Poemas de Luto
Ah quem não se perde na mulher que dança
Nada é mais lindo que a mulher que dança
Nada pode ser mais lindo que a mulher que dança
Ela flutua com sólida precisão, mas flutua,
ela é rarefeita, bem feita, perfeita
Ela tem imã no pé,
que não a deixa encostar
no chão
E entre cruza e descruza de pernas,
ela mistura cisão com fusão
Ela mexe com a cintura, e também com meu
Coração, que pula pula pula e sai pela boca
Eu vejo a mulher que dança, e penso em nada,
porque me perco naquela visão
Ela é só sensualidade,
embalada numa canção
Eu amo a mulher que dança,
Eu quero a mulher que dança
O corpo da mulher que dança
ahh é pura emoção,
ele é todo desenhado a mão
Ah se eu pego a mulher que dança,
é cama dança e paixão
É carnaval no meu coração
É sorriso até morrer,
é dança sem dança no chão
“Notas de saudade”
Chorar eu choro
E quando a chuva cai
Acho que é você chorando daí também.
Dentro da gente
Tem gente
Que já não está mais aqui.
Tem saudade que só pode ser curada
Na prece
Tem lembrança que faz a gente despertar lágrima.
Tem conselho que a gente queria
Só mais uma vez escutar.
Tem coisas que a gente queria
Só para aquela feição confessar
Tem gente que vai,
Mas fica no coração.
Em plena madrugada, acordada
lápis e caderno em mãos
e o meu coração
caído no chão
Tic-tac do relógio
pinga - pinga da torneira
em meu peito um vazio
pernas em tremedeira
Escrevo aqui sensações
medos e pesadelos
faço aqui minhas orações
esperando aquietar meu
coração
O caderno não me julga
o lápis me é fraterno
talvez agora eu durma
no abraço do meu caderno.
_____Juliana Rossi Cordeiro
Mãe é nosso primeiro amor
ela acalenta e amamenta
tenta nos salvar de qualquer dor
com carinho e paciência
Depois a gente cresce
e quer navegar por ai
e fala: __"mãe me esquece!"
mas ela fica quietinha ali
nunca nos esquece
sempre orando por nós
sempre esperando por nós
Porque, mãe é porto seguro
você pode ir muito longe e se perder
mas ela sempre estará com amor puro
pronta a te acolher.
_________ Juliana Rossi Cordeiro
Das minhas pedras
Algumas pedras me machucaram,
Outras pedras me atrasaram,
Algumas pedras me desviaram,
Outras pedras até me derrubaram.
Com as minhas pedras eu não fiz poesia como Drummond e nem construi castelos como Quintana.
Com as minhas pedras eu APRENDI A ESCALAR.
Das minhas pedras...Ah, das minhas pedras eu me fiz.
Inocência perdida
"Na varanda onde me encontro, me vejo enfastiado e risonho
Olhando para o chão onde as crianças brincam e se sujam
Na ladeira a beira da rua movimentada pelo caos
De ladrões, facções, revoltas, lâminas e oitões
Cena nada bonita para uma criança e nem mesmo para um adulto
O mais incrível disso tudo é que todas as crianças enxergam as flores
As aves e o seu próprio reflexo no esgoto
Ou na poça de sangue
Quebram janelas com suas faltas batidas no futebol
Perdem-se em meios os becos no esconde-esconde
E o sentimento nostálgico faz-me contestar
Onde esta toda a minha inocência de antes?
Se foi quando?
Quando estava dormindo e tento mais um pesadelo?
Quando estava alisando o travesseiro e imaginando seu cabelo?
Quando estava mordendo a toalha e imaginando o pescoço de alguém
Quando?
Será que se foi quando eu traguei você
e a matei dentro de meus pulmões para que eu possa
Respirar o seu ar, e inalar o seu doce veneno?
Pode ser que ela tenha saído
Na noite em que me disse não
e virei um caminhão de uma bebida
Inflamável
Bem, não sei quando foi
Sei que como você
eu a quero de volta
De volta
Volta?
Volta, porque não aguento mais a desesperança
Da dor da lembrança, da inocência e manhas
Que tinha quando era criança
Quero voltar a ser como antes e ver meu reflexo na poça de sangue! "
Planeta você
Existe nesse universo
Um planeta chamado: você
E no seu sistema natural de coisas
O sol: é o brilho dos seus olhos
As flores: exalam seu perfume
As ondas do mar: lembram seus cabelos ao vento.
Onde abelhas fabricam a doçura dos seus beijos,
E a natureza é o esplendor do seu corpo!
Ela é um presente, um terror
Ela é meu presente
O meu futuro,
E meu amor.
Ela que manda na gente
Ela que diz quem eu sou!
Trouxe luz como sempre
Me fez feliz, minha flor.
"Feliz é aquele que encontrou alguém
que fala coisas bonitas, mesmo dormindo.
Certas pessoas são o próprio poema."
"Ignora, quem pensa o sucesso
com a competição com o próximo.
Ignora, até o tamanho da
a sujeirinha, que carrega,
no próprio umbigo."
marcos fereS
"Os papéis se revesam,
enquanto as esquinas
se encontram.
O que verdade hoje.
inverdade amanhã."
marcos fereS
"As coisas acontecem.
Quando segues o coração.
Juntamente com a razão?
Se não houver a junção dos atos.
Não se multiplica. Torna-se histério.
Não era para estar lá.
Foi mais uma ilusão.
Esperando para ser dissolvida. "
marcos fereS
Chapéu
Que cobre a careca,
Ou cobre a cabeleireira toda despenteada.
Chapéu.
Que cobre os pensamentos,
Dessa gente que vive, a pensar sobre a vida.
Chapéu
Que disfarça a dor
De alguém que recusa nos olhar bem nos olhos.
Chapéu
Que esconde amores
E até mesmo temores, de não ser correspondido.
Chapéu
Que esconde a tristeza
E até mesmo a incerteza de ser novamente feliz.
Chapéu
Que é só pra dar charme
Ou pra esconder do sol quem caminha na estrada.
Chapéu
Que não se importa com os milhões do rico,
Ou com os centavos do pobre.
Chapéu
Que não escolhe bonito ou feio,
Nem raça, nem cor.
E o povo que passa na rua comenta e aumenta
Dessa gente que leva a vida
Debaixo de um chapéu.
Ah, o intrigante Chapéu
O povo até imagina,
Mas no fundo, só a gente sabe,
Quanta coisa cabe, debaixo de um chapéu.
15 de Dezembro
Hoje é um daqueles dias
Que o sol brilha mais forte
Mudam do sul para o norte
As estrelas por suas vias
Cada ano cheio de alegrias
Coração descompassado
Feliz por ter você do lado
Relembro seu nascimento
Movido pelo sentimento
Dentro do peito arraigado
VIRADA
Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda
E o universo inteiro sozinho...
O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho
E sozinho o universo inteiro...
Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro
E inteiro sozinho o universo...
No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso
Sozinho, solitário não, romeiro...
Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
ADEUS ANO VELHO
Deste que passaram-se horas
Do velho ano
Do ano que já é outrora
Agora recordação, tempo profano
A cada segundo, minuto, hora
Dia após dia, quotidiano
O tempo vai, vai embora
Sorrateiro e ufano
Muito antes, antes de mim
Veloz e insano
Sem parar, até o fim...
No diverso plano
Vida que segue, "Quixotesco" no seu rocim
Adeus velho ano!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
Caminhe até onde o mundo deixar,
Sonhe até onde puder imaginar
Sendo assim morrerá em paz
E se orgulhará de tudo que ficou para traz
