Poemas de Arnaldo Antunes

Cerca de 91148 frases e pensamentos: Poemas de Arnaldo Antunes

“” O bom da internet é isso
Fazemos amigos que nem imaginávamos que existiam
E recebemos carinhos que nem pensávamos merecer...””

“” Eu poderia estar roubando... Corações
Traficando... Emoções
Matando... Esperanças
Mas não
Estou aqui escrevendo poesia
Será isso alguma mania
Ou apenas ilusão...””

“” Mulher não é feito objeto,
Para ser usada e deixada de lado
Mulher deve ser acariciada
Desejada e amada
Por alguém muito especial...””

“” É preciso olhar dentro da alma
Ver as falhas, os medos, as dores
E recomeçar com garra
Com fé, com paixão
Deus dará a força necessária ...””

“” Capricha no baton, no make
Compra aquela blusa nova que você tanto gostou
A concorrência “ta” grande
É preciso superar-se

Quem sabe um pouco de investimento
Mude em você aquele ponto que você não gosta
E te traga pra mais perto
Aquele outro “” que você quer

Vai lá
Hoje é seu dia...””

⁠TENTAÇÃO

Enfeitava-se de lantejoulas
E vestia uma espécie de ceroulas
Sobre um corpo muito moreno
Pequeno,
Quase ao chocolate negro,
De púbis atena
Com cheiros de açucena
Muito farfalhuda
Negra, barbuda
Como as do pirata
Primata
Dos sete mares
Sentidos
Mas não percorridos.
Nestes meus invividos
Ares
Altares
Sem fé de sentir
O doce do fruto maduro
Sem ser só pão duro
Neste mundo inexplicável
Por tanto inextricável
Do que foi
E do que está para vir
Como um boi
Puxa a carroça da troça
Doente, por não poder fugir.
E a pequena esfinge
Egipciana
Era uma mulher que finge
Estar comigo na cama
Da ilusão,
Apenas, cruel tentação!

(Carlos De Castro, in Poesia num País Sem Censura, em 10-08-2022)

⁠ÁGUA NOSSA
Água nossa, que estás na terra,
Vivificado seja o teu nome,
Venha a nós o teu manancial,
Seja feita a nossa vontade
Assim sempre neste mal.
A água pão de cada dia nos dai hoje.
Perdoa-nos os crimes cometidos
Contra a natureza-mãe,
Que nós não sabemos perdoar
Aos ofendidos;
Nunca nos deixes sem uma gota
Que seja do teu bem.
............................................
E o povo rezava e o mundo orava
Aos deuses da água...
Mas a água não não veio.
Voltou o povo a rezar e o mundo a orar
Às luas das águas...
Mas as águas fugiram.
Então, o povo e o mundo não rezou mais!
Vieram todos e choraram,
Carpiram ao mesmo tempo
Em louco lamento...
Depois, a terra seca
Ficou inundada de água
Das lágrimas caídas
Vertidas
Pelo povo infecundo
E pelo mundo.
Amém!
(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 16-08-2022)

⁠“QUANDO AS GALINHAS CANTAVAM ÓPERA

Linda, a pastora penuda que comigo ia,
Calcorreando tão verdíssimos prados,
A pastar o gado da nossa fantasia,
De beijos, abraços e mais pecados.

E assim, lá íamos amantes babados,
Por entre folhagens e flores silvestres,
Almas puras, anjos sem pecados,
A não ser os fatais, dos terrestres.

Tudo era céu e luz brilhando,
Em piruetas de paixão vivida,
No colar de dois corpos, amando.

Oh, mas que cruel sina de vida!
A nossa, galo e galinha pastando,
Sem dentes para erva ressequida.

(Carlos De Castro, in Poesia num País Sem Censura, em 19-08-2022)”

⁠SEGREDOS NA LUA CHEIA

Sempre vos quis segredar, ontem.
Antes que fosse anteontem.
Mas ninguém me ouviu.

