Poemas de Ilusão

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⁠Sou sobrinha-neta da Ilusão, tenho marcada em meu sangue a marca amarga da ferradura agalopada do solene marchar da carruagem de meus sonhos, ébrios de tentação. Sou a cria amarga do roubo esperançoso de minhas racionalidades fatais, que enganam, deturpam e profanam a doçura antes presente em meus sonhos. Sou o devaneio solto pelas ruas, a loucura a planar sobre os campos férteis da solidão, sou o resultado infame da mistura sórdida de meus antepassados de terra e vão.
Sou tantas e de tantos, sou tato e pranto, sou cólera e acalanto, não sou nada, nada, mas ainda assim, canto. Canto as lamúrias através de pena e cetim, debruço-me sobre meu viver torpe e vomito palavras pobres em versos e prosas em carmim.
Não domino a poesia, mas a poesia domina-me a mim, quebro meus pudores em mil pedaços de taco, ligo meus temores um a um em mil laços, reconstruo minhas convicções em mais mil espaços e ao final, sobrando-me apenas a dor e o cansaço, enfim me desfaço.

⁠⁠⁠A maioria de nós não sabe o que está buscando.
A maioria de nós vive entorpecidamente na ilusão de ser apenas aquilo a que se está condicionado momentaneamente a ser.
A maioria de nós sente um vazio tremendo e mesmo tendo todos os indícios de que algo está errado, simplesmente ignora e continua agindo e existindo como um robô na configuração automática.
A maioria de nós nem sabe que está dormindo, a não ser que uma pane no sistema demonstre enfaticamente que as configurações atuais estão obsoletas e autodestrutivas.
Mesmo assim, muitas de nós ainda escolherão voltar às ilusões quando o processo de manutenção acabar.

⁠Seja quem você gostaria de atrair na Vida...
e se é facil, é ilusão...
Deixe fluir naturalmente...

⁠Na teia sutil dos dias corridos,
Vive, entre sombras, a ilusão,
É tal o dom de alguns fingidos,
Que entorna a verdade ao chão.

Enganar, com ar de fácil encanto,
Veste-se fato como seda ao vento,
E na crença, o humano canto,
Faz do engano um leve alento.

Porém, na luta de esclarecer,
Mais árduo é o desafio presente,
Pois fácil é não querer ver,
A verdade queima e sente.

Por que é difícil se desiludir?
Talvez por dor, orgulho ou medo,
Mas se o coração conseguir se abrir,
A luz da verdade reina sem segredo.

⁠Como Van Gogh

Como Van Gogh, me apaixonei pelo que me consome, vivendo numa ilusão de que, nos teus braços, encontraria a cura. Menti para mim mesmo mil vezes, e teu sorriso dissipava a farsa, como se o resto perdesse importância. Por que dói o peito ao ver como tu posar, tão maravilhosa? Às vezes, me perco em pensamentos, questionando se Van Gogh sentiu algo semelhante ao se ao se apaixonar pela maldita tinta amarela

@l_parque29

Nascida "mulher preta pobre".


A consciência de igualdade é ilusão.
A humanidade ainda tem muito que reaprender, reposicionar e respeitar, aquilo que aparentemente viria 'numa otica religiosa', ser correto!

Quão difícil é abrir mão mesmo sendo uma falsa ilusão. O que parece bom mas corrói por dentro, e somente o tempo é capaz de desatar os nós emaranhados de emoção que machucam o coração.
Quão difícil é entender que nem tudo é como parece ser. Os olhos enxergam o querem ver e se deixam enganar sem nem mesmo perceber.
Quão difícil é aceitar e deixar voar aquele que quer partir. Libertar-se da prisão enganada pela sensação de ter, de pertencer, de possuir.
Para todo fim há um recomeço, aliado ao tempo que se faz necessário nessa louca reconstrução chamada vida. Pensamentos se vão, sentimentos se renovarão e tudo volta ao início trazendo na bagagem uma boa dose de sabedoria para os próximos dias.

A esperança é a respiração da alma.
Mesmo no caos, ela acende pequenas luzes.
Não é ilusão — é direção.
A alma que espera, cria caminhos.
Desistir é morrer antes do tempo.
Persistir é florescer no impossível.

Não espere a "hora perfeita".

O momento ideal nunca chega.

A perfeição é uma ilusão que paralisa.

O que você tem é o agora.
E o agora é suficiente para começar.

A vida pode ser
uma doceilusão, mas
vou lhe oferecero amor
verdadeiro queDeus
semeou no meu coração.

Doce Ilusão. ( Julio Bernardo do Carmo )


A ilusão espanta. Mas também fascina. Soa irreal ter nos braços a pessoa amada. Se tanto desprezo e asco me destina. Mas a ilusão de mil tramas é forjada. Se a tenho nos braços e me acalenta. Perde-me a sina de uma visão borrada. E vejo nesta fantasia um fogo que alimenta. Com doçura extrema. O ter comigo a pessoa amada. A ilusão é assim mesmo. Trechos de pensamentos tirados a esmo.Do fundo de lembranças fugidias. Mesmo a consciência da ilusão. Não me tira de prazer doces momentos. Mais vale te-la junto ao coração. Do que vivenciar sérios tormentos. Me iludo sim na sina da esperança. Pois se tanto nela penso com ternura. Mais dentro de mim se alevanta. O apagar de uma visão que me esconjura. Ilusão, doce ilusão que me extasia. Mas quem sabe um dia a trama se endoidece. E torna realidade pura fantasia. ?

