Poemas de Arnaldo Antunes
nos teus olhos,
vejo o céu
encontro teu riso
o que preciso,
na imensidão
do coração,
te contemplar
é como voar no céu!
o poema
é pequeno
e cabe na mão
no coração,
no livro
dentro do bolso
na mente,
o poema é livre
e anda por onde quiser!
em cada batida
palpitação...
em cada partida
inquietação...
em cada poema
antes de mais nada,
INSPIRAÇÃO.
escuto a batida
escuto perdida
escuto em alto e bom som
a batida do meu coração
batendo como um tambor
fazendo música de solidão.
hoje eu quero ouvir o som da tua voz,
me liga
manda áudio.
não some!
cada minuto longe de você
é um labirinto sem saída
é saudade!
é morte...
meu fim...
tropeço, sem sorte.
acredito que nunca ficamos "livres"
sempre estamos presos
em alguma coisa na vida,
eu por exemplo me sinto preso
pela poesia,
e escrevendo ela me faz "livre".
esperando contato
entre nossos corpos
de mãos dadas
vivendo nossos sonhos
numa reação de amor
uma dança animada.
O momento
A hora
O local
A passagem
Viver, morrer
Nascer e existir
E deixar saudade
De hoje e sempre.
correr na rua
embaixo da chuva
molhar o deserto da alma
tirar a secura da boca
matar a sede de ser feliz
e tirar o gosto amargo
que acompanha nossos dias.
a vida é agora
no já,
não é adiante
nem antes,
é neste instante!
não devemos olhar passado
que já foi efetuado
olhamos para o amanhã sem esquecer
que é hoje o ato do viver.
o poema não chega
por mais que eu insista
por mais que eu exista
por mais ou menos
a hora é a guerra
e eu perco todo o meu tempo
quando penso demais.
dormi demais
a hora passou
o dia foi embora
a noite chegou.
na lembrança
teu nome resiste
meu coração ainda te chama.
na rotina
do meu dia
a poesia
é ofício de alegria.
e quem diria?
antes eu não suportava
POESIA.
hoje ela é meu alívio
meu refúgio.