Hoje, ouçam ou eu me agasto:
Fui feito da pedra de um crasto,
Minha mãe era a lua cheia
Meu pai era o brilho do sol
E desse amor, eu vim à boleia
Nesta estrada em caracol.

Segredo, guarda-se em cofre
Que tenha o coração ardente,
Se o não for, o confessor sofre
As penas de um ser demente.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2022)

⁠EM MIM

Só agora, no fim, serei
O ser que não fui,
Porque errei no escolher
Da sorte, por não saber
Que ela só flui
A quem tem a coragem
De viver,
Sem querer entender
Se a vida é quadrada
Ou redonda
Como o mundo
Profundo
Entre a areia dourada,
A terra e o mar
E aquela onda malvada
Que nos arrebatou
E na tragédia nos levou,
Para um poço sem fundo.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-10-2023)

⁠SE

Se todos gostassem da minha poesia,
Jamais haveria
Paz no mundo.

O mar e as fontes secariam,
Os rios ao contrário correriam,
O ovo não teria gema
Nem o ovário
Seria berçário
De hormonas,
Neste meu mundo de sintomas
Da falta de teorema.

Seria o caos completo,
Tudo morreria
O absoluto e o obsoleto.

Por favor:
Para que haja paz no mundo,
Nunca leiam a minha poesia;
Podem até falecer de ironia,
Ou então ficar moribundo.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 12-11-2023)

Essa tal loucura sã

Fico a imaginar como seria voar,
entre nuvens de algodão;
Nas estrelas repousar sob um canto de ninar, conhecido por trovão;

De carona em alto mar com golfinhos mergulhar, mil tesouros encontrar numa antiga embarcação;
E no fundo desse mar bons amigos encontrar,
uma festa vamos dar para então comemorar a chegada do verão;

E quando a noite chegar, carneirinhos vou contar, e com eles vou brincar até no sono pegar;
Quando enfim o sol raiar, bem ligeira vou estar entre campos perfumados muitas flores ao meu lado, meu perfume a exalar;

Margaridas ou jasmim?
Beija-flor ou bem-ti-vi?
Fico aqui ou volto lá, para o mundo encarar?

Tenho muito pra viver, bons lugares conhecer;
Que loucura vão achar, posso mesmo louca estar,
mas aqui é meu lugar,
aqui ei de ficar.

Gosto de gente pra frente,
que não tem medo de errar,
mas se acontece, reconhece;
Gosto de gente prudente,
que chega com calma
e cativa a alma;
Gosto de gente inocente,
com olhar puro e transparente;
Gosto de gente inteligente,
que saiba se expressar
sem muito blá blá blá;
Não gosto de gente prepotente,
que se julga superior,
mas não tem nada que acrescente;
Gosto de gente descente,
que sonha com o futuro,
mas vive o presente;
Gosto de gente sorridente;
que acha graça na vida,
Ah...! Isso sim me deixa contente;
Gosto de gente que ama,
que valoriza, que cuida,
que sente;
Gosto de gente vivente,
que compreende
que o amanhã a Deus pertence;
Gosto de gente que é gente,
não por acidente.

Vende-se paz

A quem possa interessar, sei bem onde encontrar,
Essa tão sonhada paz.
Temos várias unidades, mas só há uma verdade,
Muitos querem enganar.
Como podes lá chegar? É fácil de achar.
Atenção, vou te mostrar!
O caminho, com cautela, tu terás que procurar,
Pois terão muitas mazelas até que possas encontrar.
Não tem forma, não tem cor,
Não tem cheiro e nem sabor,
Sem medidas e sem peso.
Calma! Não tenha medo!
Muito em breve e sem segredos,
Tu, enfim, a terá.
Muitos dizem encontrar, mas pergunto: será?
Que nome podes dar?
Uns a chamam de riqueza, mas te digo com certeza:
Traz consigo uma tristeza que nem posso calcular.
Outros chamam de beleza, que também é passageira,
E tão logo te deixará;
Seu preço? Incalculável.
Seu valor, imensurável.
Muda toda sua vida, sarando suas feridas.
Tudo novo se fará!
Como podes tu comprar?
Não precisa se assustar,
É gratuito, pode contar,
Pois o preço já foi pago, muito sangue derramado,
Bem ali naquela cruz;
Essa paz que me refiro, é chamada de Deus vivo,
Eu conheço e é JESUS!

