Poemas de Mario Quintana - Vaca
Esta pandemia está colocando máscaras em nossos rostos e retirando as máscaras de certos líderes religiosos.
Cronos é costumeiramente retratado com a foice por dois motivos: por ser esta a arma com qual castrou seu pai Urano e por ele estar ligado aos cultos agrários. Cronos é o deus do tempo empírico dividido em passado, presente e futuro. Nem imaginavam o quanto estavam certos em dar uma foice (símbolo do Ceifador) para Cronos, pois a passagem de tempo nos levará para a morte não só da vida como também de todo o universo (morte térmica). O próprio tempo, esta ilusão persistente como disse Einstein, deixará de existir.
Os estudiosos religiosos muçulmanos ensinaram que a Peste Negra era um “martírio e misericórdia” de Deus, assegurando o lugar do crente no paraíso, enquanto que para os não-muçulmanos era um castigo. Passado os séculos esta é a mesma narrativa do Irã.
O tráfico atlântico de escravos criou novas identidades tanto no Brasil quanto no continente africano.
A contínua chegada de africanos fez com que os escravizados e libertos que aqui estavam sempre se atualizassem das notícias da África e dos costumes que por conta do contato com o Brasil estava se modificando.
Para certos muçulmanos que viviam no Império do Brasil viver numa terra governada por não-muçulmanos e ainda por cima serem perseguidos por sua crença era intolerável. Daí muitos terem migrado para a África quando tiveram a oportunidade ou se rebelado contra o governo. Uma destas revoltas foi a dos malês em que o componente da jihad, mesmo João José Reis dizendo que não, estava presente tanto na revolta em si quanto em seu livro Rebelião Escrava no Brasil: a História do Levante dos Malês (1835).
A obsessão por papel higiênico neste momento é sintomático do estágio no desenvolvimento psicossexual em que se encontra o presidente. Não é por acaso que seu guru se encontra no mesmo estágio.
O Estado norte-americano passou meio século (1941-1991) lutando, em muitos casos literalmente, pelo liberalismo contra o nazifascismo e o comunismo para agora aparecer anarcocapitalistas dizendo que o Estado não é necessário.
No século XIX Nietzsche diagnosticou a morte de Deus, mas as armas utilizadas no deicídio (a ciência e a razão) se tornaram objeto de culto. É preciso usar o martelo mais uma vez para destroçar o altar no qual se encontra e depois dar uma marretada na própria cabeça para tirar de si a ideia de crença surgida na mente humana há mais de 12 mil anos.
As conquistas de Alexandre III da Macedônia levaram a cultura grega até as margens do rio Indo. Após sua morte o império por ele construído se dividiu em vários reinos comandados por seus generais. Um deles era o reino Greco-Bactriano (250-130 AEC) localizado no Afeganistão e Paquistão atual. Na região de Gandhara, no norte do Paquistão atual, floresceu a arte greco-budista que depois se irradiou para o resto do resto do subcontinente indiano influenciado a arte gupta e máuria. Algumas das características dessa arte são o Buda de pé em posição apolínea, o nó superior no cabelo, o uso do himation (uma túnica ondulada semelhante a uma toga que cobre os dois ombros), a presença de Héracles como protetor de Buda, o cabelo encaracolado e estilizado, a auréola e o realismo artístico.
É próprio do ser humano querer atribuir características suas para agentes não-humanos. Daí o fato de pessoas dizerem que o vírus veio para nos ensinar a importância do contato humano, aproximar as pessoas, não correr atrás de dinheiro, pensar no próximo e menos em si. O problema é que o vírus sequer pensa; ele só segue uma única diretriz: se replicar o máximo possível.
O cérebro humano, assim como o dos outros animais, evoluiu para lidar com problemas imediatos. O cérebro humano é capaz de simular possíveis realidades futuras, mas não damos o devido valor para tal capacidade. Agimos de forma imediatista, emocional, instintiva, automática e estereotipada. Enquanto o vírus estava lá na China poucas pessoas do lado de cá do globo deram a importância devida. Somente quando o vírus chegou bem perto de nós é que começamos a nos preocupar e tomar medidas para tentar mitigar o estrago feito por nossa inação entre os dois primeiros meses do ano. Não é culpa nossa. Nosso cérebro é deste modo, pois se nos preocupássemos com todo tipo de problema futuro possível não conseguiríamos viver. Contudo, desde os primórdios há grupos de pessoas cuja principal função é tomar as melhores decisões para a comunidade tendo como base alguma tecnologia. Antigamente era o xamã, enquanto hoje é o cientista. O primeiro consultava os espíritos durante o transe, enquanto que o segundo usa modelos matemáticos e inteligência artificial. Desde os últimos dois meses do ano passado médicos e cientistas chineses já sabiam do novo coronavírus, um artigo científico de 2007 alertou concluiu que o consumo de morcegos representa uma bomba relógio e uma IA enviou uma notícia sobre o surto no último dia do ano passado. Enquanto, bilhões comemoravam a passagem do ano uma IA sofria do complexo de Cassandra. A pandemia vai passar, mas quando isto acontecer devemos mudar o modo como pensamos.
