Poemas de Fernando Pessoa -Salazar

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Confesso que esperava um sorriso ou qualquer outra manifestação dessas de afeto. Mas não houve nada disso.

Finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo.

Sem sentir, você calcula mal alguma coisa no passo e, em vez do voo, vem a queda.

Me desculpe, mas eu não acredito no amor. Eu até queria acreditar, mas a vida vem me obrigando a fazer o contrário. Quando eu acreditei que seria sincero, acabei me deparando com o que costumo chamar de “decepção” ou “tapa na cara”. Sabe aquela escorregada que você precisa dar pra aprender a levantar? Então, é disso que estou falando. E tem sido assim. Não acredito no amor, não acredito nas pessoas, não acredito em mim. As pessoas não gostam de você pelo o que você é, elas gostam pelo o que você pode oferecer a elas. Costumam chamar de “desilusão” quando descobrem que o que queriam, você não pode dar e te descartam como objetos. Então, pergunto a mim mesma: o que move o mundo, o desejo de parecer ou o desejo de ter? Indago-me algumas vezes, percebo que sou incapaz de compreender. Ao menos sei que o que move o meu mundo é o desejo de ser, ser alguém que ama e acredita, confiante, que é amado. Mas, por enquanto, continua sendo apenas um desejo.

Também já não tenho aquelas queixas infantis, na base do “tudo dá errado pra mim”, ou autopunições como “eu sou uma besta, faço tudo errado”.

Há uma distância enorme entre eu e as pessoas. Estou chegando de experiências que elas não tiveram - e eu não estou sabendo o que elas viveram nesse tempo que fiquei fora. E difícil, difícil. Como começar tudo de novo. Até reencontrar os pontos de contato, leva tempo. Entre eu e as pessoas. Entre eu e a terra. Entre mim e eu.

Abaixo a razão e o pensamento! O negócio é só sentir, meu irmão, só sentir.

Eu fico completamente baratinada quando começam a me perguntar o que vai ser, o que vai acontecer com uma tal coisa. Sei lá, eu não sei onde é que eu vou estar amanhã. Eu sei o que eu to fazendo hoje, agora, o resto não interessa. Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade.

Guardo o meu amor por dentro. É precioso. Pensar nele faz com que eu tenha vontade de cuidar de mim mesmo, então é bom. Guardando, guardando, feito joia. Precioso, delicado. As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.

Quero estar perto de pessoas que sabem colocar palavras maduras nas minhas frases verdes.

Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto, depende de que lado da porta do banheiro você está

Só que desta vez por mais nojeiras que imaginasse sobre meu corpo caído lá embaixo, não sei por que, a vontade de saltar continua. Mas eu resisto. Não que alguém fosse sentir muita falta minha ou se achar, sei lá, sacaneando com a minha morte. (…) Ninguém. Eu comecei a enumerar nos dedos quem poderia sentir a minha falta: sobraram dedos. Todos estes que estou olhando agora.

Há pessoas que nascem para serem sós a vida inteira. Eu, por exemplo. (...) Freqüentemente me assusto, pensando que a vida vai acabar sem que eu encontre um grande amor ou uma grande amizade, ou mesmo uma grande vocação que justifique esse isolamento.

Estou apenas enterrando as impurezas e toxinas da minha vida e deixando brotar uma bela e frutífera árvore. E que seja doce.

Quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.

Se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia.

Só que chega um ponto que a gente cansa, que não quer mais saber de aventuras ou de procuras, entende?

Pensando bem, acho que o problema está em você que vê todo o meu sacrifício pra estar contigo e mesmo assim vive fugindo de mim.

Incrível como algumas coisas deixam marcas, e até parece que foram marcadas à ferro, porque você ainda as sente.

Acho que quem está de fora não pode condenar, condenar simplesmente é desprezível — é preciso compreender.