⁠Quem me dera...

Quem me dera acordar do seu lado
Meu corpo ao seu enroscado
Na cama, o lençol bagunçado
Sem pressa, sem preço, sem medo;

Quem me dera sentir seu abraço
Cheiro de amor por todo lado
Risos soltos, cabelo bagunçado
Um café, um beijo e desejo

Quem me dera sonhar acordado
Sol na janela, nosso convidado
Doce sabor de te ter
Sentindo na pele você

Quem me dera vestir sua camisa
Brincar com você de preguiça
Relógio desligado
Lá fora o tempo parado
O mundo, só eu e você

Quem me dera...
Quem me dera...

Seja leve ou pesado,
Doce ou salgado,
Seja certo ou errado,
Mas seja!

Seja chato ou engraçado,
Simples ou complicado,
Seja calmo ou agitado,
Mas seja!

Arrumado ou bagunçado,
Seja seco ou molhado,
Amando ou amado,
Mas seja!

Seja sol, seja lua,
Seja ar, seja mar,
Seja chuva no verão,
Ou em qualquer outra estação

Seja o vento que balança,
Seja a brisa que encanta,
Tempestade ou calmaria,
Tristeza ou alegria,
Mas seja!

Seja sim, seja não,
Seja insano ou razão,
Seja hoje, seja agora,
Seja pressa sem demora.

Seja vida,
Bem ou mal vivida,
Mas que seja,
Sempre!

É no significado que tudo se torna significativo.
(Wolner Cardozo de Faria)
(psicanálista)

⁠Amizade falsa

Quem diria que você, foi capaz de ser tão avassalador.
Conseguiu usurpar da minha bondade.
Pensando que eu não seria capaz de saber.
Que o seu interesse era de destruir a minha relação!
Pensando que jamais saberia.
Não se esqueça, que tudo que é escondido.
É revelado, porque uma coisa que é encoberta.
A vida revela!
Pensou que eu não saberia, engano o seu.
O seu punhal, envenenou a si próprio.
Não, a mim.
Sua serpente devoradora da felicidade das pessoas.
Incapaz de ver a felicidade alheia.
Que prazer é esse de ver-me no chão!
Arrasada, desolada e triste.
Esse é um prazer perverso…
Esperando o deleite, sentindo prazer de ver-me fracassada.
Você, se alimenta da felicidade, destruída.
Tenho pena da sua falta de amor-próprio.
Tudo é esclarecido.
Nada que você fez, arranhou o meu amor Próprio.
A sua inveja, só mostrou quem é você.
Adeus, para sempre!

Comemorar a Vida
é sentir a magia das horas
feito brisa que sopra no rosto.
Comemorar a Vida
é ver que a beleza do dia
Pode estar no cair da tarde,
No ensejo de um abraço
ou no afago do aroma de alecrim.
É música que invade o Jardim!

Carmen de Eugenio

Flores & Escartelate


Comemorar a vida
é sentir a magia das horas
feito brisa que sopra no rosto.


Comemorar a vida,
é ver que a beleza do dia
pode estar no cair da tarde,
no ensejo de um abraço,
ou no afago do aroma de alecrim.
É música que invade o jardim.


E nos infinitos das flores
e em cada canto desse mundo,
passo a compreender melhor
as cores que inundam meu abrigo
e enfeitam as esquinas
e toda consagração.
O Escartelate da minha infância...
guardo a lembrança,
do sabor, do doce, da emoção.
Por tudo, sempre,
Gratidão


(Carmen Eugenio)