Poemas de Arnaldo Antunes

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Nada devemos fazer que não seja razoável; mas nada também de fazermos todas as coisas que o são.

O amor começa pelo amor; não se pode passar de uma forte amizade senão para um amor fraco.

Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.

Aprovamos algumas vezes em público por medo, interesse ou civilidade, o que internamente reprovamos por dever, consciência ou razão.

Há muitos homens que se queixam da ingratidão humana para se inculcarem benfeitores infelizes ou se dispensarem de ser benfazentes e caridosos.

O homem não pode de forma alguma impedir de ter pela mulher um desejo que a aborrece; a mulher não pode de forma alguma ter pelo homem uma ternura que o aborrece.

O desejo de igualdade levado ao extremo acaba no despotismo de uma única pessoa.

Os homens têm geralmente saúde quando não a sabem apreciar, e riqueza quando a não podem gozar.

É mais fácil ser-se amante que marido, pela simples razão de que é mais difícil ter espírito todos os dias do que dizer coisas bonitas de quando em quando.

Em qualquer magistratura, é indispensável compensar a grandeza do poder pela brevidade da duração.

O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.

O governo é como toda as coisas deste mundo: para o conservarmos temos de o amar.

Um político de gênio, quando se encontra à frente dos negócios públicos, deve trabalhar para não se tornar indispensável.

A longo prazo uma profissão é como o matrimônio; apenas se sentem os inconvenientes.

O interior das famílias é muitas vezes perturbado por desconfianças, ciúmes e antipatias, e enganam-nos as aparências de satisfação, calma e cordialidade, fazendo-nos supor uma paz que não existe; poucas há que ganham em ser aprofundadas.

Ninguém é tão prudente em despender o seu dinheiro, como aquele que melhor conhece as dificuldades de o ganhar honradamente.

O nosso espírito é essencialmente livre, mas o nosso corpo torna-o frequentes vezes escravo.

Os ricos pretendem não se admirar com nada, e reconhecem, à primeira vista, numa obra bela o defeito que os dispensará da admiração, um sentimento vulgar.

É necessário subir muito alto para bem descortinar as ilusões e angústias da ambição, poder e soberania.

Não desespereis na desgraça, ela é frequentes vezes uma transição necessária para a boa fortuna.