_ Na ilusão somos sóbrios ate que num momento irônico sejamos a inércia que se dilui no teor da virtude.
Sob aquela perspectiva ilusória, a admiro por um pouco a mais a natureza crua, e assim num testemunho da veracidade o transhumanismo tornasse âmbito desconhecido...
Na tua calida forma... mais e mais tendêncioso o temor das falácias.
Seria apogeu meramente sobretudo palavras voam no sussurro da besta...

Onde há fome, drogas e corrupção, a independência é apenas uma ilusão.
Bom Dia!


Benê Morais.

NUM CAFÉ, O TEMPO PAROU...

Trago comigo um amor em segredo,
que tem morada na minha ilusão;
amor sem nome, sem culpa, sem medo,
que veio do fundo da solidão!

Pintei seu rosto na tela da mente,
onde o amor, em silêncio, florescia;
a cor do afeto — sutil e envolvente —
tingiu de ternura a melancolia.

Vaguei nas ruas da perseverança,
em busca de algo que nunca se achou;
no rastro fugaz de parca esperança,
o amor calado mais fundo ecoou!

Um dia o vi — por acaso ou bruxedo —,
num café, e então minha alma se avia;
surgiu qual fosse um feitiço de enredo,
e pensei: “Será ela? Quem diria!”

O tempo parou — tremi de surpresa —
não era a mesma, mas lembrava tanto,
que meu olhar se perdeu na incerteza,
e até busquei conservar o encanto!

Mas, sem defesa, rendido à realidade,
voltei à vida, ao mundo real!
E então, sentindo uma estranha saudade,
amei — de novo — um amor sem final!

Nelson de Medeiros.

Eu não sei se algum dia eu amei alguém de verdade. Talvez tenha sido só ilusão, desejo, ou a necessidade de acreditar que existia algo mais profundo. Lembro de sentimentos que deveriam queimar, mas que só passaram como faíscas apagadas pelo vento. Procuro na memória alguma lembrança intensa, algum olhar que tenha parado o tempo, mas tudo parece vazio, distante, como se eu tivesse participado de uma peça em que não entendia o roteiro. E, no fundo, talvez eu nunca tenha amado alguém… ou talvez eu tenha amado tanto que nem percebi.


Glaucia Araújo

O desassossego é o preço que se paga pela ilusão de que o que está fora nos completa.

(Miguel Ribeiro in «Aforismos»)

“A pessoa certa não é ilusão”


Quando alguém diz “a pessoa certa não existe”, geralmente está partindo da ideia de que ninguém é perfeito, que sempre haverá defeitos e diferenças. E nisso há verdade. Mas dizer que não existe “a pessoa certa” é o mesmo que negar que exista encaixe, sintonia e propósito entre duas pessoas.
A pessoa certa não é aquela sem falhas, mas aquela cujos defeitos não anulam o amor, cuja presença multiplica a paz, cuja vida soma à sua e não subtrai.
Ela é “certa” porque desperta em você o que há de melhor, porque transforma o ordinário em extraordinário, e porque faz do caminhar juntos um lugar seguro mesmo diante das tempestades.
Se não existisse a pessoa certa, não existiriam histórias de casais que superaram décadas juntos, não haveria quem dissesse “eu não trocaria essa pessoa por nenhuma outra”.
Isso não é ilusão: é experiência real de quem encontrou alguém que fez sentido para a vida.

Minha ilusão de Junho.


A criança insegura beijou
Soltou muito ar
não brincou de tocar
Não sabia o que fazia
E nem os seus olhos fechou.


Foi em Junho, eu me lembro,
No guarda-roupa de sua casa.
Minha mão parou em teu ombro
E na tua boca me senti em casa.


Eu gostei da sensação
Chorei de emoção
Jurei que contigo teria um casamento
Mas agora lembro de ti com dor
E ressentimento.


Porém te amo, meu varão
Mas te amar foi ilusão.
Ao mundo com dor testemunho
Tu foste Minha ilusão de Junho.

Última Dose de Ilusão
William Contraponto


No espelho trincado da aurora,
Risquei meu nome com batom vencido.
Cada verso é uma estrada que chora,
Cada amor, um contrato rompido.


Apaguei cigarros com promessas,
Tatuando no peito um talvez.
A vida servida em mãos avessas,
Brindando ao silêncio outra vez.


Fui poeta de bares esquecidos,
Dos que cantam verdades tortas.
Minha alma é um quarto sem ruídos
Com mil portas e todas mortas.


Já vendi meu relógio ao futuro
Pra não ter que explicar o passado.
Hoje ando com o tempo mais duro
E um coração quase penhorado.


Se menti foi por pura ternura,
Se fugi, foi da zona de guerra.
Mas há sempre uma certa amargura
Naquilo que a gente mais erra.


Não me espere com flores na mão,
Me receba com vinho barato.
Que eu ainda componho a canção
Que ninguém cantou no teatro.

⭐ O Caos Latente do Mundo

O mundo gira, imerso em seu caos perpétuo e cíclico,

Onde a ilusão da ordem desmorona a cada novo dia.

Conflitos antigos e novas discórdias se entrelaçam num ritmo bélico,

Enquanto a humanidade busca um farol em meio à ventania.

Há um grito silencioso nas grandes cidades, na pressa, no consumo,

E a natureza responde com a fúria que o descaso plantou.

Mas no olho do furacão, reside a chance de um novo rumo,

A fagulha que exige a reconstrução do que se fragmentou.

É preciso aceitar o turbilhão para enxergar a clareza escondida:

Que a desordem externa é reflexo de nossa própria jornada dividida.