Poemas de Fernando Pessoa -Salazar

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Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse.

Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar, pediu, para irmos às ilhas gregas como tínhamos combinado naquela noite. Se podia voltar, insistiu, para sermos felizes juntos. Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim, e aquela voz repetiu e repetia que me queria desta vez ainda mais, de um jeito melhor e para sempre agora.

Eu e você não acontecemos por uma relação causal, mas por uma relação de significado.

São tudo histórias, menino. A história que está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que quiser. Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo. Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate. Um bom combate, o melhor de todos, o único que vale a pena. O resto é engano, meu filho, é perdição.

Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas, possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. Bato minhas asas em retirada. (...) E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro.

Ando obcecado por silêncio. Um silêncio que te permita ouvir o ruído do vento. E o bater do coração. E se possível isso que chamamos de Deus, existindo devagarinho em cada coisa. Existe sim.

Gosto de coisas “clichê”. Como assistir um filme agarradinhos, em baixo da coberta, comendo chocolate. Como, um beijo na testa e na ponta do nariz. Como uma declaração de amor inesperada, sem data especial. O “clichê” me encanta, pois são coisas simples, que têm um grande significado e fazem uma grande diferença.

Você agora me vai achar piegas, mas deixa eu perguntar. Você não acredita em amor?

Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já está lá longe.

Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca (...)

Deixa eu te dizer, antes que o ônibus parta, que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado (...)

Acostumada e fria, porque, depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado.

Eu pensei várias vezes em dar um fim nisso, não fiz porque eu sabia que ia me arrepender e voltar atrás.

Penso em você a cada instante. E só me esqueço de você, quando lembro de nós.

Não tem importância que você não compreenda isso, porque estou acostumado com a incompreensão alheia, com a minha própria incompreensão.

Às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero.

Mesmo com tristeza, o que é perfeitamente normal, sinto-me bem porque sei que fiz o que pude, falei o que pensei, mudei quando foi preciso. (E, olha, minhas mudanças foram ótimas e serão permanentes) e fui sincera sempre, em todos os momentos, em cada conversa, em cada mensagem.

Vem, para subirmos no telhado e, lá do alto, nosso olhar consiga ultrapassar a torre da igreja para encontrar os horizontes que nunca se vêem, nesta cidade onde estamos presos e livres, soltos e amarrados.

Ao mesmo tempo alguma coisa em mim não consegue desistir, mesmo depois de todos os fracassos.

Todo mundo escancara portas e janelas para que o vento leve embora os maus-espíritos do inverno. É um vento mágico, dizem.