Poemas de Antonio Mota
Em certa audiência de pensão
alimentícia, Almeida, o promotor de
justiça se indignou com o caso e disse
bastante revoltado:
– João Augusto, você não tem
vergonha? Vive bêbado, é violento e
não quer nada com a vida!
– Doutor... Doutor... – tentou interferir
o juiz, mas o promotor continuou:
– Vou pedir sua prisão, João Augusto!
Naquele momento todos olharam
entre si bastante assustados.
– Desculpe-me doutor, Almeida! Mas
João Augusto é a criança! – concertou o
juiz.
Uma criança pobre, abandonada e
rejeitada foi indagada pelo juiz em
certa audiência:
– O que você quer ser na vida quando
crescer, menino?
– Quero ser juiz para cuidar das
crianças pobres! – respondeu a criança
pobre.
Engana-te quando pensas que podeis
educar uma criança com gritos,
palavrões ou agressões; isto não é
educar, mas sim, ensinar teus métodos.
Se o obstáculo é um tanto de altura,
então arme o salto para dois tantos;
tudo que for fazer faça um pouco mais.
Quando for cuidar dos animais lave
bem o bebedouro e coloque água
limpa; talvez você tenha que beber da
mesma água.
Ter muito conhecimento é considerado
bom. Ter pouco conhecimento é
considerado ruim. Ter muito pouco
conhecimento trás paz e tranquilidade.
CAVALO SOBERANO
Cavalo Soberano
Cavalo castanho
Onde tu estás?
Estava aqui
Estava ali
Estava acolá
Procurei-te aqui e lá.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo grisalho
Sai do orvalho
E vem para cá.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo pacato
Ás vezes ingrato
Pisava em mim.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo campeiro
Relincho cabreiro
Correndo pra lá e pra cá.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo ligeiro
Menino arteiro
Pulou o canteiro
E foi passear.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo moreno
De olhos pequenos
Me via de longe a ele chegar.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo ousado
Corria de lado
Com dentes cerrados
Ao ver o laço rodando no ar.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo humano rolando no chão
Descanso da lida
Descansa o peão
Cavalo sem era nem beira
Buscando a colheita em um carroção.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo aloprado
De cascos listrados
Correndo do tempo
No tempo parado.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo frenético não fica parado
Derruba o laço
E sai do curral
Olhando pra trás ele foge calado
Correndo deitado
Zombando de nós
Correndo ele sobe a ladeira
Pulando a porteira
Fazendo a poeira calar nossa voz.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo veloz
Correndo na estrada
Com carga pesada cuidando de nós
Era bonito de ver
A sua destreza e o seu proceder
Com cara tapada
As cordas amarradas
A crina voando de tanto correr.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Cavalo sabido
E bom companheiro
Além de matreiro
Ajuda o vaqueiro o gado tocar
Correndo ao lado
Vaqueiro deitado
No lombo arreado
Com laço armado
Quebrando cerrado
Querendo pegar o boi guzerá.
Cavalo Soberano onde tu estás?
Ah... Se eu pudesse no tempo voltar
Reencontrar-te correndo no pasto
Te dar um abraço
E me desculpar.
Cavalo Soberano onde tu estás?
LAGOA DA PRATA
Lagoa da prata
Na beira da mata
Molhando a estrada
Um homem pescando
Com a barra da calça dobrada
Andando descalço
Na margem molhada.
Lagoa da prata
Lugar de beleza sem igual
De águas azul cristal
Com margem larga
E uma pequena ilha no final.
Águas claras abundantes
Em meio ao cerrado extravagante
Abastece o Rêgo d’água no terreiro
Enche os rios
E mata a sede dos tropeiros.
Assim era a lagoa da prata
Hoje esquecida
Destruída
Deu lugar à plantação
Que secou as tuas águas
Fazendo rachar o chão
Acabando com a magia
Que tinha lá no meu sertão.
PORTAL DO TEMPO
Na beira da estrada
A cancela fechada
O portão na entrada
Marcando o tempo
Marcando o chão
Era bem grande
O grande portão.
De um lado passava o tempo
Do outro o tempo voltava
O grande portão
Marcava o tempo
Marcava o chão
E a nossa parada.
Era meio sombrio
Ás vezes frio
Misterioso no meio da estrada
Marcando a jornada
O vento soprando
A chuva molhando a sua fachada.
