Poemas de Boneca
Nem sempre máximas
ou as roupas alheias
se encaixam nas vidas
de uns e dos outros,
Às vezes é mais sábio
calar do que pegar
qualquer assunto para engajar,
para não se arriscar.
Para quem sabe muito bem ler,
tem excelência e a consciência
de que uma coisa é uma coisa
e outra coisa é outra coisa.
Não quero nenhuma circunstância
que não seja a minha,
nasci como uma Onça-Pintada
que enxerga no escuro,
e sabe confundir no meio da mata;
para nunca o seu território entregar.
Quem pede para que
você saia de si por
ele ou por outrem,
Jamais faria o mesmo
por você ou por alguém,
É um tipo que não
que ver o seu bem,
Prefira tomar posse
do seu próprio destino,
Que nada distraia
o teu viver bem
para quem sabe vires
ter a provar um
Murici-da-praia pelo caminho,
tu nasceste todo feito de infinito.
Teus lábios
feitos de Murici,
Teu beijo é sonho
tão profundo,
A minha intenção
é puro suco
do que ainda não vivi.
Os teus olhos
feitos de Sul,
par de Guabiju,
A delícia da vida,
a genuína poesia
criada sob medida.
Quem escreve poesia nasceu
com a alma pronta para ser
escândalo, para escandalizar-se
e sem dó de escandalizar,
Não faz muito tempo teve um ser
que para causar constrangimento,
e acabou virando divertimento
porque comparou a minha poesia
com carta de mulher de preso
na pueril tentativa
de me deixar envergonhada,
Na verdade, sem saber,
me fez sentir muito honrada;
porque o amor é livre,
e quem zombou é um grande nada.
Murici-amarelo colhidos
para adoçar os lábios
e os nossos caminhos.
...
Murici-vermelho encontrado
farei um delicioso doce
para agradar o namorado,
E quem sabe fazer dele
ainda muito mais apaixonado.
...
Floresceu o Murici-da-mata,
e logo que vi fiquei inspirada,
Mania poética de me deixar
levar e manter sempre encantada.
...
Lembrar do Murici-da-chapada,
da infância esquecida e de tudo
que sempre fez bem na vida,
é poesia para se manter viva.
...
Nasce o Sol sobre
o Murici-do-campo,
não é segredo
que te amo tanto.
...
Colher do Murici-pitanga
frutos para alegrar,
Colher de ti sorrisos
para o coração devotar.
Olhos atentos sempre
em todos àqueles que
usam do mal inato alheio
para instrumentalizar
os seus planos de poder;
Enquanto isso existir
e alguém se render,
o preço que o dinheiro
não compra será caro,
e nada na vida dará certo.
Retroalimentar ativamente
fórmulas requentadas,
típicas de quem não
tem nenhum repertório,
não agrega porque é seguir
quem carece de amor à terra,
e os que acolhem a ideia.
Gente assim sempre passa,
e no final é a gente
que sempre que aqui fica,
Por isso não compensa
se viciar em cultivar
uma convivência tensa.
Não autorize que este
influências assim alcancem
e nem te desestabilizem,
construa secretamente
a sua realidade paralela,
plante o seu pomar poético
e a sua fortaleza interna.
Em tempo de uvaias,
colher frutos doces,
é de sobrevivência
não autorizar tudo àquilo
que nos irrequieta:
é o quê realmente interessa.
Colher a paciência
como quem na mata
fechada se embrenha
em busca de encontrar
doces guabirobas com
satisfação para saborear,
O quê vem mais adiante
somente a Deus pertence,
O importante é sempre
seguir em frente e não parar.
Se for doce e amarga
ao mesmo tempo,
Sem cara amarrada,
sem tirar nem pôr,
que seja como Cambuci,
E sem nenhuma pressa
para ser feliz à beça.
O olhar, a palavra, o tom
e até mesmo a respiração
do desdém eu conheço,
Mas por sobrevivência
escolhi fingir que não vejo,
porque nada irá fazer
esquecer do que mereço.
