Poemas de Mario Quintana - Vaca
Marcas
Nada apaga
As marcas
Do tempo
As marcas
Do vento
As marcas
De dentro
Nada apaga
As marcas
Do tempo
De vento
Eu aqui, só para você,
você aí sem nem ligar.
eu sofro e me ponho a chorar,
Você nem para me consolar.
Agora eu falo para você,
a flor murchou,
não choro mas.
a garota que antes era rosa,
virou pedra,
e tudo foi culpa sua meu "amor."
agora chora,
e sofra o que sofri,
correr atrás não adianta mas.
o tempo passou e junto com ele
meu amor, te esqueci.
agora chora , o tanto que chorei,
lamente-se , O tanto que me lamentei,
se ajoelhe aos meus pés,
igual fiz.
meu antigo amor ,
meu ódio presente,
minha futura diversão.
Não te quero mas,
a fila anda ,
E meu coração já não lhe pertence mas.
Não se lamente,
não adianta,
foi culpa sua,
Não minha.
Meu antigo amor,
Minha eterna paixão.
Miudezas
Meu amor é um pássaro pequeno, daqueles miudinhos,
voa e pousa em qualquer lugar,
sem pressa e ambição alguma de ficar.
Um dia encontrei um amor, ele não me devolveu minha beleza.
A melodia que cantava, com o tempo,
entristeceu por ficar num mesmo canto.
Meu amor, esse pássaro pequeno, muitos desejaram deformar,
transformar,
reformar.
A miudeza era feiura. Não era beleza.
Não entenderam que feiura e beleza são aspectos da mesma arte.
Eu, porém, sou poeta dos contrários,
profeta dos caminhos tortos.
Sou um amante de miudezas.
Que a primavera me assopre seus ventos,
aromas diversos de amores,
eu irei.
Meu amor. Adeus.
Acho que sou Flor, quem me beija é Beija-Flor
Tristonho ele vem voando esperando um afeto a ti negado
E além de comida, ele busca um inebriante amor
Que o leve onde nem ele conseguiu ir ainda
A natureza observa sua tentativa de conquista
E seguido do revés desta sua ação
Eu grito: Vem cá ser feliz nos braços meus.
Neste contexto ludibriador, eu canto
Inescrupulosos os homens que ferem a alma sublime dos seres humanos que enfrentam seus temores para superar essa escassez de amor.
A vida vai se exaurindo conforme o declínio da complacência humana fazendo os pássaros cantarem seus infortúnios para as arvores e para as flores que regozijam seus corações.
Mas se o tempo não me impelir,Se o vento não vier abrupto,Irei em direção a imensidão.
E digamos que o sofrer faz parte,
Que o Sol nunca nasça quadrado
Para quem está enjaulado
Ode a Lua
Sinuosa
Cintilante
Exuberante
De mau feitio, o Sol me quis
Neguei sem mais delongas
Nasci para casar com a Lua,
Mas todo o dia ela se ia,
E eu nunca mais amei de novo.
A o amor,
Nos consome e nos transborda,
Mas nos faz sofrer,
Quando se vê se passaram quase dois anos,
Mas mesmo assim ressurge das cinzas, como uma fênix,
E como em um piscar de olhos tudo retorna,
Mas no final é falado apenas um “bom almoço”,
Mas na verdade era para ser um “ainda te quero”.
DESATINO (soneto)
Ó melancolia do cerrado, a paz me tragas
Solidão em convulsão, aflição em rebeldia
Dum silêncio em desespero, e irosa agonia
Ressecando o coração de incautas pragas
Incrédula convicção, escareadas chagas
De ocasos destinos, e emoção tão fria
Do horizonte de colossal tristura sombria
Que rasga o choro em lacrimosas sagas
Ó amargor do peito engasgado na tirania
Duma má sorte, e fatiadas pelas adagas
D'alma ao léu, tal seca folha na ventania
Pra onde vou, nestas brutas azinhagas
Onde caminha a saudade na periferia
Do fatal desatino em pícaras pressagas?
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR PERFEITO
O amor perfeito, só há a quem amar
Nele sentir a paixão de ser amado
Amando sempre e, o tendo do lado
Onde cada segundo não pode parar
Não há nada na vida melhor que jurar
Lealdades, deixando o coração atado
No olhar, assim apaixonados, fundado
Então, sem qualquer ilusão a perturbar
O amor é presente no destino fadado
É sentir prazer e por ele querer esperar
Sem a incerteza do certo ou do errado
E nesta tal magia a quimera de sonhar
Que agrega, há entrega, e é imaculado
Amor não tem fórmula, se faz anunciar!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
ALUCINAÇÃO (soneto)
Perdoa-me, ó amor, por sonhar-te
Meu coração anda nu por te querer
Minh'alma te tens na razão pra valer
Pois, tu és no meu soneto dor e arte
Os meus olhos alucinam sem te ver
Nada vejo e, estás em qualquer parte
Nos meus desejos tornas-te encarte
De uma repetida narrativa, sem ser
A saudade faz loucuras que reparte
A alucinação de um mesmo sofrer
Pois tudo passa, e nada é descarte
E nestes rastros, sois o meu render
Frágil e também tão forte, dessarte!