Tanto na série The Walking Dead quanto na série sul-coreana Kingdom (as 2 estão disponíveis na Netflix) o grande problema não é a ameaça zumbi, mas a ausência de um Estado forte capaz de derrotar a horda de mortos-vivos. Na primeira os zumbis são secundários ao conflito entre humanos, pois somente quando um grupo conseguir controlar todos os outros presentes no que um dia foi os EUA é que a ameaça zumbi poderá ser combatida de forma eficaz. O problema é que há muitas armas e isto impede a hegemonia de um grupo específico. Já na série da Coreia do Sul o grande problema é que as armas são monopólio da aristocracia de modo que a população civil só pode contar com a benevolência dos nobres ou fugir para o mais longe possível. Aqui o problema é a corrupção de certos nobres que os afastam do dever de cuidar dos mais pobres. Na verdade, é a corrupção aristocrática que causa o surgimento e disseminação dos zumbis. Assim, somente quando o príncipe herdeiro, que encarna o ideal de governante justo, entra na batalha é que tanto a corrupção palaciana quanto os zumbis são derrotados. É sintomático que somente após a morte e fuga dos nobres corruptos é que os mortos-vivos são vencidos e de que os zumbis só surgiram após o enfraquecimento e corrupção do Estado.
Sob o pretexto do combate ao tráfico atlântico de pessoas a Coroa Britânica se tornou dona da maior parte da África.
Houve quem fosse no século XIX contra a escravidão por motivos religiosos como William Wilberforce. Todavia, a postura do governo britânico não era tão altruísta. A pressão que exerceu no Atlântico sul pelo fim do tráfico humano da costa africana para o Brasil tinha como um de seus objetivos aumentar o preço do açúcar brasileiro que era mais barato do que o açúcar das Antilhas britânicas e da Índia. Outro objetivo era que o Brasil se convertesse num país de trabalhadores assalariados que pudessem adquirir produtos britânicos. Por fim vale dizer que a Coroa Britânica pouco ou quase nada fez para acabar com a escravidão na própria África e no Oriente Próximo. Interesses econômicos foram mais fortes que os humanitários.
CORONAVIRUS: Assistir uma carreata de empresários bem sucedidos, em seus carrões com ar condicionado, pedindo a reabertura do comércio é aceitável. Agora ver um monte de gente que a anos vem utilizando os serviços públicos sucateados, como transporte lotado e serviços de saúde deficitários, receberem um aúxilio emergencial de 600 reais, defender o capitalismo e o sistema de governo atual que vem ampliando cada vez mais a desigualdade social, é, no mínimo masoquismo, transtorno de personalidade.
"[...] é preciso ver que a vida é sempre nova, e nós, de certo modo, outros, cada dia que passa. Não prestemos tanta atenção ao que se repete. Procuremos o novo no que se repete, e o encontraremos."
Todas as coisas oferecem novidades, embora repetidas. Saber perdurar entre ambas é a melhor lição que nos oferece a vida, pois os excessos, neste como em muitos casos, só nos pode levar a aborrecimentos.
Cabaré Cósmico
Eu finjo estar feliz, talvez assim seja mais fácil conviver, dessa forma não preciso justificar minha tristeza, se alguém perguntar se tudo está bem eu direi que está, mesmo não estando. Vago pela noite, a bebida é felicidade e coragem líquida que consumo pra tentar me levar adiante, não estou nada bem. Pelas noites encontro meus amigos de copo e compartilhamos momento vividos, outros contam aventuras que nunca tiveram, todos sabemos que é mentira, mas a estória é boa, qual o motivo de desmentir alguém que conta uma boa prosa? Falamos mal de terceiros, por qual motivo é tão bom falar mal das pessoas? Mas claro que nunca na sua presença, se forem falar mal de mim, por favor, aguardem minha ausência também, somos canalhas e adoramos isso. Minhas contas não param de chegar, devo muitas pessoas, não mais me importo, camuflo minha infelicidade em noitadas infinitas e a grande quantidade de relacionamentos que possuo é uma tentativa de compensar a qualidade dos mesmo. Não sou feliz, mas vivo como se fosse, nesse cabaré que é a vida, uma hora ou outra estaremos fodidos, vamos adiar o quando pudermos tudo isso...
Quem é você?
Tenho certeza que pelo menos alguma vez na vida já fomos intimados a responder tal pergunta, e como era de se esperar a resposta foi precedida por uma breve pausa, e uma tentativa de olhar pra dentro de nós mesmos procurando a resposta, algumas palavras foram proferidas, mas a grande pergunta nunca foi totalmente respondida. É tão difícil falar de si pelo simples motivo de que estamos em constante mudança, o eu de hoje é diferente do eu de ontem e claro que menos completo que o eu do amanhã. Já gostei de novelas e hoje não mais assisto, tive uma quedinha por louras, hoje prefiro as morenas. Adorava futebol e hoje prefiro outros esportes, já tentei até beber, a euforia do álcool me agrada, mas a ressaca é desanimadora. Jurei nunca casar, filhos? Jamais, e veja só onde me encontro, já fui até organizado, hoje sou externamente bagunçeiro, não gostava de ler e hoje leio bastante. A vida nos transforma ou somos nós que transformamos a vida? Seres em constante mudança, em procura de algo que nem mesmo sabemos o que é, se hoje lhe odeio amanhã lhe tenho amor, como já dizia Raul Seixas, eu prefiro ser aquela metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Quem é você? Ninguém possui essa resposta, ou se a tem, precisaria escrever um livro pra respondê-la.
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