No meu peito plantei
um paraíso edênico
que em setembro
colho até Tarumã-bori,
Daquilo o quê observo
de uns não carrego.
O melhor comigo levo,
o quê quero e não quero,
sem deixar nada para trás,
o importante é caminhar
com o melhor e em paz.
A tua boca linda
é Cambucazeiro,
Cada beijo teu
é Cambucá perfeito,
Manjar verdadeiro
até para com a alma beijar.
A lembrança não passa
do teu aroma inebriante
de Ameixa-da-mata,
Alucinante quando surge
o coração selvagem:
A tua existência não é,
e nem será miragem.
Profugato
Uma história esquecida,
que para alguns sequer
foi contada com exatidão,
Um história de fazer
doer qualquer bom coração.
Não tenho dúvida que
eles eram diversos,
e a maioria era italiana:
todos com o signo
de uma fé oceânica
que cruzaram o Atlântico
trazendo o signo da bravura
para este brasileiro destino.
Muitos foram deportados
à força para outros países,
outros viveram como estrangeiros
dentro do seu próprio país,
Alguns conseguiram fugir
do Império Austro-Húngaro
que insistia com o quê existia
de pior a lealdade à Itália perseguir.
(Este poema dedico em especial aos trentinos que imigraram para o nosso país e como parte da memória pelos "150 anos da Imigração Italiana
no Brasil).
As veias de um farroupilha
carregam a herança indígena
Guarani, Kaingang ou Charrua,
É por isso que ninguém domina
e a liberdade sempre o fascina.
Levando a fé, a música, a poesia
e o gigante orgulho do ancestral
sabor pelas estradas da vida,
O farroupilha não teme a ventania
porque tem a sua alma instruída,
e pode vir a passar o quê for:
porque nada nem ninguém diminui
pelo Rio Grande do Sul o seu amor.
Tempo do dia mais próximo
de ser por nós comparado
com um espinho incômodo
está aí na pele impactado.
Antes parecesse de fato
com Jurubeba encontrada
em plena Mata Atlântica,
para fazer a gente curada.
Alguns não têm buscado ter
compreensão aprofundada
e mantém a opinião formada,
trago o olhar de plateia calada.
Navegando para bem longe
onde observar crescente pede
em nome do que é imperativo
sobre brasas e cacos de vidro.
Acho que não sou a única,
não sou a primeira a sentir
e por aqui nem serei a última
a buscar algo para distrair.
Sei que a chuva é dádiva,
mas sempre que alguma
tempestade é anunciada,
Não nego que fico ansiosa
e sem conseguir dormir.
No Médio Vale do Itajaí tem
sido algo que assombra
de um jeito que perdi a conta;
Mesmo que não cumpra
o anunciado a imaginação
por hábito constrói o cenário.
Trago a aura infante e amável
da colheita em plena Coxilha
da memorável Goiaba-serrana,
da ainda menina esperança
e da poesia de Santa Catarina
escrita nas linhas da vida.
Para que ninguém detenha
o pensamento, as sensações,
o sentimento e as emoções,
porque ninguém fará esquecer
o quanto me conheço bem.
Os laços que correm nas veias
trazem tudo aquilo que existe
seja na terra, nas águas e no ar,
e em mim constrói sempre lar,
não existe ninguém capaz por
nenhuma razão de me fazer olvidar.
Tudo o quê é Vernal
floresce como tal
com o quê é próprio
e espiritual tal qual
o Mororó que
o meu Avô buscava
para fazer chá,
E quando o tempo
chegava para as flores
celebrante acenava
pela estação que
acabava de chegar,
Assim com ele aprendi
a observar que existem
flores por todo o lugar,
e quando não houver
sempre procurar buscar.
Trago e deixo o primaveral
da minhas existência
no total florescer espiritual
do Pajurá poético
em cada um dos meus
Versos Intimistas
sobre os lindos olhos teus,
Mesmo que me digam
que é clichê não existe
nada mais lindo do que perceber
que és o maior presente de Deus.
A vida tem espinhos
flores e frutos tal
qual a Arumbeva,
Como todo o poeta
colho os frutos dos dias
com os pés na terra.
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