Que me tem vivo neste túrbido viver...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO ENCONTRO
De repente ali, eu e tu, numa colisão
O coração disparado tal doce jornada
Os olhos então calados, a mão suada
E o peito sussurrando toda a emoção
Aí uma voz fez saber da tua chegada
E neste silêncio seco, uma explosão
De um olá! Então me vi num turbilhão
Pouco se fez o tempo, na veloz toada
Busquei descerrar minh'alma fechada
Para devorar-te numa franca devoção
Tal qual a paixão no cerne encarnada
E então neste soneto a minha canção
Pra celebrar a quimera aqui cantada
De amor, que é possível, que é razão...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DA PAIXÃO
Há que bom seria, poder tocar-te
Enrolar as minhas mãos no carinho
Entrelaçar o meu olhar no teu linho
Das carícias, assim, então amar-te
Há se eu pudesse trilhar o caminho
Dos sonhos que te fazem à parte
Dos ardentes desejos, ó doce arte
Bebida no afago, em taça de vinho
Onde andas tu ó cálida paixão baluarte
Venha e da solidão arranque o espinho
No vitral do sentimento és estandarte
Te quero no peito, coração, no verde ninho
Te espero no tempo que a demora reparte
Qualquer hora, não seja tarde, aqui sozinho!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Desvia-te teus olhos dos lugares
Onde pode enxergar,
Eleva-te teu espírito para que
O vento possa te tocar,
Alimenta-te o teu vazio de sentimentos
que possa te salvar,
Liberta-te da terrível escuridão
Que imunda este lugar,
Blinda-te o teu valor,
que o próximo Irá implorar
o teu amar.
FIM DA VOLTA (soneto)
E pelo cerrado eu fui, prosseguia
No coração só saudades e medo
No olhar lembranças em segredo
O vento pálido em prece reluzia
Longínquo o horizonte, romaria
Espesso e truncado o arvoredo
Rasteiro, estava mudo e quedo
Nenhum pio ao derredor ouvia
Parca aragem, alma em degredo
Ferindo-me no silêncio aí eu ia
No peito a dor velava o enredo
Fim da volta, para ti eu partia
As mãos tomando-me um aedo
Tive que aprender nova alegria...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO CORAÇÃO
Ah, coração de sentimento involuntário
Pulsa avido quando quer e, bate forte
Se otário, apenas ingênuo num importe
És continuamente um aprendiz estagiário
Na saudade, aperta, da dor, faz reporte
Mas também alivia no correto itinerário
Porém, urgi quando o fluxo é o contrário
Porque é liberdade e do afeto transporte
Se apressado, pode ficar sem destinatário
Se incontrolado, o fado é sempre a morte
Assim caminha, assim atua no seu cenário
Sábio foi quem disse que o coração é sorte
Na desilusão, e suporte sempre necessário
No amor, pois vai além de ser só consorte
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
TAL PROBLEMA (soneto)
Está paralela entre nós é tal problema
O silêncio do teu olhar é dor em mim
A falta do teu cheiro me tira do coxim
Sonhar-te solitário, não é esquema
Qualquer distância entre nós, é assim
Meu peito uiva em um estranho dilema
De ter-te numa canção ou num poema
Quando a saudade só escreve folhetim
Fico te esperando em um telefonema
E o minuto é mais que a hora, enfim,
Se mudas de quimera, vira pocema
Então venha para perto, saia do motim
Se tudo está incerto, o certo não é lema
E o nosso amor desconhece querer o fim
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
DESVIO (soneto)
Hoje nada quero, nem se a paixão quiser
Estou em silêncio, lá fora o alvo me errou
Acontece que meu coração de ti cansou
Nada quero, mesmo se ainda afeto tiver
E assim, nesta emoção, então, eu vou
Deixe a ilusão de lado, não sou qualquer
No meu sentimento não meta a colher
Vai em frente, siga, pois em outra estou
Se livra de mim, nada em mim vai acender
Não pense em mim, a estação já chegou
Desça, pegue o desvio, não vou render
Estou machucado, você na dor acertou
É o fim, entenda, não vamos mais sofrer
Agora só recordação, de quem te amou!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro, 2017
Cerrado goiano
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp