Poemas de Luto
DÊ POIS
Para os nãos, melhorias
Para os adeus, aprendizados
Para os choros, alegrias
Em alguns pontos revelados.
Para os aqui, a clemência
De saber continuar
Para os ruins, a inteligência
De nos memorizar.
Para todos, nossas marcas.
Para os bons, nosso esforço.
Para os sonhos, nossas barcas.
Para os medos, nosso esboço.
Para o ato, não ter dó
Que viver é por um triz.
Para quem não poetar,
Nossa eterna cicatriz.
Para a grandeza, paciência
E pós vitória, atividade
Para o que é morno, abstinência
Para o que ferve, eternidade.
Para o amor, a mudança
Para saber prosseguir
Que nada fica sempre igual
Mas nos merece se o "fe", RIR
O amor não é brincadeira
Nem moleza não
Faz-nos sentir algo dentro do coração
Quem amou e não se expressou
Provou a triste desilusão
Mãe...
Amor puro e verdadeiro.
Deveria ser imortal.
Porque mãe,faz uma falta...
Do agrado da comida,
até um simples olhar de amiga.
Não consigo te ver
Não sei onde estás
Mas pra quê preciso ver...
Se eu te amo
mesmo sem poder te tocar
Sei que muitas vezes
eu não mereça
Sinto sua presença
Como um pai
que não abandona o filho
na hora do desespero e perigo
Está sempre lá
conduzindo para o melhor caminho
E quando tudo está em ordem
Fica a vigiar
E nunca dorme
Não consigo te ver
Não sei onde estás
Mas pra quê preciso ver
Se o seu nome eu sei de cor
Meu anjo
Protetor
Deus pai e criador
Pra sempre vou te amar
Mesmo não vendo onde estás
Carta para Mãe
Mãe
Mãezinha
Desculpe por toda dor
Em troca ofereço meu amor
Desculpe se algum dia
eu te fiz chorar
Foi querendo ser gente
que errei
Mas foi você
quem me ensinou a orar
Desculpe
se algum momento
eu te desobedeci
Foi querendo desafiar
e mostrar pro mundo
que eu cresci
Hoje estou aqui
para agradecer
Tudo o que sou
É graças a dedicação,
o carinho e esse amor sem fim...
E o meu maior orgulho
É chamá-la de minha mãe
Minha eterna Mãezinha.
MADRUGADA
Do fundo do meu quarto no cerrado
Ouço a madrugada, de tão silenciosa
Que faz do vento trautear desentoado
E do canto do galo... prece religiosa!
Ouço a noite cochichar ao meu lado
Fuxico escusado da hora vagarosa
Sem dó nem piedade, nem agrado
Despetalando a solidão tal uma rosa...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
Perdoe-me,
se eu não sei falar de Deus.
Na verdade, eu nem preciso.
Ele está todo tempo,
aqui comigo.
Deus é a poesia mais linda...
Que me inspira noite e dia,
cada verso que escrevo.
TEM DOR...
Tem dor que dói pra valer
Tem dor que passa rapidamente
As que te fazem outro querer
E as que ficam n'alma da gente
Sempre com marcas no viver
E nunca para o âmago mente
Tem vario tipo de dor há ter
Nunca as que duram eternamente...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
Saudações mundo
As vozes das árvores ecoam roucamente em meus ouvidos
E ao acaso a noite me conquista
E meus olhos negros cegam com tanta nitidez
Viver com histeria não é mais tão frugal
Um nom de plume em nome de cada história
Para que não se percam em um tempo qualquer
Medieval é o amor, e o tempo se desfaz com ele
Benquisto era o romantismo
Hoje é apenas abominação dos bruxos
Saudades do azul da manhã
Lembranças de um viver qualquer
Saudações mundo
Como se faz hoje em guerra
Antes se fazia em paz
E pela mitologia de atena
Vibra ainda a voz rouca das árvores
Como uma singela canção
Que vibra no firmamento do segundo céu
Era tudo extremamente rudimentar
Hoje as árvores falham a voz
Pois não tem mais o que cantarolar
Vozes cintilam na beira da estrada
E eu corro vigorosamente em busca do amanhã
E o amanhã nos meus sonhos é sempre e será eternamente
Como nos dias passados
Como o rei é coroado
Eu coroo a noite como rainha do amor
Entre plebeus e marajás há tanta infinidade
pouco se sabe quando não há o que saber
toda sabedoria é plena quando há pelo que plenar
Planeje o futuro para não prender-se ao passado
Escolha entre ambos para não pender-se em um penhasco
Suba de galho em galho e alcançará o fim e um belo horizonte
Dono de mistérios e mistérios, teu e todo o império
Era assim os dias de antes e será assim os de amanhã
Hoje o mundo se perde
e vaga pobre num vazio infinito.
