Poemas de Antonio Mota

fico aqui parado olhando o nada...
sentindo a dor ...a mágoa...
o vazio do sentimento...
o sorriso que perdi...
a lágrima que brota sem fim...
o caminho que não é logo ali...
a tristeza de sentir...
o desencontro dentro de mim...

a poeira oculta o passado...
a vida,alegria as cores pintadas dia a dia sem fim...
recordações do bem e do mal...
luz criada aos poucos...
numa tela de momentos...
alegria,felicidade com ingredientes de sofrimento...
páginas lavradas pelo passar do tempo...
memórias perdidas no imaginário...
ventos que passam em sentido contrario...
a vida mudou...
ficou o diário...

será?
quando a comida que fazemos...
tem ingredientes errados...
melhor procurarmos onde errámos...
ou jogamos tudo fora,porque alguém fará melhor...

este mundo
armas cegas...em mãos fortes...
brisas,ventos e cheiros...
depressa os ventos levam...
ficará a recordação de algum trapo escondido na verdade de uma pura essência...

a diferença...
a arte...
a vontade...
a conquista...
quando existe dentro de nós...
nos torna mais humanos,humildes e completos.

educação, respeito,humildade e honestidade...
são adjetivos fora de prazo...
dando lugar á ganância,falta valores,violência e abandono social...

o reflexo do homem....
é e será cada vez mais ...
a imposição de outros homens...
nada mais mudará o mundo e suas cores...

cala-te ó lamuria dos tempos...
quem te disse que a maré alta não se acalma.
que o cheiro do sal não é como a verdade...
que o riso escondido não é tristeza...
que as mágoas não são despesa...
que teu olhar é incomum...
e teu mundo não tem beleza...

Saudade
quando o azul se vai...
o luar te ilumina...
o viver acontece...
como uma menina...
a alma se solta...
a alegria sorri...
canto bem alto...
penso em ti...

O jardim.

Passeio por aí...algures...
No passado ou no presente...
Nem só nos dias que tem gente...
O cheiro é bom,confunde a mente...
Acordei,olhei e vi...
Um jardim melhor que a gente...

O Mundo !!!

Maresia ,sol poente,pó,alegria...
Sal,vida,é coisa da gente...
Saudades,dor,coisas da mente...
Pouco ou nada ,o que importa...
Lá longe,mal,ódio ,gente morta...
Prazeres d,alguém onde...
O sentimento não bateu á porta...
Fracos,fortes o que importa...
Sombras de DEUSES...
Numa doutrina já morta...

Tão alto que eu estou...
Tão pequeno que eu era...
O vento me levou...
Pra ser o que não quisera...

Quando a vida sobra da gente...
Ou a gente sobra da vida...
Algo se perde por momentos...
Ou talvez para sempre...

Soltem os ventos por um dia...
Como grito de aleluia...
Venham todos...muitos ...todos...
Não só quem os guia...
Saltem a vóz ,duma nação...
Arrependidos,certos ou não...
Sigam passos de firmeza...
Pobres, nobres ou d´outra alteza...
Sorriam,alegres,com humanidade...
Caminhem juntos sem vaidade...
Pintem o mundo com outras côres...
Esqueçam o mau,o bom e os odores...
Construam caminhos do poder...
Na simplicidade e forma de ser...
Não julguem só por se ser...
Rico, pobre, ou coisa assim...
Remediado ou Joaquim...
Tudo o que começou...
Mal ou bem terá... seu fim..

Saga de luz,coisa sem fim...
Cheiro de comida com alecrim...
Digo o que penso,coisa ruim...
Riso de alguém pior que mim...
Provérbio sabido,num mundo parado...
Olhar discreto,num ato isolado...
Rir de mim,de nós,vós...todos
Numa sociedade isenta de tolos...
Sabedores da imprópria verdade...
Salpicados de falsidade...
Onde me assusto a cada lua...
Preso em mim ou só na tua...
Acreditar noutra doutrina...
Melhor ou pior de alguém que me ensina...
É guardar o cheiro desse jardim...
Da comida com alecrim...
Ou coisa sem fim...

O mundo dos outros

Os outros são,não são ou vão ser...
Talvez o que nunca fui...
Ou o que não quiz dizer...
Valentia,amizade e outros de menos idade...
Sacerdotes da imaginação...
Pecadores sem devoção...
Silênciosos vão longe...
Para lugares que não existem...
Paradigmas do passado...
Atual,esperto ou atrasado...
Se definem como ousados...
Enganam-se e se orgulham...
Do mundo os ter recusado...

VIDA
As coisa ,que quando penso...
São motivos do que não digo...
Palavras roubadas ao tempo...
Fugas dum tempo vivido...
Grito de felicidade,tempero da nossa idade...
De mãos dadas agarrei a vida...
Doutros pena da partida...
Saudades das cores do mundo...
Das partidas para sempre...
De boa gente e gente boa...
A saudade nos magoa...

O MAL

O cheiro fala verdade...
Ventania ,sol,tempestade...
Mundo longe de sua existência...
Maldade,prazer ou incoerência...
Coisa pobre,desobediência...
Salvação,mentira ou coisa pouca...
Odores de uma terra louca...
Sinais bons ou de boa boca...
Pretéritos mais que imperfeitos...
Sabidos,maldosos ou direitos...
Sonhadores d´algum mundo sem cor...
Destruidores por mera vaidade...
Pobres,ricos em desigualdade...
Quero mais,menos, ou.. não importa...
Porque o cheiro fala verdade...

⁠Um país doente...
E vivendo do passado...
Que nada faça no presente...
Jamais será curado...

⁠A VIDA...

Foi pintada de salpicos...
Cores boas,outras negras...
Caminhos pobres,também ricos...
Iluminados de pobreza...
Misturados os sorrisos...
Gaiatos de rua ,safadeza...
Sonhos,olhares e esperança...
Abraços de novinho,aliança...
Fé,briga...indeferença...
Guerra pura de criança...
Saltos de pura dança...
Fumaça de alegria...
Nascemos pra uma vida...
Mas não feita de um só dia...