Poemas de Erico Verissimo 1910 a 8

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O vento que te trouxe é o que te
leva para o mar
Auê, auê, Auê minha mãe Iansã

"Chama"

Hoje eu quero tudo.
Quero despertar todos os sentidos como quem destrói um formigueiro.

Quero queixos, pescoços e nucas.
quero halito quente e uma força maluca.
quero linguas, toques, dentes.
Respitos frofundos e gemidos frequentes.
Quero unhas cravadas nas costas, mordidas na orelja como a gente gosta.
Quero joelhos, coxas virinha.
quero amassos e descompassos.
quero chupões e arranhões.

depois do deleite.
quero que você se deite e sonhe ao meu lado antes de dormir.

Toda serenidade, paz
e leveza, repousam sob
as asas do silêncio.
A alma então, sem
palavra alguma,
perde-se em sabedoria.

AH!
Que graça teria o desvendar dos mistérios da mulher?
Tão misteriosa graça que nem mesmo ela sabe o que é!
Prefiro o universo feminino incompreendido.
Tamanho o fascínio sobre mim exerce o mundo perdido.

CUMPLICIDADE

Entro e saio,
A casa parece ter crescido,
Deito e levanto,
A cama causa espanto,
Leio e releio,
Não entendo nada,
Tento não averiguar,
Impossível...
É mais forte do que eu,
O celular tornou-se alimento,
O final de semana teima em demorar,
Insuportável situação,
Faz uma enorme confusão,
Minha mente transforma-se em redemoinho,
E nesse caminho,
Aumenta as forças,
Quase meio louca,
De anseio por te...
Reparo o dia esperando o anoitecer,
Cadê você?
É cruel demais...
Sem esquecer sua fala,
De conforto, exata,
Reforça a sua amada,
Torna-me muito mais tua,
Amplia o horizonte,
Branda o coração,
Crendo na "tranquilidade",
Na nossa cúmplice idade,
Na alegria e intensidade,
Da companheira frugalidade,
Porque tudo que é simples,
Cria um laço de verdade.

Todo ser humano julga antes de conhecer alguém.

Julgar é uma palavra pesada.
A maioria diz ’’a primeira impressão é a que vale’’, mas está frase não em meu vocabulário. Quando você perceber ou apenas conhecer melhor essa pessoa, você verá que ela tem milhares de sonhos, desejos, momentos iguais ou totalmente diferentes do seu.
Não critique ninguém sem ao menos saber sobre ela.
Quando isso acontece, você percebe que estava totalmente errado.
Maravilho é ver que você se enganava, pois é melhor ainda quando se descobre a verdade.

Senti o inesperado exercitando o olhar em suas diversas formas de ver, por que sempre há chance de recomeços.
Reconstruir-se em um novo começo, reinventando o antigo no novo.
Renovar-se em simplicidades, re-tocando a vida.
Se adereçando de alegrias e deixar fluir-se no compasso da dança vida.

O tempo voa, mas...
Quando se quer, no tempo acontece.
A gente sempre pode mudar nossa historia.
Um brinde ao agora. Um brinde ao amanhã
Ainda há muito tempo a ser usado.

O amor se perde na correria diária.
Nos pequenos gestos ao final do dia. nas palavras não ditas, e por não serem ditas são esquecidas.
Lamento que o amor decida a hora de partir. Mas nunca vai de uma vez. Amor se alimenta de vida.

A experiência modera anseios, tira a angústia e dá uma certa leveza a vida.
Beleza e juventude são efêmeros.
O que acumulamos de essencial para o nosso viver, carregamos dentro de nós para sempre.

A morte

A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada
A desesperada
Do amor fratricida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida

Está cheio de brasileiros que infelizmente acreditaram que são vítimas da sociedade, coitados supostamente dentro de uma condição irreversível e que por isso, não sairão do lugar. Infelizmente...
Eu sou primeiro a dizer que a sociedade é hipócrita e nojenta. Mas sou o primeiro a rejeitar veementemente o coitadismo que invadiu o país.
Pense fora da caixinha!
Não siga a boiada!
Não se intimide com o desprezo da sociedade!
Trabalhe, lute, acredite nos seus sonhos e projetos.
Verás que mais tarde essa mesma sociedade que te despreza, vai vir te dar uns tapinhas nas costas!

