar
Espaço onde quero permanecer
Espaço onde quero me encontrar
De: Romeu.
Para: Minha Julieta.
Elevado ao firmamento
o sinal do lobo cinzento
bailando nas mãos,
E há bastante tempo
não sou mais a mesma.
A face da espera está
misturando-se a minha,
o teu nome é meu hino;
E não tens ideia disso.
Apaixonado é este seio
que íntegro te deseja:
Pedindo todo dia ao céu
que te faça inteiro meu
muito além do Universo.
Destino irreversível
é a Pátria que elegi
fundar no teu peito;
Você ainda não veio.
Mercúrio alcançou
o ponto mais alto,
A Lua vai se conjugar
com Marte e pensar
no amor tem feito arte.
No meio da loucura
do mundo em guerra,
Mais forte é a poesia
porque a guerra passa
e a poesia sempre fica.
Outro lado
A cortina era um véu
Que dividia a sala
De um lado eu, olhos esbugalhados , boca roxa , roupa rasgada , semblante de fúria
Corri pra cortina puxando com força
Queria rasgá-la , eu estava com ódio
Eu queria furar a cortina toda com a faca que na minha mão estava
Pra chegar do outro lado
Onde estava eu
De semblante calmo , vagaroso
Bonitinho , arrumado , pele limpa , boca rosada
Enquanto o eu furioso não consegue chegar ao eu calmo
O eu calmo apenas toca a cortina e ela se abre
Ele chega ao eu furioso e em sua boca beija
Une sua carne ao outro
Na mais perfeita relação
Um mete o outro recebe
E assim um eu se torna o outro
O calmo se torna fúria
A cortina foi rasgada
"MEU RIO GRANDE MEU CHÂO"
Campos verdejantes
Minha terra meu pampa
Vales e montes
Estão na estampa
Do meu Rio Grande meu Chão
A hospitalidade do seu povo
É a essência do rincão
O amargo do mate
Esquenta a alma
A saudade me bate
Me tirando a calma
Saudade campeira
O rancho rondando
E a solidão traiçoeira
Vem se acomodando
Ainda há brasas no fogão
E o sono tá chegando
Já chega de chimarrão
O minuano tá golpeando
Com fúria o galpão
E já estou me ajeitando
Pra sair daqui quando se apagar o último tição.
"PAIXÃO ASSOMBRADA"
Quando chega a tardinha
Bem na hora do mate
A saudade me bate
De ti prenda minha
Os teus passos escuto
Em minha direção
Mas é só ilusão
Silêncio absoluto
Sentadito mateando
Na varanda solito
De repente eu sinto
Que alguém tá chegando
Mas é só impressão
A casa está vazia
É só fantasia
Coisas do coração
E na hora da ceia
Teu lugar tá vazio
Me dá um calario
E me vem a tristeza
E então me levanto
E vou pro meu quarto
Na parede teu retrato
E tuas coisas num canto
E me atiro na cama
Dou um pulo e me assusto
É porque eu escuto
Tua voz que me chama
A casa até parece
Que está assombrada
Ouço tua risada
Depois desaparece
O meu corpo estremece
E me ponho de joelhos
E na frente do espelho
Eu rezo uma prece.
Oração à vida
Por que às vezes sonhar é tão difícil?
Por que a vida perde todo o sentido se a gente parar de sonhar?
O que faz a gente deixar de acreditar nos nossos próprios sonhos?
São perguntas que neste momento não tenho as cabíveis respostas.
Só quero um dia poder voltar a sonhar.
Porque voltar a sonhar significa também voltar a viver.
E, se temos esperança, temos vontade de lutar e forças para continuar.
Rezo pra que chegue, ainda, ao menos um fio de esperança para que eu possa sentir o prazer de novo em respirar, sentir cada momento e enxergar a vida como um presente, algo valioso, assim como dizem que ela é, desfrutando, enfim, digna e verdadeiramente, da sua plenitude.
O PASSADO DE NÓS DOIS
Morena linda fui cruel comigo mesmo
Joguei a esmo o amor que tu me deu
O tempo me mostra a razão que perdi
Tudo de ti que hoje seria meu.
E foi domingo numa penca de cancha reta
Que fiquei quase pateta com tanta beleza
Uma linda flor vermelha nos longos cabelos negros
Eu me vi nos olhos verdes dádiva da natureza
Hoje se passa um filme na minha mente
O dia em que a gente foi um para cada lado
Aquele dia ficou gravado na minha memória
E em toda essa história somente eu fui o culpado.
"LAMENTO"
O que eu fiz com os meus amores
Eram lindos, eram puros, eram verdades
No começo foram um jardim de flores
Mas cresceram e vieram os espinhos,
Desacertos, tristezas, dissabores
Causando ferimentos profundos
Que o tempo ainda não curou as dores.
Perdido eu vou eu sei.
Mas mantendo a esperança de algum dia,
Encontrar os teus abraços e beijos seus.
Sintomas
Fonte a brotar linfas,
E seus cabelos soltos
Ao vento. – Guerreira.
Bravo o cacto a
Brotar no chão,
E vejo a sua beleza.
Aroma a exalar
Pelo ar, abuso de
Palavras é sinal
De amor. Apaixonado
Estava, rosa a face
Da amada,
Sinal de vergonha
Pode ser sintoma,
De querer…
Você é girassol.
Eu sou beija-flor.
Você é meu sol.
Eu, o Arpuador.
Você é norte.
Eu sou sul.
Você é destino.
Eu sou acaso.
E, por acaso,
nosso destino
é ser amor.
Dor
Não importa o quanto eu grite
O quanto eu implore por socorro
Ninguém vai me salvar
Não importa o quanto dói
Não há remédio que
faça a dor parar
Estou em um beco sem saída
Apenas rastejando
pelo caminho
Tentando sobreviver
Quero submundo das fadasencantadas
Vampiros que sugam tristezasexpostas
Lobisomens que uivam serenatas
Curupira compreendido emtrajetória
Somos o que somos
Semente do que fomos
Raízes do que somos
Fruto do que seremos
Difícil ser amado quanto
Amar sem ser amado
Arder de prazer quando
Queremos nos unir
Sou fumaça exaltada
Preenche sua virtude
Que apodrece lástima
Mas também perfume
Que do doce tu gosta
Vira vicio quando usa.
A MAIS BELA FLOR
Tudo que dissestes em nome de Deus
Olho logo vejo um retrato teu
Pra que mentir?
Menti pra mim
Olhando esses quadros lembro de você
Daquele seu jeito manhoso de ser
Pra que mentir?
Menti pra mim
Você é como a mais bela flor
Cheia de espinhos que me machucou
Pra que mentir?
Menti pra mim
Procuro num belo dia encontrar
Uma flor mais linda pra me machucar
Não vou enganar
Nem mesmo a mim
Sim, transformaram-nos em coisas:
Em quantos carros temos na garagem ,
No patrimônio material que juntamos ao longo da vida ,
No volume de nossa conta bancária .
Grandes coisas!
No caixão serás só tu.
E uma roupa que de favor te vestiram,
Qual tal o mendigo que humilhastes ,
Ou o operário que explorastes .
Um corpo em breve fétido,
Como a consciência que nunca tiveste .
E pelos cantos dirão:
Morreu a peste!
Tô tirando muitos relatos defilmes
Jogando todos eles narealidade
Masa nossa vida talvez setorne
Um filme sem plateia alguma
Nossos momentos servirão
De legendas para os surdos
Nosso ‘trailer’ seráinspiração
Ao ser lançado fora docinema
Eo valor dos supostos ingressos
Viraria investimento ao nosso futuro.
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