Poemas de Fernando Pessoa -Salazar

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Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor.

Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

Está chovendo. Pela janela posso ver, lá embaixo, as pessoas correndo, de capas e guarda-chuvas. As árvores do parque estão todas molhadas , mais verdes. Engraçado, não gosto do meu quarto – das paredes, dos móveis – , mas gosto demais das coisas que posso ver pela minha janela. Das coisas que estão fora dele, porque o que está aqui dentro eu acho muito parecido comigo. E eu não gosto de mim. Ou gosto? não sei. Talvez pareça não gostar justamente porque gosto muito, então exijo demais do meu corpo, e as coisas erradas que ele faz – são tantas! – me fazem detestá-lo. A gente sempre exige mais das pessoas e das coisas que quer bem, as que queremos mal ou simplesmente não queremos nos são indiferentes.

Eu não procurei, não insisti. Contive tudo dentro de mim até que houvesse um movimento qualquer de aceitação. Quando houve cedi.

Fiquei ali parado, procurando alguma coisa que não estava nem esteve ou estaria jamais ali.

Eu ia sentir uma baita falta dele. Mas eu disse que não, eu disse depressa que não.

Não sinto mais impulsos amorosos. Posso sentir impulsos afetivos, ou eróticos - mas amorosos, sinceramente, há muito tempo. É estranho, e não me parece falso, mas ao contrário: normal. Era assim que deveria ter sido desde sempre. E não se trata de evitar a dor, é que esse tipo de dor é inútil, é burro, é apego à matéria. Sei lá. E não sei se me explico bem."

(...) todos os relógios estão parados, não sei se é ontem, se hoje ou amanhã, se é sempre, e nunca mais, estou solta aqui, completamente só, não há relógios, não há relógios e o tempo avança liberto, sem fronteiras nem limitações, uma bola de arame farpado, o sentimento vai se adensando em mim, transborda dos olhos, das mãos, sai pela boca em forma de fumaça, sinto meus lábios ressequidos, machucados, o gosto amargo, a bola cresce estendendo tentáculos, no meio dela eu me encolho cada vez mais, presa num círculo que cresce até explodir na vontade contida de gritar bem alto, bem fundo, rouca, exausta, correndo, esmagando as folhas de um outro outono, de um outro tempo, ainda este, o tempo, o outono, a tarde, o mundo, a esfera, a espera em que estou pra sempre presa.
Caio Fernando Abreu, in Inventário do ir-remediável

Compreendo tudo que você diz. São coisas que me digo, também. Mas há uma diferença entre você saber intelectualmente da inutilidade das procuras, da insaciabilidade — vixe, que palavra! — do corpo e conseguir passar isso para o seu comportamento — tomar ato o que é pensamento abstrato. Os caminhos são individuais/intransferíveis.

Só que as más vibrações dessa cidade, God! Nem todo o sal grosso, nem toda a arruda do mundo dariam jeito.

Pra início de conversa: Você anda lendo o quê? Quem é que está te influenciando assim? Quem colocou essas idéias malucas em sua cabeça? Eu me preocupo com você, Carmem. Você anda feliz demais e isso é preocupante;
Eu sou um senhor de 80 e tantos anos e sei das coisas. Euforia demais é sinal de tragédia.

"E tudo por aqui, na verdade , vai bem. Pulo os poços, quando pintam - e como pintam!"

"Palavras geram pensamentos que geram sentimentos ou emoções estes por sua vez geram ações que trazem conseqüências trazendo até você o objetivo."

Antes de estender os braços, preciso saber o que há dentro desses braços, porque não quero dar somente o vazio.

Os sonhos se tornam impossiveis a partir do momento que você acredita não ser capaz de realiza-los

Não consegui. Do grande esforço através dos doze meses, doze signos, doze faces, só guardo essa certeza. Que tonta travessia. Tudo bem, descansa. Faz parte, não conseguir. Como Sísifo, se queres mitologias. Queres ainda? Por favor, estou farto. Brilhos baratos, as jóias eram todas falsas. Está certo, mas não quiseram te fazer mal. O mal não existe reverso do bem. Tanto faz, só peço que me deixem. Vou ficar encostado na árvore até amanhecer. Olhos abertos, feito uma vela acesa. Se ela insistir, direi que não tenho piedade alguma. Que não compreendo, não aceito nem perdôo mais a loucura. Se ele vier, pedirei que fique. Serei bom para ele. Mentira, não pedirei nem direi nada a ninguém. É indivisível, aprendi. Talvez consiga dormir. Talvez consiga acordar amanhã finalmente livre de tudo isso. Terei apenas um corpo, poucos pensamentos, todos pequenos. Sei que foi inútil quando os vejo obstinados recomeçar e recomeçar sempre. Uma serpente que morde a própria cauda, um círculo infinito de enganos, Maya. Talvez não, perdeste a fé? Não te castiga assim, está tudo em paz. Nunca houve cães. É como uma cantiga de ninar nas cinzas do fim do mundo. Um barbitúrico, se preferires. Entorpece, melancólico, te leva para longe. Já se perdeu, não há futuro. Repousa, meu amigo. Deixa-me passar a mão nos teus cabelos. Está amanhecendo. Em voz baixa, eu canto para te enganar.

Eu quero um colo, um berço, um braço quente, um calor no inverno, um sonho calmo, um espaço enorme, como a lua rodando entre as estrelas…

Desguia, entra noutra, arruma um namorado novo, gatinho sem problemas, que dê cama & carinho. E simples e gostoso. Por que não?

Cartas, santos, números, astros: eu queria afastar completamente todas essas coisas da minha vida. Queria o real, um real sem nada por trás além dele mesmo. Apenas mais fundo, mais indisfarçável, sem nenhum sentido outro que não aquele que pudesse ver, tocar e cheirar como os cheiros, mesmo nauseantes, mas verdadeiros, dos corredores do edifício. Eu estava farto do invisível.

Dê apenas um passo por mim. E eu prometo que caminho todo o resto junto com você.

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