Misterioso portão
Controlava o tempo
Cortava o vento
Voltava o tempo
Brincando com a nossa imaginação
Acabou o grande portão.
O progresso chegou
A tecnologia avançou
O portão destruído
O tempo perdido
Num só se tornou.
O tempo mudado
Ficou do outro lado
Fechando a porta do mundo
encantado.
AMADO E O CÃO LEÃO
Um amigo de verdade
Não se pode desprezar
Falo do bom cão Leão
Que cansado de andar
Parou em nosso rancho
Querendo descansar.
Estava bem magro
Triste e machucado
Mas aos cuidados de Amado
Logo estava recuperado
E voltou a se alegrar.
Saíam juntos procurando por Sereno
Mas o pasto era pequeno
E assim viviam lá.
Ao lado deles
Também tinha o Lampião
Que era um pequeno cão
Pra acabar de completar.
Era assim que eles viviam lá
Correndo, brincando
E não paravam de sonhar
Viviam com alegria
Até o dia se acabar.
A vaca Cumbuca
Anunciava o amanhecer
O cavalo Sereno relinchava
A bicharada se alvoroçava
Esperando Amado aparecer.
E assim
Mais um dia começava
Lampião se espreguiçava
O cão Leão se levantava
Era mais um dia
No fim de uma longa jornada.
GUERRA INSANA
A guerra foi declarada
De um lado a força desenfreada
Exterminando inocentes
Alegando emboscada.
Do outro lado a resistência
Suportando a guerra armada
Sonhando com a paz
Na guerra não desejada.
Muitos jovens se alistando
Pra defender a pátria amada
De armas não entendem
Mas se jogam de almas lavadas
Se espalhando pelos campos
Com armas empunhadas.
As crianças assistindo
Toda aquela confusão
Teus pais fugindo
Para dar-lhes proteção
Atravessando as fronteiras
Em busca de outro chão.
Enquanto isso acontece
O agressor reaparece
Comendo frutas no salão
Sorrindo ele anuncia
Diante da televisão
Que o ataque continua
Até que haja rendição.
O mundo todo assistindo
De ataduras nas mãos
Pois não pode interferir
Sem que haja retaliação
Nova guerra pode surgir
E exterminar a população.
O agressor enlouquecido
Pode apertar o botão
E lançar bombas de grande destruição
Para a guerra se espalhar
Jogando nação contra nação.
O agressor não é humano
Não tem alma
Nem coração
Deve ser interditado
Tirar de circulação
Resgatando assim a paz
Trazendo mais união.
A cada passo uma nova esperança.
A cada obstáculo a vontade de vencer.
A cada dia a certeza de que a luta não acabou.
O sábio se cala diante do tamanho conhecimento sobre as religiões ,sabe porque ? Porque não é a religião que lhe aproxima de deus mas sim o seu coração.
O leigo não opina a respeito da religião aleia , saber porque ? Ele tem medo de falar o que não sabe .
O ignorante por sua vez mesmo sem conhecimento crítica ao defender uma bandeira , uma religião ou uma etinia porque não tem mas espaço para o conhecimento já tem uma opinião formada e isso é que tornam pessoas pequenas e sem deus no coração .
Amar você é proteção.
Meu bem,
A união entre corpos
É quebra corrente
Libertando do açoite
Da negação de uma civilização branca
É revolução preta
Que sustenta tronco
Caminhos abertos pra se passar
É ase e mandiga
De um bom capoeira
Entre a meia lura faceira
Resolvi amar pra se vingar
Fugir de tantas lutas
E entre novos lares se reencontrar,
Tão aconchegante quanto a sabedoria dos mais velhos
A vida à espera da benção
Ou do canto do terreiro
Pra salvar
Vem que eu te conto
Que amor é sobre encontros
De se juntar no quilombo
Da vivência, resistência e experiência
Chega pertinho,
Como quem chega de peito aberto pra receber a benção do mais velho
E entender que somos a continuação,
Sem à objetificação
Escolher te amar é proteção
Meu bem,
Saiba que amar é compromisso árduo
Fardo de felicidade
Tão leve que sustenta a existência
Pra prosperidade
Ame a aceitação
revolução,
reparação
Ação de se religar
De torna-se a junção de um novo lar.
Saiba que somos os sonhos de nossos ancestrais!
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