Amauricio Ochôa de Borba

Nota: Adaptação de texto publicado por Flávio Augusto no "Canal Geração de Valor"

Nosso amor

Meu coração dói sem você aqui
Ficamos distantes por vários anos
Mas hoje cada hora são mil
Se você me quer, deve vir

Estou agoniado por esperar
Para viver de vez esse amor
Não adie um minuto mais
Assim não consigo ficar em paz

Venha que a porta esta aberta
Minha vida é tua para sempre
Quero te sentir, te beijar
Encarnar nossa paixão e sorrir

Cada dia distante é uma década
Minha mente é um universo sonhando
Pensamentos giram do sol à plutão
Sonhando em lhe ter de volta

A morte.

Olho para a janela, um anjo vem me visitar.
Não sei se estou sonhando, ou é somente minha imaginação.
Ele sorri e acena.
Estou confuso. Ele me chama...e eu vou.
Ele é uma criança pura e cheia de energia e eu sou apenas um adulto, sem tempo.
Saio da minha prisão, pego em suas mãos e caminhamos juntos até as estrelas.
Ele não diz nenhuma palavra, mas o sorriso dele já me diz tudo.
Sei que vou ficar bem, e com o tempo as pessoas também ficaram bem sem mim.

CUIDADO!

Ó namorados que passais, sonhando,
quando bóia, no céu, a lua cheia!
Que andais traçando corações na areia
e corações nos peitos apagando!

Desperta os ninhos vosso passo… E quando
pelas bocas em flor o amor chilreia,
nem sei se é o vosso beijo que gorjeia,
se são as aves que se estão beijando…

Mais cuidado! Não vá vossa alegria
afligir tanta gente que seria
feliz sem nunca ouvir nem ver!

Poupai a ingenuidade delicada
dos que amaram sem nunca dizer nada,
dos que foram amados sem saber!

Guilherme de Almeida
DE ALMEIDA, G. Messidor. São Paulo: O Livro, 1919.

INFÂNCIA

Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".

Guilherme de Almeida
DE ALMEIDA, G. Poesia Vária. São Paulo: Editora Cultrix, 1963

Epitalâmio

O alto fulgor desta paixão insana
Há-de cegar nossos corações
E deserdados da esperança humana
Palmilharemos por escuridões...

Não mais te orgulharás da soberana
Beleza! e eu, minhas cálidas canções
Não mais dedilharei com mão ufana
Na harpa de luz das minhas ilusões!...

Pela realização que ora se ultima
Vai apagar-se em breve o alto fulgor
Que te inflama e ilumina o meu desejo...

Como no último verso a última rima,
Eu deporei, sem gozo e sem calor,
Meu derradeiro beijo no teu beijo!

Mário de Andrade
ANDRADE, M. Poesias completas: Volume 2, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014

Dedicatória

Cruz
Que este livro galante,
ante
Teus olhos, lembre um dia,
Quem to oferece nesta
Festa
De anos e de alegria.

Pequeno ele é e modesto.
Mesto
Quase sempre e tristonho;
Não roubará, no entanto,
Quanto
Tens de ilusão e sonho.

Aquela, que hás de agora,
Hora
Tirar (sem percebê-lo),
Das que em teus anos verdes
Perdes;
Não perderás ao lê-lo.

Lê com vagar. Repara
Para
A beleza do verso;
Vê como o vate ardente
Sente
O mundo tão diverso!...

Mas, que não te entristeças;
Nessas
Linhas, não há verdade.
Vive sempre a florida
Vida
Entre a felicidade.

Mário de Andrade
ANDRADE, M. Poesias completas: Volume 2, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014

E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam os seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto
De tanto prazer...

Renova-me Senhor Jesus, já não quero ser igual.
Põe em mim seu coração.
Porque tudo que há dentro de mim, precisa mais de ti.

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