O que será, será!
Ninguém pode mudar
Está escrito nas estrelas
E em qualquer outro lugar
Basta aceitar, aceitar
Facilmente o homem tira a graça da graça
Transformando a graça em desgraça
Desgraça que para muitos têm graça
O poeta é um visionário
No topo da montanha, debruçado
Esperando cair uma nuvem de sabedoria sobre ele
Há pessoas, de fato, especiais !
humanas, amigas e amadas,
não as esqueceremos jamais
enquanto a vida nos for dada !
E assim, sem pressas e sem códigos
Sem relógios e sem armaduras
O viajante se assenta, organiza suas malas, planeja o próximo destino.
Contempla o mar, traz a brisa pra dentro de sua alma,
Sente o cheiro das alturas e das liberdades, abre suas asas e chega ao seu próximo destino: nas palavras dos poetas e nos versos dos escritores navegantes nesse mar de amores, descobertas e arrepios.
(Escritores do mar - Victor Bhering Drummond)
DOCE SERENA
São lindas e doces
Cálidas canções
Versos de amor
Que saem de sua boca
Tu és o orvalho da minha manhã
És o cheiro da flor molhada
Minha doce Serena apaixonada!
Tu és minha inspiração
És minha amada!
Serena pura e delicada
És tão linda
Linda e perfumada!
A tua chegada a tudo transforma
Tens o perfume das flores
E o colorido das rosas
A tua presença
É como a luz do sol
Ao nascer do dia
Num esplendor da aurora
A cada momento te amo mais
E anseio por teus suaves carinhos
És paixão
És pura sedução
És meu amor com gosto de licor
És minha única escolhida
Entre as mais belas orquídeas
Desse jardim do amor!
Há vida vivente e tem quem se ausente
Há olhar carente e tem quem não importa
Há afeto latente e tem quem não sente
Existe na loucura de ser gente... Horta
de insanidade
Neste silencioso desdém, cerrada é a porta,
a humanidade
A valia está muito além do poder
Pois até mesmo a razão é vaidade
Surdo são os ruídos mudos dum gemer
Num egoísmo posto no altar
Cambiando o amor pelo ter...
Sem ter amor para cambiar!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
LAR
A vida é repleta de aventuras
De amores e muita diversão
Algumas são loucuras
E não aquecem o coração.
Quando a luz apagar
E o som parar de tocar
Saberá ao despertar
Onde devia estar.
A caminhada é sinuosa
Preste muita atenção
Faça da sua vida grandiosa
Sem perder a emoção.
Plante flores
E não colherá espinho
Viva de amores
Mas saiba onde é seu ninho.
Lembre-se da força do trovão
Neste momento enclausurada
Nessa tarde de frio
Com um coração de portas fechadas
Te peço que ouça o trovão
Sua força não existe em vão
Lembre-se que Deus nos ensina
Na sua natureza
Na nuvem que nos faz olhar
Para sua alteza
Para sua glória
Não precisamos ter medo
Por que Deus nos segura com sua mão direita
Olha, ouça o trovão
Sinta esse frio que acalenta
Que nos ensina que precisamos
De alguém que nos sustenta
De alguém que com amor nos alimenta
Te digo que o medo
Nos faz perder a fé
Nos faz perder o bom senso até
Queria contigo me embrulhar
Nesse frio, nesse dia de chuva
Mas, mais pesado do que o frio
Que sinto
É o frio que nos desnuda
Que é o frio que mata o coração
A insensibilidade que mata a nossa paixão
Alegria de Poeta
Minha alegria de ser poeta
é de estar sempre em sintonia
De poder repassar em cada texto
um compreendimento, uma boa energia
De poder levar ao coração
a tranquilidade que ele necessita
De fazêr o leitor enxergar
a simplicidade que existe na vida
De mostrar do mais leigo ao gênio
que não a barreiras de compreenssão
Que na poesia tudo se resume
ao conhecimento do coração
De mostrar do mais rico ao mais pobre
que não há preço para o amor
Que na poesia a maior pobreza
vem daquele que jamais amou
É dizer ao mais alto e o mais baixo
e falar com o mais gordo e o mais magro
É alcançar todas as etnias e nações
todas as classes e religiões
É poder fazer a diferença nesse mundo tão hostil
é poder me tornar exemplo, ao futuro do meu Brasil
